desculpar ou criticar?

Esta situação passou-se num restaurante perto da minha casa, onde costumo ir. Hora de jantar. Restaurante praticamente cheio. Chega um casal que se senta ma mesa que está mais longe da porta. Como qualquer cliente, fazem o seu pedido e comem. Enquanto a mulher está a comer, ele sai. Depois, sai ela.

Esta situação pode parecer estranha. Mas, até é normal. Tendo em conta que as pessoas costumam ir fumar à rua. Neste caso, o casal pirou-se do restaurante sem pagar. Não porque tenham sido mal atendidos. Não porque a comida fosse má. Não porque tivessem pedido a conta e não a tivessem recebido. Nem por outro motivo qualquer. Simplesmente, foi algo premeditado.

Tenho contado este episódio a diversas pessoas e as opiniões dividem-se. De um lado, estão aqueles que criticam e que defendem tratar-se de uma situação injustificável de pessoas sem qualquer educação. Do outro, aqueles mais sensíveis que, por se tratar de uma situação que envolve comida, tendem quase a desculpar quem protagoniza um incidente destes.

Eu não desculpo. Condeno! Quem faz isto não tem fome. Não precisa que lhe matem a fome. Quem faz isto são aquelas pessoas que vivem de esquemas. Naquele dia foi ali. Hoje ou amanhã será noutro local. São pessoas que não têm vergonha na cara. Trapaceiros que se julgam superiores aos restantes.

Até ao dia em que encontram um dono de restaurante “maluco” que gosta de ter um ferro ou uma arma qualquer no balcão e que decide ir atrás deles, cometendo uma loucura qualquer. E, naquele dia, o casal até teve sorte porque é habitual encontrar por ali polícias da Judiciária, vestidos à civil.

E não me sensibilizo porque acho que quem tem realmente fome, pede para comer. Sobretudo naquele espaço, onde o dono ajuda muitas pessoas e dá de comer a muitas outras que infelizmente não têm vidas fáceis. Naquele caso, e não nego que também me estou a basear no aspecto das pessoas em questão, não havia fome. Tratou-se apenas de um esquema premeditado que serve apenas para prejudicar quem trabalha.