Um homem que gosta de moda é gay. Um
homem que assume depilar-se é homossexual. Um homem que confessa
usar cremes é abichanado. Um homem que sabe apreciar a beleza de
outros homens é roto. Um homem que usa alpercatas tem ar de bicha.
Uma mulher que não se maquilha é desleixada. Uma mulher que usa
decotes generosos que expõem parte do peito é uma oferecida. Uma
mulher que tem vários namorados é uma puta. Uma mulher que não
liga a moda é uma parva. E por aí fora.
Pessoas que gostam de música popular
portuguesa são azeiteiros. Pessoas que gostam de literatura light
são intelectualmente diminuídos. Pessoas que gostam de ver
pornografia são tarados. Pessoas que gostam de dançar em bailes das
terrinhas são saloios. Pessoas que gostam de jogos sexuais a dois
são mentalmente disturbados. E por aí fora.
Ninguém vê telenovelas. Ninguém vê
a Casa dos Segredos. Ninguém compra revistas do segmento social ou,
se preferirem, cor-de-rosa. Ninguém compra nenhum produto que seja
repudiado, de forma geral, pela sociedade. Ou seja, ninguém faz nada
que possa por em causa a pessoa que é. Isto, de acordo com um
gigantesco número de preconceitos que dominam muitas mentes. Na
teoria é assim. Porém, a prática é completamente diferente.
Na prática, muitos homens depilam-se
às escondidas. Usam cremes às escondidas. E até falam da beleza de
outros homens. Elas, são desleixadas com muitas coisas mas escondem
esse desleixo no aparente desleixo das outras. Existem aquelas que se
tapam todas mas que são muito mais oferecidas do que as “fáceis”
que usam decotes. Muitas pessoas ouvem música popular portuguesa
quando estão sozinhas. Cantam e dançam. Sempre às escondidas.
Assistem a filmes pornográficos. Mais uma vez, sempre às
escondidas.
Nunca percebi o medo que certas pessoas
têm em assumir os gostos que têm e as coisas que gostam de fazer.
Coisas essas que juram a pés juntos não fazer mas que na realidade
fazem sempre que podem, desde que seja às escondidas e longe dos
outros. Será que se sentem diminuídos com os seus gostos pessoais?
Será que se sentem inferiores por algum motivo? Têm receio das
opiniões dos outros? Não consigo compreender...
Necessidade de ser aceite, diria.
ResponderEliminarMedo de ser rejeitado.
EliminarOra aqui está uma excelente apreciação do que é a sociedade.
ResponderEliminarhttp://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/
Infelizmente.
Eliminar"assumir ou fazer às escondidas?"... assumir, sem dúvida! Não gosto de mostrar aquilo que não sou! Se pensarem mal de mim azar, não ando aqui para agradar a ninguém a não ser os meus!!!!
ResponderEliminarMais nada!
EliminarExcelente post. Muitos parabéns.
ResponderEliminarMuito obrigado.
EliminarÉ falta de autoconfiança, creio, porque para assumir certas preferências é necessária uma grande dose de segurança e convicção pessoal e perante uma sociedade onde tudo e todos julgam a seu bel prazer, é de ter atrevimento ao assumir certos gostos. Posso dizer-te que o meu marido é um homem que se depila, põe cremes, engoma e nada tem de gay. Assim como eu gosto de ouvir música pimba (alguma) e dançar em bailaricos, vemos telenovelas e assumimos os nossos gostos a público. Sem me importar com juízos de valor porque como costumo dizer "quem vive a minha vida sou eu e já vivi alguns anos a ter de fazer fretes, como tal, cansei" mas admito que é preciso estofo mental!
ResponderEliminarAdorei o tema!
Beijocas nossas ;)
Muito bem. Ainda bem que são assim :)
Eliminarbeijos
Assumir, sem dúvida.
ResponderEliminarjinhooosssss
Sempre!
Eliminarbeijos
Em tempos de suposta liberdade, somos confrontados com preconceitos do tamanho do mundo... ehehehe!
ResponderEliminarÉ curioso, de vez em quando vem a propósito e comento que ponho creme e conforme o "ambiente" à volta as reacções mudam:
- Ambiente religioso-conservador: aquele olhar de "UUUU, pecaminoso... e a pobreza e tal e coiso".
