15.11.13

era uma vez

Era uma vez uma pequena porção de diarreia. Que passava os dias a olhar para um grupo de meninas muito bonitas. A pequena diarreia queria fazer parte do grupo de meninas que observava de longe. Era uma obsessão que não conseguia controlar.. Mas não conseguia lá chegar. Por mais que tentasse. Como tal, passava os dias a falar mal do grupo de lindas meninas, na esperança de que estas caíssem, estragassem as suas roupas bonitas e desmanchassem os penteados vistosos. Ou seja, tudo aquilo que cobiçava.

Quando estava sozinha, longe de outras porções de diarreia iguais a si, a pequena diarreia chorava. E falava sozinha. Por entre as lágrimas crescia o desejo ser uma menina linda. Tal como aquelas que observava diariamente. Até que numa noite apareceu uma fada.

“Porque choras pequena diarreia?”, perguntou.

“Porque quero ser igual às outras meninas lindas”, respondeu.

“Mas não podes ser”, disse a fada.

“Não? E se eu vestir roupas iguais? E se eu me perfumar igual a elas? Ou se fizer o mesmo penteado? Já posso?”, questionou com entusiasmo.

“Não podes. Porque serás sempre uma pequena diarreia”, explicou a fada, motivando um desânimo ainda maior na pequena diarreia.

“É injusto. Não tenho culpa de ser assim”, desabafou a diarreia.

“Estás enganada”, disse a fada.

“Tu nasceste igual a elas. Eras tal e qual mas escolheste ser uma pequena diarreia. E agora tens de viver assim, com a opção que tomaste”, concluiu antes de desaparecer. A pequena diarreia ficou a chorar. Embora não pareça, esta é uma típica história com um “e foram felizes para sempre.” Embora esta felicidade diga apenas respeito ao grupo de meninas.

49 comentários:

  1. Essas histórias são um pouco assustadores... cada um é como é... cada um tem o que tem... pronto já passou... As pessoas mudam, as pessoas sofrem. Ninguém é igual a ninguém. Há inveja boa e inveja má e ninguém é imune a essas coisas. Todos nós ficamos frustrados e todos nós invejamos. Não existem grupos distintos de pessoas "boas" e pessoas "menos boas"...

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    1. Discordo do teu ponto de vista. Gostava não houvesse a tal distinção entre pessoas boas e pessoas menos boas. Mas cinco segundos chegam para perceber que existem. Infelizmente.

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    2. Depende da forma como encaras as coisas. É preciso alguma frieza e distanciamento. E depois pensas "Como será a vida desta pessoa?" "Porque estará ela a fazer aquilo?" Já fiz isso muitas vezes e sinceramente já me permitiu a ajudar... Quando nós somos o alvo é mais díficil... mas não devemos julgar assim, nem pensar assim, porque quem fica mal e com pensamentos negativos no fim somos nós. Mas pronto just sayin'. Hoje tens de redescobrir a "fofura" no mundo

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    3. Coloco essas dúvidas, não o nego. E facilmente se percebe se estás perante alguém que precisa de ajuda, alguém que ainda não percebeu que precisa de ajuda, alguém que não quer ajuda ou pessoas que não merecem mais do que aquilo que têm. Esta distinção é simples. Não sei a que te referes com alvo porque não considero ser o alvo de nada. Quanto aos pensamentos negativos, felizmente não me incomodam. Esta é apenas uma análise de algo que observo. Nada mais do que isso. E algo que não aquece nem arrefece a "fofura" no mundo.

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    4. não estava a falar de ti, o "nós" era geral =)
      Um bom fim de semana

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    5. Também falei no geral. Bom fim-de-semana.

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  2. "era uma vez uma pequena porção de diarreia" Alguém que te ofereça o Nobel da Literatura, por favor!

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    1. Havia várias hipóteses. Foi a que me pareceu menos má.

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    2. Por acaso pensei o mesmo, escrever um texto sobre uma pequena diarreia é qualquer coisa de fenomenal xD

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    3. Soltei uma pinguinha ao ler isto confesso. Fenomenal ;)

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  3. Conquistaste-me imediatamente na primeira frase ahahah :) E compreendo totalmente o teu ponto de vista Homem! E sim, há as pessoas boas e as pessoas menos boas... E há as diarreias, se há!

