Hoje, o Agora Escrevo Eu volta a ter
contornos especiais. Porque, o texto que aqui publico chegou-me sem ter como
objectivo constar neste espaço. Fui eu que pedi à autora que me deixasse
publicar pois acho que merece ser lido pelo máximo de pessoas. E aproveito para agradecer mais uma vez o facto de poder partilhar esta história.
Um dia recebi um email com este texto. Era a resposta a um
post que tinha escrito sobre amor. Naquele onde defendia que amor sano não é
amor. Em resposta obtive este brilhante relato. Acabei por trocar alguns emails
com a autora deste relato. É certo que nem todas as histórias têm um final
feliz mas, como me disse, e muito bem, “O segredo não é ter um final feliz,
mas uma repetição constante de alegria ao longo da nossa história.” E assim deve ser o amor.
“Na véspera de viajar para a Finlândia
aluguei um quarto numa residencial no Porto. O avião partia muito cedo e eu
tinha dito em casa que ia passar o fim-de-semana a Coimbra, que ia visitar uma
antiga colega de curso...
Não fazia sentido sair de madrugada
para fazer pouco mais de 100km. Nessa noite não preguei olho, fartei-me de
ponderar no que ia fazer. Tentei ser racional. Mas o coração estava cheio de
pujança. Eu tinha de ir, não conseguiria viver o resto da minha vida com a
dúvida: "e se eu tivesse ido?" Não podia correr o risco de te perder.
Tu disseste que eu era a paixão da tua vida, a tua metade perdida. E se fosse
mesmo verdade?
O voo estava marcado para cerca das 6h.
Chamei um táxi às 4h da manhã, fui para o aeroporto e entrei no avião a tremer.
Eu sabia que existia a possibilidade de não te encontrar. Quando cheguei a
Helsínquia liguei-te, mas tinhas o telemóvel desligado.
Passei horas no aeroporto sem saber o
que fazer. Perdi a noção do tempo que ali estive... Pude pensar em tudo o que
tinha acontecido connosco desde o verão de 1996, quando tínhamos 15 anos, até à
noite de 08/08/2008 em que os planetas finalmente se alinharam e te beijei pela
primeira vez.
Se esperaste tanto tempo por um beijo
meu, é porque gostavas mesmo de mim. O universo parecia querer ver-nos juntos,
ver como ficávamos na fotografia - dei agora conta que não temos nenhuma foto
os dois - e eu já estava cansada de o contrariar.
Mas ali sozinha, num país estranho, o universo
parecia estar era a gozar comigo: "ele não atende, e agora? Onde está a
coragem? Não estavas à espera desta, pois não?" Perdi a esperança e
resolvi procurar um sítio onde ficar... Foi quando tu ligaste. Mas quando te vi
percebi que afinal não era o universo que decidia se íamos ficar juntos ou não.
Eras tu. E tu já tinhas tomado a tua decisão. Eu tinha chegado tarde. Apesar de
tudo, não me arrependo de nada. Espero voltar a ver-te um dia.”
Há pessoas que simplesmente não foram feitas para ficar juntas...
ResponderEliminarTambém penso assim.
EliminarO universo não pára...
ResponderEliminarAo menos foi em busca do que queria. Tarde, é certo, mas tentou...
E isso vale muito.
EliminarAh...o amor...sempre o amor. O que nos alimenta e ao mesmo tempo corrói as entranhas...que nos faz fortes e corajosos e ao mesmo tempo nos melindra...Ah...o amor
ResponderEliminarÉ... o amor!
EliminarEu já li esse texto noutro blogue qualquer.
ResponderEliminarAcredito que tenha sido no blogue de quem me enviou o texto.
EliminarEu também já li esse texto algures...
ResponderEliminarSe não tivesse tentado, provavelmente hoje estaria arrependida... foi melhor assim.
Só poderemos nos arrepender daquilo que não fizemos :)
EliminarEstaria arrependida de não ter tentado :)
EliminarTal como tu Lírio ,já tinha lido este texto algures..
EliminarE sim , a lição aqui dada para todos nós é que só nos devemos arrepender do que não fizemos.
