Pensei escrever "Boa Páscoa" com amêndoas de chocolate. A minha ideia era fotografar essa frase e colocar a imagem no blogue. Contudo, só sobrou esta amêndoa de chocolate. Insuficiente para aquilo que pretendia mas suficiente para vos deixar os meus votos de uma Páscoa Feliz junto das vossas famílias.
31.3.13
30.3.13
tu irritas-me
Esta altura do ano dá cabo de mim. Ontem, estava um dia feio de inverno com chuva e temperaturas pouco simpáticas. Hoje está um belo dia de primavera a roçar o verão em que só me apetece ir para a praia.
Estas oscilações de tempo fazem sempre com que fique constipado, ranhoso e sem vontade de fazer nada, o estado em que me encontro agora. Mas, desta vez não posso ceder aos prazeres do sofá pois estou a meio de uma luta com tampos de sanita e ainda há muito para fazer.
Espero que o calor e Sol tenham vindo para ficar. Acho que agradecemos todos, sobretudo a minha mobília.
Enviado do meu iPhone
Estas oscilações de tempo fazem sempre com que fique constipado, ranhoso e sem vontade de fazer nada, o estado em que me encontro agora. Mas, desta vez não posso ceder aos prazeres do sofá pois estou a meio de uma luta com tampos de sanita e ainda há muito para fazer.
Espero que o calor e Sol tenham vindo para ficar. Acho que agradecemos todos, sobretudo a minha mobília.
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29.3.13
solução para quem abusa dos doces na páscoa
Nesta Páscoa podem abusar dos doces. Amêndoas tradicionais. De chocolate ou torradas. Ovos pequenos, médios, grandes ou gigantes de chocolate. Coelhos de chocolate. Outros chocolates. Ou mesmo outros doces. Vale tudo. Comam com prazer pois tenho a solução para o excesso de calorias nesta época.
Até domingo comem tudo. A partir de segunda encontram-se comigo. E ajudam-me a carregar caixas, mobílias e até participam na luta com os tampos de sanita. Aposto que esquecem logo os doces que comeram.
Aproveito para desejar uma feliz e doce Páscoa para vocês e para as vossas famílias e amigos.
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28.3.13
luta com tampos de sanita
Aqui falei-vos do admirável mundo dos
tampos de sanita. Da aparente, mas apenas aparente simplicidade em
adquirir um qualquer modelo deste artigo. E quando pensava que as
coisas ficavam resolvidas após a escolha... deparei-me com uma nova
aventura. A montagem do respectivo. Algo igualmente aparentemente
simples.
Primeiro obstáculo. Abrir a embalagem
e deparar-me com dois conjuntos de cinco peças. Até aí tudo bem.
Não fosse o facto de, no desenho das instruções de montagem
constarem dois conjuntos de quatro peças. Ou seja, passei a ter duas
peças fantasma cuja utilização é um mistério por desvendar.
Mesmo com peças a mais, decidi tentar montar o tampo de sanita.
Coloco o objecto no lugar. Sigo as
instruções e começo a enroscar as peças. Segundo obstáculo. As
peças enroscam até ao infinito sem prender o tampo à sanita.
Dediquei largos minutos a analisar as peças. Olhei novamente para o
esquema de montagem. Reparei que estava a fazer tudo bem. Como não
funcionava, não tive outra opção senão voltar à loja onde
comprei o artigo.
Vou ter com um empregado. Explico a
situação. Digo que tenho peças a mais e que aquilo não funciona. Entrego as mesmas ao
funcionário que teve aquela reacção que normalmente têm. Ou seja,
olhou para mim como se a culpa fosse minha. Como se eu não soubesse
montar aquilo. Quando percebeu que havia ali qualquer coisa errada
disse apenas isto: “Está aqui uma coisa bonita.”
Fomos os dois ter com outro empregado.
Que percebia do assunto. Lá me explicou que aquelas peças são
feitas a pensar em sanitários com buracos muito largos onde a peça
(que enroscava como se não houvesse amanhã) encaixa e aperta à
medida que enrosca. Nessa altura, pensei: “era porreiro que o
artigo tivesse essa explicação na caixa.” Solução: comprar um
saco de roscas de outro material.
Lição desta etapa da mudança de
casa: nunca mais subestimar o valor de um tampo de sanita.
não saber ouvir e medo de opinar
Por norma, gosto de ter uma segunda
opinião sobre algo que vou fazer. Não é um sinal de insegurança
mas considero importante ouvir o ponto de vista de alguém distante
da posição em que me encontro. Poderá não mudar aquilo que vou
fazer mas gosto de ouvir diferentes perspectivas. Porém, quando
quero um ponto de vista sobre algo que me pode estar a escapar
recorro sempre às mesmas pessoas. Ou seja, aquelas que vão ser
sinceras comigo. As que me dizem que estou ridículo com um
determinado penteado. As que me dizem que estou prestes a fazer um
mau investimento financeiro ou ainda que estou a ser burro por vender
ou dar algo que me faz falta.
Mas a verdade é que existem poucas
pessoas a quem posso perguntar este tipo de coisas. Infelizmente,
muita gente pensa que não é amiga se discordar de algo. Acham que
ser amigo é elogiar tudo. É dizer que o penteado está fantástico
quando não está. É dizer que a roupa foi feita a pensar em nós
quando na realidade parece que vestimos um saco de batatas. Existe um
receio de opinar. Mas a verdade é que a sinceridade nunca fez mal a
ninguém. Seja numa relação de amizade. Numa relação a dois ou
mesmo numa profissão.
Infelizmente, as pessoas preferem
elogiar pela frente e dizer cobras e lagartos pelas costas. Admito
que talvez seja o caminho mais fácil. É viver numa recta sem qualquer emoção.
Mas isso não é para mim. Prefiro levar com o mau humor de um amigo
durante uns dias porque fui sincero e disse que errou do que mentir
só para ele sorrir e dizer-me “obrigado, era mesmo isso que queria
ouvir.” Prefiro que digam que sou um cabrão do que
fazer parte da família dos sorrisos falsos e elogios envenenados. É
verdade que ao ser assim deixo de viver na recta da aparente
harmonia. Mas, isso seria uma grande seca. É verdade que deixo de
ter menos pessoas próximas de mim. Mas ficam aquelas que realmente
importam.
E mal de mim se me chatear com alguém
que disse que estou mal vestido ou que pareço sei lá o quê com o
penteado xpto. Porque, se opinar é bom, saber ouvir também é. Ter
o discernimento para perceber aquilo que nos dizem. A mensagem que
nos tentam transmitir. Depois, cabe a cada um de nós perceber o que
é uma crítica recheada de inveja que tem como único objectivo denegrir algo e aquela
que é dita para fazer de nós uma pessoa melhor. Saber falar e saber
ouvir é um dos maiores sinais de inteligência que podemos dar a
alguém.
ninguém sabe usar perfume
No texto anterior questionei a forma
como usam perfume. Houve respostas para todos os gostos. E li aquilo
que esperava ler. Afinal, as pessoas que conheço recorrem às vossas
técnicas para se perfumarem. Quanto a mim, borrifo o pescoço e
parte do tronco antes de me vestir. Porém, parece que estou
errado...
Aliás, estamos todos errados. Ninguém
sabe usar perfume. De acordo com Halle Berry, que tem investido nesta
área, a forma correcta de aplicar o perfume é entre as coxas. (Sim,
eu também reagi dessa forma). Ao aplicar o perfume nas coxas, o
calor corporal vai fazer com que o aroma suba ao longo do corpo
durante o dia.
Confesso que nunca me perfumei desta
forma. Nem sei se o irei fazer ou se prefiro continuar a perfumar-me
como sempre fiz. Mas confesso que fiquei curioso. Será que resulta?
onde é que o metem?
Quero saber como é que vocês usam o perfume. Quero que me digam se o borrifam no pescoço, no rosto ou na roupa. Ou será que o metem no pulso e depois esfregam no pescoço? Ou será que o usam de outra forma qualquer? Contem tudo!
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27.3.13
verdade ou mito #9
Há quem defenda que numa relação que
dura há vários anos o sexo deixa de ser importante, passando a ser um factor secundário. Há até quem
ache normal que o desejo seja menos intenso com o avançar da idade,
tal como o sexo deixar de ser importante a partir de uma certa idade.
Isto será verdade? Ou será um mito pois na realidade o sexo é
sempre fundamental numa relação, independentemente da duração da
mesma e da idade do casal?
ser vaidosa. qualidade, defeito ou obrigação?
Valorizo muito mais o conteúdo do que
o embrulho de uma pessoa. Mas isto não significa que uma pessoa deva
desleixar-se em relação à sua aparência apenas porque considera ter um conteúdo brilhante. Tal como isto não
significa que deva existir uma escravidão em relação à imagem que
passamos de nós mesmos. Posto isto, para mim, uma pessoa ser vaidosa
não é uma qualidade. Nem um defeito. É somente uma obrigação que
deve fazer parte das nossas vidas sem que a sua presença seja
notada.
Existe uma linha muito ténue que
separa aqueles que são vaidosos daqueles que são presunçosos. E
muitas pessoas associam o ser vaidoso aquelas pessoas que se
pavoneiam por onde andam como se fossem quem melhor se veste ou a
pessoa mais desejada do mundo. Sou contra quem faz isso. Mas sou a
favor de quem se cuida. E isto aplica-se também aos homens. Não é exclusivo do sexo feminino.
Acho que todos nos devemos preocupar
com o penteado. Com a roupa que escolhemos. Com aquilo que calçamos.
