Não há nenhum país que não goste de turistas
chineses. Porquê? Porque gastam rios de dinheiro. Recordo-me de andar na Medina
de Tunes, na Tunísia, a regatear preços. Quando dizia que era português, os
vendedores diziam logo “bancarrota.” E sabiam que não se podiam esticar nos
preços porque se o fizessem eu virava costas e ia à banca do lado. Por sua vez,
gabavam-se de vender as coisas por um valor três vezes acima do normal aos
chineses. “Dizem sempre que sim e compram logo”, era o que referiam.
Esta forma de estar, normal (acredito eu) para
quem vive com um enorme conforto financeiro tem aguçado o apetite de diversos
países, que tentam atrair, a todo o custo, estes turistas. Este assédio tem
preocupado a administração do turismo chinês. E será que a preocupação é que os
chineses não sejam enganados noutros países? Nada disso. O que importa é que
tenham um bom comportamento para que o país fique bem visto além-fronteiras.
Para evitar figuras menos simpáticas dos
cidadãos no estrangeiro, foi elaborado um guia de boas maneiras para turistas.
Neste, que tem 64 páginas, constam dicas extremamente úteis. Por exemplo, as
pessoas são aconselhadas pelo Governo a não meter o dedo no nariz. Nem a urinar
nas piscinas. E muito menos a roubar os coletes de salvação dos aviões. Os
turistas também não devem limpar os dentes com os dedos ou cortar os pelos do
nariz. Um turista exemplar não ocupa casas-de-banho públicas durante muito
tempo e não deixa pegadas nos assentos das sanitas. Deve ainda comer em
silêncio e jamais bebe sopa da tigela.
No documento constam ainda algumas referências
que têm por objectivo fazer com que os chineses se sintam inseridos nas
culturas de outros países. Por exemplo, diz-se que na Alemanha estalam-se os
dedos apenas para chamar um cão. Nunca uma pessoa. No Japão não se mexe na
roupa nem no cabelo quando se está à mesa. E em Espanha as mulheres usam
brincos para não parecerem que estão nuas.
É certo que existem muitas diferenças entre
Portugal e a China. Mas aquilo que é aconselhado não deverá fazer parte da
cultura e boa educação de qualquer cidadão do mundo? Ou será que existem
pessoas que escolhem o destino de férias a pensar nas piscinas onde se pode
urinar? E que voam em companhias aéreas onde se roubam os coletes? E locais
onde é habitual colocar os pés na sanita?
"Mas aquilo que é aconselhado não deverá fazer parte da cultura e boa educação de qualquer cidadão do mundo?"
ResponderEliminarCada cultura tem as suas próprias regras.
A minha lua de mel foi na China. Shangai, Pequim, Hong King e Macau. E mesmo pertencendo ao mesmo país notavas diferenças no comportamento dos cidadãos.
Pequim (ou Beijing) foi dos 4 locais o que achei mais "atrasado" nos comportamentos, apesar de ser a capital.
Lá vi as pessoas andarem de pijama na rua, cuspirem no chão, limpar os ouvidos com os dedos e levá-los à boca, falarem alto, lavarem a loiça em água completamente suja, sorverem a sopa ruidosamente, arrotarem, entre outras coisas. Nos voos domésticos, havia um barulho ensurdecedor, dado que os gajos não se calam.
Ao mesmo tempo a cidade tinha um aspecto limpo e cuidado.
Em Shangai, talvez por existirem muito mais ocidentais já se notavam um suavizar dos comportamentos, mas ainda assim estas situações eram frequentes.
Hong Kong e Macau já não notámos esta "selvajaria", mas ainda víamos a carne exposta à moscas, sem problema nenhum.
Consta que noutras províncias, a situação era bem pior.
Concordo que façam o que lhes dá na real gana na casa deles, mas que se adaptem no exterior. No fundo é o que fazemos quando saímos do nosso país. Tentamos sempre respeitar os hábitos e culturas de cada local. Eles só têm de fazer o mesmo.
Compreendo tudo isso que dizes Sandra. Mas acho que as dicas que eles dão são coisas que qualquer pessoa que vive em sociedade deverá fazer.
EliminarAquele comentários das mulheres espanholas é, no mínimo, ridículo.
Bom dia Bruninho:)
ResponderEliminarSabes onde trabalho e em que área trabalho, não sabes?! Então sabes que eu sei do que estou a falar: O ser humano é capaz de comportamentos que envergonham qualquer animal. A falta de civismo trespassa o ADN de múltiplas culturas da Europa à América do Sul, da Austrália a Portugal....
jinhossssss
Oi Suri :)
EliminarSei e acredito que vejas muita coisa. Lá está, é falta de civismo.
beijos
Chinesices.... Mas regras que era necessário que muitos seguissem e não seguem... Vê-se cadacoisa...
ResponderEliminarBem dito!
EliminarPor muito úteis que essas dicas sejam, a realidade é que cada país tem a sual cultura ... e a mais valia de viajarmos é de podermos conhecer culturas diferentes, desapegarmos-nos de alguns dos nosso hábitos e vivenciá-las...senão seriamos uns verdadeiros robots programados :)
ResponderEliminarNem mais :)
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