Tive que ler a notícia várias vezes para acreditar no seu
conteúdo. Portugal desperdiça por ano quase um milhão de toneladas de
alimentos. Este número corresponde a 17 por cento daquilo que o nosso país
produz para consumo humano. Isto é chocante. E, ainda de acordo com o estudo Do
Campo ao Garfo – Desperdício Alimentar em Portugal são as famílias pequenas
quem mais desperdiça por comprarem embalagens grandes demais.
É urgente reaprender hábitos alimentares correctos. Até porque,
a maior percentagem deste desperdício acontece em casa e não nos restaurantes.
Talvez me sinta um pouco mais indignado com este tema porque fui educado desde
pequeno a não desperdiçar comida. “Há muitos meninos a morrer com fome”, sempre
me disseram. Esta frase tem feito parte da minha vida e por isso nunca deixo
comida no prato. E quem partilha refeições comigo leva um raspanete se o fizer.
Espero que esta notícia abra os olhos a muita gente.
Sobretudo porque se estraga muita comida mas também porque não vivemos em
tempos que permitam este tipo de atitudes por parte dos consumidores. Espero
que estes dados se invertam rapidamente. Até porque, se as pessoas não mudarem a bem, vão aprender essa mudança da pior forma.
E se isto não bastar, lembrem-se de Rui Silva. O menino de nove
anos que foi proibido de comer na Escola Básica Feliciano Oleiro, em Almada,
porque a mãe não pagou uma dívida de 4,65 euros. Para muitos estes factos podem
não ter ligação. Mas, para mim existem semelhanças. É que o desperdício alimentar matava a
fome a muitas famílias necessitadas, que infelizmente, não param de crescer em
Portugal. Como é o caso da família desta criança.
De facto quando vemos o desperdício quantificado, o murro no estômago é maior. Devemos olhar para estes números e repensar não só na forma como fazemos compras, ou cozinhamos, como nos valores que estamos a incutir nos nossos filhos.
ResponderEliminarNem mais. Muito bem dito.
EliminarToneladas de indignação mesmo… Temos de repensar rapidamente os nossos hábitos. Os nossos hábitos de consumo desmesurado, de desperdício, de consumir e gastar as coisas nem sempre da melhor forma e, sobretudo, de assumir (de forma errada) que há coisas que são eternas. Os alimentos são um exemplo gritante mas o (ab)uso de outros recursos naturais como a água penso que ilustram muito bem essa nossa falsa convicção. Há que mudar. HOJE!
ResponderEliminarHoje e depressa! Tens razão.
EliminarNão tinha noção que o desperdício era tão grande. Para a família comum, é normal haver algum desperdício. Eu, que, quando cozinho, faço-o apenas para mim, evito isso ao máximo. No entanto, a frase de "haver meninos sem comer" não me serve de máxima. Se é para educar uma criança para os desperdícios, há outras formas. A comida que sobra no prato não vai a seguir para quem está a passar fome, por isso comer tudo o que está na mesa não muda nada.
ResponderEliminarMas acho que quem mais precisa de educação são os adultos. Portugal é um país de comer sem regras e isso tem que começar a mudar.
Se não me engano, há restaurantes que já aproveitam a comida que é devoldia nos pratos. Comida essa que em vez de ser deitada fora é dada aos necessitados.
EliminarE tens razão. São os adultos que precisam de aprender.
Creio que há restaurantes que fazem isso, sim. Mas serão assim tantos?
EliminarQuantos mais fosse, melhor.
EliminarImpressionante nos dias que correm:(
ResponderEliminarPartilho da tua opinião e sempre foi assim educada em casa...a não deixar no prato ou minimamente a tentar aproveitar ao máximo (os famosos "restos") :)
Custa-me quando vejo pessoas que deixam a comida praticamente toda na mesa :(
EliminarSobre o desperdício, não vou nem falar, tão incomodada que fiquei com o que acabo de ler, quanto aos procedimentos nas escolas, tocaste aqui numa ferida que ainda me arde: A minha mais novinha enganou-se e marcou (no cartão da escola) duas refeições para dois dias à frente daquilo que ia necessitar, pois ligaram-me da escola para me avisar que só lhe iam dar uma sopa, porque a menina não tinha comprado refeição para aquele dia! Baixou em mim a baiana que eu não sabia que havia em mim...nem queiras saber como a roda desandou!!!
ResponderEliminarhttp://suricatte.blogspot.pt/2012/10/e-so-mim-que-me-acontece.html
Jinho
Isso é vergonhoso. Que estupidez.
Eliminarbeijos
Não se compreende, ainda por cima em tempos de crise as pessoas deviam estar mais conscientes das dificuldades que tanta gente passa, e pensar nisso. Quando começar a faltar pão em cima da mesa, talvez comecem a pensar na comida que em tempos desperdiçaram.
ResponderEliminarFoi o que quis dizer. Há quem vá aprender à força, infelizmente.
EliminarFiquei chocada. Não tinha a mínima noção que se desperdiçava tantos alimentos! :O
ResponderEliminarNem eu. É mesmo muito!
EliminarTb n sabia que se desperdiçava tantos alimentos.
ResponderEliminarEm minha casa sempre todos os "restos" de comida foram aproveitados, não por falta de comida (felizmente) mas por uma questão de princípio e economia.
Uma coisa menciono, pq infelizmente vejo aqui na freguesia: as pessoas mais carenciadas são as que desperdiçam mais, mesmo quando dão alimentos. Não me esqueço de há poucos anos andarmos a fazer cabazes de Natal com vários alimentos e muitas pessoas ainda gozavam com o que davam. Era comida, arroz, massas, leite, bacalhau, azeite, (...). Só por n ter lá marca XPTO n era bom? Em minha casa tb se usa marca branca e muito! E menciono mais, há aqui uns vizinhos que o que resta da comida vai tudo para o lixo ou para os animais. Não comem a segunda vez. E são das pessoas mais necessitadas... Há de tudo.
Mas temos que mudar mais ainda os hábitos, por muito que custe...
As pessoas teme as marcas brancas sem razão. Muitas são feitas nas mesmas fábricas com uma diferença: não se paga a marca.
EliminarNão tinha noção de que as pessoas desperdiçam tanto. Estou habituada a cozinhar só para mim... Às vezes exagero na quantidade e ando uma série de dias a comer o mesmo, mas deitar comida fora não faz parte dos meus hábitos.
ResponderEliminarUm bom exemplo :)
EliminarInfelizmente esta noticia não me chocou em nada... e sendo eu nutricionista facilmente poderá imaginar como conheço bem esta realidade... e pior, ou ao mesmo nível que esta é fazeres um estudo da qualidade da comida que as pessoas de "menos posse" compram...ou seja o tipo de comida que compram e que fazem em casa...e o dinheiro que gastam que fazendo as contar era bem mais barato comprar um pacote de esparguete e uns bifes de perú ou frango... apenas uma simples exemplo!! Portugal precisa de aprender muita coisa e no que toca à alimentação... é assustador!!! Educação alimentar em Portugal não há! :( Os maiores casos de obesidade infantil em Portugal estão em famílias com dificuldades monetárias... isto diz logo muita coisa não? :( Bem mas já me estou a "esticar" em divagações, mas quando toca a este tema da nutrição...:P sabes como é!:P Mas atenção, não é só me Portugal... aqui mesmo na Argentina muitas vezes fico parva a olhar para os lanches das crianças no parque....:S
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