Tive a oportunidade de estar no
concerto acústico que resultou na gravação do último álbum dos
Anjos. Estive também no Campo Pequeno para o concerto que assinalou
os 15 anos de carreira destes dois amigos que muito têm feito pela
música portuguesa, ao longo dos últimos anos. Aproveitando a
proximidade física, fui ao Cine-Teatro São João, em Palmela, na
passada sexta-feira para ver uma actuação acústica que Nelson e
Sérgio Rosado estão a levar a diferentes salas nacionais, num espectáculo intimista.
Já tinha estado no concerto que deu
mote a esta digressão, que é completamente diferente de uma
actuação mais eléctrica. Isto podia levar-me a pensar que sabia
aquilo que ia encontrar em Palmela. Certo? Errado! É verdade que
algumas músicas são as mesmas. Mas o espectáculo é completamente
distinto dos que aconteceram anteriormente. Neste registo intimista,
os Anjos intercalam as músicas com histórias que marcam as suas
vidas e carreiras.
Eu, sou especialmente fã deste tipo de
actuações. Senti-me transportado para a casa dos irmãos Rosado.
Parecia que estava com eles na sala à conversa, que ia sendo animada
com algumas músicas. Isto faz com que mais de duas horas de concerto
pareçam meros minutos. Este é o mérito do talento de Nelson e
Sérgio. Não cansam quem ali está. Já agora! Nelson, se passares por aqui... Ainda te estou a
imaginar a correr de boxers pelo hotel quando se tratava apenas de
uma simulação. Obrigado pela partilha Sérgio.
Existem muitas pessoas que ainda sentem
vergonha de dizer que gostam de música portuguesa. Eu, gosto.
Sobretudo de Anjos. E ao contrário de algumas mentes mais fechadas,
não acho que cantem músicas para miúdas adolescentes. E, quem for a
um concerto deles, facilmente percebe que existem muitos homens a
assistir. E não se tratam apenas daqueles que acompanham as
namoradas/mulheres. Existem homens que vão sozinhos e que sabem as
letras de cor.
Outra coisa que aprecio no Sérgio e no
Nelson é a sua frontalidade. Não têm medo do que dizem. Nem optam
por meias verdades para agradar aos outros. Dizem aquilo que pensam.
Mostram aquilo que são. Não usam malabarismos técnicos para enganar o público. Dão aquilo que têm. Sempre. Quem não quiser, que siga o seu caminho. E nunca aceitam baixar os padrões de
qualidade que representam a troco de exposição mediática. Que
todos os músicos portugueses fossem assim e havia muita coisa que já
teria mudado na nossa música.
Este espectáculo intimista vai
continuar a percorrer o país antes de chegar ao Centro Cultural de
Belém, em Novembro. Quem estiver interessado, ficam as próximas
datas: 20 de Março, em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva. Dia
21, na Mealhada, no Cine-Teatro Messias e no dia 22, em Guimarães,
São Mamede – CAE.
No outro dia, em conversa com um amigo, falámos dos Anjos e eu dizia-lhe que gostava muito das músicas deles e fiquei (confesso) surpreendida quando ele me disse que também... Lá está... Porque é raro haver um homem que o admita sem lançar um "eish... musicas de pitas é que não".
ResponderEliminarNos concertos deles vê-se cada vez mais homens. Mas é um facto que alguns têm vergonha de assumir isso mesmo.
EliminarO grande problema deste país, é que a música portuguesa não passa com grande frequência nas rádios.
ResponderEliminarConheço muito pouco destes dois cantores, e o que sei , já é de há anos atrás.
É bom ler o que se escreve, tira-nos algumas palermices da cabeça (falo por mim).
Bj
Infelizmente para os artistas, existe um leque de músicos nacionais que passam com frequência. Os outros nem por isso...
Eliminarbeijos
Sempre gostei muito dos irmãos Rosado. Eles têm algo de diferente.
ResponderEliminarNunca tive vergonha em assumir. Muito menos que adoro música portuguesa. É a minha preferida. :)
O que mais destaco neles é a sua postura e frontalidade.
EliminarJá vi que também gostaste! :)
ResponderEliminarEu fui conquistada :)
Gosto desde adolescente :)
EliminarPassados muitos anos ainda sei cantar o perdoa. É um dos meus guilty pleasures!!!! Adoro, e sim eles são notáveis.
ResponderEliminarBoa escolha! :)
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