- Ambiente de quem não está muito ligado à Igreja e sabe que sou jesuíta: "Uau, um padre fashion e diferente".
Afinal, é simplesmente ter cuidado comigo mesmo no básico.
Tenho constatado que, como há medo de enfrentar a própria realidade, o que acaba por acontecer é a projecção nos outros dos medos ou desejos ocultos próprios. E normalmente não é para falar bem, é para arrasar mesmo.
Enfim... Ainda há dias dizia no primeiro casamento que celebrei: "Não sejam monótonos na relação... em todos os aspectos. De vez em quando faz falta mudar de posição". ;)
Por exemplo:
http://oinsecto.blogspot.fr/2013/09/amor-vs-monotonia.html
Abraço grande!!
P.S. - Ah, já há algum tempo que não te digo: gosto de passar por aqui. :)
Como sempre, um extraordinário comentário. Obrigado Paulo. Espero que esteja tudo bem contigo.
EliminarAbraço :)
É a merda dos rótulos e preconceitos que nunca mais acaba.Triste de quem faz disso verdades absolutas!
ResponderEliminarDo meu ponto de vista tem uma certa piada mas só ficando por aí.
É triste quando o medo domina uma pessoa.
EliminarÉ o tal medo de ser julgado.
EliminarAssumir sempre, sem preconceitos ou falsos moralismos. Este é o discurso politicamente correto. Quem de nós não fez já ás escondidas com medo de ser penalizado pela sociedade? Gosto imenso de ler o que escreve, acho o post muito pertinente e que deveria dar uma boa discussão: Lanço o desafio a todos os leitores: Diga o que já fez e não assumiu e porquê.
ResponderEliminarPrefiro que me trates por tu, pode ser? Obrigado pela simpáticas palavras. E penso como tu.
EliminarQuem nunca fez nada dentro daquilo que referes?!?
Há dois tipos de pessoas: as que entram numa sala e pensam "será que os outros vao gostar de mim?" e há as outras que pensam "será que vou gostar de alguem de aqui?". Gostar, no sentido de afinidade, certo? Toda a gente precisa de se sentir identificado dentro de um grupo...e para além do mais nao gostamos que nos vejam como "fracos" ou em "minorias", entao há quem opte pela via fácil e siga a manada. Eu, por exemplo, odeio cinema e televisao, nao vejo nunca e fico por fora da maior parte das conversas de um 80%, mas a minha estrategia passa por me aproximar de outras pessoas que nao estejam tao a fim do cinema e sim gostem das mesmas coisas que eu. O que importa é ser feliz e nao ter vergonha de ser quem se é. Aos domingos escuto música dos anos 90 porque me lembram a minha infancia e nao a baixo, nem apago só porque vem alguem a casa....isso é o que eu sou! E quanto mais somos nós mesmos melhor nos sentimos e mais aceitamos os outros.
ResponderEliminarMuito bom este comentário. Mesmo.
EliminarCada um é como é... e tem os seus gostos... Quem não está bem, que se mude...
ResponderEliminarBeijinho
Nem mais!
Eliminarbeijos
Eu tenho a teoria de que essas preocupações se esbatem com a idade...
ResponderEliminarSerá?
Eliminareu acho que a nossa sociedade julga demasiado sem necessidade...e por isso as pessoas escondem...ou melhor guardam o melhor para si, porque sabe que o proximo nao entende e so nos vai recriminar. Ninguem gosta de ter o seu ego em baixo, por isso se isola e faz o que lhe dá na tola... porque de loucos todos temos um pouco. beijinho
ResponderEliminarUma perspectiva bastante interessante.
Eliminarbeijos
Eu cá sou como sou. Ou gostam ou não.
ResponderEliminarNão me importo.
Gosto de algumas coisas que mencionaste e outras não.
Sou pessoa e sou genuína, fiel a mim mesma!
vidademulheraos40.blogspot.com.
Nunca mudes Paula.
EliminarNecessidade de pertença, de se sentir integrado num determinado grupo social. Aliado a uma fraca auto-confiança, o que faz com que as pessoas tenham receio de assumir os seus gostos.
ResponderEliminarNo geral, sou contra preconceitos. Mas reconheço que posso ter alguns - ao contrário de grande parte da blogosfera se calhar, neste mundo virtual somos todos pessoas sem defeitos :P Por exemplo, não acho propriamente que um homem que se depile seja gay, nada disso. Mas sou da opinião que "homem que é homem, tem pêlos".