Com os cremes para o rosto e corpo. Com o nosso corpo. E também com os gestos que nos
caracterizam. E, para fazer isto não é preciso seguir tendências.
Não é necessário usar aquilo que nos tentam impingir. É possível
fazer tudo isto mantendo um estilo próprio. Tal como não é preciso
ser obcecado com a imagem ou gastar milhares de euros para estar bem.
Ter a preocupação de ir a uma
entrevista de emprego com uma camisola que não cheire a Feira
Popular (que cheire a fritos ou comida) ou ter o cuidado de ir com a
barba arranjada (dentro do estilo que se usa) será ser presunçoso?
Uma mulher que passe horas no cabeleireiro, esteticista e
manicure antes de uma entrevista de emprego será presunçosa? Acho
que não.
E estes exemplos que referi será que
podem ser vistos como pessoas obcecadas com a imagem? Também acho
que não. Será então que são indivíduos que valorizam mais o
embrulho do que o conteúdo? Defendo que não. Para mim, são
vaidosos conscientes da realidade e da importância de não ser
desleixado com aquilo que é o nosso cartão de visita perante a sociedade
onde estamos inseridos.
apenas vergonha #5
Aqueles momentos que me embaraçam e
que criam em mim a vontade de me esconder não são apenas provenientes de trocas de mensagens de telemóvel ou de conversas através de emails.
No meu local de trabalho também já vivi alguns momentos caricatos. Este é o mais recente e aconteceu depois de alguns
minutos em que estive ocupado com o telefone da minha secretária.
“Oi, tudo bem? Há um problema com o
meu telefone. Não consigo desbloquear o telefone e fazer chamadas”,
relatei à pessoa responsável por esta área.
“Estás a marcar bem o código de
desbloqueio?”, perguntou-me.
“Sim. E não funciona”, disse, seguro de mim.
“Ok! Desliga o telefone e retira-lhe o cabo para ele
reiniciar. Depois diz-me se funciona. Isso costuma resolver o
problema”, explicou-me.
Fiz aquilo que tinha de fazer. E quando
experimentei o telefone deparei-me com o mesmo problema. Voltei a
ligar à pessoa.
“Fiz tudo o que disseste e ainda não
dá”, voltei a lamentar.
“Vou procurar um telefone novo para
ti”, disse-me.
No dia seguinte aparece a pessoa com o referido (e desejado por mim) telefone novo. Trocou pelo que tinha e disse para experimentar.
“Estranho! Este também não dá”,
referi com espanto.
“Não? Desbloqueia lá o telefone”, disse-me.
Foi o que fiz, mesmo em frente à
pessoa.
“Vês? Não dá sinal”
“Não estás a esquecer-te dos
dígitos iniciais antes desse código”
“Ups! Estou...”
Passei dois dias a pedir um telefone a
uma pessoa garantindo à mesma que o meu não funcionava. Na
realidade, estava tudo bem. Apenas estava esquecido de alguns dígitos
de desbloqueio do mesmo. Fartei-me de pedir desculpas à pessoa. O
que vale é que se trata de alguém simpático que provavelmente não
me chamou nomes quando abandonou a sala.
E é isto. Apenas vergonha.
o famoso cruzar de pernas
Centrem o vosso olhar nesta fotografia
durante alguns segundos. Depois, digam-me tudo aquilo que vos vem à
cabeça. Em primeiro lugar, o nome da pessoa. Também podem falar
sobre a situação. Sobre aquilo que acham que representa para as
mulheres. E tudo mais que queiram acrescentar.
palavra do dia
Ontem, a Pippa Coco dedicou-me algumas
palavras no seu blogue. Fez aquilo que considera ser uma leitura
sobre mim. Considerei um gesto bastante simpático que agradeci. Na
sua descrição, a Pippa brincou com uma situação específica que
me fez rir muito. “Consegue falar sobre tudo. E quando digo tudo,
quero dizer que já pensei se ele não pegará no Dicionário, todos
os dias, atirará o dedo à sorte para uma palavra e se não
escreverá quatro parágrafos sobre essa palavra”, escreveu.
Esta brincadeira acabou por se
transformar num desafio. Ontem, e de acordo com o priberam, a palavra
do dia era almarear. E o desafio era escrever um texto à volta desta
palavra. Primeiro, confesso que é uma palavra que não costumo usar.
Nem sei se já a teria ouvido. Porém, tem algo bom. Tem uma ligação
ao Algarve, zona de onde parte da minha família tem origem. Parte de
mim é de Loulé. E por lá, almarear é enjoar.
Como tal, posso dizer que não gosto de
almareados. Aquelas pessoas que passam a vida com cara de almareado.
Nunca mostram o sorriso a ninguém. Vivem a bordo de uma embarcação
que enfrenta ondas gigantes, o que faz com que a sua vida seja um
enjoo contínuo. Prefiro o oposto. Pessoas de sorriso fácil, mas
sincero.
Mas tenho de fazer um mea culpa. Pois
também tenho momentos em que sou almareado. E isso acontece quando
lido com pessoas falsas que vendem banha da cobra. Que se vendem como
exemplos perfeitos de algo. Essas pessoas não merecem nada mais do
que o meu almarear.
Por fim, desafio que se preze tem de
ser partilhado. Por isso, quero saber o que vos faz almarear? E, se
quiserem, escolham palavras fora do comum que gostassem de ver
transformadas num texto.
26.3.13
masturbação
Se há tema onde não devem existir
tabus é no sexo. Porém, em pleno século XXI as conversas sobre
esse tema cujo nome não deve ser pronunciado continuam a ser tidas
numa espécie de becos escuros frequentados por marginais. Ou então
são tidas por tarados. Dizer pila, vagina (ou outros termos mais
populares e menos educados aos olhos de algumas pessoas) faz corar
automaticamente que ouve estas palavras. Perguntar a alguém, cara a cara, a sua
posição sexual preferida ou se essa pessoa se masturba é visto
como coisa do demo. E quem ouve a pergunta foge a correr como se
estivesse a afastar-de de uma iminente e devastadora explosão.
Dentro do tema sexo, a masturbação é
uma espécie de sala onde ninguém entra ousar. “Masturbação? O
que é isso?” Além disso, todas as pessoas juram a pés juntos que
nunca se masturbaram. Ou então, a maior parte das mulheres opta por
dizer que é algo que os homens fazem para se satisfazerem
sexualmente quando não têm companheira. E que é algo que uma
senhora não faz. Só se for uma rameira é que se pode masturbar,
defende muita gente. Parecem exemplos de 1923 mas é a realidade dos
nossos dias.
Além disso, existem pessoas que
abominam aqueles que se masturbam. Sobretudo quando se tratam de
pessoas comprometidas. Que defendem ser uma falta de respeito perante
a(o) companheira(o). Do meu ponto de vista, falar de masturbação
deveria ser tão natural como abordar o primeiro beijo. Como recordar
a primeira noite de sexo ou aquela vez em que a loucura e desejo
acabou no banco de trás do carro num qualquer parque de
estacionamento pouco movimentado. Porque afinal, é quase tudo sexo.
Muitos podem pensar que não. Mas é!
Não sou formado em sexo mas não vejo
a masturbação como algo demoníaco. Não acho que um homem/mulher
que viva um relacionamento sexual bastante activo falte ao respeito
à/ao companheira/companheiro quando se masturba. Como não acho que
isso signifique que não deseja a(o) parceira(o). Não acho que um
homem/mulher deva procurar ajuda clínica porque gosta de se
masturbar. Tal como não acho que a masturbação seja uma traição
a alguém. Quem conhece melhor o seu corpo? Quem sabe aquilo que lhe
dá mais prazer? A própria pessoa. Nenhum homem conhecerá melhor o
corpo de uma mulher e vice-versa. Viver esse prazer sozinho deverá
ser mal encarado pelas pessoas porquê?
Enquanto este e outros temas forem
vistos como um tabu que não deve ser quebrado vão continuar a
existir pessoas que vivem rodeadas de dúvidas absurdas sobre sexo. E
o pior não vão ser as dúvidas mas o medo de questionar alguém e
revelar aquilo que pensa. Pois isto fará com que se viva a pensar
que os cegos podem passar a cegueira através das relações sexuais
ou que quando um homem ejacula numa piscina as mulheres que estiverem
por perto podem ficar grávidas. Não estou a brincar. Ainda existem
pessoas que acreditam no que acabei de escrever.
quem sai aos seus
Sempre ouvi dizer que sou igual ao meu
pai. Quem conhece os meus pais diz que sou a cara chapada do meu pai.
Quem me conhece, e mais tarde conhece a minha família acaba por
destacar isso mesmo. Quem vê fotos antigas do meu pai, diz que somos
iguais. Por exemplo, a minha sobrinha consegue dizer que vê o tio em
fotos antigas do avô. Mas, as nossas semelhanças não se ficam
pelo aspecto físico.
Quem lida de perto comigo e com o meu
pai, diz que somos iguais em tudo. Por exemplo, sempre estudei de
véspera para os testes escolares. Algo que o meu pai sempre fez.
Adoro trabalhos manuais. O meu pai também, apesar de ter muito mais
talento do que eu para as coisas que nos propomos fazer. Mas há
mais... Eu acho que o meu pai é teimoso. As pessoas acham que sou
teimoso como o meu pai. Antes de ir almoçar passo sempre pela casa
de banho, algo que sempre vi o meu pai fazer ao longo da vida.
