sexo, desejo ou ilusão da mente?

O desafio estava lançado. Três imagens. Uns lábios e uma língua de fora que emanavam desejo. Uma banana descascada que nos leva a pensar em sexo. Ou em comida no caso de quem tem mais apetite. E ainda um batom, que não precisa de qualquer justificação. O batom fala por si e por todas as mulheres que pintam os lábios de forma sensual.

Não acredito que exista uma pessoa que tenha olhado para estas imagens sem ter pensado (mesmo que tenha sido um pequeno e efémero pensamento) em amor, sexo ou desejo. Acho que os nossos cérebros estão formatados para pensar dessa forma e fazer esse tipo de associações de forma automática.

Porém, espantem-se! Não há qualquer associação ao sexo nestas três imagens. E não. Também não são três cartas de um qualquer baralho vendido numa sex shop. Na realidade, os lábios estão associados ao Bill Murray, a banana ao Charlie Sheen e o baton a Aubrey Plaza. Explicado por outras palavras, são posters do filme A Glimpse Inside The Mind of Charles Swan III, escrito e realizado por Roman Coppola. A longa metragem, que tem estreia marcada para 8 de Fevereiro, conta a história de um designer gráfico (Charlie Sheen) que vê a sua vida mudar por completo quando a namorada termina a relação.

Assim que vi os cartazes (o primeiro que descobri foi o da banana) fiquei encantado. Acho que se trata de uma promoção muito bem feita. O efeito criado em mim foi o de querer ver o filme assim que estrear. Este desejo aumentou ainda mais quando li o nome de Charlie Sheen por cima da banana.

Sou fã do talento de um actor que caiu em desgraça. Ao longos dos últimos tempos, Sheen conseguiu ser notícia apenas pelo álcool que consome, pelo vício da droga, pelas prostitutas que contrata e pelas orgias que organiza. Como não tenho qualquer ligação emocional ao actor, consigo separar a representação do homem que tinha o melhor contrato dos EUA (em televisão) e dos seus problemas e vícios pessoais que custam milhares de dolares por dia. E espero que este filme confirme que Charlie Sheen continua a ser o actor que brilhava no papel de Charlie Harper, na série Dois Homens e Meio (quem não conhece deve ver).

À parte da realidade dos cartazes, agrada-me o poder da mente e das associações que consegue fazer em centésimos de segundos. Aliás, não terá sido esse o objectivo de quem criou os posters? Levar a pessoa a pensar em sexo e desejo?