pode ser de seis em seis meses?

As eleição autárquicas realizam-se no próximo Domingo. Quatro anos depois da realização das últimas. Porém, se dependesse de mim, o próximo acto eleitoral seria passados seis meses. Ou mesmo três. Pelo simples facto de que, durante a campanha eleitoral, dá-se destaque e ênfase aquilo que realmente importa: as pessoas e os seus problemas.

Ao longo das últimas semanas, todos os candidatos revelam uma preocupação extrema com os problemas das pessoas. Desejam saber o que está mal, prometendo que esse problema será solucionado em caso de vitória. Além disso, pintam-se as passadeiras. Arranjam-se os jardins. Embelezam-se as rotundas. E tapam-se os buracos que danificam carros há quase quatro anos.

É certo que a importância que se dá às pessoas poderá ser meramente ilusória. Cria-se a imagem de preocupação de modo a conquistar os votos desejados para a ainda mais desejada vitória. Sendo que, em caso de vitória, essas pessoas voltam à sua “normalidade invisível” e as promessas regressam para a gaveta, de onde só voltam a sair quando as próximas eleições estiverem à porta.

Contudo, a obra nas ruas fica feita. Os buracos tapados. As lâmpadas fundidas substituídas. As passadeiras pintadas. Os parques infantis arranjados. Os jardins bonitos. E as ruas mais limpas. Como tal, seria bom que as eleições autárquicas se realizassem com um menor intervalo de tempo.