No último Verão estive no Algarve com um amigo. Numa das noites fomos abordados por uma miúda que trabalhava na noite. A sua missão era somente levar clientes para dentro de um bar. Clientes, sobretudo estrangeiros, que aliciava na rua com shots grátis. “Hi guys! Do you want a free shot?”, foi o que ela nos disse. Eu, nem tive tempo de dizer o que quer que fosse. “Fala comigo em português”, respondeu o meu amigo. “Do you want a free shot?”, insistiu a jovem. “Fala comigo em português”, repetiu o meu amigo, num tom de voz um pouco mais elevado. “Do you want a free shot?”, voltou a questionar, enquanto caminhava ao nosso lado. “Fala comigo em português”, respondeu novamente o meu amigo, acrescentando uma asneira à frase.
“Calma! Estás a falar assim com ela porquê”, disse-lhe quando já estávamos sozinhos. “Já a tinha ouvido falar português. Ela fala português. Estava a armar-se em esperta e eu não tenho paciência. Não tenho paciência para merdas destas”, explicou-me. Nessa mesma noite, tivemos mais uma ou duas situações em diferentes bares (todos na mesma rua) com empregados que se achavam espertos. Esse meu amigo, ao mínimo sinal de insatisfação, abandonava o bar. “Não paramos quietos num sítio nem bebemos um copo”, disse-lhe em tom de brincadeira. “Não tenho paciência para estas merdas”, era sempre a sua justificação.
Os dias foram passando mas nunca esqueci aqueles momentos e aquela frase. Este “não tenho paciência” deu-me que pensar. Pensei se estaria stressado com alguma coisa. Se seria algum problema ocasional. Tentava perceber todos os factores que podiam motivar aquele comportamento, que não é muito comum (pelo menos para mim) mas que realmente evitava que se perdesse tempo de forma desnecessária, fazendo com que o grupo não se aborrecesse. Agora, quase um ano depois, tudo aquilo faz sentido para mim.
Porque, tal como esse meu amigo, também estou sem paciência para pequenas merdinhas que só servem para ocupar tempo. Agora, dou por mim a dizer “não tenho paciência” a tudo aquilo que nada me diz e que só me atrapalha. Guardo a paciência para quem a merece e para as situações que realmente exigem paciência da minha parte. De resto, é tudo corrido com um “não tenho paciência” que, além de libertador, evita que se gaste tempo (esse bem precioso) desnecessariamente.
Não tenho paciência.
ResponderEliminarNão estou interessada.
Não obrigada. Não obrigada. Já disse que não, obrigada.
Cara de má e olhar em frente.
A primeira frase começa a ser muito importante para mim.
EliminarA maturidade emocional ,ajuda-nos a ver o que realmente vale e não vale a pena ,depois já não perdemos tempo com certas coisas
ResponderEliminarque não nos acrescentam nada!!
E muitas mais coisas vão mudando em nós...
Concordo com tudo aquilo que dizes.
EliminarComigo também é um pouco assim. Só tenho paciência para aquilo que é mais importante! :)
ResponderEliminarAbraço
E essa será sempre a melhor opção :)
EliminarNem tempo nem sanidade mental para se desperdiçar. Ainda que não goste muito da atitude para com a rapariga, entendo a falta de paciência para com as coisas menores. Eu também a tenho.
ResponderEliminar12 LOVE
Acho que era dispensável, sobretudo, a asneira. Mas, quando ele explicou tudo ao fim, tive que lhe dar uma certa razão.
EliminarRelativizo garande parte das coisinhas...relativizar é mesmo uma arte.
ResponderEliminarQuando aprendida, resolve tanta coisa.
EliminarComo em nós, mulheres, a tua idade já não permite essas coisinhas dos 20tes, em que queremos viver tudo com paixão, desenfreadamente, quando ainda estamos com os resquícios da vida universitária.
ResponderEliminarA partir dos 30, quando se tem uma vida mais ou menos organizada, uma companhia que está sempre do/ao nosso lado, tornamo-nos mais selectivos, mais responsáveis, mais maduros.
Essas coisinhas já não são para nós...por isso já não há paciência.
Com o teu post, percebi que vós, homens, também, mudam.
Beijinho
Acho que passa mesmo pela maturidade. Aprendemos a separar o bom do mau, as pessoas importantes daquelas que não prestam e por aí fora.
Eliminaro Não tem um poder tão libertador! :)
ResponderEliminarTem mesmo :)
EliminarBom dia Bruninho,
ResponderEliminarAinda bem que me relembraste uma lição aprendida há algum tempo. Tenho de começar a fazer reservas de paciência, para quem realmente me merece.
Jinhoooooosssssss
Bom dia :)
EliminarEu já fiz as minhas. Assim, não as gasto com quem não merece.
beijos
O tempo muda e transforma tudo. Se assim não fosse até de nós próprios nos fartávamos.
ResponderEliminarUma perspectiva muito interessante :)
EliminarSou assim por natureza... E agora com 32 anos estou ainda pior! Porque não sou um ser dotado de extrema paciência, tenho de a guardar para os momentos mais importantes com pessoas que valham a pena!
ResponderEliminarTemos a mesma idade e estamos da mesma maneira :)
EliminarSou assim por natureza... E agora com 32 anos estou ainda pior! Porque não sou um ser dotado de extrema paciência, tenho de a guardar para os momentos mais importantes com pessoas que valham a pena!
ResponderEliminarFazes bem em guardar para quem merece.
EliminarPara algumas coisas é mesmo libertador dizer : "não tenho paciência" desligar e seguir em frente, já aprendi isso há muito tempo!...;)
ResponderEliminarÉ mesmo muito libertador :)
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