chegou o momento que eu não queria

Poucas pessoas sabem que este blogue é meu. Era assim no início. É assim hoje. E é assim que pretendo que continue a ser. Por diversos motivos. Como tal, poucas são as conversas que tenho sobre o blogue. Nas poucas que tive, abordei sempre diversos temas. A surpresa do crescimento. A constante presença de diversas pessoas. E os comentários livres de que sempre gostei. Este foi um aspecto que sempre destaquei. Agrada-me o facto de diferentes pessoas visitarem este cantinho, deixando a sua opinião no imediato. E sempre gostei disto porque é algo que motiva conversas. De um comentário nasce outro. E mais um. E ainda outro.

Quando referia isto às pessoas era sempre alertado sobre a eventualidade de ter de moderar os comentários. Algo natural com o crescimento do blogue, diziam-me. A isto respondia que ia tentar adiar esse momento ao máximo. Porque não era essa a essência do blogue. Aquilo que sempre fiz. Até hoje, dia em que o blogue passa a ter os comentários moderados. É certo que vou mudar a essência daquilo que defendia. Mas se não o fizesse não estaria a ser justo com os valores que defendo. Que passam por não pactuar com pessoas que certamente têm algum distúrbio mental. Não posso aceitar que se deseje a morte de alguém pelo simples facto de que não se gosta da escrita dessa pessoa. Das suas ideias. Daquilo que essa pessoa defende e acredita. Com o pequeno “pormenor” de não conhecer essa pessoa de lado nenhum. Era o mesmo que ir ao cinema e desejar a morte da pessoa que está na cadeira ao meu lado e que disse não gostar do filme que estou a adorar ver. Além disso não pactuo com pessoas que tendo este tipo de sentimentos dentro de si decidem atacar outras pessoas que comentam o mesmo espaço e que nada têm a ver com aquilo que por lá se passa.

Como referi, vou alterar algo que nunca pretendi alterar. Mas prefiro alterar um pequeno detalhe do que permitir que certas pessoas tenham visibilidade através de coisas que abomino por completo. Prefiro alterar um pequeno detalhe do que permitir que as pessoas que passam por cá habitualmente lidem com distúrbios alheios que roçam o ridículo. Por isso, peço desculpa a quem sempre comentou este cantinho com total liberdade. Isso irá continuar a acontecer. Só poderá demorar um pouco mais de tempo. Aliás, só quero que mude esse detalhe. As opiniões a favor vão aparecer. As opiniões contrárias também. E irei continuar a responder a todos os comentários. Algo de que gosto bastante. A diferença é que a diarreia verbal vai bater à porta mas nunca irá entrar.

Aproveito ainda este texto para falar sobre mim. Já referi em mais do que uma ocasião que muito daquilo que sou está aqui. Isto não significa que muito da minha vida esteja aqui. São coisas completamente distintas e as pessoas tendem a imaginar que as palavras que estão a ler correspondem à vida de quem escreve. E isso é errado. No meu caso posso garantir que nem um terço da minha vida está aqui. Está muito do que sou. Da minha essência. Das coisas em que acredito. Daquilo que gosto. Daquilo a que não acho piada. Mas fica por aí. A maior parte da minha vida não passa por aqui. E embora possa não parecer, aquilo que aqui está é ponderado. Porque entendo que assim tem de ser.

Ao acreditarem que um blogue é a cópia exacta de uma pessoa as pessoas tendem a acreditar em coisas que não estão escritas mas em que querem acreditar. Já referi diversas vezes que os textos que escrevo têm por base as pessoas que me rodeiam e a realidade que conheço mas existem pessoas que continuam a achar que dou como exemplo o mundo inteiro. Por exemplo, quando falo de homens ou mulheres, essas pessoas acreditam que falo de todos os homens do mundo ou de todas as mulheres do mundo. Quando, na realidade falo daquilo que conheço. Nada mais do que isso. Não sou melhor do que ninguém que passa por aqui. Nem pior. Não sou perfeito porque não acredito nem gosto de perfeição. Considero que caso existisse seria aborrecida. Tenho os mesmos (ou ainda mais) defeitos do que as pessoas que passam por aqui. Tenho as minhas qualidades. Resumindo, sou uma pessoa no meio de milhões, algo que deixo bem claro em diversos comentários onde entendo ser elogiado de forma exagerada.

Agora, apesar de ser apenas mais uma pessoa, sou diferente de todas as outras. Sou edição limitada. De uma peça. Esculpida e construída por duas pessoas que são únicas. Polida e melhorada pelas poucas pessoas que são especiais na minha vida e que amo. E ensinada por tantas outras com quem me cruzo na vida. Umas que vão ficando porque o merecem. Outras de quem fujo porque com elas apenas aprendi tudo aquilo que não quero ser nem fazer. A isto junto um largo número de valores dos quais não abdico. Seja por quem for. E acredito que esta descrição se aplica a todas as pessoas. Depois, ou se gosta ou não. E aí existem dois caminhos a seguir.