“Da Casa dos Segredos só gosto do
Diogo. É o rapaz mais interessante de todos e o mais bonito mas
tinha de ser logo aquele que já teve problemas com droga”, foi
algo que ouvi recentemente. Aos olhos da mulher que me disse isto,
todas as características que o rapaz tem (e que lhe agradam) são
imediatamente esquecidas porque existe um passado ligado ao consumo
de drogas. Ou seja, cria-se uma imagem preconceituosa em torno de uma
pessoa com base numa única característica que parece ter poder
suficiente para anular as restantes. Aos olhos daquela pessoa, este
Diogo será sempre um coitado de um drogado.
Quando ouvi isto lembrei-me
imediatamente de outros exemplos. O clássico “não tenho nada
contra os pretos(as) mas era incapaz de namorar com um(a)”, que se
ouve (pelo menos eu) com muita frequência. E ainda “não tenho
nada contra os homossexuais. Desde que não venham para perto de mim
e desde que não casem nem adoptem crianças.” As pessoas que dizem
este tipo de frases assumem-se, quase sempre, como não sendo preconceituosas. Até ficam fulas da vida quando alguém lhes explica que se tratam de
comentários que têm por base o preconceito.
Defendo que dizer que não se é
preconceituoso é uma espécie de moda. É uma das peças da estação.
Daquelas mais procuradas nas lojas e que todas as pessoas querem
usar. E, tal como acontece com as peças de moda, usa-se a suposta
ausência de preconceito sem qualquer critério. Tal como as botas da
moda, o que importa é ter e usar. Mesmo que não se saiba conjugar com outras coisas. Isso é secundário. O que importa mesmo
é ter, usar e ostentar.
Quando ouço pessoas gabarem-se (de
forma descarada e desnecessária) da sua ausência de preconceitos
gosto de introduzir alguns temas polémicos na conversa. E, na
maioria dos casos percebe-se facilmente que a ausência de
preconceitos não passa de uma fachada que fica sempre bem utilizar,
sobretudo quando são conversas que envolvem muitas pessoas. Até
porque não ser preconceituoso não tem de ser uma bandeira mas algo
que se revela no momento certo sem publicidade excessiva e desnecessária.
O preconceito faz parte da vida... Até faço sempre questão de dizer "isto é capaz de ser preconceituoso mas...". Preconceito muitas vezes é associada a ignorância, fico sempre contente quando alguém me esclarece. Pensar que se sabe tudo e que não se tem preconceitos é praticamente impossível... Manter uma postura aberta é mesmo isso, aceitar que a perfeição não existe e corrigir as nossa imperfeições a partir da aprendizagem que a vida nos proporciona...
ResponderEliminarAquilo que dizes é muito certo. E acredito que a generalidade das pessoas têm um ou outro preconceito sobre algo. O que é perfeitamente normal em alguns casos. E isto invalida que se ande a promover a falta de preconceitos quando eles existem. Não percebo a necessidade de gritar ao mundo que não tenho preconceitos quando facilmente se prova que existem.
EliminarO Preconceito existe e muito , ele é a pior doença que existe!!!
ResponderEliminarMSS
Mas fica sempre bem gritar ao mundo que não existe.
EliminarO preconceito escondido é algo que me faz muita confusão. Aquelas pessoas que querem muito ser liberais e depois são as piores.
ResponderEliminarnadinhadeimportante.blogspot.pt
Concordo contigo.
EliminarÉ verdade o que escreves, mas existe gente que jamais vai ser capaz de lutar e tentar entender algumas coisas desta sociedade, porque no tempo delas era assim, ou não se usava falar sobre determinado assunto, tornando tudo uma confusão cheia de preconceitos, mal tal como dizes existe muita gente que se diz não ser preconceituosa e vamos a ver nem sabem o que isso significa apenas o dizem por uma questão de "moda" tal como referes,
ResponderEliminarExistem problemas antigos mas aquilo que mais me choca é a mentalidade de muitas pessoas que têm pouco mais do que vinte anos.
