5.12.13

sobrevivi para contar a história

“Que tal uma aula de bootcamp?”, foi assim que a Leila, da Bootcamp Portugal entrou em contacto comigo e me desafiou para uma aula. “Convites para sofrer de forma positiva nunca são de negar”, foi o que respondi. A conversa continuou e ontem, ao final da tarde, foi dia de experimentar uma aula de bootcamp.

Já expliquei aqui que adoro desafios. Que raramente recuso um. Sobretudo quando estão relacionados com desporto e com testes às minhas capacidades. Combinei encontrar-me com a Leila meia hora antes da aula para conversar um pouco. Fiquei a saber que cada vez mais pessoas são adeptas destas aulas e que há muitas mais mulheres do que homens a inscreverem-se no bootcamp, algo que tive a oportunidade de testemunhar.

Expliquei à Leila que sentia algum receio em relação à aula. Porque diziam que o treino militar era muito duro. E disse que isso era algo que me assustava mas que estava disposto a descobrir. Nessa altura disse-me que “tudo ia correr bem.” (Isto assustou-me ainda mais. Quando as pessoas fazem questão de dizer que tudo vai correr bem é porque vai ser duro. Nunca se esqueçam disto). Minutos depois começavam a chegar os bootcampers.

Pouco tempo depois estavam quase todos presentes. A simpatia de todos fez com que não me sentisse excluído, o que é sempre bom para um membro novo num grupo de pessoas que se conhecem há muito. Uma das bootcampers disse que o instrutor de ontem gostava muito de corrida. “Fixe! Estou safo”, pensei. Até que chegou o Vasco, o instrutor. Com a sua postura e voz de militar. Falou com as pessoas. Perguntou-me se tinha lesões que devesse ter em conta. Nesta altura faltavam poucos minutos para o início da aula.

“Espero que alguém chegue atrasado. Assim a turma toda enche logo”, disse o Vasco. “Isto vai ser duro”, pensei. A aula começou com corrida. Primeiro a direito. Depois com altos e baixos. Até que chegam dois rapazes. Que tentaram, em vão, de forma discreta, inserir-se no grupo. A corrida parou. E a turma encheu. Por outras palavras, sofreu com o alto patrocínio dos dois rapazes.

Depois de alguns minutos de dor voltamos à corrida. Que foi interrompida para se fazer abdominais num dos pontões da Expo. Mais meia dúzia de passos de corrida. E outro exercício adaptado ao local onde estamos (uma das mais valias da aula é esta adaptação ao que nos rodeia). Desta vez era uma espécie de step nos ferros dos corrimões da Expo. Duro. E aqui foi a minha vez de oferecer exercícios extra à turma. Após duas séries de vinte, pensei que a terceira seria igualmente de vinte. Quando lá cheguei parei. “O camarada pensou que era para parar. Vamos voltar ao zero”, gritou o Vasco.

O resto da aula teve corrida, muita corrida, abdominais repentinos no meio da rua, flexões e um exercício muito duro feito nuns degraus que nunca esquecerei. E no final mais exercícios e uma série de sprints em equipa em que as pessoas correm de mãos dadas. Não vou mentir, é duro. Mas é muito bom. Aquela hora custou-me mas soube-me a pouco. Queria mais. E com a continuidade é algo que se faz relativamente bem. Pelo menos é nisso que acredito. Hoje tenho algumas dores musculares. Pareço o robocop e movimentar-se. Mas se pudesse fazia já outra aula hoje.

Agora, o bootcam vai de férias. Mas, no dia 28 vai ter lugar uma aula especial com o sugestivo nome de “treino anti-filhós”, que vai acontecer no Jamor, pelas 10h da manhã. Esta aula será de 90 minutos. Há por aí corajosos em formar uma equipa “homem sem blogue” para sofrer a bom sofrer nesta aula? O preço de inscrição é cinco euros. No mesmo dia, também às 10h, há uma aula no Porto, no Parque da Cidade.

Notas:
Os meus parabéns à minha primeira parceira de corrida. Ainda a aula não ia a meio e já estava a treinar de camisola de alças como se estivéssemos no Verão. Coragem e determinação feminina no seu melhor.

Os meus parabéns à minha segunda parceira de corrida. Depois de três séries de abdominais, de mais três séries de abdominais seguidas de dez saltos seguiram-se três séries de abdominais seguidas de dez saltos e ainda tínhamos de pegar no parceiro e dar cinco passos com a pessoa ao colo. Ofereci-me para lhe pegar sempre. Ela recusou. Disse que ia pegar em mim. E pegou. Os meus parabéns.

9 comentários:

  1. O Bootcamp é mesmo assim...bom ambiente, espírito de equipa, muita vontade de treinar, de aguentar até ao fim e de dar o melhor! Acabamos exaustos, mas com a cabeça limpa e alma cheia. :) E queremos sempre repetir... Uma Bootcamper

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  2. Olá...como eu conheço a simpática Leila, também posso falar. Em tempos comprei uma promoção Bootcamp que vinha na revista Happy. Eram 8 semanas que eu sofridamente adorei...é mesmo o meu género o estilo militar , as ordens , os castigos é um tipo de treino que me incentiva muito. Fiz uma dieta e nesse período perdi 7 kgs. Tenho pena de não ter horário para voltar! Bons treinos.
    PS-nessa equipa homem sem blogue também se podem inscrever senhoras ???
    Um beijinho
    Patricia

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  3. Curtia muito experimentar :D
    Talvez um dia :P

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  4. Excelente relatório de uma aula Bootcamp. Venha até Cascais, ao Club MED MAD. Por lá também se sofre com prazer. Palavra de "Presidenta" do club MED. Patrícia

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  5. Bom! Gostei muito deste relato.
    Faço BootCamp no norte e já tive oportunidade de conhecer as aulas do instrutor Vasco.
    Ainda bem que gostou. É realmente uma experiência motivante que nos conduz a contínuas superações.

    TODOS deviam experimentar! :)


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