Sempre ouvir dizer que lidar com um
cenário de morte muda uma pessoa. Quer seja com a possibilidade da
sua própria morte ou com a morte de alguém próximo de nós. Sempre
respeitei estas palavras. Nunca duvidei da intensidade das mesmas.
Contudo, acho que é daquelas coisas que só nos apercebemos quando
as vivemos. Aí é que se descobre a (im)potência de lidar com algo
que ultrapassa as nossas forças. Algo que está para além de
qualquer preparação que tenhamos efectuado ao longo da vida. É uma história que nunca foi escrita. É um filme que não tens duas cenas iguais. E isto
é algo que mexe com qualquer ser humano. E foi isso que me
aconteceu.
Felizmente, nunca tive de lidar com o
meu cenário de morte. Porém, lidei com vários familiares. Em
criança doeu-me demais saber da morte do meu avô depois de um dos
melhores jogos de futebol da minha vida. Custou-me perder a minha avó
e a minha tia/avó. Porém, foram cenários mais ou menos esperados e
era muito jovem para lidar com a dor e tristeza que me consumiam e que até nem percebia bem.
Mas, ao longo dos últimos meses tudo
mudou. O meu pai teve um problema grave numa artéria que o obrigou a
ser internado. Os dias que antecederam o internamento e a intervenção
necessária foram um inferno para mim. Nunca sabia se seria a última
vez que estaria junto do homem que mais amo e admiro no mundo. Nunca
me quis despedir mas sempre que fechava a porta da casa dos meus pais pensava se teria sido
a última vez. E, por mais que tente, não consigo colocar em
palavras o que senti nesses dias e a dificuldade de viver com este pensamento.
Agora, fiquei a saber que o meu pai
esteve muito perto da morte. De 0 a 100%, o risco de morte (ou de
ficar preso a uma cama para sempre) foi de 99%. Foi isto que ele ouviu numa consulta de rotina. Felizmente, o meu pai
faz parte das pessoas que estão naquele pequeno – para mim gigante
– um porcento. Felizmente, o meu pai só soube desta realidade
depois de curado. E ainda bem que assim é. Nem quero imaginar como
seria se soubesse disto antes da intervenção.
Isto tudo para dizer que perante este
cenário deixei de ser a pessoa que era. Aquilo que aparentava ser
importante, na realidade é insignificante. Aqueles problemas que me
tiravam do sério deixaram de existir. A mesquinhez de quem me rodeia
deixou de me atingir. A maldade de quem deseja um final triste para
mim já não me passa das solas dos All-Star vermelhos que tenho
calçados neste momento. A inveja e todos os sentimentos nefastos
deixaram de existir no meu dicionário.
Aprendi a amar de uma maneira
diferente. Aprendi a pegar no telemóvel e a ligar a quem gosto
apenas para dizer: gosto de ti. Aprendi a pegar no telemóvel e a
enviar uma mensagem para quem é especial para mim a dar conta disso
mesmo. Aprendi a amar quem merece o meu amor. Aprendi a aproveitar
todos os segundos como se não houvesse amanhã. Aprendi que tudo
aquilo que nada me acrescenta é na realidade uma paisagem feia para
a qual não tenho de olhar. E isso tornou-me um homem mais calmo.
Sereno e ciente daquilo que realmente interessa na vida.