Eliminar"de uma fachada que fica sempre bem utilizar"
ResponderEliminar...ahahahahah...nem de propósito...
O preconceito existe e ponto final. Mais do que nas palavras que fica bem dizer-se, ele vê-se e sente-se nas atitudes do dia a dia.
Jinhoooossssssss
Mai nada!
EliminarOu: o que contam são as ações. Falar é fácil, as pessoas revelam-se nos atos.
ResponderEliminarE, já agora, o Diogo é mesmo o mais interessante. ;)
The gLiTtEr Side
É aí que se revelam.
EliminarEm suma, com ou sem preconceito, o facto é que o Diogo é o "miudo" dentro da casa dos segredos que demostra uma postura mais linear e equilibrada possivel atendendo aos parâmetros do programa! :)
ResponderEliminarO Diogo é um acessório no texto :)
EliminarTodos temos um pouco de preconceito, seja ele em que forma for.
ResponderEliminarexiste sim....alguns são excessivos e desnecessários...se bem que preconceito é preconceito e supostamente nem deveria existir...
Isso não está em causa. Mas sim gritar ao mundo que não se tem quando eles existem.
EliminarVocê tem preconceito ?
ResponderEliminarBelíssima postagem.
Acabo de ficar na duvida se algum dia agir com preconceito,acho que não,sera?
A unica coisa que eu sei é que o amor combate todo tipo de preconceito,porque quem trata aos outros como gostariam de ser tratados,não vai ter preconceito.
Essa é a minha opinião,talvez esteja errada rsrs.
Um ótima semana.
Abraços.
Que me ocorra não tenho nenhum preconceito tão vincado que seja significante. E concordo com essa ideia de que o amor ajuda e muito.
EliminarAbraço e boa semana.
O preconceito, de uma forma ou de outra, está sempre presente na sociedade. Eu, por exemplo, sou extremamente preconceituosa relativamente aos programas de televisão que as pessoas vêem. Quem me diz que vê programas como a casa dos segredos é automaticamente riscado da minha lista. Passa a pessoa sem interesse para mim. Isto também é preconceito, não é? no entanto jamais sentiria essa repulsa por alguém simplesmente por ser gay ou de uma raça diferente da minha, só se visse a "casa dos degredos".
ResponderEliminarÉ preconceito, sim. E tão gratuito e absurdo quanto qualquer outro. Mas saber que é, é meio caminho andado para o corrigir.
EliminarÉ preconceito e, para ser sincera, eu também o tenho. Mas ao menos é honesta o suficiente para admitir que tem esse preconceito. Muito pior são aqueles que dizem "Eu não sou preconceituoso", mas depois mostram que o são nas atitudes que têm.
EliminarAdmitir um preconceito e admitir é ter noção do absurdo e afirmar-se feliz com ele. Negar o preconceito ao menos indicía que a pessoa tem vergonha de julgar sem conhecer, vergonha da possibilidade de estar a ser injusta, mesmo que no seu interior ainda o faça. Negar o preconceito, faz-me ter esperança nas pessoas que ainda são preconceituosas.
EliminarPior é saber que preconceito é fazer uma avaliação sobre alguém que não se conhece, tendo por base em detalhes irrelevantes da sua vida, e mesmo assim não se importar em verbalizar a possível injustiça em voz alta.
É tão absurdo julgar alguém negativamente por ver a casa dos segredos, quanto avaliar alguém positivamente apenas por estar a embalar uma criança. É que o segundo pode ser um pedófilo. Não fará mais sentido conhecermos as pessoas primeiro, e avaliarmos se as queremos no nosso círculo de amizades depois? Sem tecer juízos de valor, de preferência. É que uma coisa é não nos identificarmos com alguém. Outra coisa é essa pessoa passar a ser horrível, só porque nós não simpatizamos com ela.
*Admitir um preconceito e verbalizá-lo, é ter noção do absurdo e afirmar-se feliz com ele
EliminarCompreendo o que dizes mas sou incapaz de riscar alguém da minha lista porque não gosta de um programa ou outra coisa qualquer. É preciso mais do que isso. E agradeço a tua sinceridade.
