Tinha acabado de almoçar. Estava a regressar ao trabalho quando vejo um homem com um ar atrapalhado no meio da estrada. Estava ao lado de uma carrinha branca, que calculei ser sua. Pensei que necessitava de indicações ou que tinha uma avaria, como tal, abri o vidro e para saber o que necessitava o homem que estava a acenar com uma garrafa de água vazia nas mãos.
“Fiquei sem combustível. Será que me pode dar boleia até uma bomba?”, perguntou.
“Claro que sim. Há uma bomba aqui perto e posso leva-lo até lá”, disse.
Seguimos caminho. Explicou-me que andava à procura de uma rua e que acabou por ficar sem combustível. Disse-lhe que a bomba era perto, ao que me respondeu que depois regressava a pé. Quando chegámos à bomba, disse-lhe que esperava que estivesse pronto e que o levava de regresso à sua carrinha. Quando veio ter comigo vinha triste. Recusaram-se a vender-lhe combustível numa garrafa de plástico. Meio tímido, perguntou-me se podíamos ir a outra bomba. “Claro que sim”, respondi.
Passados alguns minutos lá chegámos a outra bomba. Comprou uma garrafa de água, matou a sede e aproveitou o resto para regar umas plantas da bomba. Encheu a garrafa com gasóleo e regressámos à sua carrinha. “É o meu anjo e estou a ser o seu diabo pois anda às voltas comigo”, disse-me o senhor que tinha idade para ser mais do que meu pai. Na viagem de regresso explicou-me que um dia ajudou um homem que tinha ficado sem combustível, acabando ele, depois da ajuda, por ficar sem combustível. E o mais curioso é que o seu destino, nesse tal dia, era a terra onde sempre vivi com os meus pais e que fica a poucos quilómetros da zona onde agora vivo. O que prova que o mundo é mesmo pequeno. Várias pessoas ignoraram o homem. Eu parei. E curiosamente, temos pelo menos um ponto em comum.
Quando parei, quis oferecer-me dinheiro. Recusei. Insistiu. Voltei a recusar. “O que importa é que já tem combustível e que pode ir à sua vida”, referi. “Obrigado. Uma boa Páscoa para si e para a sua família”, foram as últimas palavras do simpático homem. Perdi um pouco mais de tempo, o que até nem me dava jeito. Mas valeu a pena.
É bom ver que existem pessoas que ainda perdem algum tempo com os outros!!
ResponderEliminarHoje ele, amanhã eu. É assim que penso.
Eliminar:)
ResponderEliminarEssa frase do título...
Retive porque foi o que o homem me disse :)
EliminarAdorei.
ResponderEliminarSão os pequenos actos que tornam as pessoas grandes.
"Mundo de Alexa"
http://alexandrasequeira.blogspot.pt/
Perdi 15/20 minutos de tempo mas ganhei muito mais do que isso.
EliminarBonito gesto!
ResponderEliminarPara fim não foi nada de extraordinário mas a reacção do homem fez-me sentir muito bem.
EliminarNos dias de hoje considero sensíveis essas situações. Nunca sabemos o que está por trás da situação, se existe algum esquema encoberto... Apesar de haver vontade de ajudar, existe também medo das segundas intenções. De qualquer forma mereces o mérito de teres utilizado algum tempo para ajudar uma pessoa que precisava. Por causa disso levas uma palmada nas costas (daquelas que significam "Boa!") :)
ResponderEliminarBjs,
S.
O próprio homem falou disso. Mas algo me disse para parar. Devo sair ao meu pai que até ia levar pessoas ao hospital.
Eliminarbeijos
Eu sempre ajudo quando alguém precisa de mim na rua. E não é preciso pedirem, eu vejo alguém aflito e ajudo sempre.
ResponderEliminarNão custa nada, e não é por:"amanhã vou precisar...e assim ganho "créditos"".É porque não custa mesmo nada.
Uma vez levei um velhinho do supermercado até a porta de casa. Outra vez ia sendo atropelada a ajudar um cego a atravessar a rua, etc. etc. etc.Sinto-me bem assim...
