18.2.14

afinal, o dinheiro compra o amor (ou será interesse?)

O dinheiro compra tudo? Ou facilita o acesso a algumas coisas mas não compra, por exemplo sentimentos como o amor? Diversos estudos revelam que o valor do ordenado é proporcional à possibilidade de encontrar o amor. Uma das investigações dá conta de que apenas 4% das pessoas com um salário anual superior a sessenta mil euros não encontraram aquilo que definem como um “bom parceiro”.

Com a diminuição da verba anual diminui igualmente a percentagem de pessoas que encontraram alguém. Por exemplo, apenas 17% das pessoas que levam para casa cerca de onze mil euros por ano é que têm um bom parceiro. O estudo refere ainda que aqueles que ganham mais dinheiro, os tais que têm ordenados na ordem dos sessenta mil euros anuais, têm uma grande probabilidade de se apaixonar cinco ou mais vezes durante a vida.

Olhando apenas para estes dados, fico sem perceber se estão a falar de amor ou de uma junção de interesses. Porque é um facto que as pessoas tendem a aproximar-se de quem está numa melhor situação financeira. Porque isso é sinal de estabilidade. Agora, se isso acontece por amor ou por uma necessidade que algumas pessoas transformam em amor (mesmo que seja de fachada), isso já é outro assunto.

Além disso, existindo dinheiro, muitos dos problemas dos casais são atenuados. Quando existem pequenas crises, se a elas se juntar a falta de dinheiro, tudo ganha uma dimensão gigantesca e desaba. Por isso, olho com desconfiança para estes estudos. Acredito que uma melhor condição financeira proporciona estabilidade, algo importante para atrair alguém. Apenas isso e nada mais.

31 comentários:

  1. Bem socialmente não se consegue viver sem dinheiro. Daí ser um fator importante, no sentido da necessidade, fora isso é uma porcaria em todos os sentidos. Em uma análise muito breve, o sentido da vida perde o seu rumo. Quando tudo se tem, nada se valoriza.

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    1. Penso um pouco como tu. Que não luta por nada tende a desvalorizar tudo.

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  2. Concordo com a tua conclusão sobre o estudo.
    Há uns tempos vi um vídeo quem que relacionava as pessoas serem gananciosas e gostarem de exibir os seus bens materiais, como demonstração de status com atrair o amor (se o obtêm ou não, já outra conversa).
    Os pássaros machos têm penas garridas, uns sabem fazer melhor o ninho do que outros. Os humanos têm o dinheiro como UM dos factores de sedução. Um dos factores de atracção entre 2 pessoas, é terem o mesmo nível de auto-preservação. Cada pessoa tem o seu nível, uns não se importam muito com esse factor, ou dão-lhe mais valor.
    Quer queiramos ou não, há algo de algo biológico nisto.

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    1. Bela explicação. E sim, acho que há algo de biológico no meio de tudo isto.

