A primeira vez que ouvi falar de Paul
Walker foi em 2001, quando estreou o primeiro filme da saga
Velocidade Furiosa. Pouco tempo depois, comecei a namorar. Com o
avançar dos anos, o rapaz que tinha nome de whisky (esta é a forma
como é conhecido lá em casa) passou a morar no meu apartamento.
Era, quer dizer, é e sempre será, um daqueles homens que rouba
suspiros à minha mulher.
Como sou fã da saga velocidade furiosa
– sei sempre ao que vou mas nunca me aborreço ou desiludo com
nenhum dos filmes – ganhei apreço por Paul Walker, que dava vida
ao personagem com quem mais me identifico. Isto fez-me querer saber
mais sobre ele. Fiquei a saber que era dado a filmes da chamada série B. Projectos que nunca deixou de aceitar apesar do sucesso (leia-se conta bancária choruda) motivado
pelos filmes de carros. Descobri também que era defensor de várias
causas humanitárias. Recordo-me ainda de ter acompanhado o
documentário/expedição em que participou, do National Geographic,
para estudar os tubarões brancos, que passou em Portugal há menos de um ano, se não estou enganado.
Apesar de só conhecer isto sobre o
actor, fiquei bastante triste com a notícia da sua morte. Que além
de trágica tem uma dose q.b. de ironia. Paul Walker era dono de
vários carros de alta cilindrada e de uma garagem direccionada para
os mesmos. Aliás, era o seu amigo e director desta garagem que
conduzia o Porsche onde ambos morreram. Também é irónico que morra
dentro de um carro. Ele, que já tinha competido em provas e que
recusava duplos na maior parte das cenas dos filmes velocidade
furiosa.
Quando soube da sua morte senti o mesmo
que tinha sentido quando fui informado da morte cerebral de Angélico
Vieira. Com a diferença de que conhecia o jovem cantor e actor, com
quem tive a oportunidade de viver algumas histórias engraçadas como
uma futebolada (3x3) numa praia algarvia em que a sua equipa só dava
caneladas enquanto Angélico dizia: “fair play, fair play” ou
ainda os cerca de dez minutos de gargalhadas protagonizados por
Angélico que não conseguia subir para uma mota de água.
Em ambos os casos - como noutros de pessoas especiais para mim - parei para pensar na
vida. Nas razões da vida que a própria razão desconhece. No porquê
de morrerem pessoas que ainda têm tanto para viver. Ou seja, numa
série de perguntas para as quais ninguém tem uma resposta que vá
além do “é a vida” ou do facto de Deus (para quem acredita)
“querer estar rodeado dos melhores.”
Noutra perspectiva, os casos de
Angélico Vieira e Paul Walker são um exemplo claro de que não
existem carros indestrutíveis. Conheço pessoas que gostam de
acelerar porque entendem que têm carros muito bons, cheios de
segurança. Tanto um acidente como outro são exemplo de que todos os
carros partem, pegam fogo e roubam vidas.
E ainda em mais uma perspectiva, estas
trágicas mortes mostram que não vale a pena perder tempo com
pequenos acontecimentos que aos nossos olhos parecem uma tempestade.
Não vale a pena perder tempo com pessoas insignificantes nem com
esquemas e artimanhas que não têm qualquer utilidade e que nada
acrescentam à vida. Como dizia Paul Walker, “You know, all that
really matters is that the people you love are happy and healthy.
Everything else is just sprinkles on the sundae.”
Gostei muito deste texto; sou daquelas pessoas que vive algumas angústias devido a problemas relacionados com um episódio do meu passado recente e realmente quando tudo pode perder-se em segundos....dá que pensar.
ResponderEliminarBE
Um breve segundo muda tanta coisa e faz com que se veja a vida de forma diferente.
EliminarQue bonito o que disseste. .. :(
ResponderEliminarObrigado.
EliminarExcelente, o seu último parágrafo.
ResponderEliminarCumprimentos.
Obrigado. Trata-me por tu sff.
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