Nunca recebi um gesto de carinho da minha mãe, nunca lhe percebi amor por mim. A nossa relação sempre se pautou pelo gelo e pela distancia...se recebia algo dela era desprezo. Quando ela tinha quase 50 anos foi-lhe diagnosticado um cancro no intestino. Para resumir foi operada mais de 20 vezes. Eu tinha 15 anos quando tudo começou, nos primeiros anos passei do dia para a noite de menina a mulher da casa. Fugia do liceu para ir ver a minha mãe, faltava à Faculdade para ir para o hospital, as empregadas da limpeza e os seguranças já me conheciam e ajudavam-me a entrar no hospital fora de horas para ir vê-la. Numa das operações a médica disse-me para me ir despedir dela, que ela não ia resistir...não passava daquela noite. Nessa noite encarei a morte de frente. Ela não sabe, mas nessa noite disse-lhe tudo o que lhe queria dizer. Ao fim de 20 anos venceu a doença. Hoje continua a não saber tudo o que fiz. Hoje continua a desprezar-me, a ignorar a minha existência. A mim doi-me o desprezo...mas aprendi com 15 anos o valor da vida, o valor de um "Amo-te Filha" que nunca ouvi. Vingo-me nas minhas filhas dizendo-lhes isso com palavras, com beijos e com os olhos todos os dias a toda a hora.
ResponderEliminarNão fazia ideia Suri. Não consigo imaginar aquilo por que passaste. Lamento tanto, e admiro tanto a pessoa em que te tornaste mesmo depois dessa vivência.
EliminarSó espero que as tuas lindas filhas te saibam dar o devido valor,SEMPRE!
Suri, depois de ler isto só me apetece mandar-te um beijinho e dizer "és uma grande mulher". Sei que é suposto comentar o post, mas fiquei presa aqui.
Eliminarpippacoco.blogspot.pt
Vinha para responder a este Post, mas foi no teu comentário que me fixei...estou sem palavras. Um beijinho enorme***
Eliminarhttp://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/
És uma senhora :)Parabéns!
EliminarUm beijinhos
Liz
http://knockingonheavensdoors17.blogspot.pt/
És uma mulher,mesmo a sério!
EliminarComo eu te entendo... passei por algo semelhante á coisa de dois anos, e já era mais velhinha que tu na altura, tinha acabado de matricular o meu menino na primária, e digo-te que troquei a minha família ( marido e filho)numa altura em que o meu menino tanto precisava de mim, para ficar ao lado da minha mãe... Hoje tenho um bebe de 15 meses, vivo a 100 mt da minha mãe, e ela só vê os meus meninos em festas de família, dói demais.
EliminarSomos fortes!!!!
Bjs
Suri,
EliminarAquilo que te posso dizer é que és uma pessoa fantástica. Acredito que a dor que te marcou/acompanhou contribuiu para isso. Acredito também que te custe imenso.
Porém, acredito que ainda serás muito valorizada por quem deve reconhecer o teu valor. Eu acredito nisso. E peço que também acredites.
Beijos
Apesar de a minha história ser diferente da tua, também tento dar/dizer/fazer com a minha filha tudo aquilo que achei/acho que me fez falta quando criança...
EliminarBeijinho Suri, Beijinho HSB!
Em primeiro lugar peço-te desculpa, Bruno, desculpa por favor, o post era teu e a minha intenção nunca foi "roubar" atenções para mim, perdoa-me, por favor. O problema é que vais buscar temas que remexem comigo e sinto vontade de os partilhar contigo, convosco, porque fico na esperança que com essa partilha alguém possa retirar algo de bom para si.
EliminarMeus amores: Todos nós somos feitos de retalhos da vida uns mais do que outros, eu tenho a felicidade de ter sabido cozer esses retalhos e deles ter feito a manta com que me cubro:) Não sou uma pessoa azeda (tenho os meus dias)não sou ressabiada, procurei tirar de cada momento menos bom da minha vida a lição necessária para na segunda metade dessa Vida ser uma mulher o melhor resolvida possível consigo, que todos os dias procura semear no coração de quem ama o amor que não recebeu. É a minha forma de dizer obrigada à vida e a Deus que me dá esta oportunidade única de a viver. Já aqui vos contei que estou morta em vida para os meus pais, eles assim o decidiram (o fanatismo religioso tem destas coisas), mas a maior prova de amor que lhes posso dar é levar-lhes as netas para almoçar e estarem com eles.
Não espero o reconhecimento deles Bruno, não sou perfeita, transformei o sentimento, mas não lhes perdoei.