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  3. Juntei-me com 20 anos, ele com 27, ambos desempregados(gandas malucos)!
    Sempre fui filhinha de papá, mas tive que me fazer à vida. Desde promoções a limpezas apanhava tudo que fosse trabalho. Entretanto, um ano depois, abrimos uma empresa em conjunto e o dinheiro que já era pouco começou a desaparecer. O meu marido sempre teve " a mania" de pagar impostos e não fugir a nada! Muita noite mal dormida , muita discussão, muita vez fiz a mala para voltar para a vida tranquila que tinha em casa dos meus pais. O carro, com 20 anos, metia água por todo o lado. A casa esteve quase um ano sem se pagar o crédito, porque ou pagavamos os empregados ou a casa. Nunca tivemos a vida facilitada, nunca tivemos "amigos" a abrir portas. Nunca enriquecemos e sempre contamos trocos.
    Há 4 anos o marido percebeu que neste país ser empresário sério não resulta. Foi fazer a licenciatura e dela passou direto a doutoramento. Continuamos a contar trocos, mas voltamos a sonhar com uma possibilidade!
    14 anos depois continuamos juntos, a vida mudou, não somos ricos mas temos projetos. As viagens essas são patrocinadas pelos meus pais. O carro é 0 km mas dos baratinhos e ecológico. A casa, entretanto, tem o crédito em dia. A empresa, onde continuo, esta a pouco de ser fechada para me dedicar à minha verdadeira paixão, a cozinha!
    Continuamos uns tesos. Grande parte dos casais que há 14 anos tinham grandes carros, faziam grandes viagens, tinham financeiramente tudo o que não tinhamos estão separados. Nós continuamos, porque temos algo que porra de dinheiro nenhum compra: amor, cumplicidade e preserverança.
    Amamo-nos e isso é a força motriz desta união. A falta de dinheiro destroi relações, é certo. Contudo, dinheiro nenhum o compra.
    É bom poder ter alguns luxos, umas ferias, um carro melhor?! Claro que sim. Ajuda. Eu reapaixono-me pelo meu homem a todas as viagens. Mas, uma coisa é a paixão que se pode acender com esta ou aquela ajuda. Outra, é aquela coisa que nos aquece, nos acompanha sempre e nos dá certeza no meio de todas as dúvidas e inseguranças: o amor.
    E hoje, ao contrário do que é habitual, saiu um relambório enorme, mas este assunto toca-me!

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    1. Em primeiro lugar, muito obrigado pela tua partilha. Um belo exemplo de amor que tudo supera.

      Mas acho que vos coloco na minoria. Tiveram as vossas discussões mas permaneceram juntos. Acredito que muitos casais se tivessem separado quando começa a faltar dinheiro e quando existe a possibilidade de uma vida melhor noutro sítio.

      Os meus parabéns e muito obrigado pela partilha.

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    2. É, eu também comecei a colocar-nos numa minoria ;-)
      (cum caraças ontem saiu mesmo um testamento e cheio de erros grrrr)

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  4. Olá Bruno :),

    a minha opinião vale o que vale, contudo, o dinheiro e o conforto "compraram-me tudo", menos amor. Foi na verdade, a valorização de dinheiro e bens, em detrimento de outros valores como família e tempo de qualidade, que levaram à separação de um "casamento perfeito aos olhos dos outros" de quase duas décadas...
    Tenho para mim, que é nas dificuldades ( e não necessariamente financeiras), que os casais se unem ou se afastam. E embora o dinheiro atenue as situações em alturas críticas, muitas vezes e infelizmente também as arrasta...

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    1. Obrigado pelas tuas palavras. Acredito que, em quase tudo na vida, as pessoas mostram aquilo de que são feitas nos momentos maus. Porque nos momentos bons somos todos os maiores.

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  5. A incompatibilidade de feitios, uma traição, uma mentira, a quebra da confiança, são problemas que se existirem o dinheiro não ajuda a resolver.
    Agora se me perguntares se acho que há relações a serem colocadas à prova nos dias de hoje por causa de dificuldades financeiras que se acumulam e arrastam outros problemas? Disso não tenho a minima duvida. Mas também te posso dizer (de fonte segura) que há relações que das dificuldades que possam estar a passar saírão ainda mais fortes e com laços que nem a morte há-de destruir: Disso Amigo, disso tenho a certeza absoluta.

    jinhoooosssss

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    1. Concordo contigo. Muitos casais estão a ser postos à prova com a crise que vivemos. E, se existir amor verdadeiro, vão manter-se juntos.

      Obrigado :)

      beijos

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    2. O amor é o sentimento mais nobre que o ser humano pode ter. Feliz aquele que o encontra, conserva e partilha.

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  6. Na minha mais humilde opinião, é interesse mas podem existir excepções! Claro que uma maior estabilidade proporciona uma maior qualidade de vida e arrasta outras coisas mais, que pode até ser o amor, ou o interesse ou...

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    1. As pessoas ainda estão formatadas para procurar quem as ampare e providencie uma boa vida. O amor vem depois.