Num dia destes estava em casa dos meus
pais à conversa com o meu pai. Estava encostado à parede. E dei por
mim a fazer algo que faço com frequência. Cruzei a perna e meti uma
mão no bolso. Quando olho para o meu pai, estava de perna cruzada e
com uma mão no bolso. Acho que é caso para dizer quem sai aos
seus não degenera. Quando me dizem que sou igual ao meu
pai, fico inchado de tanto orgulho. Nada melhor do que sermos
comparados às pessoas que mais admiramos no mundo.
prefiro andar molhado
Pode estar a cair a maior chuvada da
história que saio de casa sem chapéu de chuva. Posso ter que
correr um quilómetro debaixo da chuva para chegar ao carro que não
uso chapéu. Prefiro andar molhado. Quase que posso dizer que sou
alérgico a chapéus de chuva. Mas esta minha embirração tem uma
razão de ser.
Quando era mais novo andava sempre com
chapéu. Era bem mandado e se a minha mãe dizia para levar chapéu
porque estava a chover, eu levava. Até um dia... Da casa dos meus
pais à escola secundária que frequentei é cerca de um quilómetro,
sempre a subir. Percurso que fazia quase sempre a pé. Num dia de
chuva e vento, lá fui eu com o meu chapéu preto. Metade do percurso
foi marcado pela luta para manter o respectivo aberto ao mesmo tempo
que me protegia da chuva. Missão deveras complicada.
Até que, o chapéu partiu-se ao meio.
Fiz a outra metade do percurso à chuva com o objecto inutilizado na
mão. Cheguei à escola ensopado e com o chapéu partido. Desde então
dispenso o uso de chapéu de chuva. Prefiro ficar um pouco (ou
muito) molhado em vez de carregar um objecto que, na maior parte dos
casos, impede apenas que molhe a cabeça.
Esta minha decisão também está relacionada com o facto de adorar chuva (excepto quando conduzo). Foram muitos anos a jogar à chuva e isso faz com que mantenha uma relação especial com ela. E quem já esteve de manga curta e calções com temperaturas perto dos zero graus a jogar debaixo de água sem ter a possibilidade de mudar de roupa ao intervalo sabe o que quero dizer.
é preciso vocação e jeito
Há quem escolha um curso tendo por base a saída profissional do mesmo. Há quem apoie a sua escolha na preferência dos pais. E há ainda quem opte pelo mesmo curso dos amigos ou quem tente alcançar um sonho antigo.
Não critico os diferentes tipos de escolha. Cada qual sabe de si. Mas, do meu ponto de vista, a opção deve ter por base unicamente a vocação e o jeito da pessoa para uma área específica. É certo que pode existir receio por se tratar de um mercado profissional saturado. Mas, há alguma área que não esteja saturada neste momento?
Enquanto as escolhas continuarem a ter por base outros factores que não a vocação e o jeito vão continuar a existir veterinários que odeiam animais. Pediatras que não têm paciência para crianças. Médicos que detestam pessoas doentes e professores que desconhecem o significado de pedagogia. E estes são apenas alguns exemplos.
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Não critico os diferentes tipos de escolha. Cada qual sabe de si. Mas, do meu ponto de vista, a opção deve ter por base unicamente a vocação e o jeito da pessoa para uma área específica. É certo que pode existir receio por se tratar de um mercado profissional saturado. Mas, há alguma área que não esteja saturada neste momento?
Enquanto as escolhas continuarem a ter por base outros factores que não a vocação e o jeito vão continuar a existir veterinários que odeiam animais. Pediatras que não têm paciência para crianças. Médicos que detestam pessoas doentes e professores que desconhecem o significado de pedagogia. E estes são apenas alguns exemplos.
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25.3.13
aparentemente simples. mas só aparentemente
Almocei à pressa para me dedicar às
compras para o apartamento novo. A tarefa era comprar dois tampos de
sanita e algumas lâmpadas em menos de uma hora. Algo aparentemente
simples. Mas é mesmo só aparentemente. Pois comprar um tampo de
sanita é tão complexo como comprar um fato para um evento xpto. A
pessoa entra na loja. Dirige-se aos acessórios de water closet e
depara-se com um corredor parcialmente dominado por tampos de
sanita...
Existem os quadrados. Os ovais. E
aqueles mais ou menos ovais do que os outros. Depois existem os
brancos. Os pretos. Os amarelados. Os estampados. E aqueles que
parecem aquários com peixinhos lá dentro. Como se isto não
bastasse, alguns são feitos de plástico. Outros são feitos de mdf
e forrados com uma folha não sei do quê. Depois existem aqueles que
precisam de auxílio para fazer aquilo que as mulheres acusam os
homens de não fazer. Ou seja, para baixar e voltar ao lugar de
origem. E existem aqueles que são largados e que, sozinhos, vão ao
lugar com suavidade.
A isto juntam-se as medidas. Da tampa.
Do assento. Da largura do buraco. Da distância entre parafusos e
mais não sei o quê. E assim, como quem não quer a coisa, a pessoa
olha para o relógio e já passaram quase (ou mais de) trinta minutos
e ainda está a analisar tampos de sanita. Nessa altura, surge uma
dúvida: o que é feito da simplicidade?
Questão à qual respondo sozinho num
monólogo protagonizado ao lado dos tampos de sanita. Digo que deviam
ser distinguidos entre quadrados e ovais, com medidas universais para
cada um dos modelos. E mais nada! Depois, lembro-me de que se assim
fosse, começava a refilar, afirmando que não existia grande
diversidade na escolha. Bem-vindos ao complicado mundo dos tampos de
sanita.
será impressão minha?
Será impressão minha ou boa parte dos
portugueses já está a gozar a Páscoa longe do local de trabalho? Acusem-se. A trabalhar ou a devorar amêndoas de chocolate? Eu faço parte dos que vão trabalhar até quinta-feira.
incentivo
Uma das minhas maiores lacunas é a ausência de hábitos de leitura. Sei que pode parecer esquisito tendo em
conta que sou jornalista. Mas é um facto. Consigo devorar jornais
(sobretudo desportivos), sites, blogues e revistas de diversas áreas.
Porém, falta-me aquilo que é mais importante. O vício de devorar
um livro. Gosto de ler mas sou capaz de demorar uma eternidade para
acabar uma obra. É algo que lamento porque gostava de ser daquelas pessoas
que conseguem ler um livro em pouco tempo, atirando-se logo a outro e por aí fora.
Por ser assim, e por achar que há
muitas pessoas como eu, acho importante não passar ao lado de
incentivos à leitura. A Rainha do meu Castelo e a Cynthia lançaram-me o desafio de aconselhar um livro que mereça ser lido.
Como o desafio chegou em dose dupla, decidi aconselhar dois livros. E
escolhi duas obras do mesmo autor: Luis Sepúlveda.
História de uma Gaivota e do Gato que
a ensinou a voar e O velho que lia romances de amor são dois livros
que tiveram, em tempos, o poder de me prender às palavras. Não
descansei enquanto não acabei de os ler. Esta missão será bastante
fácil para quem tem hábitos de leitura enraizados pois são obras
de fácil leitura. Acho que estes dois exemplos são óptimos para
quem pretende ganhar hábitos de leitura. Defendo que podem ser o
empurrão necessário para quem deseja ler com frequência.
É certo que nos dias que correm, há
muitas outras coisas onde gastar dinheiro. A maior parte das pessoas pode precisar desse dinheiro para outros bens.
Foi também por isso que escolhi estes dois livros pois são ambos
baratos, com valores que rondam os dez euros cada. Mas, entre família
ou amigos podem/devem ser criados grupos de leitura e podem ser
trocadas obras. É económico e muito mais divertido.
Além disso, ler é muito mais útil do
que se pode pensar. Quanto mais se lê, mais aumenta a capacidade
argumentativa de uma pessoa. O vocabulário fica mais diversificado e
o próprio cérebro funciona muito melhor. Por fim, acho que é
fundamental criar hábitos de leitura nos mais novos. Porque, com o
avançar da idade, essa missão complica-se.
greatest hits of my life
Quando toda a gente acompanhava e
falava de Lost, a série passava-me ao lado. Até ao momento em que
me atrevi a ver o primeiro episódio. Fiquei automaticamente preso e
devorei cerca de quatro temporadas em pouco tempo. Chegava a ver mais
de um dvd de seguida. E sabia sempre a pouco. Lost passou a ser uma
das minhas séries de eleição e uma das preferidas que vi em toda a
minha vida.
As seis temporadas estão recheadas de
momentos para todos os gostos. Existem aqueles de cortar a
respiração. Alguns assustadores. Outros que nos deixam a pensar nas
coisas e ainda os que nos deixam com uma lágrima nos olhos.
Recentemente, vi uma entrevista de Matthew Fox (Jack Shephard) e
recordei a série. Ao lembrar-me da série, pensei num dos meus
momentos preferidos. A altura em que Charlie Pace escreve numa folha de papel
os “greatest hits” da sua vida. Por outras palavras, os momentos
mais importantes que viveu.
Ao pensar nisso, lembrei-me dos
“greatest hits” dos meus 31 anos de vida. E achei por bem
partilhar esses momentos aqui no blogue. Além disso, lanço-vos o
desafio de partilharem a vossa lista, se assim entenderem. Quanto a vocês não sei mas para mim
foi um dos melhores (senão mesmo o melhor) exercícios de memória
que fiz.
#10 Ter feito rádio num programa de
final de tarde de uma rádio nacional.
#9 Ter sido eleito o melhor em campo,
por um jornal desportivo nacional, num jogo contra o Sporting.
#8 Concluir a licenciatura em
Comunicação Social sem nunca ter chumbado um ano e ter recebido o
diploma na companhia das pessoas mais importantes da minha vida.
