19.9.13

regressar ao telefone fixo

Ainda me lembro do meu primeiro telemóvel. Um Nokia 6110. Na altura, era usado apenas para telefonemas. E mais tarde algumas mensagens escritas, numa altura em que davam os primeiros passos na comunicação entre pessoas. Aliás, ainda me recordo de serem gratuitas para todas as pessoas. Naquela altura, andava eu na escola secundária, a bateria do telemóvel durava perto de uma semana. Ou mais ainda se fosse preciso.

O tempo foi passando. Os telemóveis foram mudando. Fui tendo outros modelos. Mas as baterias continuavam a durar largos dias. Ou seja, o medo de ficar incontactável era praticamente nulo. Ninguém falava disso. Ninguém dizia ter de ir a correr para casa porque precisava de alimentar a bateria do telemóvel. Nesta altura, já se começava a captar imagens com o telemóvel.

Os anos continuaram a passar. E os telemóveis passaram a ser um computador portável. As chamadas quase que são um acessório. Escrevem-se textos. Navega-se na internet. Joga-se todos os jogos da consola lá de casa. Captam-se imagens. Editam-se essas imagens. Filmam-se acontecimentos. Partilha-se tudo isto nas redes sociais. Enviam-se centenas de mensagens. Entre muitas outras coisas. Com estas inovações chegaram as baterias que duram poucas horas, dependendo do uso do telemóvel.

O medo de ficar sem bateria apoderou-se das pessoas. Hoje, toda a gente anda com o carregador atrás. Com o carregador tradicional. Com o cabo usb para carregar no computar e ainda com o carregador de isqueiro para aproveitar as viagens de carro. Como se isto não bastasse, quando um grupo de pessoas entra num restaurante ou num café, várias competem entre si pela tomada que permite carregar a bateria que já está no vermelho. Uma tomada consegue ser o centro das atenções de várias pessoas.


Poucos anos depois do início da venda (a larga escala) de telemóveis, estamos a regressar aos telefones fixos. Pois, os aparelhos têm de ser alimentados de poucas em poucas horas, tal e qual um bebé recém-nascido. E, quando um iPhone ou Blackberry ficam sem bateria, há sempre um amigo que saca o seu telemóvel antigo enquanto solta umas sonoras gargalhadas e diz: “a mim não acontece isso.” A tecnologia está sempre a crescer mas parece que estamos cada vez mais perto dos telefones fixos, dos quais “fugimos” há alguns anos.

21 comentários:

  1. Nunca tinha pensado nisso assim, mas tens razão! Ando sempre com o carregador... Principalmente desde que tenho IPhone. A bateria dura-me 1dia a 1 dia e meio... Mas acho que ja me habituei a isso e não tenho sentido isso como limitação..

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  3. Muito bem visto.
    É o que me queixo acabadinha de chegar ao mundo dos super-telefones-que-fazem-tudo-e-mais-alguma-coisa-e-até-alguns-telefonemas. Para que servem estas super máquinas se quando queremos fazer uma telefonema estão aficar sem bateria?
    vidademulheraos40.blogspot.com.

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  4. Concordo em grau e género! Comprei o meu primeiro (e cálculo que irá ser o único) smartphone em Julho. Aquela campanha da Vodafone (bolas, eu sou um Ás no que toca a publicidade gratuita) do smart "marca branca" por 60 euros. No Domingo passado utilizei-o pela última vez enquanto "telemóvel". Regressei ao antigo. Um Samsung. Tem obviamente menos "aplicações" e menos merdalhoscas, mas a bateria dura uma semana e também posso tirar fotos com ele. Claro que não as envio nem para Instagram's nem nada, mas raramente o fazia (eu cá ainda gosto das fotos de rolo), e a qualidade de imagem é bem superior. Portanto... tanta evolução tecnológica há-de acabar em regresso ao passado.

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  5. Confesso.... SOU VICIADA NO MEU TELEMÓVEL!!!!!!! (Auto-flagelo! Auto-Flagelo!)
    Mas já fui mais... Confesso, que andava muito mais agarrada ao telemóvel quando estava solteira.... :P Agora, não, ih ih ih ih ih
    consigo andar sem o carregador na mala, Ah! Mas isso preocupa-me... não porque fico sem acesso às minhas aplicações maricas, e redes sociais, mas porque tenho um filho e pode ser o fim-de-semana com o pai, e dar-lhe um faniquinho e não saber.......

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  6. ...é o vício do tlm...ás vezes penso que seria bem mais feliz sem ele...tipo de vez em quando estar perfeitamente incontactável...desligarmos-nos do mundo e do stress de estarmos sempre contactáveis e disponíveis a que hora seja :)

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  7. Eu anseio pelo dia em que a malta volte a saber estar à volta de uma mesa a dar importância a quem lá está, em vez de estar a dar importânica às actualizações do facebook.

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    1. Olha que o pessoal com quem lido, consegue fazer isso... Só se algum dos nossos estiver fora, é que o dito aparelho jaz em cima da mesa, mas só para estar mais perto para o caso de tocar... Estamos a pensar em abrir clínicas do tipo da Betty Ford, mas para Mobilodependentes... :P

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    2. Atrevo-me a dizer que és uma pessoa de sorte por te ter calhado essa espécie rara na rifa! Essa clínica é uma ideia maravilhosa. Sebem que levar para la alguém seria beeeeeeeeem mais complicado que arrastar um maluquinho para o manicómio. (com todo o respeito pelos maluquinhos) :P

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    3. Colocava-se iscos.... Tipo ofereciam-se aplicações, e por baixo, púnhamos laços, mesmo ao estilos das armadilhas como nos desenhos animados, e depois zááás.... era o detox.... :P

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    4. Isso já é de génio!!!! Eu estava a pensar só num "vem comigo ali experimentar uma nova aplicação", mas oferecer aplicações é muito à frente! serei tua sócia.

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  8. aqui não à dependência por tal electrodomestico!

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  9. "E, quando um iPhone ou Blackberry ficam sem bateria, há sempre um amigo que saca o seu telemóvel antigo enquanto solta umas sonoras gargalhadas e diz: “a mim não acontece isso.”"

    Eu sou esse amigo xD
    Sou viciado em SMS, isso sim. Mas de resto, basta-me o básico dos básicos xD

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