“É impossível comprar um vinho de qualidade por
menos de cinco euros.” Ouvi esta frase ontem. E discordo por completo. Defendo
que é possível comprar um vinho muito bom por muito menos do que cinco euros. O
que acontece é que muitas pessoas associam preços elevados a qualidade e nem
sequer dão o benefício da dúvida a um produto cujo valor é tão baixo que chega
a roçar o ridículo.
No caso do vinho. Imaginemos um vinho cuja produção
deu para encher somente quinhentas garrafas. Que por sua vez estão engarrafadas com um vidro xpto e com um acabamento manual que lhe confere um
aspecto único. Por sua vez, a garrafa está fechada com uma rolha feita com a
melhor cortiça do mercado. A isto junta-se um rótulo especial com um design
apelativo e por fim, o enólogo que acompanhou o processo deste vinho é dos mais
conceituados da praça. Como é óbvio, tudo isto vai encarecer o produto. Se lhe
confere qualidade? Não! Apenas terá que ser caro para pagar o seu custo.
Por outro lado, um vinho cuja produção deu para
comercializar dez mil garrafas. E cujo produtor pouco se importou com tudo o
resto excepto com o facto de comercializar um vinho a um preço apelativo para o
cliente. Isto significa que o vinho é mau? Não! Significa apenas que o custo de
produção foi bastante reduzido e que isso permite vender a um preço mais baixo.
Ainda nos vinhos. Muitas pessoas pensam que o
preço é que conta. Mas, um dos segredos para saborear o vinho está nos copos.
Esqueçam os vinhos caros e apostem em copos de qualidade. Além disto, não
comprem o vinho hoje pela manhã para beber ao jantar. Tenham várias garrafas em
casa prontas para qualquer refeição. Não menos importante: a temperatura. No
caso do tinto, muitas pessoas pensam que deve beber-se “aquecido”. Isto está
errado. O vinho tinto deve ser bebido a 18º. Para isso, basta que o coloquem no
frigorífico (na zona das garrafas) três horas antes do jantar. Isso vai fazer
com que seja servido a 15º. Com o calor dos copos, chega-se aos tais 18º. Quem
não acredita nisto, experimente beber o mesmo vinho aquecido e da forma que
estou a dizer. Depois, descubram qual sabe melhor e qual é que revela as
verdadeiras qualidades do vinho. Qual é que nos deixa tontos, de cabeça pesada
e com ar cansado. Convém não esquecer que nem todos os vinhos dão para toda a comida. Há que saber casar ambos. Uma pequena dica. Deve ser o sabor do vinho que fica na boca e não da comida.
E isto dos vinhos aplica-se a quase tudo. Pagar
mais não é sinónimo de qualidade. Significa, na maior parte dos casos, que há
muita gente a ter de receber dinheiro pelo produto final. Ou que existem lucros de quinhentos (ou mais) porcento. E que há uma marca
para pagar e por aí fora. Nem tudo o que é barato tem de ser bom. Tal como nem tudo o que é caro é automaticamente bom. Mas, dar o benefício
da dúvida e experimentar um produto barato não faz mal a ninguém.
Não me alongo...não sou suficientemente conhecedora..mas lá em casa há quem seja e uma coisa sei por menos de 5€ se se souber procurar consegue-se encontrar vinho bom!
ResponderEliminarMaria
Há vinhos muito bons a pouco mais de um euro.
EliminarConheço bons vinhos correntes a menos de cinco euros! Bastante agradáveis!
ResponderEliminarMuitas vezes também se prende com o nome da marca, se a marca ou a região não for tão conhecida o preço é mais baixo!
Nem mais.
EliminarPermita-me só que o corrija num detalhe:
ResponderEliminarafirmar que o vinho tinto deve ser servido a 18º é quase tão errado como afirmar que deve ser aquecido.
Cada vinho tem as suas propriedades e os seus sabores e aromas poderão ser libertados consoante a temperatura a que são servidos.
Servi-los à temperatura ambiente é totalmente errado.
Se estiverem 30º numa sala estaremos a beber uma sopa e não vinho, correto?
Deverá ser servido à temperatura que melhor o realce ou que melhor realce a conjugação do seu sabor com o do prato que acompanha.
E não esquecer a temperatura do local onde está a ser servido porque pode influenciar bastante o resultado final (calculam-se uns 2 ou 3º abaixo para tentar servir à temperatura desejada).
