Até que ponto interessa saber se
alguém gosta de mim? Até que ponto preciso de saber se uma pessoa
que diz gostar de mim na realidade não gosta. Ou se uma pessoa que
diz que me detesta na realidade gosta de mim. Até que ponto é que
esses sentimentos são importantes para mim? Ou será que são
importantes para as outras pessoas?
É verdade que todas as pessoas gostam
de saber que são apreciadas por outras. Todas as pessoas gostam de
saber que existem outros que gostam da sua maneira de estar na
vida. Que apreciam a sua linha de raciocínio. O modo de agir. O bom
coração. E por aí fora. Tal como todas as pessoas gostam de se
sentir amadas por alguém.
É igualmente certo que o receio de não
ser amado por alguém e o medo de ser detestado por um grande número
de pessoas leva algumas pessoas a mudarem a sua essência. Com o
único objectivo de serem aceites pelo maior número de pessoas
possível. É o medo da rejeição. Que leva algumas pessoas a
fazerem coisas com as quais não se identificam somente pelo
objectivo de ouvir meia dúzia de aplausos.
Mas, para mim, aquilo que importa é o
que eu sinto em relação aos outros. Mais do que saber se alguém
gosta de mim, interessa-me saber se eu gosto de alguém.
Independentemente de ser uma pessoa que não quer nada comigo. Pelo
simples facto de que os sentimentos que vivem obrigatoriamente comigo
são os meus. É aquilo que sinto. E tenho de saber gerir o que sinto pois é impossível
controlar o que os outros sentem. E isso é que me define enquanto
pessoa. Os meus sentimentos. Não os dos outros.
Não tenho que mudar para que os outros
passem a gostar de mim. Porque estarei a ser falso. Estarei a
encarnar uma personagem que agrada a terceiros. Aquilo que tenho de
fazer é ser fiel ao que sou. Ao que sempre fui. Se alguém gostar,
óptimo. E se alguém não gostar de mim. Se alguém me odiar, por
exemplo, será essa pessoa que tem de viver com esse ódio. Porque
ele, a mim não me diz nada. Nem sequer provoca uma comichão.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJá deixei muitos amigos ao longo da vida, exactamente porque cheguei a um ponto em que me deixei de identificar com eles. Muita gente vai-me dizendo que mudei, mas eu não acho que mudei. Só acho que à medida que vamos crescendo/vivendo, vamos chegando mais perto da nossa essência, daquilo que somos e daquilo que queremos ser. Nunca me importei se gostam, ou não, de mim. Nunca me importei com o que os outros pensam de mim. E acho que isso me torna mais livre e mais feliz. A nossa «estirpe» está, infelizmente, a tornar-se cada vez mais rara Homem :)
ResponderEliminarNão percebo esse ponto de vista...amizade para mim é muito mais do que identificar-me com alguém... nunca deixei um amigo para trás por muito diferente que seja de mim, por muito que esteja noutro patamar que eu... e sinceramente não percebo como há pessoas que abandonam amigos porque se deixaram de "identificar" com os mesmos... amigos são amigos e sempre serão é um laço que é criado... não é destruido de forma nenhuma muito menos por "olha mudei e adeus"... amigos têm capacidade de adaptação... Já ninguem valoriza a amizade... vivemos num tempo de individualismo extremo... não concordo com essa visão, nem a percebo mas respeito...
EliminarÉ verdade anónimo,parece que são poucos os que se adaptam uns aos outros,isso cada vez mais é visto como um grande defeito...
Eliminaro que não consigo compreender...mas pronto...como já disse respeito.
Eliminar@Helen Berry
EliminarCompreendo aquilo que dizes. Tenho amigos de quem gosto muito mas de quem me optei por afastar. Pelo simples facto de que as suas escolhas não eram as minhas. Viviam vidas que nunca quis viver. Se deixei de gostar deles? Não. Se deixaram de gostar de mim? Não. Se cobrei algo? Não. Se cobraram algo? Não. Somos grandes amigos e estamos juntos naquilo que nos une. E a amizade passa por aí. Existem pessoas com quem estou diariamente e que não são meus amigos. Existem pessoas que vejo meia dúzia de vezes por ano e que faço tudo por elas. Por isso compreendo o que dizes.