Vá, e agora venham-me lá todos bater :P
Mas se calhar estou aqui a assumir algo que a maioria das pessoas não assume na blogosfera: que têm algum tipo de "preconceito" em relação a algo (eu falei de pêlos, mas existem TANTOS preconceitos - como tu exemplificaste no post).
Como disse o "grande" zeze camarinha : Homem sem pelos é como cemiterio sem flores xD
EliminarConcordo ctg Roger...tb tenho alguns preconceitos, mais nao seja, insconscientes mas tenho.
PS: Eu só gosto de bater no ceguinho...como nao és, nao bato lol
Acho que é mais o medo de ser rejeitado por um grupo.
EliminarTal como disse, no teu post sobre os 'guilty pleasures' musicais, eu assumo tudo o que gosto e não gosto.
ResponderEliminarJá fui difamada por uma ex amiga e uma ex-namorada de um amigo, inclusive fizeram campanha contra mim junto de amigos em comum - há gente muito má e psicopata, é o que te digo! - porque eu tinha muitos amigos homens, logo eu era uma puta e eles não eram amigos, eram amantes!
Mas a vida dá muitas voltas... Passados uns anos... a ex namorada do amigo foi 'convidada' a sair da empresa por comportamento indecoroso... e a ex amiga foi apanhada (e não por mim, que eu não sujo as patinhas com merda!) em situações, digamos, alternativas...
Já dizia o Lenny Kravitz... "what goes around, comes around"... :-)
Era aí mesmo que queria chegar. A histórias dessas como as que contas.
EliminarAhahahahahah:)
EliminarUiiii...quando eu escrever as minhas memórias...
"Been there..." GATA...como te entendo:)
jinhoooossssss
Ouch! :)
Eliminarbeijos
Verdade. São os cordeirinhos a quererem ser aceites pela sociedade e os grupos sóciais que se julgam elites a menosprezar quem e diferente de si
ResponderEliminarÉ uma pena que seja assim.
EliminarA pressão da sociedade é enorme. Uns conseguem escapar aqui e ali mas talvez não (ou nunca) totalmente. No entanto, começa a surgir também a moda dos guilty-pleasures - até é giro dizer que se gosta de ver o Discovery Chanel a toda a hora, MAS que de vez em quando se dá um pulo à TVI ao domingo à noite; é guilty pleasure. É-se um macho que ouve Metallica todo o dia, mas que não resiste a um bocadinho de Lady Gaga de vez em quand; é fixe, se se disser que é guilty pleasure.
ResponderEliminarMuito pertinente. De tempos a tempos surgem coisas relacionadas com minorias e em que fica bem dizer que se gosta de algo ou que se faz algo.
EliminarNa minha opinião sim, é o medo de serem julgados pelos outros. Eu cá não tenho problema nenhum em dizer que gosto de literatura light. Se me acho intelectualmente diminuída por causa disso? Nem pensar. Já leio tanta coisa séria e filosófica no meu dia-a-dia que nas alturas de lazer só quero algo leve para descontrair.
ResponderEliminarGostei :)
EliminarAssumir sempre. Se fazemos temos a perfeita noção da nossa escolha, por isso assumir.
ResponderEliminarMuitas pessoas recusam-se a assumir, por terem receio da reacção dos outros, do modo como os outros os vêem!
nadinhadeimportante.blogspot.pt
Nem mais!
EliminarEu ca assumo as cenas...ponho creme, faço depilaçao, ouço certas musicas de gosto duvidoso, sei apreciar se um homem tem pinta ou nao, gosto de me vestir bem e sim, vejo pornografia...e entao, isso faz de mim a pior pessoa do mundo? Nao me interessa, eu faço pq gosto, e o resto é conversa.
ResponderEliminarMas muita gente nao pensa como eu e querem ser aceites, logo escondem as coisas e limitam-se a seguir a carneirada. Sao escolhas
Fazes muito bem em assumir o que fazes.
