11.9.15

ainda bem que a sede de fama não é tudo na vida

Vivemos tempos em que o protagonismo, a sede de fama e o desejo de dar nas vistas são aquilo que alimenta muitas pessoas. É normal encontrar alguém que fez isto por protagonismo. É normal encontrar alguém que fez aquilo movido pela sede de fama. Tal como é normal encontrar alguém que passou a ser notícia devido ao seu desejo de dar nadas vistas. Isto é o normal. Isto é a regra dos dias que correm. Já ninguém se espanta com isto.

Por isso fico contente quando a notícia é tudo aquilo que é contrário ao que referi no primeiro parágrafo deste texto. Quando a notícia não é o protagonismo nem a sede de fama ou o desejo de dar nas vista. Fico feliz quando encontro alguém que ainda se move por valores completamente diferentes, como é o caso da amizade, mesmo que isso possa significar perder uma oportunidade que pode não voltar a aparecer e que todos gostariam de ter. E Charlie Hunnam é exemplo disso mesmo.


Este actor foi a primeira escolha para dar vida a Christian Grey na adaptação para cinema do best seller que se destaca pelo erotismo. Mas Charlie não aceitou ser o protagonista dos filmes. Tudo por causa da sua agenda e não só. “Um ano antes de ser suposto gravar o filme já tinha dado a minha palavra ao realizador Guillermo del Toro, de quem sou amigo, que participaria no seu filme A Colina Escarlate. Os meus amigos diziam-me “estás louco? Como podes recusar este projecto? Nem sequer és protagonista, podes antes fazer As 50 Sombras.” Eu respondia-lhes que não podia, ele é meu amigo”, confidenciou o actor numa entrevista. “Ter que abandonar o projecto foi a coisa mais difícil e emocionalmente destrutiva que já enfrentei como profissional. Foi devastador e doloroso para mim”, acrescentou.

Nos dias que correm, e sobretudo em meios onde a fama alimenta muitas pessoas, não é fácil encontrar alguém com o discernimento necessário para valorizar a sua palavra, os compromissos acordados e até a amizade, algo que anda pelas ruas da amargura. Por isso é com muita alegria que leio notícias destas, daquelas que nos fazem acreditar nas pessoas. E gosto de acreditar que estão destinadas coisas boas a quem pensa e age desta forma.

8 comentários:

  1. E ainda bem, porque seria um tiro nos pés. O gajo é bom actor e deve tudo ao seu excelente papel no SOA. Passar disso para talvez um dos piores filmes dos últimos anos seria demasiado mau.

    Ou então leu duas páginas do livro e viu que não passa de uma porcaria muito mal escrita feita para gente que não lê, e percebeu que tudo o que fosse adaptado daquilo iria dar frutos muito podres.

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    1. Confesso que não conheço muito bem o seu trabalho. Recordo-me de uma entrevista sua no Conan. Mas enalteço a sua atitude.

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  2. Raridade mesmo...tipo espécie em extinção. Há quem mande às urtigas os amigos por bem menos. É de louvar,sim. Bons exemplos,precisam-se! : )
    Mata Hari

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    1. 90% das pessoas dizia ao amigo "desculpa lá mas surgiu outra coisa".

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  3. Além de que o Guillermo del Toro é um realizador conceituado e adorado pela crítica enquanto 50 shades... é 50 shades. A possibilidade de subir na carreira não é com filmes da porcaria de certeza. Uma escolha mais que inteligente, tem um bom agente de certeza.

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    1. Neste caso o realizador até podia ser o Manel da Esquina. É uma relação de amizade que se manteve. O filme pode não ser grande coisa mas tem um grande impacto a nível mundial. Além disso é uma trilogia. Um actor que olhe para os números e não para a qualidade (que é sempre discutível) tem aqui um bom "pé de meia". E ele abdicou disso por algo que certamente irá render muito menos mas mantém uma relação de amizade e a palavra dada. Acredito que isto não é obra de agente. Mais depressa imagino um agente a dizer para seguir o rumo oposto.

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