@anónimo 10h46
Não se trata de deixar para trás. Tenho amigos de quem me afastei por opções de vida completamente distintas mas isso não significa que os deixe para trás. Simplesmente adoram coisas que não quero na minha vida. E aproveitamos aquilo de que ambos gostamos para viver esses momentos. A amizade também não é fazer tudo o que os outros querem. Além disso, já tive pessoas a meu lado que julgava amigos e que não eram. Com esses, tive mesmo de mudar. Era obrigatório. De resto, dou-te toda a razão. A amizade é algo muito forte. E quando é sincera é do melhor que pode existir.
@Anónimo 18h45
Por exemplo, como é que te adaptas a um amigo que só quer noitadas, drogas e sexo casual todas as noites? Passas a fazer o mesmo? Ou dizes: gosto muito de ti mas isto não é vida para mim. Não contes comigo para isto. Conta para tudo o resto mas não me convides para estas coisas pois não quero. Para mim, dizer isto é ser amigo.
Ó HSB olha a comparação que foste buscar ao responder ao anónimo das 18h45!
EliminarEu falei da adaptação em relação às decisões que os amigos tomam,muitas vezes eles agem para satisfazerem o ego deles,apesar de se ter grandes afinidades eles não se percebem que estão a ignorar os amigos mas isso não sei se pode ser um acto inconsciente.
Optei por dar um exemplo de "extremos". Os amigos adaptam-se mas aquilo que a Helen tem o seu quê de verdade. A vida leva a que aconteça a muita coisa.
EliminarNão podia concordar mais HSB. Temos de saber lidar com os nossos sentimentos, é com eles que vivemos, se estou de bem comigo e com o que sou, o que os outro sentem em relação a mim é um problema deles. Não vou dizer que não há pessoas que me magoam por não conseguirem ver a minha essência, não poso fazer nada, não vou mudar o que sou para agradar a ninguém. Tenho de me desligar dessa pessoas, nem sempre é facil (apego-me com facilidade e não tenho uma lista de pré-requisitos), mas é possível.
ResponderEliminarBeijos
Os outros é que têm de lidar com o que vive dentro deles. E isso é problema deles. Também me apego com facilidade mas aprendi a afastar-me de quem não interessa.
Eliminarbeijos
Sem dúvida alguma, concordo plenamente.
ResponderEliminarÉ assim que vejo as coisas.
EliminarPerdoa-me se parecer incoerente...3 horas de sono...
ResponderEliminarJá "corri" muito atrás de saber se gostavam de mim. Já me virei do avesso para gostarem de mim. Cresci. Não corro atrás de ninguém. FINALMENTE aceito-me como sou. Reconheço-me qualidades e defeitos. Em relação aos outros já me enganei tantas vezes...
Cada vez mais confio no que sinto...cada vez me engano menos. Cada vez tenho menos, mas mais verdadeiros amigos. O segredo é mesmo esse Bruninho, na fidelidade a nós mesmos.
jinhoooosssssss
Eu sou o que sou. Quem gosta, gosta. Quem detesta, detesta. Sendo que quem detesta tem de viver com esse ódio. Eu não.
Eliminarbeijos
Granda embirrão,hahahahahahahahahahah!!!
ResponderEliminarGosto muito deste texto. Beijinho
ResponderEliminarFico feliz :)
Eliminarbeijos
Concordo com o que escreveste.... Acho que na vida em geral, e neste capítulo das amizades, em particular, o essencial é sermos coerentes connosco próprios com os nossos valores, princípios e formas de estar . São eles que nos definem e no fim fazem aproximar os afastar pessoas...Afinal os poucos ou muitos que ficam à nossa beira não serão fruto do acaso..
ResponderEliminarBjs
Coerência, algo que está a desaparecer do mundo.
Eliminarbeijos
Nem mais. Gostam ainda bem, nao gostam poem de lado e siga pa bingo.
ResponderEliminarMai nada!!!
EliminarAcho que é importante saber quem gosta de nós, não por nós mas porque essas pessoas é que são realmente as pessoas que acrescentam valor a nossa vida e que merecem retorno e consideração...custa-me viver numa sociedade cada vez mais centrada no EU e cada vez menos altruísta.
ResponderEliminarMas uma pessoa pode dizer que gosta de ti a mentir-te. E aquilo que pretendo dizer é que essa pessoa é que tem de viver com isso.
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