15.11.13

depressão pós-nada

As épocas são marcadas por diversas doenças. Umas roubam a vida a milhões de pessoas, apesar dos avanços na área da saúde. Infelizmente, quanto a estas pouco há a fazer. Resta acreditar na ciência. Nos profissionais desta área. E esperar que os países mais ricos ajudem a acabar com problemas específicos que motivam doenças específicas nos povos mais carenciados.

Além destas doenças, existem outras. Talvez tão graves com as primeiras. Pelo simples facto de que atacam pessoas aparentemente saudáveis, acabando por influenciar, pela negativa, as suas vidas. Dentro deste grupo de doenças, destaco a depressão pós-nada. Que considero ser uma das doenças desta época pela quantidade de pessoas que afecta.

Tal como o nome indica, a depressão pós-nada é isso mesmo. A pessoa nada tem. Mesmo assim, deprime-se. Com tudo. Existe alguém feliz, entra-se em depressão. Existe alguém com sucesso, entra-se em depressão. Existe alguém que tem algo que se deseja mas não se consegue alcançar, entra-se em depressão. Existe alguém que respira, entra-se em depressão. Tudo é motivo de depressão. Menos a apatia pessoal, porque essa é intocável.

De depressão em depressão, estas pessoas deixam de viver as suas vidas. Vivem as dos outros, que consideram ser o motivo da sua infelicidade. Chegam ao ponto de ser invisíveis para o mundo. Mas, deprimidos continuam a revoltar-se contra todos. Sem nunca perceber que o único motivo da doença de que sofrem são eles mesmos. Sem que consigam ter discernimento para perceber que a cura está neles próprios.


E, de depressão em depressão vão vivendo. A achar que estão no topo do mundo. Que são a solução para tudo. Que o mundo está errado e que só eles, os deprimidos pós-nada, é que estão bem. Riem-se. Pulam de alegria. Revoltam-se contra todos. Tentam destruir o máximo que conseguem. Sem sucesso. Sem perceber que são os únicos culpados da vida de merda que têm. E sem perceber que tentar alterar a vida dos outros nada de novo acrescenta à sua. 

6 comentários:

  1. Eu quase não tenho tempo para viver a minha vida, quanto mais "a vida dos outros" [a propósito, um excelente filme alemão, recomendo!]

    Mas há muito tempo que aprendi a não partilhar muito da minha vida, nem o bom nem o mau, porque... se estou bem, rogam-me pragas; se estou mal, rogam-me ainda mais praga, porque acham que as primeiras funcionaram! :-)

    Enfim...

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    1. Gostava de saber qual é o truque para ter vida para a nossa e para mais umas quantas. Se descobrires avisa :)

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  2. Há quem deixe de viver mesmo antes de morrer .
    Pelas mais variadas razões que só cada um sabe e eu não vou julgar mas tenho opinião sobre as pessoas que não conseguem dar um passo para sair do buraco, mas não deixam de dar dois para ir cuscar a vida alheia.
    A vida dos outros é muito mais interessante, os esforços , as dores, são deles mas as alegrias, os méritos são deles e dos que os invejam.

    Há pessoas deprimidas só pelo simples facto de não se darem ao trabalho de pensar.
    Com isto não estou a dizer que a depressão ,a verdadeira depressão não existe e não é dificil de combater, mas depois existem as outras pseudo depressões.
    Que já chateia!!

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    1. Uma das minhas frases preferidas é: todos os homens morrem mas nem todos vivem. E isso diz tudo.

      Isso que dizes da vida alheia é um exemplo perfeito de depressão pós-nada.

      Lamento a verdadeira depressão e sei do que falo. Mas estas depressões pós-nada são patéticas.

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    2. Concordo com o comentário de "Reflexos"...
      "Viver" é uma coisa "existir" outra..

      Respeito as verdadeiras depressões que são tratáveis ... simples assim!

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    3. Não tenho pena de quem tem depressões pós-nada porque são pessoas que escolhem viver assim.

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