30.10.13

multi...paciência

Máquinas multibanco. Não são propriamente as minhas melhores amigas. A nossa relação passa, basicamente, por me esvaziar a conta. Umas vezes nem sinto o cheiro do dinheiro porque serve para pagar contas. Em outros casos consigo ter o dinheiro alguns minutos ou mesmo horas na carteira. Mas acaba por ir sempre parar a outra conta que não a minha.

Tanto num caso como noutro, sou recebido da mesma forma. Por um simpático boneco de braços abertos que se ri. Posso ter 50 mil euros na conta ou apenas dez que o sorriso é sempre o mesmo. A única vez em que se aborrece comigo é quando lhe peço coisas que não tenho. E aí, lá faz uma cara triste. Como se realmente estivesse infeliz por não ter autorização para me dar dinheiro.

Por isso, a minha relação com as máquinas multibanco é uma espécie de speed date. Sendo que, é como se não houvesse atracção entre nós. Chego lá. Não gosto dela. Ela não gosta de mim. E fazemos aquilo que temos a fazer, o mais rápido possível, enquanto esperamos que toque a buzina para trocar de lugar. Não existem grandes trocas de palavras nem mimos. Nem sequer chegamos a dizer o nome um ao outro. É mesmo um caso de falta de química. Ou como se costuma dizer, não há aquele clique que nos une.

Mas a nossa relação tem excepções. Não da parte do simpático boneco ou mesmo da máquina. Mas da minha parte. O meu interesse por ela cresce sempre numa altura específica. Que é quando estou atrasado para algo em que preciso de dinheiro porque é impossível pagar com o cartão. Como paga por só gostar dela nessa altura, esses momentos são sempre pautados por longos namoros que me atrasam ainda mais.

Quando eu mais desejo uma máquina multibanco é quando ela é namorada por um grupo específico de pessoas que têm o poder de testar a minha paciência. Aquelas pessoas que pagam trinta contas de uma vez mas que retiram o cartão da máquina após cada movimento. Aquelas pessoas que fazem a consulta de saldo em papel e que ficam a analisar o mesmo em frente à máquina. E até aquelas pessoas que conseguem tentar a mesma operação um sem número de vezes apesar da mensagem do ecrã não ser a mais simpática.

14 comentários:

  1. "Posso ter 50 mil euros na conta ou apenas dez que o sorriso é sempre o mesmo...." mas sabes isso por experiencia propria ou é um palpite? :D

    O que mais me irrita nos MB é quando existem 5 maquinas que fazem exatamente o mesmo mas apenas UMA serve para depositos em dinheiro...e adivinha la em quais os velhotes escolhem para fazer todos os pagamentos?? GRRRRR...

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    1. É só mesmo um palpite de pobre :)

      Eu, quando tenho muitos pagamentos para fazer deixo as pessoas passarem à frente.

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  2. eu só gostava de acrescentar mais um tópico de atração: estar no teclado e ter uma respiração não convidada mesmo, mesmo a milímetros de distância! onde está a linha amarela para demarcar território?

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    1. Detesto isso. E há tanta gente que gosta de se colar nas filas.

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  3. Tens razão. Uma das coisas que mais me mete impressão são as pessoas a "analisar" o saldo no papel que tiraram da máquina!
    Não podem fazer isso depois? Ou noutro sítio que não em frente à máquina???

    Abraço

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  4. Opàh o que conseguiste escrever à volta duma màquina de multibanco...bem apanhado...gostei muito da anàlise.

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  5. Ora nem mais! As situações que descreves irritam-me solenemente. Sobretudo quando se põem a analisar o saldo no papel, em frente à máquina. Para já estão a gastar papel :P porque não ver no ecran? Ou, para quem tem homebanking, controlar online? E depois, porque há mais gente para utilizar a máquina e quem está a utilizá-la naquele momento prefere fingir que não vê :/

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    1. Acho que aos poucos as pessoas começam a dar importância ao gasto desnecessário do papel. Felizmente.

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  6. Comentário ao primeiro comentário
    Ainda deve estar numa faixa etária que lhe permite os desabafos de quem é filho de chocadeira. Que, quando chegar à idade dos "velhotes", tenha alguma velhota como eu (68 anos sem vergonha de os assumir), que o ajude quando precisar (o que, pelas ideias que demonstra, deve ser mais breve do que pensa).
    if

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    1. Acho que o comentário não foi feito por maldade. E permita-me que lhe diga que não é velhota nenhuma. Velhos são os trapos. É uma jovem com muito para ensinar.

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    2. Obrigada pela sua simpatia, mas irritam-me os jovens que tudo sabem e esquecem que a sabedoria e experiência dos mais velhos ainda lhes pode ser muito útil.
      if

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    3. Não é o caso deste jovem específico. Não se trata de uma pessoa que pensa que sabe tudo.

      É possível aprender com alguém mais velho ou com alguém mais novo. Basta querer. Depende de cada um.

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