Eu "pressenti" que eras tu Lirio...eis porque tens um lindo estado de alma:)
EliminarAssim não vive na duvida do que teria acontecido se tivesse ido.
EliminarAchei lindo! É porque não tinha que ser...pelo menos naquela altura. Como a Sandra Silva diz: "o Universo não pára..." e ele sabe o que é melhor para nós! Quando pensamos que nos está a pregar uma partida é porque tem algo melhor na manga ;)
ResponderEliminarDois beijos especiais: á autora do texto pela sua atitude "Apesar de tudo, não me arrependo de nada. Espero voltar a ver-te um dia.” e ao HSB pela escolha e partilha.
Para quando um texto teu Maria Misteriosa?
EliminarO "meu" iria fazer chorar as pedras da calçada...não vais querer nenhuma inundação no teu blogue ;)
EliminarNão sei se conheçes a história de Agatha Christie...ela dizia "Eu gosto de viver.Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através disso soube e sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional." Esta frase demonstra uma maturidade excepcional! Bem, esta Senhora era excepcional. Mas pouca gente sabe que sofreu horrores, que teve uma vida muito difícil até chegar a este lindo estado de alma.
bjs
Desafio-te a enviares um texto :)
Eliminarbeijos
Já fiz loucuras parecidas e valeu a pena? Sempre, porque como diz o Nicholas Cage no filme "City of Angels": "I would rather have had one breath of her hair, one kiss of her mouth, one touch of her hand, than eternity without it. One." É verdade que podemos ter uma só vez de cada uma destas coisas, mas podemos ter muitas mais e temos que ir à procura. Temos de arriscar, podemos ter como podemos não ter, mas pelo menos não ficámos a pensar "e se".
ResponderEliminarFoste escolher uma das frases que mais amo do cinema. Obrigado pela memória.
EliminarEh pá...é bonito de ler e tal e foi uma corajosa, que foi!
ResponderEliminarMas eu nao iria.
Alguém teria de correr atrás de mim, eu nao correria atrás mesmo correndo o risco de perder.
Para ser o "amor da nossa vida" tem que ser a dois...
Eu tiro o chapéu pela coragem.
EliminarGosto. já fiz o mesmo. atravessei o oceano sem garantias de nada atrás do homem que achava ser o da minha vida.
ResponderEliminarnão sei se e' ou não porque o destino gosta de nos pregar partidas.
Claro que não correu como eu queria mas houve beijos, abraços e muitas palvras que ficaram suspensas no ar e, que hão-de ficar até ao próximo reencontro.
Tal como a autora do texto, também não me arrependo.
Vale sempre a pena lutar pelo que queremos e seguir o que sentimos. ;)
Dou-te muito valor por isso. Adoro pessoas assim :)
Eliminar:) assim não fica nenhum "E se?" perdido...
ResponderEliminarBoa!
Nem mais!
EliminarOh Meu Lírio Selvagem (ou flor agreste como gosto de te chamar)! A tua atitude não é para todos...
ResponderEliminarÉs feita de uma fibra especial, espero que saibas disso!
Eu tenho dois "e ses" na minha vida.
A um deles respondeu-me a Vida quando me presenteou com MorMeu:)
jinhossss
O teu MorMeu é um sortudo. Vê-se que gostas mesmo dele.
Eliminarbeijos
Lindo de morrer este texto :) Parabéns à autora.
ResponderEliminarTambém me apaixonei pelas palavras :)
Eliminarpois...os "ses" hipotecam-nos a vida, infelizmente muitas vezes só nos apercebemos disso tarde demais, como dizem os franceses "c'ést la vie".
ResponderEliminarPor isso é que tiro a chapéu a quem faz coisas destas.
EliminarA beleza da vida está nas nossas diferenças, o texto é belíssimo, eu seria incapaz de dar o "salto"...uma vez mais, c'est la vie :)
EliminarAposto que já deste muitos "saltos" à tua maneira.
Eliminardigamos que no primeiro "salto" o pára-quedas não abriu e depois do tombo deixei de conseguir ver a magia da coisa
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