Obrigada a todas pela solidariedade, eu estou bem;) tenho um marido maravilhoso que foi primordial, que me ajudar a colar os cacos todos e que uma vez colados me mostrou quem eu realmente sou;) e tenho duas filhas maravilhosas a quem Deus me dá a oportunidade de dar todo o amor que não recebi, juntos vivemos muitos momentos de felicidade e se eu não fosse quem fui e quem sou nunca saberia dar-lhes o devido valor!
Perdoa-me Bruno um beijinho para ti!
Jinhosssss
Caramba...
EliminarCada pessoa trava duras batalhas dentro dela.
Eliminarbjdoce suricate
Suri, o meu eterno obrigado por andares por aqui. É o que te digo. Aprendo muito contigo.
EliminarBeijos
Fiquei sem palavras...quer em relação ao post quer em relação a estes comentários da Suri. A morte faz parte da vida, mas cabe a cada um de nós usar as lições que ela nos ensina para levar a vida em frente.
EliminarEu é que agradeço a paciência que tu tens para me aturar! Não sei como me aguentas...
EliminarE a todas as ternuras que aqui deixaram o vosso carinho, muito, muito obrigada!
Jinhosss
Só não aprende contigo quem não quiser.
Eliminarbeijos
Penso que, para quem expermentou a perda de alguém muito importante existe um antes e um depois... concordo totalmente com o que dizes, mas também acontece que com o passar do tempo, ou se sente um pouco de frustação porque nem sempre cumprimos o propósito de não dar valor ao que não tem importância ou por factores externos não podemos viver plenamente...
ResponderEliminarParabéns pelo blog! :)
Susana
Obrigado pelas palavras Susana :)
EliminarMudei imenso. Sinto isso. Principalmente fiquei mais calmo e deixei de ligar a tudo o que não interessa.
Ainda bem que só soubeste agora, depois de o susto passar...
ResponderEliminarFoi a primeira coisa que disse assim que soube isso. Não só por mim mas pela minha mãe e sobretudo pelo meu pai.
EliminarPassei recentemente por isso, como sabes. Assisti a essa mudança principalmente no doente. Para já sem grandes consequências para mim, para além da tomada de consciência de que não somos nada. As coisas podem mudar de um momento para outro, garantido só a morte mesmo.
ResponderEliminarTudo muda, não é?
EliminarFazes-nos pensar todos os dias..infelizmente já passei pela morte repentina do meu pai e foi uma dor sem fim, eu sou filha única e era muito ligada ao meu pai, nunca mais fiquei igual falta-me o "céu"..aprendi a viver com as memórias e com as saudades..
ResponderEliminarTambém já passei por uma doença grave e estive " entre cá e lá " sem saber...as miúdas eram pequenas e foi um susto de morte ! Graças a Deus foi "apanhado " a tempo e resolvido com uma operação, passei a dar outro valor à vida, sou daquelas percentagens de sucesso e todos os dias agradeço ao meu anjo da guarda que estava atento...renasci aos 35 anos..já vai fazer 9 anos mas lembro-me todos os dias da sorte que tive, hoje não paro de escrever...estou uma chata !
beijos e obrigado
É bom saber que te faço pensar :)
EliminarE melhor do que eu, saberás aquilo que tentei explicar.
beijos e obrigado eu.
Nunca tinha presenciado a morte tão perto, mas em Outubro, quatro dias depois do meu aniversário, a minha avó faleceu. É verdade que ela já tinha uma certa idade e as complicações que surgiram depois de uma queda não deixavam adivinhar melhoras. Mas o que mais custou foi dois dias antes, quando ela teve alta do hospital, eu ter falado com o médico e ele deu-me esperanças que ela podia viver ainda muitos anos. E ela faleceu dois dias depois.
ResponderEliminarNesse dia acordei com a minha mãe desesperada a chorar porque a minha avó estava morta. Nunca mais vou esquecer esse dia, essa manhã.