#7 Ter ouvido, felizmente por diversas
vezes, “é a melhor entrevista que alguma vez me fizeram”. É o
reconhecimento de um trabalho bem feito e isso é o melhor que posso
ouvir na minha profissão.
#6 Ter tido a companhia dos meus pais
em todos os campos onde joguei futebol. E ocasionalmente a companhia
de outros familiares.
#5 Todos os dias em que digo com
orgulho o nome dos meus pais que lutaram para que seja o homem que
sou hoje.
#4 O dia em que o meu pai me ensinou a
andar de bicicleta.
#3 Ter feito a minha mãe deixar de
fumar quando andava na escola primária.
#2 Ter conhecido e conquistado a mulher
da minha vida que ainda hoje está a meu lado.
#1 Ser tio e olhar e pegar na minha
sobrinha pela primeira vez.
24.3.13
não podem ser quatro?
O fim-de-semana devia ter quatro dias! Dois é pouco. Sobretudo quando se acorda pouco depois das sete nos dois dias. E quando se carrega caixas e dedica-se boa parte do tempo à mudança de casa.
Caminho a passos largos para mais uma semana de trabalho e estou muito mais cansado do que estava na sexta-feira à noite. Aliás, esta é a história dos meus fins-de-semana. Com ou sem mudança.
Será que o fim-de-semana não pode passar a ser de quatro dias?
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Caminho a passos largos para mais uma semana de trabalho e estou muito mais cansado do que estava na sexta-feira à noite. Aliás, esta é a história dos meus fins-de-semana. Com ou sem mudança.
Será que o fim-de-semana não pode passar a ser de quatro dias?
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23.3.13
porque eu (acho que) mereço
Eram 7:15 da manhã quando o despertador tocou. Banho. Pequeno-almoço tomado e uma viagem até Setúbal ao encontro de José Mourinho. Trabalho feito e um rápido regresso a casa. Almoço ignorado. Calções e camisola vestidos. Ténis calçados e mais uma etapa superada na mudança de casa. Sacos, caixas e outras coisas carregadas até agora.
Segue-se um duche rápido. Uma visita à casa nova. Medidas tiradas. Visita ao Ikea. Depois uma visita a um familiar próximo e, por fim - e porque hoje posso dizer que eu mereço - um jantar com vista para o rio.
Viva o "descanso" do fim-de-semana!
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Segue-se um duche rápido. Uma visita à casa nova. Medidas tiradas. Visita ao Ikea. Depois uma visita a um familiar próximo e, por fim - e porque hoje posso dizer que eu mereço - um jantar com vista para o rio.
Viva o "descanso" do fim-de-semana!
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façam uma declaração de amor
Esta semana estava sentado a escrever
mais um texto para a publicação onde trabalho quando a redacção
foi invadida por dois palhaços. Não daqueles que abomino mas dos
que aprendi a amar quando era puto e ia ao circo. Minto! Que me
perdoem os outros mas estes têm mais valor para mim. Eram dois (um
casal) profissionais da Operação Nariz Vermelho. Para quem não
sabe, são estes doutores palhaços que animam muitas crianças hospitalizadas
a lutar pela vida. São eles que conseguem fazer sorrir quem mal tem
força para lutar.
Entraram na redacção e começaram a
cantar e dançar. “Façam uma declaração de amor”, diziam.
Parece que ouço a música neste momento. Brincaram com a redacção
como se fossemos um grupo de crianças. E foi isso que senti.
Imaginei os tempos em que ia ao circo na altura do Natal. Entre as
brincadeiras e cantorias entregaram-me um cartão. Mais tarde, recebi
um email onde se lê “este ano deixe que seja a declaração de IRS
a preenchê-lo a si.”
Os portugueses podem doar 0,5 do seus
IRS – sem qualquer encargo ou perda de benefício fiscal. Para isso
basta preencher o anexo H, da declaração de IRS, e na opção
“Instituições Particulares de Solidariedade ou Pessoas Colectivas
de Utilidade Pública”, no quadro 9, colocar o número 506 133
729. Este gesto, que demora breves segundos, pode parecer
insignificante mas é vital para que estes Doutores Palhaços
continuem a alegrar as crianças hospitalizadas nos serviços
pediátricos dos doze hospitais portugueses que visitam.
Se há pessoas cujo trabalho mexe
comigo é aquele levado a cabo pelos profissionais da Operação Nariz Vermelho. Por
isso, “este ano deixe que seja a declaração de IRS a preenchê-lo
a si.” E se não for com esta instituição, que seja com outra.
Volto a recordar, a doação é sem qualquer encargo ou perda de
benefício fiscal.
22.3.13
o timing do amo-te
“Amo-te”, é provavelmente a
expressão que assusta, incomoda, aborrece e chateia mais pessoas. Porque é dita cedo demais.
Porque é dita tarde demais. Porque é dita a toda a hora. Porque
nunca é dita. Porque é sentida. Porque não é sentida. Porque é
fingida. Porque é ensaiada. Porque é banalizada, retirando o real
valor de algo tão forte.
Muitas vezes ouço pessoas dizerem-se
chocadas porque alguém lhes disse amo-te quando se conhecem há
pouco tempo. Afirmam logo que é impossível amar num curto espaço
de tempo. Será mesmo assim? Acho que não. Porque duvidamos dos
sentimentos dos outros? Não serão essas pessoas aquelas que melhor
sabem aquilo que sentem? No meu caso, sei quando amo. Sei quando
gosto e sei quando não sei aquilo que sinto. E não preciso de um
certo período de tempo para dizer a alguém “amo-te.” Basta que
o sinta. E ninguém me conhece melhor do que eu. Por isso, ninguém
me pode dizer que aquilo que sinto não é amor e que estou enganado.
Além disso, acho possível amar num
curtíssimo espaço de tempo. Tal como acho possível amar alguém
com quem não se tem uma relação que não passe pelo contacto
visual ou pouco mais do que isso. Por exemplo, dois funcionários de
uma multinacional que trabalham num grande edifício e que se cruzam
poucas vezes. Tal como acho possível passar uma vida ao lado de uma
pessoa sem a amar. Por mais que se tente amar essa pessoa.
Se acho que a expressão “amo-te”
foi banalizada? Acho que sim. Mas defendo que quem a usa como usa a
expressão “tenho fome” sabe que o diz sem sentir. Sabe que ao
dizer algo mágico adquire uma espécie de cartão de acesso à cama
de alguém. E esse tipo de “amo-te” é aquele que desaparece pela
manhã ou passados alguns minutos no banco de trás de um carro.
Trata-se de um “amo-te” aldrabão dito por pessoas mentirosas que
brincam com sentimentos.
Aceito que digam que este tipo de
pessoas e esta banalização de algo que só devia ser dito com
sentimento faz com que muitas pessoas não acreditem naquele
“amo-te” que está carregado de emoção e verdade apesar de ser
dito naquele período de tempo em que muitas pessoas só aceitam
ouvir “gosto de ti”, “gosto de te conhecer” ou “vamos ver o
que é isto que sinto.”
É certo que o justo pagará sempre
pelo pecador. Infelizmente, é uma das regras da vida nos dias que
correm. Mas isso não invalida que ainda existam pessoas sinceras que
sabem que não estão a dizer algo belo cedo demais. E a verdade é
que o timing para dizer “amo-te” nunca será escolhido por quem
ouve. Apenas por quem o diz.
segredo
Sou daquelas pessoas para quem um
segredo é isso mesmo. Algo que não deve ser contado a mais ninguém.
Aquilo que ouço, dito neste formato, é automaticamente esquecido
por mim. E a única importância que tem corresponde aos segundos
necessários para a revelação do mesmo. De forma resumida, é assim
que lido com as palavras que não podem ser proferidas a mais
ninguém.
E, muito sinceramente, não me custa
guardar um segredo. Não sou daquelas pessoas que não descansam
enquanto não contam o tal segredo a dezenas de pessoas. Aliás,
conheço pessoas que conseguem contar o mesmo segredo a cerca de
cinco pessoas, dizendo a todas: “não contes a ninguém senão vão
saber que fui eu que contei.” Este cenário faz com que muitas
pessoas duvidem da possibilidade de manter um segredo nos dias que
correm.
Quanto a mim, acho possível conter um
segredo. E sou daquelas pessoas que têm algumas dúvidas quando se
diz que nos dias de hoje tudo se sabe. Defendo que só se sabe aquilo
que queremos que os outros saibam. E David Bowie é um bom exemplo
disto. Alguém sabia que o artista estava a gravar um álbum? Ouvi
numa reportagem que, numa fase inicial o artista conversou com os
músicos individualmente. Como tal, estes não sabiam com quem iam
trabalhar. Posteriormente, foi pedido a todos os intervenientes do
disco que não usassem as redes sociais para revelar o mínimo
detalhe. Isso foi cumprido. E o álbum foi mantido em segredo.
Simples!
Para mim, o complicado é encontrar
pessoas que respeitem o limite de um segredo. Vivemos numa época em
que as pessoas têm prazer em dar com a língua nos dentes.
Sobretudo, se isso provocar uma enorme confusão. E quando o desejo é
apenas este... não há segredo que aguente.
apenas vergonha #4
Começo a chegar à conclusão de que
sou um íman que atrai vergonhas. Consigo viver todo o tipo de cenas
embaraçosas em todos os cenários. Nem a minha mulher escapa às
minhas vergonhas. O que relato agora passou-se numa conversa por
email.
“Tenho um convite para a Portugal
Restaurant Week. Há algum restaurante onde queiras ir?”,
perguntei.
“Gosto da ementa deste. O que
achas?”, respondeu-me.
