Gosto de críticas. Defendo que uma boa
crítica é uma das formas mais eficazes de fazer alguém evoluir. E,
ao longo dos anos, fui ensinado a criticar de forma construtiva. E a
apenas criticar quando tenho algo para acrescentar. Como tal, para
mim, “és uma merda” ou “isso que fizeste é uma grande bosta” - coisas que se ouvem com frequência - não é uma crítica. É apenas e só uma opinião, vazia de
conteúdo, quando dita desta forma. Respeito e aceito que qualquer
pessoa possa considerar outra uma merda, ou que defenda que outra
pessoa só faz porcaria. Mas qual é a validade dessas palavras
quando ditas dessa forma? Nenhuma! Terá eventualmente algum valor se
for acrescentado de uma argumentação que leva à conclusão e que
ajuda que a outra pessoa evolua.
Nos dias que correm, existe uma grande
confusão entre o que é uma crítica e uma opinião. Sendo que
muitas pessoas opinam com a ideia de que criticam. E o pior é que as
tais opiniões, que se julgam críticas, são muitas vezes baseadas
num vazio dominado por sentimentos nefastos. Sendo que estes
sentimentos são, em muitos casos, os responsáveis pela ausência de
evolução de algumas pessoas. As tais pessoas que preferem ver
alguém cair em vez de lutar para chegar mais alto do que alguém já
chegou.
É por isso que, há muito tempo, não abdico do meu dicionário de falhadês-português, que me tem
permitido ao longo dos anos perceber aquilo que move algumas pessoas.
Abrindo, ao calhas, o dicionário em questão, deparo-me com exemplos, que aqui partilho, que certamente todas as pessoas conhecem e já testemunharam num emprego ou na vida pessoal.
Falhadês:
“És uma grande merda!”
“Porquê?”
“Porque sim.”
Na realidade, aquilo que se queria
dizer, em português, é:
“És minimamente bom naquilo que
fazes mas não o quero assumir.”
Falhadês:
“O teu trabalho está uma grande
merda!”
“Podes dizer-me como seria para ficar
bom? É que assim aprendo e não repito o erro”
“Não sei. Mas isso é uma grande
merda.”
Na realidade, aquilo que se queria
dizer, em português, é:
“Parabéns. Está bem feito e estou
com azia porque não fui eu que fiz.”
Falhadês:
“Essa é a ideia mais parva que já
ouvi. Não tem pernas para andar”
“Ok! O que propões?”
“Nada. Mas a tua ideia é parva.”
Na realidade, aquilo que se queria
dizer, em português, é:
“Boa ideia. Como é que não me
lembrei disto antes.”
Falhadês:
“Como é que aquela pessoa é bem
sucedida no trabalho e na vida? Só pode dar graxa aos patrões,
dormir com todos os funcionários da empresa. E os projectos pessoais
não passam de cópias que são promovidas por amigos igualmente
estúpidos e parvos.”
Na realidade, aquilo que se queria
dizer, em português, é:
“Que cabra/cabrão! Está bem na vida
e luta por isso. Eu não passo da cepa torta mas a verdade é que não
faço nada para ser melhor.”
O mundo seria muito melhor se as
pessoas dissessem és isto ou aquilo, mas podias ser melhor se
fizesses isto ou aquilo. Se as pessoas dissessem esse trabalho ficou
péssimo, mas da próxima vez faz isto e aquilo que fica muito bom.
Se as pessoas dissessem essa ideia é meio descabida, mas se
aproveitar-mos isto e aquilo e acrescentarmos isto de que me lembrei
temos uma bela ideia em mãos. E o mundo seria muito melhor se as
pessoas olhassem para o sucesso dos outros, quer seja do vizinho da
frente, do padeiro ou mesmo das pessoas mais conhecidas como uma
inspiração para ser melhor do que essas pessoas. Porque elas estão
bem no patamar em que estão. Não precisam de cair. Nós é que
precisamos de escalar para lá chegar.
Trabalhas comigo Bruninho?! Não?! Podia jurar que sim...ouço falhadês desse há quase 25 anos e é coisinha para passar de geração em geração...
ResponderEliminarEu, por exemplo...já "dormi" que tantos homens da empresa que nem os cheguei a conhecer a todos:))))) ahahahahah...hoje rio-me...mas já chorei muito, com tanta maldade...
jinhoooooossssss
A vantagem de ter começado a trabalhar muito novo é aprender depressa tudo isto.
Eliminarbeijos
Um falhadês/ portuguès muito interessante.
ResponderEliminarE tens razão nas tuas justificações.
Demais!
É o mundo que temos.
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