Eu não chorei, durante dias segurei as lágrimas por causa da minha mãe. Tinha medo que ela não aguentasse a dor. Custou imenso.
Depois comecei a revoltar-me por estarem sempre a falar da morte a minha avó e desabei. Chorei muito e ainda hoje não me esqueço de nada.
Com isto tudo, sim... também passei a ver a vida de outra forma. Já não deixo que as pessoas me afetem do mesmo modo. E sinto uma enorme vontade de viver, não apenas existir. A vida é algo que não sabemos quando vai acabar, não podemos dar as coisas como garantidas, não podemos perder tempo com coisas sem nexo. Devemos viver, como se amanhã fosse o último dia.
É isso mesmo que sinto.
EliminarJá tive mortes na família, mas felizmente nunca perdi um dos meus familiares mais próximos. Só essa ideia deixa-me aterrorizada.
ResponderEliminarQuando chegar esse dia, porque infelizmente chega a todos, tudo muda. É um choque para o qual nunca estaremos preparados. Nem te sei explicar bem o que senti...
EliminarPoças...puseste-me a chorar.
ResponderEliminarO meu irmão foi operado a um cancro no meu dia de anos. Não fui capaz de pedir um presente a quem fosse, nem tive bolo de anos, só queria o meu irmão bem. E ele ficou bem :)
Pensamos que só acontece aos outros mas quando vemos que não é assim, descobrimos que nada se iguala a ter a familia e quem amamos perto e com saúde.
Liz
http://knockingonheavensdoors17.blogspot.pt/
Sabes aquilo que sinto. Ainda bem que a tua história também teve um final feliz :)
EliminarDesculpa as lágrimas.
Somos tocados por coisas ínfimas na nossa vida e que nos afectam, nos consomem de uma forma estúpida. Por vezes, apenas a MORTE tem a capacidade de nos mostrar o quão mesquinhos somos.
ResponderEliminarPois é!
É ela a - MORTE - que nos acorda, porque nos toca de uma forma sábia, por incrível que seja.
É que a morte quando nos toca a nós ou aos que nos são mais próximos, faz-nos reflectir. Alerta-nos de certo modo e ajuda-nos a filtrar a forma de viver e de amar.
Longa vida para o pai!
;)
É isso mesmo!
EliminarObrigado Mz ;)
Há momentos na vida que nos transforman. Para sempre.Saber aproveitar isso, as segundas oportunidades, é a beleza que se tira do que poderia ser mau.
ResponderEliminarEspero que tenhas o teu Pai perto de ti, durante anos e anos!
Beijinho
Não diria melhor :)
EliminarObrigado
beijos
Às vezes precisamos de sacudidelas para nos lembrarmos das coisas mais simples. Eu já tive o meu pai preso a camas de hospital no vai-não-vai duas vezes. Teve dois cancros. Na primeira operação ligaram para minha casa -- tinha eu 17 anos e estava sozinha, tinham todos ido para o hospital -- a dar-me os pêsames. Gritei, xinguei, quis morrer... Não havia telemóveis na altura, e fiquei para lá de 5h a pensar que o meu pai tinha partido. Afinal quem tinha morrido naquele dia tinha sido coincidentemente um primo dele, bastante parecido, e correu o boato na cidade de que o meu pai não se tinha safado da operação. Enfim, podia ficar aqui a contar-te mais destes ou doutros episódios que estes grandes episódios nos oferecem, mas tenho de ir dormir. Força para ti, e muita saúde para o teu pai.
ResponderEliminarMuda tudo, não é?