Lá analisei a respectiva ementa, da
qual gostei bastante.
“Gosto. Parece-me bem. Como se chama
o restaurante para fazer a reserva”, disse.
“Mensagem”, recebi de volta.
Dediquei uns minutos a analisar o
telemóvel. E reparei que não tinha mensagem nenhuma no mesmo.
Esperei mais um pouco. E nada...
“Não tenho mensagem nenhuma no
telemóvel...”, escrevi.
“Mensagem é o nome do
restaurante...”, foi o que li no email de resposta.
E é isto. Apenas vergonha.
até podia pensar que queres algo comigo mas...
Se há coisa de que gosto (herdei do meu pai) é ler o jornal no café. Mas, durante a semana, quer seja em casa ou no café habitual, tomo o pequeno-almoço a correr para evitar o trânsito matinal. Como tal não compro jornal. Algo que faço religiosamente ao fim-de-semana.
Porém, o café onde vou tem um exemplar de A Bola e outro do Correio da Manhã. Se o desportivo estiver disponível, dou uma vista de olhos. Caso contrário, sigo caminho. O engraçado nisto é que uma senhora já reparou nos meus hábitos de leitura.
E guarda-me o jornal. Quando chego ao café vejo-a sorrir para mim. Até podia pensar que queria qualquer coisa comigo, não fosse a senhora ter idade para ser quase minha avó.
Quero acreditar que a senhora engraça comigo e vê em mim uma espécie de neto. Mas acho que a realidade é outra. Acho que me guarda o jornal para o retirar a um homem que julga ser dono do mesmo. Seja como for, agradeço o seu gesto que me faz começar o dia a sorrir.
Enviado do meu iPhone
21.3.13
a minha relação com os filmes de terror
A relação que mantenho com filmes de
terror não tem uma definição exacta. Pelo menos para mim não tem.
A maior parte da minha vida foi passada longe dos filmes de terror.
Por exemplo, quando era puto e estava em casa com sarampo ou varicela
vi um filme que era sobre uma minhoca gigante que andava debaixo da
terra e matava toda a gente. Posso confessar que nessa noite dormi
com os braços bem presos ao corpo com medo que a minhoca aparecesse
durante a noite, vinda do andar de baixo.
Os anos foram passando e lá me cruzava
com alguns filmes que não me metiam medo nenhum. Dois exemplos:
Chucky e os Gremlins (que chegavam a assustar alguns amigos meus).
Depois, havia outros que me deixavam com pesadelos. No topo da lista
estava Pesadelo em Elm Street (hoje não me assusta minimamente).
Havia ainda o Predador que conseguia meter-me medo ao mesmo tempo que
me cativava. É por coisas destas que não consigo descrever a minha
relação com os filmes de terror.
Na adolescência, vivi uma fase em que
só queria ver filmes de terror. Andava destemido e ia ao clube de
vídeo em busca de longas metragens assustadoras. Mas, depressa me
fartei. Vi o Ring e “borrei-me” todo quando a miúda saiu da
televisão. Vi o primeiro Saw e tremi quando o morto, que afinal não
estava morto, se levantou. Desde então que sinto uma atracção por
filmes de terror mas acabo sempre por mudar de canal quando a coisa
aperta e é bem feito. Chego a sentir-me como um rapazito que ainda
não distingue a ficção cinematográfica da realidade. Acho que
tenho que dar mérito a quem faz os filmes pois na minha vida não
sou pessoa para me assustar com facilidade.
O que é certo é que não consigo
explicar as reacções que os filmes de terror provocam em mim,
sobretudo se estiver sozinho em casa e com o apartamento às escuras.
Na segunda-feira deixei-me dormir a ver um filme assim para o
assustador. A meio da noite, acordei assustado enquanto tinha um
pesadelo relacionado com o filme. Como já tenho 31 anos, acho que
isto é algo que nunca mudará em mim. E que não controlo.
PS - Mas deixo uma certeza. Hei-de ver o Hostel!
agora escrevo eu #8
Recebi este texto e deliciei-me com
cada uma das palavras. Um sentimento que tem sido comum aos diversos
que tenho recebido para esta rubrica. O avançar do texto fez-me
criar o cenário na minha mente. Imaginava que tudo isto estava
realmente a acontecer. Se a pessoa em questão, que preferiu o
anonimato, não me dissesse que se trata de pura ficção, teria
acreditado ser algo real pois estas linhas estão carregadas de
emoção. Este texto é apenas mais um exemplo de que há por aí
muitas pessoas com talento para a escrita. Obrigado a quem já enviou
textos e a quem continua a enviar. Não me canso de vos ler.
“Depois de tantos anos, ganhei
coragem, e voltei à "nossa" praia! O mar tem o mesmo tom
azul turquesa de antigamente... O balançar das ondas, está hoje
mais suave, como se adivinhasse a minha tristeza e não me quisesse
incomodar... As folhas das palmeiras, dançam ao ritmo da brisa... As
gaivotas voam em círculos e gritam...
Os meus pés, um a um, enterram-se na
areia macia, que guarda as mais belas recordações de nós... Até a velha cabana, permanece intacta,
como se os anos não tivessem passado, e o tempo fosse pura ilusão...
Aproximo-me lentamente, e por breves segundos, tenho a sensação,
que me aguardas, sentado, no baloiço da varanda, como sempre fazias!
Penso tanto em ti... Em nós... No
sorriso, que guardavas só para mim...(nunca te vi sorrir assim para
ninguém!) Olho para o baloiço, ele tal como eu, sentiu o peso do
tempo, e está partido. Assim como o meu coração... Sento-me no
degrau da cabana, e fecho os olhos... Trago-te de volta, em
pensamento!
O teu olhar maroto, brincando com o meu
corpo ainda de menina! Consigo ouvir o som da tua gargalhada, quando
o mar era mais forte que eu, e me derrubava. Sinto o toque suave dos
teus dedos na minha face, desviando os meus cabelos rebeldes! Sinto o
calor do teu corpo, que me aquecia, depois de um banho de mar.
Inspiro, encho os pulmões de ar, na esperança de sentir o teu
perfume... o teu cheiro!... Mas só a essência salgada, enche a
minha alma... Abro os olhos e fixo o mar... Devia odiá-lo, por te
ter levado, mas não consigo... Hoje a atracção que sinto é forte
demais, algo me empurra até ele...
E, pela primeira vez, desde aquele dia,
eu deixo ele molhar-me, a água está morna, e envolve-me com tanta
doçura, que tenho a certeza que são os teus braços que me apertam,
sinto-me calma e segura, e por breves instantes deixo meu corpo à
deriva, boiando... Enquanto eu olho o céu, onde as primeiras
estrelas começam a brilhar, reparo no brilho especial de uma
delas...
As lágrimas que se soltam dos meus
olhos, misturam-se com a água salgada do mar, numa comunhão
perfeita... Agora eu sei que estás bem... A estrela brilha agora com
mais intensidade, e vejo nela o brilho cintilante dos teus olhos...
Um dia... Eu prometo! Trago aqui, o
nosso filho! Quem sabe agora, vou ter coragem de lhe contar a nossa
história! E dizer-lhe que ele é fruto de um sublime amor de verão,
e filho da mais linda e brilhante estrela do universo.”
especialmente para vocês
Hoje celebra-se o Dia Mundial da
Poesia. Não quero deixar passar esta data sem lhe dar algum
destaque. Como tal, dediquei algum do meu tempo a brincar com
palavras. Minutos depois, estava concluído este poema, feito
especialmente para vocês, a razão da existência deste blogue.
Espero que gostem desta pequena brincadeira.
criei o blogue num certo dia
sem saber ao que ia
e passado quase um ano
continuo igual aquele dia
já conheci muitas pessoas
com histórias de encantar
e isso é uma mais valia
que espero nunca terminar
obrigado a quem aqui passa
sempre com algo a dizer
tenho aprendido bastante
e sempre com muito prazer
já deu para rir
e também para chorar
por isso vos agradeço
aquilo que não param de me ensinar
também me cruzei com gente má
daquela que vale a pena conhecer
é que assim ficamos a saber
como nunca deveremos ser
este é o meu singelo contributo
para o dia mundial da poesia
sei que não tem piada nenhuma
fica a promessa de tentar fazer melhor
noutro dia
Agora, é a vossa vez de dar um maior
destaque a este dia. Através de um comentário ou de um email
(homemsemblogue@gmail.com) enviem-me duas quadras da vossa autoria. Palavras que vos liguem ao blogue. Irei premiar o mais criativo.
Desafio lançado!
vergonha do que fui
Ontem, revelei aqui algo que quase ninguém conhece a meu respeito. Tomei essa decisão porque quem passa por aqui dá muito de si. Achei justo retribuir o gesto. Podia simplesmente ter revelado outra coisa qualquer. Mas achei por bem contar um detalhe praticamente desconhecido.
Ao fazer essa revelação estava consciente de que muitas pessoas podiam automaticamente catalogar-me com algo com que não se identificam. Sabia que podiam até ficar desiludidas. E isso é algo que não controlo. Mas aquilo que controlo é aquilo que sou. E posso dizer que não tenho vergonha de dizer que quando tinha pouco mais de vinte anos concorri ao Big Brother.
Tal como não tenho vergonha de dizer que andei a limpar máquinas de ar condicionado bem depois disso. Tal como não me envergonha dizer que num passado recente andei a abastecer máquinas de vending com café, chá e comida. E que o fazia em sítios onde as pessoas andavam todas bem vestidas. Tal como não coro de vergonha por dizer que tinha de lavar o chão das lojas de roupa onde trabalhei.