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  7. O Amor existe, mesmo sem dinheiro.... Isso posso te garantir... Neste momento, só um de nós tem trabalho. E apesar de ser difícil, e ter sido motivo para uma discussão, da qual não me orgulho nada. A verdade, é que é possível ser Feliz... Claro que seria muito melhor se houvesse uma bolsa de ar que nos permitisse fazer outras coisas, mas sei que daqui a uns tempos vai ser possível... O que me custa mais é vê-lo triste... E com a tristeza vêm outros sentimentos. E por muito boa Cheerleader que eu seja, nem sempre o consigo animar... E isso sim, é que me parte o coração. Não o facto de não podermos fazer isto, ou aquilo. Não poder comprar determinadas coisas...

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    1. E ainda bem que existe amor sem dinheiro. Mas, por exemplo se num bar estiverem dois homens iguais fisicamente mas um estiver bem vestido, aparentando riqueza e o outro parecer um pobre coitado, acredito que a maioria das mulheres vão interessar-se pelo primeiro. E o mesmo funciona para os homens.

      Continua a ser a cheerleader que és. Aposto que ele valoriza muito isso.

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    2. Lá está a parte que eu adoro não ser igual à maioria das mulheres !!!!! :D

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  8. Retive quase nada deste post, porque entretanto parei ali nos onze mil euros por mês :S

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    1. Alterei depois de ler o teu comentário. Era onze mil euros por ano :)

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  9. Hoje em dia o dinheiro compra tudo. As relações e o amor.
    O dinheiro é cada vez mais importante para uma relação. Não venham dizer o contrário, porque hoje em dia os seres humanos que tem um nível de vida relativamente médio, não irão procurar/encontrar pessoa com baixo rendimento, ou melhor dizendo, sem herança de família (para os dias de hoje).

    E não acredito que hoje em dia um homem ou uma mulher deixem tudo por um grande amor, quando a outra pessoa não tem dinheiro ou heranças... Infelizmente, nos tempos modernos, o amor não é apenas uma cabana...

    Mas isto sou eu a dizer... ;)

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    1. Na minha opinião, o dinheiro só compra amor e relações daqueles que tem a duração de uma hora e que incluem certas coisas pré estabelecidas com o(a) cliente.

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  10. "Acredito que uma melhor condição financeira proporciona estabilidade, algo importante para atrair alguém. Apenas isso e nada mais. "

    Nem mais. Por amor, não o será de todo. Qualquer um pode-se apaixonar umas quantas vezes e não precisa haver dinheiro envolvido.

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  11. "
    Olhando apenas para estes dados, fico sem perceber se estão a falar de amor ou de uma junção de interesses. Porque é um facto que as pessoas tendem a aproximar-se de quem está numa melhor situação financeira. Porque isso é sinal de estabilidade. Agora, se isso acontece por amor ou por uma necessidade que algumas pessoas transformam em amor (mesmo que seja de fachada), isso já é outro assunto." - acho que é aí que reside o busílis da questão.

    Pessoalmente, sou da opinião que o dinheiro não compra tudo. E digo mais: não compra o que é mais importante.

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    1. O dinheiro facilita o acesso a muitas coisas mas não as compra todas.

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  12. Na minha opinião tudo depende dos nossos valores, da importância que damos ao dinheiro e de que forma este se traduz perante os nossos alicerces...sinceramente o dinheiro não compra amor nem felicidade mas ajuda! Se ponderadio de forma tranquila sem ter a base da ganância, dá-nos acesso a um maior bem estar e a uma maior leveza...dá-nos acesso mais facilitado a que possamos atingir alguns sonhos...agora tudo depende de pessoa para pessoa! Para mm, o dineiro facilitaria-me não só a preencher os meus sonhos mas também a ajudar os "meus" a alcançarem os seus :)

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    1. O dinheiro será sempre uma ajuda para e nunca o destino final de algo. Pelo menos para mim :)

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  13. Acredito que facilite, que componha, mas que não solucione. Pode parecer uma perspectiva demasiado romântica, mas não acredito que alguém seja verdadeiramente feliz sem o amor, sem estar bem. E tenho um exemplo perto de mim: alguém muito, muito bem financeiramente, mas longe de estar verdadeiramente feliz.

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