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  4. Atrevo-me a dizer que a quantidade de Diarreias aumentou consideravelmente de há uns tempos a esta parte.

    Nada que a indiferença não resolva :P

    Adorei este texto , ahahah mesmo!!

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    1. Também faço parte desses atrevidos. A solução passa mesmo por aí ;p

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  5. Esqueceste-te de uma 3a categoria! Há as pessoas bonitas, as "diarreia" e as que qualificam outros de diarreia...ah e pedacos de carne. Que nome lhes podemos dar?

    Sofia

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    1. Olá Sofia!

      Não me esqueci dessa categoria. Existem dezenas de categorias que não mencionei. Por exemplo as pessoas sem coerência, aquelas que dizem uma coisa em privado e outra em público, as pessoas que andam ao sabor do vento, as pessoas que distorcem uma ideia consoante uma necessidade e por aí fora.

      Uma coisa é certa. Em qualquer uma destas categorias (e de todas as outras sobre as quais não falei) só entra quem acha que lá deve estar. Só enfia a carapuça quem acha que esta lhe serve perfeitamente na cabeça.

      Eu tenho as minhas opiniões. Quem gosta, gosta. Quem não gosta, não gosta. Quem concorda, concorda. Quem não concorda, não concorda.

      Quanto aos pedaços de carne, apesar de ser chão que já deu uvas, volto a dizer o mesmo. Há uma linha que separa as mulheres (E HOMENS) dos pedaços de carne que são tratados como tal. A diferença (PARA MIM) reside em quem oculta o que acontece na sua cama com aquelas pessoas que CONTAM A TODO O MUNDO com quem dormem. Não está em causa o número de pessoas que passa por uma cama ou pelo banco de um carro mas sim A PUBLICIDADE GRATUITA DA VIDA SEXUAL A DESCONHECIDOS.

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  6. Infelizmente há por aí muitas diarreias e bem fétidas. Cabe aos outros não deixar que as mesmas nos salpiquem. Bom fds Homem!

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  7. Às vezes pergunto-me que tipo de pessoa é capaz de escrever coisas tão inestéticas...

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    1. Eu sou capaz.

      Compreendo a tua dúvida. Tem toda a lógica. E leva-me a outra. Às vezes pergunto-me que tipo de pessoa é capaz de perder tempo e dar atenção a uma coisa de que não gosta.

      E aqui digo-te: Eu, não!

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    2. Mas não parece que assim seja, HSB, não parece mesmo nada...

      O facto de se gostar de ler determinados tipo de post num dado blog não obriga forçosamente a que se goste da totalidade dos posts desse autor.

      No meu caso, que por vezes aqui venho ler o que por aqui se escreve, não gosto de tudo o que aqui leio (ou não me identifico, ou não sinto que seja natural).

      O post de hoje, para mim, é desinteressante e de baixo nível. Com um tom ressabiado por algo ou alguém, revestido de um estrondoso esforço em mostrar indiferença ou até superioridade face a esse alguém.

      De todo o modo, continuarei a vir aqui a ler o que por aqui coloca. E a comentar quando para isso me der...

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    3. Eu explico: é mais ou menos como ver um desastre de automóvel... por mais que não se queira, acabamos por olhar... claro que depois nos arrependemos e ficamos até ligeiramente mal dispostos...

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    4. Miss Simple Things
      Quem gosta, gosta. Quem não gosta, não gosta. Agora, perder tempo com algo de que não se gosta minimamente é perder tempo. E aqui falo por mim. Que tenho mais do que gastar o tempo em coisas com as quais não me identifico. Há quem prefira ver acidentes de automóvel para ficar mal disposto. Eu, nessa altura, carrego mais fundo no acelerador para sair daquele cenário. São opções e cada qual escolhe a que mais quer. Aquilo que sou não tem de ser o que os outros são mas também não tenho de ser aquilo que outros querem.

