25.9.13

badalhocas e galdérias

Gosto do César Mourão. Aprecio o seu humor. O talento. A versatilidade. E o modo fácil como consegue pegar em qualquer tema e dar-lhe uma nova roupagem fazendo com que seja uma boa piada. Num destes dias, vi o humorista dar vida ao dono de um parque temático, de seu nome Badalhoca Park. Esta piada foi feita em alusão ao Badoca Safari Park, que fica em Vila Nova de Santo André, no Alentejo.

Quem costuma ir para Porto Covo ou Vila Nova de Milfontes passa em frente a este parque. E aposto que quase todas as pessoas já olharam para a placa identificativa do parque e fizeram essa mesma piada, dizendo que se trata do badalhoca park. Com isto não pretendo tirar mérito ao trabalho de César Mourão. Nada disso. O que me leva a escrever este texto são as badalhocas do sketch do humorista.

No pequeno vídeo, os animais do parque são substituídos por quatro mulheres que se assumem como badalhocas (algo diferente de uma galdéria, como faz questão de explicar o personagem). Das quatro, apenas uma fala. Para dizer nada mais do que palavrões. Mas fala. As outras, limitam-se a fazer de badalhocas. Que estão em exposição como se fossem animais. E que têm comportamentos iguais aos de um qualquer cão que deseja uma festinha no lombo e que é alimentado por quem o vê.

Sei que o dinheiro compra tudo. Mas existem certos detalhes que ainda deveriam falar mais alto do que alguns euros. Aquelas mulheres (que não conheço de lado nenhum) aceitaram fazer um papel ridículo a troco de “meia dúzia” de euros. Para quê? O que advém daquela prestação? Mais trabalhos na representação? Isto caso se considere que foram actrizes a representar um papel. Reconhecimento profissional? Abriram-se portas no mundo da televisão? Duvido...

Já vi actrizes muito talentosas darem vida a “badalhocas e galdérias” Exibindo o corpo nu, entre muitas outras coisas menos comuns. Mas isto acontece num mundo completamente diferente. Tratam-se de filmes ou de séries com uma certa visibilidade que correspondem a uma aposta arrojada numa determinada etapa da carreira. São projectos que nada têm a ver com um sketch de um programa humorístico. Considero-me uma pessoa de mente aberta. Mas existem certos valores que ainda são importantes para mim. E vender tanto por tão pouco é algo que não me entra na cabeça. Mesmo que isso signifique aparecer na televisão, em horário nobre, durante cinco minutos. 

6 comentários:

  1. Dinheiro nenhum no mundo, paga isso. É mesmo querer aparecer!

    nadinhadeimportante.blogspot.pt

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  2. Um dos sketches mais engraçados do Cesar Mourão é um que não te consigo explicar o porquê de achar piada... mas não há uma só vez em que ouça esta frase e não me desate a rir: "E pumba na Irina!!" looool é inevitavel!

    hás-de procurar :) ele é um génio. trabalhei com ele e é um humorista fantástico e um trabalhador nato

    maybe-theblog.blogspot.pt

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    1. Esse sketch é muito bom. Adoro o trabalho dele. É um dos nossos grandes talentos. Mas acho que as mulheres do sketch que referi se venderam por muito pouco :)

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  3. .... e aqui eu vejo que até (até.....) tenho uma mente PURA, e em nada conspurcada!!!!!!
    Eu chamo Badocha..... Agora, WTF is César Mourão ??? Espera... vou ao "Guguel".... Já vi....Este ??? Hum.... desconheço o trabalho dele.......

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