EliminarAcho que me expliquei mal. Há uma grande diferença entre orgulhar-me de um preconceito e admiti-lo. Ter preconceitos nunca é bom, evidentemente, mas, a verdade é que todos os temos. Parece-me mais honesto dizer "Sim, eu tenho este preconceito" do que dizer "Não, eu não sou preconceituoso" e depois mostrar que afinal é. Se se é preconceituoso, mais vale ser honesto em relação a isso e fazer um esforço para mudar. Penso eu.
EliminarConcordo Jessie. Assumir que é necessário mudar algo e ser honesto é muito bom.
EliminarJessie, penso que concordamos na essência ("Se se é preconceituoso, mais vale ser honesto em relação a isso e fazer um esforço para mudar.") se por ser honesto nos referimos a ser verdadeiros connosco (dentro da nossa mente), de tal forma que consigamos mudar.
EliminarMas verbalizar a terceiros faz-me muita confusão. Qual é a necessidade, senão a de propagar o erro e magoar gratuitamente as vítimas desse preconceito? Quantas pessoas não terão lido este comentário e pensado "Olha que simpática, nunca trocou uma palavra sequer comigo mas já me inclui num saco de pessoas repulsivas."? Parece-me desnecessário magoar alguém que nem conhecem.
Também é uma realidade que só se deixa magoar quem não tem auto-confiança. Mas enfim, nessa linha de pensamento já estaríamos a divergir do porquê de não ser positivo o preconceito.
Obrigada pelo pequeno debate.
Sem qualquer dúvida....
ResponderEliminarO preconceito revela aqueles que se fecharam sobre si mesmos e sobre uma única perspectiva, que pensam que os favorece e que de alguma forma faz com que sintam superiores. São sempre os mais inseguros e pequenos que recorrem à diminuição do outro para se sentirem maiores.
ResponderEliminarAcho que o teu ponto de vista é bastante certeiro e resume tudo.
EliminarAdorei a analogia com a moda. Está bastante bem aplicada. Eu acho que uma pessoa realmente sem preconceitos não diz que não tem preconceitos. Não diz nada.
ResponderEliminarComo disse o Morgan Freeman numa entrevista, quando lhe perguntaram porque achava que ainda havia tanto racismo (não recordo as palavras certas, mas a ideia é esta), "porque ainda há pessoas a fazer essa pergunta".
Adorei essa resposta do Morgan. Acho que passa por aí também. Não ter preconceitos não deve ser uma bandeira.
EliminarSomos preconceituosos, sim. Todos nós. Em relação a um assunto ou outro. Eu não acreditava sê-lo até ao dia em que um namorado me disse que era Evangélico. As questões da religião nunca me causaram qualquer constrangimento ou dúvida. Até esse dia. Fiquei profundamente chocada, coloquei-lhe perguntas estapafúrdias, ridículas, até me aperceber que, de facto, estava a ser preconceituosa em matéria de religião.
ResponderEliminarPara mim, esse momento foi uma lição. Percebi que, por vezes, mesmo não querendo, mesmo sendo pessoas instruídas, bem formadas, temos reacções que nem nós prevemos. O importante é que consigamos reconhecer o erro e melhorar.
Sem dúvida, tens toda a razão. Dizem não ser preconceituosos mas são os primeiros a apontar esta ou aquela característica. Se o ser preto, homossexual, ex-toxicodependente, etc, é normal para quê falar no assunto?
ResponderEliminarbeijinho
Olha, a mim já me disseram que me acham parecido com esse Diogo, até já escrevi sobre isso no blog ahah xD
ResponderEliminarAgora mais a sério... Em termos de preconceitos, o que mais me irrita de facto é as pessoas julgarem outras pelo seu passado, sobretudo quando esse passado já é apenas isso mesmo: algo distante, o que significa que a pessoa mudou em algo e aprendeu com algo. Porque todos nós, em algum momento da nossa vida, fizemos escolhas erradas e cometemos erros.