7.2.14

viajei até ao planeta fluffen

A minha relação com o Planeta Fluffen faz lembrar um espécie de relação sentimental atribulada. Era suposto já ter assistido a um espectáculo deste fantástico quarteto musical composto por David Cristina, Hugo Marques, Joaquim Cabral e Luís Coelho. Mas, primeiro fiquei de cama. À segunda vez a comunicação entre nós perdeu-se de forma inesperada. Isto faz-me lembrar aqueles namoricos em que se combinam mil e uma coisas que nunca acontecem. Até que ontem, lá viajei até ao Planeta Fluffen.

Foi no teatro Villaret que descobri (ao vivo) o enorme talento destes quatro rapazes. Quer dizer, três que o Hugo está fora de Portugal. Mas vou acreditar nos restantes que falaram bem dele. Sendo que, em palco, estiveram ainda Ricardo Carriço – bela maneira de festejar 25 anos de carreira – e a talentosa Lola, a guitarrista das Anarchicks, que se quiseram associar a um espectáculo solidário com toda, repito e friso bem, TODA, a receita de bilheteira a reverter para a Casa dos Rapazes.

Uma viagem ao Planeta Fluffen não necessita de passaporte nem de um boletim de vacinas actualizado. Mas é o remédio ideal para quem precisa de esquecer os problemas e complicações da vida. Isto porque se trata de uma actuação musical cómica. Ou seja, as músicas são extremamente divertidas sendo intercaladas com grandes momentos de stand up comedy. A isto acresce ainda algo de que gosto bastante, que é a improvisação e a interacção com o público. Quem o digam a Clara e o Zé Maria, o casal predilecto da actuação de ontem.

Numa altura em que o humor nacional gira em torno de poucas pessoas, de enorme talento é verdade, mas que se multiplicam em vários formatos, é uma lufada de ar fresco ter descoberto os Planeta Fluffen. Confesso que sou uma pessoa de sorriso fácil. Por isso, não é preciso muito para me deixar bem disposto. Mas, ao meu lado, tinha a minha mulher. Que é muito mais exigente do que eu com o humor. Vê-la a rir às gargalhadas e quase a ir às lágrimas é o melhor que posso dizer sobre os Planeta Fluffen. Eu já não aguentava de tanto rir e ela estava no mesmo patamar do que eu. Durante as horas do espectáculo senti mesmo que estava num outro planeta onde não existem problemas. Apenas e só, boa disposição e gargalhadas que contagiam todas as pessoas. Assim é o Planeta Fluffen. Infelizmente, não existem vídeos de duas músicas que adorei: A Loja do Chinês, uma versão actualizada da música Loja do Mestre André, e ainda Balada Rock. Como tal, partilho uma que fala de absinto. Sendo jornalista, é mais do que justo e actual. As mulheres podem ficar "descansadas" que ao vivo existe a versão feminina desta letra. Que tem tanta ou mais piada do que esta.



Agora, os Planeta Fluffen vão fazer uma curta pausa. Em Março, regressam ao Villaret, associados a uma nova causa solidária. Quando souber as datas partilho por aqui. Eles vão regressar. Eu vou lá estar. E entrando na onda destes artistas – a quem prevejo um futuro brilhante – quem não for ao Villaret é um cocó mole e vai fazer chichi na cama.

Actuação de ontem 

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