quem me explica a utilidade disto #5

Mulheres e vibradores. Uma temática interessante e que dá para largas horas de conversa. Consigo imaginar diversos motivos que levam uma mulher a querer comprar um objecto que é tabu para muitas pessoas. Consigo lembrar-me da ausência de um parceiro sexual fixo (leia-se namorado ou marido) que leva alguém a preferir o objecto em questão ao sexo casual. Lembro-me também de mulheres que gostam de explorar ao máximo a sua sexualidade, mesmo tendo um parceiro sexual fixo. E ainda de mulheres que entendem conseguir uma maior satisfação sexual através do conhecimento próprio do seu corpo e dos seus pontos de prazer. Entre muitas outras hipóteses.

Não sou daqueles homens que acham que uma mulher deve ir para o Inferno porque gosta de usar um vibrador. E que defende que se uma mulher gosta de um vibrador é porque nunca teve com um homem como deve ser. Cada pessoa sabe de si. E se uma mulher gosta do prazer que consegue ter com um brinquedo sexual, porque não haverá de o viver? É algo perfeitamente normal.

Agora, aquilo que eu não consigo perceber é que as adeptas do vibradores sejam fãs deste modelo, de nome Bad Vibes – Talking Vibrator. Este objecto, de quase dezoito centímetros de comprimento tem o formato tradicional de um vibrador. Até aqui, tudo bem. É branco. Uma cor como outra qualquer. Funciona com recurso a duas pilhas AA. Mais uma vez, tudo bem. Tem uma cara assustadora estampada no mesmo. Aqui a coisa começa a descarrilar. E vem numa caixa que fala.

Assim que Bad Vibes – Talking Vibrator é retirado da embalagem ouve-se uma voz masculina. Que diz, de forma aleatória, as seguintes frases: “vai-te embora que tenho uma dor de cabeça”, “hhmmmmm querida, estás mesmo gira hoje”, “Desculpa, tenho de acordar cedo amanhã” e “não consegues arranjar um homem a sério?” Estas são as frases deste vibrador que custa menos de oito euros.

Sendo que se trata de um objecto ligado ao prazer sexual, não imagino uma mulher a comprar este vibrador por duas razões. A cara estampada é assustadora. E as frases, à excepção de uma, são uns completos turn off. Principalmente aquela que pergunta se a mulher não consegue arranjar um homem a sério. Por isso, só imagino este artigo a ser oferecido numa onda de brincadeira, tal como numa despedida de solteira. Ou será que me está a escapar algo? Quem me explica a utilidade disto?