CL
Realmente existem coisas que não custam nada. E ganha-se tanto com isso.
Eliminar...
ResponderEliminarHá dias referi a "generosidade" como uma das suas características.
:-) :-) :-)
Fico sem jeito assim :)
EliminarObrigado
É por pessoas como tu que eu continuo a acreditar no ser humano.
ResponderEliminarUma Páscoa Feliz Bruninho:)
Não precisas disso. Basta que te vejas ao espelho :)
EliminarEspero que tenhas tido uma grande Páscoa.
beijos
É tão reconfortante saber que ainda há pessoas que dedicam um pouco do seu tempo para ajudar alguém, mesmo que seja um estranho... :)
ResponderEliminarO homem estava mesmo com ar de quem precisava de ajuda :)
Eliminar;)...consegues ser maior ...e sentires te grande "enorme"...mto grande quando enchemos o nosso coração de gesto simples e intensos...sao estas simplicidades da vida que deviam encher os corações das pessoas e nao as banalidades...mas cada um é cmo cada qual...bjinho Bruno e continua assim:)
ResponderEliminar*a ocupar o meu pouco tempo livre a cuscar o teu blog....k acho super interessante:)
Boa Pascoa...
É verdade. Estas a ajudar outra pessoa mas és tu que te sentes bem. Parece que te ajudaram :)
Eliminarbeijos e obrigado.
Espero que a tua Páscoa tenha sido tão doce como as amêndoas.
:) obrigado
Eliminartb espero que a tua Pascoa tivesse corrido bem:)
e que tenhas um grande feriado "25/04"
bjinho
Faith In humanity-> restored :)
ResponderEliminarE que não a percas :)
EliminarFoste generoso e corajoso. Não sei se faria o mesmo, não por querer recusar ajuda, mas porque tantas vezes há assaltantes a fazerem-se passar por pessoas em apuros, que fico sempre na dúvida. Será verdade ou um embuste?
ResponderEliminarbeijinho
O homem falou disso mesmo. Por isso é que ficou todo contente quando parei.
Eliminarbeijos
Lá está .... Eu bem disse há uns dias que eras um " companheiro " ! Boa Bruno ! Bjs e Feliz Páscoa
ResponderEliminarNem sei que te dizer...
EliminarObrigado e que tenhas tido uma bela Páscoa.
beijos
Muito bom, mas nos dias de hoje, infelizmente, não sabemos o que nos espera.
ResponderEliminarUm grande feito teu.
Há uns anos atrás, já noite, saí de casa com uma amiga.
No fim da rua, estava uma senhora que olhava o chão à procura de algo.
Ao passar, perguntei se tinha perdido alguma coisa.
Disse-me que a chave do carro tinha caído da mão, queria fechá-lo e não a encontrava e que, provavelmente, teria caído para debaixo do carro.
Ofereci-me para procurar.
Ajoelhei-me e tentei ver/tactear o que havia perdido.
Encontrei.
A senhora ficou grata pelo gesto.
Uns passos mais à frente, diz a minha amiga "Não sabes no que te meteste?"
Perguntei: "Porquê?"
Respondeu-me: "tu não conhecias a pessoa de lado nemhum, ofereceste-te para procurar o que perdeu, é noite, e em ainda te baixas, quando podia ela ter feito isso? Não pensaste que ela podeia ter simulado perda do objecto e ter-te assaltado e agredido?"
Minha resposta pronta: "Nem me passou pela ideia nada do que me dizes, eu prontifiquei-me a ajudá-la, não me pareceu que ela fosse fazer nada de mal, porque te passa isso pela cabeça? "
Hoje, se isso acontecesse, acho que agiria da mesma forma.
Só vejo o perigo quando se trata dos outro, quando se trata de mim, esqueço.
Já fiz tanta coisa por pessoas que não conhecia de lado nenhum.
Beijinho
Compreendo o que dizes. Até o homem puxar o assunto nem sequer me lembrei de que podia ser alguém com más intenções. E ainda bem que não pensei nisso. Se estivesse sempre a pensar nisso, seria uma pessoa muito mais contida e fechada.
Eliminarbeijos