Mais! Não sinto um pingo de vergonha por ter varrido a rua quando trabalhava numa loja de materiais de construção. Ou de ter carregado sacos de cimento. Nem de ter carregado dezenas de baldes de tinta quando trabalhei numa loja de tintas. E também digo com orgulho que cheguei a descarregar camiões quando trabalhei no aeroporto de Lisboa.
Se há quem sinta vergonha de um passado destes? Talvez! Mas eu não. Tenho orgulho em tudo aquilo que fiz. Todas estas experiências foram muito úteis para a minha vida profissional e pessoal.
Aceito que existam pessoas que me possam associar apenas a uma destas coisas. Mas isso é um erro. Porque sou a soma de tudo o que vivi. De tudo aquilo que fiz e de tudo aquilo que não me envergonha.
No meu bairro sempre ouvi dizer que "vergonha é roubar e ser apanhado." E isso nunca me aconteceu. Por isso sinto uma total ausência de vergonha daquilo que fiz.
Enviado do meu iPhone
20.3.13
serei eternamente um puto
Há momentos em que percebo que serei
eternamente um puto. Assim que passo por algo que dê para brincar,
apetece-me brincar. Sou aquele gajo que quando passa num corredor de
brinquedos carrega nos botões que dizem para testar. Sou aquele gajo
que faz sons com tudo o que dê para brincar nas mais variadas lojas
onde entro. Sou aquele gajo que corre em casa com a sobrinha e que
participa em todos os seus jogos, seja onde for. Para mim a vida é uma
constante brincadeira que levo a sério. Dito de outra forma. Passo a
vida a brincar mas não brinco com a vida.
E hoje vivi outro momento que me fez
aperceber que serei eternamente um puto. No local onde costumo ir almoçar foi
instalado um circuito de mini golfe. Assim que os meus olhos se
cruzaram com tudo aquilo, só me preocupava em encontrar o local onde
eram disponibilizados tacos e bolas para jogar. Enquanto observava o circuito
ouvi uma conversa de um homem mais velho do que eu que me fez sorrir.
“Quero jogar”, dizia ao homem que
estava consigo. “Amanhã passo aqui a manhã toda pois o chefe não
está cá”, acrescentou. Além de ter ficado feliz por perceber que
há mais pessoas como eu fiquei com o desejo de me voltar para ele e
dizer: “A que horas vens? Baldo-me ao trabalho e fazemos um
torneio.” Porém, limitei-me a sorrir pois não faz parte dos meus planos
faltar ao trabalho, como provavelmente aquele homem não irá passar
a manhã a jogar. Porém, acho que voltarei lá com a minha sobrinha
para fazer o circuito de ponta a ponta.
Não sou pessoa para me gabar disto ou
daquilo. Nunca fui e nem lido bem com elogios. Todavia, orgulho-me de
ser assim. Espero nunca perder este puto que há em mim e que ajuda a
tornar dias cinzentos em cenários idílicos. Nem sequer me importa
que isso possa fazer com que pensem que sou infantil ou imaturo. Pois o que mais importa é que sou feliz assim.
algo que poucas pessoas sabem sobre mim
Ao longo dos últimos dias voltou a
falar-se imenso sobre o Big Brother. O reality show mais afamado do
nosso país está de volta. Só que não será na sua versão normal. Será mais uma edição apenas com famosos. Se bem que o
conceito de famoso pode ser bastante discutido. Contudo, não é esse
o motivo deste texto. O que me leva a escrever sobre o reality show é
a revelação de um segredo que quase ninguém sabe sobre mim. E o
segredo é que fui finalista de um casting para participar numa das
edições do Big Brother.
Há muitos anos, há mais de uma
década, decidi inscrever-me no concurso. Tomei essa atitude porque
ainda se vivia a febre da primeira edição do programa. Além disso,
parte de mim sentia-se tentado a viver a experiência de estar
fechado numa casa, num ambiente controlado. Também achava possível participar sem necessitar de recorrer à estupidez ou nudez
como forma de destaque. Tudo isto fez-me inscrever. Sem que o
esperasse, mesmo sabendo que o sorteio era aleatório, recebi o
questionário para participar. Respondi a todas as questões – de
todo o tipo que possam imaginar – e fui chamado para uma
entrevista. Correu bem. Mas, dias depois surgia a notícia de que o
programa não ia avançar. Em vez disso, seria realizada a primeira
edição com famosos.
Passados uns tempos abriram novamente
as inscrições para a mesma edição do concurso. Voltei a inscrever-me. Voltei a receber o
questionário. Voltei a responder o mesmo. Voltei a ser chamado para uma entrevista. E avancei.
Até ao casting final. É certo que não entrei. E não
fiquei triste por isso. Não lamentei o facto nem sequer pensei no
que me teria acontecido se tivesse sido escolhido. Mas aprendi
bastante com esta experiência. Por norma, ouço concorrentes dizerem
que todas as pessoas mentem no casting para se destacar. Não sei se
a maior parte das pessoas mente. Sei que não menti. Aliás, acredito
que foi isso mesmo que impediu a minha entrada.
“És feliz?”, foi a última
pergunta que me fizeram no casting. Esta veio no seguimento de não
ter escondido que namorava. Facilmente podia ter feito de coitadinho.
Podia ter dito que namorava mas que não lhe ligava nenhuma e que era
uma coisa passageira. Mas não o fiz. Porque não sou essa pessoa. E
porque sabia que não era passageiro. É certo que na altura namorava
há pouco tempo mas ainda hoje partilho a minha vida com essa pessoa.
Porém, senti que ao revelar a minha felicidade passei a ser uma
carta fora do baralho e que não me enquadrava naquilo que
procuravam.
Para a história fica uma agradável
experiência pessoal. Ser entrevistado por três pessoas que disparam
perguntas a uma velocidade alucinante é algo que não se esquece. Pessoas que falam umas por
cima das outras. E isto tudo com a pressão de diversas câmaras de
filmar e respectivos operadores de câmara. Na altura, dos três,
foquei-me na pessoa que senti gostar mais de mim. Apesar de responder
a tudo, centrei as minhas palavras nessa pessoa. E correu bem. Acho
eu!
Na altura, revelei o que se estava a passar a alguns amigos
e isso permitiu-me perceber quem era realmente meu amigo. Ensinou-me
constatar o medo que sentiam em perder um amigo que nas suas mentes
passaria a ser mais um “famoso” ex-concorrente que vivia das
presenças em discotecas e que se esqueceria dos verdadeiros amigos.
Como em quase tudo na vida, faço um balanço positivo daquilo que
vivi. Foi a única vez em que me inscrevi em algo do género. Se hoje
faria o mesmo? Provavelmente não.
o que dizemos vs o que somos
No final do último jogo do Benfica,
Jorge Jesus deu como exemplo três situações de algo de que não me
recordo agora. Depois disto, referiu-se aos mesmos exemplos como
“ambos.” Um erro crasso. Disso, ninguém duvida. Desde então, e
como é hábito quando se fala deste senhor – talvez gere tanta
controvérsia por ser treinador de futebol – é apelidado de
“burro”, “bronco”, “parvalhão” e por aí fora. Mas será
que é mesmo assim? Será que falar mal faz dele (ou de outra pessoa
qualquer) um burro?
Pessoalmente, considero Jorge Jesus um
homem com uma inteligência muito acima da média. Mais, na profissão que
escolheu é mesmo um dos melhores. Se me perguntarem se prefiro um
treinador que vista bem, que seja elegante e que as mulheres
apreciem, como era o caso de Quique Flores, mas que nada ganha, tenho
de dizer que prefiro o tal “burro” que mete a equipa a jogar
futebol e que conquista troféus. Mesmo que não saiba falar e que
pinte o cabelo com cores que pessoalmente acho ridículas. Dou este
exemplo no futebol como daria noutra área qualquer. Nos dias que
correm acho que se valoriza mais o pacote do que o valor do conteúdo.
E a verdade é que o valor não se mede pela forma correcta como se
articulam ideias.
Por isso, considero que não podemos
catalogar uma pessoa de burra apenas porque não sabe falar. Há quem
leia livros atrás de livros. Neste caso, Jorge Jesus tem diversos
televisores na sala para ver o maior número de jogos de futebol em
simultâneo. Há quem saiba as últimas tendências da moda. Jorge
Jesus sabe que há um puto de 12 anos na América do Sul que vai ser
craque e que deve ser comprado agora para ser valorizado. Há quem
fale de um modo que soa a poesia. Jorge Jesus abre a boca e diz ambos
os três. Agora, de todos estes, quem é o mais inteligente? Não
sei. Mas não me limito a catalogar alguém apenas pelas palavras.
Porém, faço uma grande crítica ao
treinador e a todas as pessoas que estão num patamar equivalente.
Sendo pago com milhões de euros por ano, deveria ter o brio pessoal
de corrigir as suas lacunas. Para dar um exemplo, devia perceber que
não fica bem lamber-se na televisão antes de falar. Devia investir em aulas que lhe permitissem falar melhor em público. Nem que
seja pelo simples facto de ser um dos rostos mais visíveis de uma
das maiores marcas portuguesas. E isto aplica-se a Jorge Jesus, como
se aplica aos políticos que não sabem falar em inglês e que fazem
figuras patéticas a tentar mostrar que sabem aquilo que realmente
não sabem. Tal como se aplica a todos os chefes e gestores deste
país que sendo pagos a peso de ouro deveriam ter a consciência de melhor a imagem e postura correcta. É certo que o que importa não é o pacote mas valorizar aquilo que somos depende apenas de nós.