EliminarMuita saúde para os teus :)
Quando a "simples" possibilidade do "amanhã posso não estar aqui / amanhã podes não estar ai" nos tocas de forma direta, tudo muda não é? Incluindo e sobretudo a nossa visão dos pensamentos e sentimentos.... o nada torna~se tudo, aquele simples gesto que davas como adquirido, quando está ameaçado parece o teu ar... O dificil é conseguirmo-nos lembrar disso todos os dias quando a "tempestade mais forte" passa... mas o importante é que a lição fica e mais tarde ou mais cedo és relembrado numa simples "possibilidade de ameaça".... tudo é tão relativo e tão incerto nesta vida que às vezes quando pensamos assusta! Fico feliz por o teu pai ter estado no 1% muitas vezes desprezado e esquecido da sua existência!:) É bom saber que existem... como pessoa positiva que sou, gosto sempre de pensar neles nos piores momentos, quando me tentam cortar as esperanças!;)
ResponderEliminarPode parecer parvo mas muda para melhor. O susto é gigante mas faz-nos perceber o que é importante e aquilo que é acessório ;)
EliminarSem dúvida que sim!! Também tenho essa opinião, torna-te uma pessoa mais forte humanamente! A perceberes realmente o que é importante para ti na vida!:)
EliminarNem mais :)
EliminarSão bonitas as tuas palavras e um dia já as partilhei contigo, mas lamento dizer-te que daqui a algum tempo ( e não é preciso muito, no meu caso foram 2 anos), para esqueceres a dor pela qual passaste, os dias com aperto no coração, e como dizes e muito bem, as despedidas silenciosas que fizeste, as horas infindáveis na sala de espera só para estar com ela 10 minutos, no meu caso a minha mãe, internada durante 40 dias no S.O. do Sta Maria, 3 aneurismas cerebrais... doeu muito, doeu demais. Mas hoje, não dói... passou... não se esquece... mas passou!!!
ResponderEliminarOnde notei a principal mudança foi no meu pai. Noto que encara a vida de uma forma completamente diferente. Obrigado pela tua partilha. Mexeu comigo.
EliminarNo meu caso, a minha mãe, não mudou. Somos 4 filhos, eu nunca desisti dela durante todos aqueles meses, mas ela NUNCA me fez sentir "filha", nem antes nem agora, tomaria eu uma mudança... tomaria eu amor de mãe...
EliminarTalvez por isso, me considerem uma mãe galinha, pois estou sempre presente em todos os acontecimentos na vida dos meus filhos, sejam bons ou maus...E todos, mas todos os dias ao levantar e ao deitar lhes digo que os amo.
Obrigado pelas tuas palavras e testemunho.
EliminarComo te compreendo...só não percebo porque temos de passar por este tipo de situações para darmos valor ao que é realmente importante na nossa vida....gostei muito da frase que disseste "aprendi a amar quem merece o meu amor"...tenho de me lembrar cada vez mais disso !
ResponderEliminarPorque só assim é que percebemos o que é realmente importante. Se gostaste, faz dela tua :)
Eliminar"Um dia amadurecemos e conseguimos perceber que o amor é algo que se encontra muito além de um belo sorriso...
ResponderEliminarConseguimos perceber que a maior parte da nossa felicidade é construída por nós mesmos. E conseguimos perceber que as pessoas mais valiosas na nossa vida são justamente aquelas que sempre estiveram ao nosso lado. E não é porque o tempo seja mestre em ensinar-nos o óbvio, nós é que demoramos tempo demais para o óbvio aprendermos!"
(Augusto Branco)
Que lindo estado de alma!
bjs
Adorei :)
Eliminarbeijos
Adorei e claro identifiquei-me com o texto. Quase vi a morte num acidente de viação e a minha mãe faleceu inesperadamente e de uma forma que me marcou imenso. Forçosamente mudamos com estas situações e acho que é essencial ás vezes sermos acompanhados por especialistas para resolvermos as coisas que ás vezes ficam lá bem escondidas e que sozinhos e mesmo com a ajuda de amigos e familiares não se resolvem totalmente e podem tomar proporções complexas. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarBjs
http://qaoquadrado.blogspot.pt/
Sabes na perfeição o que senti.