      "O post de hoje, para mim, é desinteressante e de baixo nível. Com um tom ressabiado por algo ou alguém, revestido de um estrondoso esforço em mostrar indiferença ou até superioridade face a esse alguém", não sei ao que te referes nem a quem te referes. Não me revejo minimamente nas tuas palavras. Mas lá está, o baixo nível e outras coisas de que falas mudam consoante as pessoas e consoante as necessidades dessas mesmas pessoas. O que para uns é giro para outros é ofensivo. Reforço apenas que se trata de uma fábula (com realidade aos meus olhos) sobre uma porção de diarreia. Nada mais do que isso. Daí não perceber esta confusão que uma simples fábula possa causar a ti ou a outra pessoa.

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    5. Eu volto a explicar já que sou pessoa bondosa com imenso tempo e paciência: um texto deste tipo (já não é o primeiro), denota uma terrível falta de berço. É por isso que nós, as pessoas bondosas e com tempo tempo disponível, ficamos aqui paradas a olhar, é uma espécie de experiência sociológica, tal e qual como fazer uma visita de estudo à zona J...

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    6. As pessoas da zona J agradecem a comparação. E eu também. Obrigado.

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  8. Mas quem são as "diarreias" afinal? Os que não são como nós? É que fico mesmo confusa com o propósito desta estória...

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    1. Os que não são como nós são os diferentes de nós. Só isso. As pessoas que mencionei nesta fábula são pessoas que não entendem que são diferentes dos outros. São pessoas que lidam mal com a vida dos outros. São pessoas que em vez de ocuparem o tempo com as suas vidas ocupam o tempo a viver aquilo que os outros fazem. Pessoas que olham para os outros com inveja e que têm como objectivo destruir algo de alguém.

      É certo que estas pessoas também são diferentes. Mas para mau. E sou livre de achar que se tratam de pessoas que não prestam.

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    2. Olha a sonsa. Passa a vida enfiada lá no blogue dela e agora vem aqui dizer que fica confusa com o propósito da estoria.

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    3. Não sei quem é essa "dela" nem tão pouco me interessa. Se alguém pensa que esta fábula tem um propósito individual está profundamente enganado. É uma fábula generalizada. Se alguém se sente inserido isso é algo que não passa por mim.

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    4. HSB, concordo inteiramente com o seu último parágrafo (das 15h34, que ali o ANÓNIMO - por falar em sonsice - nem um comentário me merece).
      Nisto dos blogues é impossível não imaginar quem e como são os seus autores... Mas lá está... Quem escreve sujeita-se ao julgamento de quem lê... Mas depois, se "roupas bonitas" e "penteados vistosos" tem quem quer já inteligência emocional...

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    5. Não só nos blogues. Em tudo na vida existe a natural tendência em tentar perceber quem é a pessoa que está por detrás de algo. É assim na rádio, nos livros e em todas as áreas onde existe algo mas não existe uma imagem. A diferença está nas pessoas. Há quem goste e tente perceber se a imagem será tão positiva quando a ideia que têm. Outras, odeiam e detestam, como tal agarram-se a tudo e mais alguma coisa, até a suposições patéticas com base em completas asneiras cerebrais, na esperança de que essa pessoa seja muito má. Cada qual cria a imagem que quer. Uns limitam-se a criar essa imagem, boa ou má, outros e aqui quase sempre os que odeiam, tentam vender a terceiros a imagem que criaram. Como dizes, depende da tal inteligência emocional de cada um. E também não percebo o porquê de só algumas pessoas estarem sujeitas ao julgamento.

      Outra coisa que não percebo é o facto deste texto, que não passa de uma fábula pintada com características reais de muitas pessoas que conheço (e pelos vistos mais pessoas que passaram por aqui) te fazer tanta impressão. Este texto não é sobre ninguém. É uma generalização de uma realidade que não me passa despercebida. Se achas que é escrito por uma pessoa sem classe, mal educada e outras coisas, porque lhe dás tanta atenção? Já deixaste claro que não gostas. Segues em frente. Pelo menos é assim que penso.