Já vi um belíssimo enólogo apresentar vinhos tintos servidos a 11º, por exemplo. E o resultado foi brilhante.
Quanto ao resto, concordo absolutamente mas continuo a sonhar degustar um dia um Barca Velha ou um Pera manca.
Já provei um francês bem mais caro e apesar de ser muito bom, acho que nem com o jackpot do euromilhões eu gastaria 300 € numa garrafa :)
Eu referi os 18º como uma generalização pois é uma temperatura frequente nos rótulos. O melhor do vinho descobre-se à temperatura aconselhada no rótulo. Para os 18º (algo que me foi ensinado num curso) pode usar-se o truque que referi.
EliminarQuem não quer um barca velha ou pera manca? ;p
Pois de vinhos nada percebo, não sou conhecedora destes néctares, tão pouco apreciadora. No entanto, em relação à afirmação “É impossível comprar um vinho de qualidade por menos de cinco euros.”, depende do local onde procuramos o tal vinho. Decerto que, numa loja gourmet é completamente impossível. Beijinhos.
ResponderEliminarBasta procurar bem... E isto é fácil :p
Eliminarbeijos
Pobre de mim, que compro sempre garrafas abaixo desse valor!... (salvo raras excepções...)
ResponderEliminarNão tens de te achar uma "pobre" :)
EliminarConcordo plenamente!
ResponderEliminarhttp://queriadeti.blogspot.pt/
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarClaro que existem bons vinhos a menos de 5€. Concordo plenamente contigo que pagar mais nem sempre é sinónimo de mais qualidade.
ResponderEliminarnadinhadeimportante.blogspot.pt
Nos vinhos e no que quer que seja.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarO vinho é para ser bebido, agora o problema tá nos copos? O melhor ou pior vinho está na ocasião e no momento em que é bebido, sozinho, acompanhado ou em grupo. Agora regras para beber vinho? por favor, ate pode ser da garrafa. Disse um Zé
ResponderEliminarO problema não está nos copos. O copo certo serve "apenas" para que descubras o melhor potencial do vinho. Estamos a falar de apreciação. Para beber, qualquer copo serve. Até da garrafa, como dizes.
EliminarConcordo inteiramente contigo, só tenho a acrescentar que os melhores vinhos aos melhores preços compram-se nas adegas. O melhor tinto que bebi comprei na adega de Palmela por 1 € cada garrafa.
ResponderEliminarQuando fiz um curso provei dezenas de vinhos e o melhor de todos era o mais barato. Para adivinhar o preço toda a gente disse preços elevados. Na realidade custava cerca de um euro.
EliminarTens razão!
ResponderEliminarEsse é um dos mitos que andam por aí.
Abraço
Que se aplica a várias coisas.
EliminarAbraço
Não percebo nada de vinhos, mas concordo que nem sempre o mais caro é o melhor. Às vezes acontece até o contrário.
ResponderEliminarbeijinho
Tens razão.
Eliminarbeijos
Cá em ccasa somos apreciadores de vinho. Há vinhos caros que são verdadeiramente deliciosos e há os baratos, que também bebemos, que nem uvas levam mas que também são agradáveis.
ResponderEliminarJá gastamos 120 eur numa garrafa de champanhe... Se vale a pena? Sem dúvida! Mas só em situações muito especiais, como i nosso casamento.:))
Essas ocasiões não olham a preços e ainda bem :))
EliminarNão sou conhecedor de vinhos, porque não sou grande apreciador. Gosto apenas de vinho branco, e bebo poucas vezes. Sou mais de cerveja.
ResponderEliminarMas no que toca à relação qualidade vs preço, aplica-se em muitas outras coisas. Nem tudo o que é mais caro é necessariamente superior.
Penso como tu mas adoro vinho ;p
EliminarConcordo, no geral, com tudo, excepto na menção ao enólogo...não acho que caiba no mesmo saco que o marketing, design, garrafa...o enólogo pode de facto mudar a qualidade do vinho e é sem duvida um actor principal para aquilo que vai ser o produto final. O que pode ser discutível é a qualidade do próprio enólogo quanto ao facto de ser mais ou menos famoso...poderão haver centenas de bons enólogos sem fama e de certeza alguns normaiszinhos com muita fama.
ResponderEliminarClaro que pode. E não pretendi desvalorizar isso. Só disse que um enólogo mais caro vai tornar o vinho mais caro.
Eliminar