Eliminarbeijos
A vida deveria ser sempre vivida assim. Por que é que só damos este sentido à vida quando passamos por momentos de aperto? Não deveria ser preciso passar por aflições como essas para aprendermos a viver. Infelizmente, existem pessoas que nunca chegarão a esse estado, apesar das amarguras da vida.
ResponderEliminarPorque só ali percebemos o que importa.
EliminarSei dar-te valor. Já passei por isso 4 vezes com o meu pai e hoje é viver um dia de cada vez. Valorizando a vida e todos aqueles que nos cercam, porque, poderá ser o último, já que nada mais pode ser feito no seu caso. E como um problema nunca vem só, neste momento e novamente fui deparada com a eminência da morte de alguém que para mim é uma Super-Mulher, a minha mãe.Se já não dava muita importância às coisas insignificantes hoje então, nem perco tempo com tais situações ou pessoas. Valorizo a vida, valorizo o amor e se injustamente erro com alguém, sou a primeira a corrigir. Aprendi a não deixar para amanhã o que "Tenho" que fazer hoje, porque, amanhã pode ser tarde.
ResponderEliminarCristal/Águia
Obrigado pelas tuas palavras. Muita força!
EliminarA dor de perder uma pessoa que amamos profundamente nao se esquece, apenas nos habituamos a ela!
ResponderEliminarComo se ficassemos com uma durmencia!! Não se ve mas ela esta la...
O que aprendeste com a tua dor é muito importante e infelizmente aprendeste da pior forma, assim como eu!
Durante anos lutei juntamente com o meu avô, até hoje nao me arrependo de todo o esforço que fiz, das aulas a que optei por faltar para estar com ele no hospital, nas visitas, nos tratamentos, nas consultas, fiz tudo o que estava ao meu alcançe para o conforto dele.....
Foram muitos anos a lutar contra uma doença devastadora (cancro) no nosso caso a doença ganhou.
Até hoje posso te dizer que doi muito pensar que ele ja nao esta aqui comigo, foi a minha 1ª figura de pai que conheci, fazia tudo por mim, no fim ficou a revolta de o ter perdido, ja la vao quase 9 anos e ainda doi muito e muitas vezes ainda me correm as lagrimas no rosto.
Analisando me a mim mesma acho que grande parte da minha revolta não é so pela doença ter levado a melhor, foi por nao estar ao lado dele para me poder despedir...isso sim é a dor maior!
Aproveita cada momento com quem amas, nunca percas uma oportunidade de dizer gosto de ti, amo-te ou preciso de ti, nao percas a oportunidade de decorar o rosto deles e o sorriso, para num futuro, que esperamos muito muito longe, lembrares com facilidade como eles eram ou como eles so.
Eu perdi a minha oportunidade e olha, aqui estou eu a chorar porque sinto a falta dele e porque achei que ele ia ficar comigo ate ser bem velhinho...
Sabes na perfeição o que senti...
EliminarObrigado pelo teu emocionante testemunho.
Já passei por isso antes e estou a passar agora. Perdi a minha avó de quem cuidei anos, durante os quais passei por muitos momentos de força e coragem, em que tive que arregaçar as mangas e perder as pieguices, mas também de impotência e desespero pelos corredores do hospital. Esses anos aproximaram-nos como mais nada o poderia ter justificado, em amor, admiração, confiança , respeito e muito mais, mas também tornaram a perda algo verdadeiramente brutal, como nunca havia sentido antes.
ResponderEliminarAgora passo o mesmo com o seu irmão, que está internado noutro hospital, à espera de uma cirurgia urgente, mas que tem que esperar por motivos clínicos e cada visita o vejo mais longe, e cada dia temo não o encontrar... Enfim, estou na fase do desespero misturada com esperança, do optmismo misturado com realismo, com muita choradeira à mistura.
E rezando que tudo corra bem e ele volte ao que era, ou, pelo menos, que tudo decorra sem sofrimento.
Ana