      Será a tua inteligência emocional que te faz ficar "presa" a uma fábula? Como já disse, se alguém se revê na personagem deste texto, lá terá as suas razões. Se alguém acha que este texto foi escrito a pensar em si, está a querer ter uma importância que não tem porque este texto não é sobre ninguém em particular. Lá está mais uma vez, deve ser algo relacionado com inteligência emocional. Quem acompanha as coisas que escrevo (aqui e no facebook) percebe facilmente que já existiram mais textos destes, que coloquei apenas no facebook. Este, veio aqui parar.

      Espero ter dissipado qualquer dúvida que possas ter. Que sejas muito feliz. E que a tua inteligência emocional nunca te falte.

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  9. O título do texto conquistou-me sem dúvida por ser diferente. Não estou totalmente de acordo com a tua ideia de que a diarreia assim o é porque assim o escolheu ser. Nenhum de nós é livre de ser quem é. Temos a sorte e o azar de nos tornarmos quem somos por condicionamentos a que todos somos sujeitos: tempos diferentes, espaços diferentes, crescermos em famílias diferentes ou até sem famílias...etc. Aquilo que aos olhos dos outros pode parecer negativo ou "diarreia" muitas vezes não é mais do que um escudo que as pessoas criam para se defenderem e vingarem na vida. Aposto que a menina linda também tem diarreia, mais que não seja depois de comer amendoins e beber leite com chocolate. Eu não seria quem sou se tivesse nascido um minuto mais tarde. Tudo nos modifica.

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    1. Susana, dou-te toda a razão do mundo. Mas, penso de forma ligeiramente diferente em alguns casos. A maior parte das pessoas de que falar querem ser ajudadas. Percebem que esse escudo é uma barreira para certas coisas.

      Como dizes e bem, todas as pessoas têm as suas "diarreias" e isso é normal. Viver com base nelas é que já é ridículo para mim.

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  10. Ai como eu conheco muitas diarreias por este mundo fora. Coitadas nao vao a lado nhenhum.

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    1. Pelos vistos existem muitas pessoas que conhecem pessoas como descrevi no texto.

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  11. Há tantas diarreias espalhadas por aí...

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  12. ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah
    Dá-lhe!

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    1. Isto é uma fábula com um fundo de realidade. Não se trata de "dar-lhe" porque não existe ninguém a quem dar o que quer que seja. Que isso fique bem claro. Em tempos cometi o erro de dar importância excessiva a quem não o merece. Aprendi com o erro. E não o voltarei a repetir.

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  13. Há um livro que se chama pessoas tóxicas.
    Deviam ler, vão gostar e perceber que existem muitas e com diarreia!!!! Só tento não ser igual! E manter me longe delas.
    Não gosto de pessoas de má vontade. Nem de fazer fretes.
    De quem não gosto ....não gosto.
    Tenho defeitos mas sei que tento fazer que o sol brilhe onde e com quem quer que me encontre. Sou feliz assim. Porque não somos todos?

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    1. Um belo conselho. E como são gratuitos, aproveite quem quiser e achar necessário.

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  14. Há um livro que se chama "gente tóxica". Leiam.
    Vão perceber este texto da diarreia.
    Essas pessoas não deixam a nossa Luz brilhar e por isso nos devemos afastar delas.
    De lixo na da o mundo cheio

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  15. Que paciência!
    Fala-se de diarreia e parece mal. Mas falar mal das outras pessoas, gozá-las e achincalhá-las não! Ora aqui está uma boa teoria... Querem ver que a diarreia tem sentimentos?!
    O que faz falta a muita gente é uma boa dose de diarreia, podia ser que assim lavassem as entranhas.

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    1. Espero que não exista a Associação dos Amigos Defensores das Porções de Diarreia :)

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    2. Ahahah essa está boa! Realmente é preciso ter paciência... eu não sei como tens, nem muitas pessoas que conheço. Mas percebo. Não concordo na totalidade com o texto, mas percebo o que a fábula pretende transmitir. Nem queria comentar nada pois é tamanha a estupidez de alguns comentários, mas achei a deste anónimo por demais sensacional :)

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    3. Pelos vistos existem muitas pessoas que sentem que este texto podia ser sobre elas. Lamento que assim seja mas cada qual sabe de si. Este comentário está extraordinário e reflecte bem a mensagem que o texto passa.

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