Porém, acho que muitas pessoas não corrigem por acharem que são uma espécie de perfeição. Não custa
assumir os erros e a necessidade de corrigir algo fazemos
de forma errada. Isso não é um sinal de fraqueza mas de grandeza.
desafio: vamos jogar ao quarto escuro
Quando era puto adorava jogar ao quarto
escuro. Divertia-me naquele ambiente onde a visão de nada nos valia.
Onde a diversão passava pelos sons, pelo receio de dar um passo em
falso e até pelo toque. E foi disto que me lembrei quando a Mamã dePeep-Toe e a Mente Flutuante me lançaram um desafio que, para mim, assemelha-se ao quarto escuro. E já sabem o que sinto em relação a
desafios...
O desafio consiste em comentarem este
post de forma anónima. No vosso comentário devem constar coisas que
nunca disseram sobre mim, sobre o blogue ou sobre outro assunto
qualquer. Vamos a isto?
19.3.13
verdade ou mito #8
Uma das coisas que nunca percebi nos
filmes é o facto das mulheres (normalmente são elas) cobrirem o
corpo com o lençol após uma noite de amor/sexo. É certo que se
trata de um filme. E o facto do corpo sem escondido prende-se
simplesmente com o valor do cachet, que não inclui nudez. Porém,
naquelas alturas penso sempre se haverá quem o faça na vida real.
Será que as pessoas escondem o corpo nu depois de uma noite de
amor/sexo? Verdade ou mito?
porquê? como é possível?
Para a generalidade das pessoas, hoje é
um dia feliz. Celebra-se o amor que se sente pelo pai. Apesar de ser
adepto de que essa demonstração deve ser diária, hoje é um dia –
também comercial como qualquer data do género – em que os
sentimentos estão mais à flor da pele. Ao longo das últimas horas
tenho-me deparado com as mais variadas demonstrações de carinho em
relação aos pais sendo que todas as pessoas juram ter o melhor
pai do mundo.
Depois, existe uma minoria (ainda bem
que assim é) que vive da saudade neste dia. Aproveitam o passar das
horas para recordar aquilo que de melhor aconteceu junto de uma
pessoa que infelizmente já não está neste mundo. Acredito que
algumas destas pessoas tenham o desejo de avançar o relógio pois é
impossível não sentir saudades de quem já partiu enquanto meio
mundo declara, entre sorrisos, o seu amor ao pai.
Existe ainda outra minoria que
subdivido em dois grupos. Refiro-me aos filhos que não ligam nenhuma
aos pais e também aos progenitores que há muito esqueceram ter
posto um (ou mais) filho no mundo. Como sinto um grande amor pelo meu
pai, custa-me imenso pensar neste triste cenário real. Conheço casos de
pais que não ligam nenhuma aos filhos. Conheço casos de filhos que
só querem saber dos pais para lhes pedirem dinheiro. E conheço ainda casos
de pais que roubam os descendentes e que os usam para irregularidades
que acabam por prejudicar as suas vidas.
E quando penso nestes casos, só me
ocorre perguntar porquê? Como é possível? Já me custa compreender
o conceito de maldade entre duas pessoas sem qualquer ligação
familiar. Agora, não consigo mesmo perceber o que leva um pai a
ignorar ou causar mal a um filho e vice-versa. Como é possível que
alguém viole sexualmente quem pôs neste mundo? Como é que alguém
diz a um familiar chegado: “tu está morto para mim!” É certo
que existe maldade e certamente existiram muitos motivos para tal. Mas como é que uma relação entre pai/filho
chega a este ponto? Como é que não se resolvem as coisas na hora? Por mais que tente, é algo que nunca irei
perceber.
Se já me chateei com o meu pai? Sim,
diversas vezes. Se ele já se aborreceu seriamente comigo? Também.
Mas isso é esquecido pouco tempo depois. Porque é o meu pai. Porque
o amo. E porque seria incapaz de desejar o seu mal. Aliás, seria
incapaz de lhe fazer mal. Espero que o este dia sirva para muitos
pais/filhos pensarem nos erros que cometeram. E que
tenham coragem de simplesmente pedir desculpa e dizer gosto de ti. Porque
nunca é tarde demais para pedir desculpa e tentar emendar o mal que
se fez.
recebi 599 prendas
Não sou pai. Como tal, não contava
receber nenhuma prenda hoje. Porém, acordei e constatei que tinha
sido presenteado por quem passa por aqui, neste espaço tão meu como
vosso. Chegámos aos 599 seguidores quando ainda não temos sequer um
ano de vida. Obrigado pela vossa companhia!
É verdade que é apenas um número. É
igualmente certo que o rumo do blogue seria o mesmo se ali, naquele
quadrado pequeno, estivessem apenas cinco seguidores. Porém, mentia
se dissesse que não fico orgulhoso e até um pouco vaidoso com o
crescimento que vocês proporcionam a este espaço.
Do meu ponto de vista, um maior número
de pessoas permite analisar um vasto número de pontos de vista sobre
o mesmo assunto. Permite debater o tema de que se fala no momento.
Faz com que seja possível aprender e retirar certas ilações que
podem ser bastante úteis nas nossa vidas. E é um facto que isso é
muito melhor com um número maior de pessoas.
Obrigado por darem vida a este espaço,
tão meu quanto vosso!
hoje é dia de matar o pai
Hoje celebra-se o Dia do Pai. Como tal, vou directo ao assunto. Hoje, é dia de matar o pai! E quem tem a responsabilidade de cometer o crime? A mulher. Ou os filhos. Ou todos juntos. Mas, não entendam isto literalmente…
O que se passa é que ouvi a música “assim você mata o papai.” Como boa parte das músicas brasileiras, esta também fica no ouvido. Também se entranha em nós. Torna-se impossível fugir dela. E é o que se passa comigo neste momento. Consigo ouvir esta música diversas vezes ao dia. E fico sempre com vontade de “tirar o pé do chão” e dançar ao som deste pagode. Como tal, a solução foi adaptar o tema ao dia, até porque o “papai” está no título.
Se existe um pai é porque, à partida, existe uma mãe. Num cenário ideal, ambos se dão bem e fazem tudo pela educação, futuro e felicidade dos filhos. Como tal, acho que seria simpático que todos participassem no dia do pai de forma diferente, celebrando o amor. Nesta música diz-se “Ela é maravilhosa, tem um sorriso maroto. O que será que ela tá querendo? Vou chamar pra dançar. Vem cá mulher, vem cá, dançar, comigo agarradinho, vem cá que você vai gostar! Ah, vai! Isso, assim, vem pra mim. Que delicia, tá gostoso demais. Isso não vai prestar. Beija minha boca. Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai. Ai, ai! Ai ai! Que boca gostosa eu quero mais. Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai. Ai, ai! Ai ai! Você tá cheirosa demais.” Não é preciso dizer que o papel referido nesta parte da letra é da responsabilidade das mães.
Por isso, desafio as mães a mimarem os pais. A agradecerem tudo aquilo que têm vivido e aquilo que ainda sonham alcançar ao lado dos pais. E que o façam entre uns passos de dança e ao som desta música ou de outra que seja da vossa preferência. E não excluam (numa fase inicial) os filhos desta festa. As meninas que percam a vergonha de dançar com os pais e os rapazes que não tenham receio de revelar aquilo que sentem porque isso não os torna mais frágeis ou menos homens. Pelo contrário.
Se a noite o proporcionar, que os pais continuem os festejos a dois e que aproveitem para dançar em homenagem ao amor que ainda sentem passados ___ anos (é favor preencher com a respectiva data).
Quanto a mim, não é segredo para ninguém que será uma data muito especial, por tudo aquilo que o meu pai passou num passado recente. Usando o meu exemplo, não se preocupem com prendas materiais. Em vez disso, digam aos vossos pais aquilo que realmente sentem. Digam as palavras que querem dizer mas têm tido vergonha ou que acham que podem ser ditas noutro dia. Digam tudo. Não guardem para amanhã. Porque o amanhã pode ser tarde demais. E nenhuma prenda supera um sentimento verdadeiro e uma demonstração de amor que pode passar por uma aparente dança a dois ou em família.
Isto é o que vou fazer. Vou dar destaque ao que sinto pelo meu pai. Quanto à dança. Até poderia dizer que não vou dançar com o meu pai. Mas assim que o jantar começa… torna-se imprevisível o seu fim. E essa é uma das magias dos jantares de família.
18.3.13
ah e tal, está a chegar o verão
Ao longo dos últimos tempos só tenho
ouvido pessoas falarem dos seus corpos e do Verão. “Ah e tal, está a chegar o
Verão. Tenho de ficar em forma para a praia”, é a frase que mais ouço. Aliás,
estas palavras são típicas desta altura do ano há muito, muito, muito tempo.
Infelizmente, as pessoas continuam a
pensar (ou acreditar) que se forem para o ginásio em Março estão na sua melhor
forma na altura de ir para a praia, quando o calor chegar. É certo que podem
perder alguns quilos. Porém, enganem-se aqueles que pensam que estes dias
chegam para ficar em forma. E para trabalhar o corpo da forma que idealizaram. Porque
a realidade, é que isso não acontece.
Todavia, se as pessoas se mentalizarem
que um cuidado constante do corpo faz com que estejam em forma e saudáveis no Verão (e na
Primavera, Outono e Inverno) evitam o stress que vivem nestes dias que antecedem
a época balnear. Se perceberem que se forem ao ginásio ou praticarem desporto
ao ar livre ou mesmo em casa durante todo o ano já não precisam de ir para a
praia vestidos, com vergonha de mostrarem o corpo, enquanto dizem que não estão
em forma para se despir.