EliminarAcredita que já pensei neste assunto muitas vezes. Há pessoas para quem as coisas ou são pretas ou são brancas, para mim não e dou sempre o benefício da dúvida. Os gostos das pessoas para vestir, musicais ou seja do que for não definem a pessoa no seu todo, apenas parte dela. Até posso estar errada e muitas vezes me dizem que não vejo mal em ninguém nem em nada, eu vejo mas acho que nem tudo é como parece.
ResponderEliminarBeijos/ A Mãe
É bom saber que és assim :)
Eliminarbeijos
Eu prefiro assumir, mas às vezes, com certas pessoas com quem não valem a pena perder o meu tempo, simplesmente calo-me. Nem assumo nem desminto.
ResponderEliminarbeijinho
Gosto disso :)
Eliminarbeijos
Eu só te vou aplaudir no dia em que revelares a cara e deixar de falar mal dos anónimos,seu falso-moralista!
ResponderEliminarAgora que venha as desculpas.
Agradeço as tuas palavras mas não necessito de aplausos. Pelo teu comentário deduzo que não tenhas lido o texto. Acredito que olhaste para o título e criaste uma imagem em torno do que escrevi.
EliminarPorque não falo de anónimos. Vamos por partes. Ninguém vê novelas. Mas são líderes de audiência. Ninguém vê a casa dos segredos mas é um programa líder de audiências. Ninguém compra revistas do segmento social mas algumas vendem cerca de 200 mil unidades por semana. Mais! Muitos homens criticam aqueles que se depilam mas depois depilam-se às escondidas.
O conteúdo do texto é este e nada mais do que isso. Por isso, acho que captaste mal a mensagem.
Por fim, se estivesse sempre a falar mal dos anónimos, nunca iria permitir que os anónimos comentassem o blogue. Aquilo que critico são pessoas que fazem coisas cobardes escondidas no anonimato. Nunca serei a favor disso mas não é esse o conteúdo deste texto.
Quanto ao mostrar a cara. Será uma decisão tomada por mim e nunca a pensar em aplausos.
Obrigado pelo comentário mas volto a dizer é fora de contexto.
Ironicamente a Revista Maria continua a ser a lider no segmento das revistas "cor de rosa". Mas ninguém a lê..... será?
EliminarHSB,logo vi que interpretaste mal o meu comentário!Eu li sim o texto e quis dizer que concordo com essa observação mas não vou aplaudir porque tu muitas vezes chamas os anónimos de covardes só por um ou outro mandar bocas numa opinião que teve sobre um assunto e do qual apagas logo para eles não terem hipótese de se defender.
EliminarSe um blogue é exactamente para a liberdade de expressão de qualquer indivíduo,escusas de ser falso moralista porque para um debate se manter aceso,é preciso ler vários pontos de vistas,não é só os que fazem de coitadinhos do costume;e se tu és jornalista,mais cedo ou mais tarde vais ter de dar a cara e deixar também a tua imagem sair do anonimato,ainda por mais quando se participa em vários eventos ou projectos.
Volto a dizer. O teu comentário está fora de contexto. O tema não é esse. E desafio-te a encontrar um comentário que tenha sido apagado porque não concordo com ideias. Os poucos que apaguei continham asneiras ou faltavam claramente ao respeito a mim ou a outra pessoa. Não és ninguém para me chamar falso moralista. Aceito a tua opinião mas não aceito faltas de educação, desejos de morte ou o que quer que seja dentro do género. Isso não é discutir algo nem revelar pontos de vista.
EliminarEu chamo-te falso-moralista sim porque acompanho o teu blogue e ninguém no mundo é santo.Tu podes aparentar ser o bonzinho através da escrita mas também deves fazer coisas bem piores às escondidas.Não me atires mais areia aos olhos,porra!
EliminarE mais,as asneiras conseguem ser mais sinceras que palavras bonitas e ensaiadas!
Que sejas muito feliz. De resto, "deixa a vida me levar" e se não gostas não passes por cá. Sê feliz!
EliminarAi HSB,essa resposta é falta do que dizer,hehehehehe! :D
Eliminar@Helen Berry
EliminarExistem revistam que vendem quase 200 mil unidades de semana. A Maria é a revista mais lida em Portugal. Mas aparentemente ninguém compra :)
As pessoas substimam os benefícios da sinceridade. Seleccionar os amigos, não entre o mundo todo mas entre pessoas que se aproximam por terem gostos comuns, parece-me uma grande vantagem...
ResponderEliminarNem mais :)
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