A isto junta-se a alimentação. Quanto
mais depressa perceberem que deve ser cuidada ao longo do ano e não apenas poucos
meses antes do Verão, mais rapidamente constatam que se irritam menos vezes
antes da chegada do calor. E assim deixam de gritar para a balança, até porque
ela não tem culpa nenhuma. Só nos dá resposta aquilo que (não) queremos saber.
Na teoria, aquilo que acabei de
escrever é a forma correcta de pensar no corpo e sobretudo na saúde. Porém,
acho que ainda vão ser precisos muitos anos para mudar a mentalidade reinante
de que dois ou três meses de ginásio curam tudo e fazem de nós as pessoas mais saudáveis do mundo.
o bigode
O bigode faz parte da minha vida. É
algo que me acompanha desde o dia em que nasci, já lá vão 31 anos. Com isto não
quero dizer que vim ao mundo com uma farta penugem por cima do lábio. Também
não quero dizer que passei a usar bigode quando a barba me nasceu. Nada disso.
O bigode faz parte da minha vida simplesmente porque o meu pai sempre usou
bigode.
E tal como o meu pai, milhões de outros
homens da sua geração usaram ou ainda usam bigode. Diria que é quase uma imagem
de marca daqueles homens que viveram muitas outras modas sem nunca abdicar do seu bigode.
Diria que mais do que pelos faciais, é um estilo de vida.
Porém, nos dias que correm, não sei bem
o que representa o bigode. Será que fica bem num jovem de vinte anos? Será que
aos trinta também vai bem? Todavia, aos meus olhos, o bigode não se esgota nos
pelos que os homens usam no rosto. Existe um universo para lá disso. Existem
t-shirts com bigodes. Com imagens manipuladas de pessoas que passam a ter
bigode. Existem acessórios para o lar, para os bebés e também para elas com todos os tipos de bigodes. Ou seja, do meu ponto de vista, o bigode é algo intemporal que não se esgota.
Estarei certo? Digam de vossa justiça.
Qual a vossa relação com a figura - em todos os seus sentidos - do bigode? Contem-me tudo. Não me escondam
nada.
modo vulcão ligado
Há alturas em que comparo o meu cérebro
com um pequeno vulcão. Parte do seu tempo é passado em descanso. Neste período
verifica-se uma actividade normal. A sua concentração vai para as tarefas
diárias normais. Tal como o seu lado criativo. Que está focado nos assuntos do
costume, entre eles o blogue.
Depois, tenho momentos em que não
controlo o meu cérebro. Que tal como um vulcão, entra em ebulição. E é assim
que estou neste momento. Só que em vez de lava, são ideias que estão a ser
cuspidas do meu cérebro, sem qualquer controlo da minha parte.
E uma simples fotografia é a culpada do
estado em que estou. Bastou olhar para a imagem para imaginar um negócio em
torno de um simples objecto que constava nessa fotografia e que até então
desconhecia. Já me passaram pela cabeça dezenas de ideias sendo que ocupei as
últimas horas a tentar dar vida a parte delas.
Como nestes momentos não consigo
controlar o meu cérebro, vou dar-lhe a maior das liberdades, permitindo-lhe que
trabalhe à sua vontade. Vou cumprir aquilo que me ordenar até porque costuma
ser bom conselheiro. E também não o tento controlar pois sei que acabará por
fazer uma selecção natural que me permitirá saber se o sonho morre ali ou se é
uma ideia com pernas para andar. Vamos ver…
vou ter uma stripper na família
Tem apenas cinco anos mas já revela uma vocação profissional. Algumas conversas que tenho com a minha sobrinha fazem-me acreditar que estará a ponderar seguir uma carreira de stripper profissional.
"Queres ir a qual parque? Ao da casa do tio ou ao outro maior?", perguntei.
"O da tua casa tem varão?", respondeu.
"O da casa do tio não tem varão. O outro é que tem", disse-lhe.
"Então quero ir ao outro", afirmou sem hesitar.
E lá fomos nós para o parque que tem varão.
17.3.13
agora percebo
Há mais de quatro anos aluguei a minha primeira (e até agora única) casa. Tratou-se de um apartamento novo que foi estreado por mim. Na altura prometi à dona da imobiliária, que mediou o aluguer, que deixaria o apartamento igual - se algum dia o abandonasse - ao que estava no dia em que lá entrei.
"Não diga isso", disse-me com alguma dureza. "A casa não vai ficar igual", acrescentou. É certo que há um desgaste normal no apartamento. Isso é óbvio. Mas posso garantir, agora que estou prestes a abandonar a casa onde tenho vivido nos últimos anos, que deixo o apartamento em excelentes condições.
Porém, percebo agora o discurso que a mulher da imobiliária teve comigo. Numa altura em que já tenho as chaves do apartamento para onde vou morar percebi o que me quis dizer. E percebi porque as pessoas deixaram buracos nas paredes, coisas partidas e outras que precisam de uma gigantesca limpeza.
Enviado do meu iPhone
"Não diga isso", disse-me com alguma dureza. "A casa não vai ficar igual", acrescentou. É certo que há um desgaste normal no apartamento. Isso é óbvio. Mas posso garantir, agora que estou prestes a abandonar a casa onde tenho vivido nos últimos anos, que deixo o apartamento em excelentes condições.
Porém, percebo agora o discurso que a mulher da imobiliária teve comigo. Numa altura em que já tenho as chaves do apartamento para onde vou morar percebi o que me quis dizer. E percebi porque as pessoas deixaram buracos nas paredes, coisas partidas e outras que precisam de uma gigantesca limpeza.
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16.3.13
queres casar comigo?
Gosto de pedidos de casamento fora do comum. Inesperados. Daqueles capazes de provocar um turbilhão de sentimentos na pessoa que ouve a pergunta quando menos espera.
Leonardo, ex-jogador e actual director desportivo do Paris Saint Germain, aproveitou o sorteio da Liga dos Campeões para pedir em casamento a namorada, a jornalista Anna Billò, que estava a conduzir, em directo, uma emissão sobre o evento num estudio da Sky.
Pelo sorriso, deu para ver que a jornalista ficou sem jeito e feliz com o inesperado pedido. Porém, respondeu: "Falamos em casa, agora não." Felizmente, segundos depois acabou por dizer "sim."
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Leonardo, ex-jogador e actual director desportivo do Paris Saint Germain, aproveitou o sorteio da Liga dos Campeões para pedir em casamento a namorada, a jornalista Anna Billò, que estava a conduzir, em directo, uma emissão sobre o evento num estudio da Sky.
Pelo sorriso, deu para ver que a jornalista ficou sem jeito e feliz com o inesperado pedido. Porém, respondeu: "Falamos em casa, agora não." Felizmente, segundos depois acabou por dizer "sim."
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15.3.13
odeio este senhor (mas não vivo sem ele)
Em tempos disse que queria deixar de
comer pizza às sextas-feiras. Por norma, é o dia em que saio mais
tarde do trabalho. Por isso, gosto de comprar pizza, tal como gosto
de come-la sentado no chão da sala, encostado ao sofá enquanto vejo
televisão. É uma espécie de ritual que dá início ao
fim-de-semana e que aconselho. Mas, tentei contrariar isto. Apesar de
não fazer este tipo de refeições no resto da semana, queria
começar a comer pizza menos vezes.
E tudo corria bem. Até ao momento que
alguém contou esta minha vontade ao sr. Telepizza. Presumo que
alguém lhe tenha contado porque comecei a receber mensagens deste
senhor a dizer que posso ir buscar três pizzas e pagar apenas uma. E
que se for necessário ainda me oferece uma bebida de litro ou pães
de alho ou gelados.
Perguntarem-me isto é o equivalente a
questionarem o meu interesse em saber a chave vencedora do
euromilhões. Por isso, odeio-te sr. Telepizza. Não gosto mesmo nada
de ti. És um malvado e nunca mais te quero ver na vida. Agora, que
já enganei a minha consciência, podes pôr as três pizzas no forno
que vou a caminho. Até já!
não sei se sou bruto mas vale a pena
Não gosto de intermediários. Não do
conceito em si mas daqueles que complicam. Pessoalmente, prefiro
tratar de tudo directamente com a pessoa realmente interessada. Não
sou pessoa para perder tempo com rodriguinhos que não me levam a
lado nenhum. Quem só me fazem perder tempo.
Porém, sou aquilo a que se chama um
tipo porreiro. Ou seja, presto atenção ao que me têm para dizer.
Mesmo que tope à partida que o único objectivo dessas pessoas é
dar-me música. Contudo, tenho os meus limites. Um deles é que o
intermediário queira fazer de mim uma bola de pingue-pongue que anda de um lado para o outro. Que
queira fazer de mim o intermediário.
Quando me deparo com este cenário tomo
uma atitude que para muitas pessoas é ser bruto. Ou seja, sou
frontal. Não ultrapasso a barreira da boa-educação. Não desço de
nível mas digo o que tenho a dizer. Realço o meu ponto de vista.
Curiosamente, assim que o faço, tudo se resolve. Rápido e simples.
Porém, quando só me deixam seguir
este caminho fico sempre a pensar se terei sido aquilo a que as
pessoas chamam de bruto. Como desconheço esse conceito, não sei se
sou ou não. Sei que digo a verdade. Sei que reforço o meu ponto de
vista e explico o que me está a incomodar por não ter sido aquilo
que foi previamente combinado. Se isto é ser bruto. Então sou dos
piores. Mas com orgulho, porque vale a pena.
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