Ontem estava a trabalhar com um grande amigo quando passámos junto a uma casa bastante simpática de uma pessoa que conhecemos e que actualmente vive fora de Portugal. Como tal, aquela casa está desabitada há largos meses. “Que desperdício esta casa aqui assim”, disse-lhe. “Não me importava de vir para aqui viver. Nem que fosse para a casa arejar e para os canos não se estragarem. Quando ele voltasse a Portugal avisava e eu ia embora”, acrescentei. “E assim poupava a renda da minha casa”, conclui.
Esta brincadeira foi partilhada pelo meu amigo que depois saltou para outro tema a que acha piada e que se trata de algo que muitas pessoas dizem. “Esta casa? Nem dada”, gracejou. “Acho piada às pessoas que estão sempre a dizer isto. “Um Porsche branco? Nem dado! Um casa destas? Nem dada! Um Ferrari numa cor estranha? Nem dado”, disse, prosseguindo nos exemplos de coisas que as pessoas dizem não querer, mesmo que lhes fossem dadas sem qualquer custo.
“Nem dado? A mim podiam dar tudo”, dizia, questionando até que ponto é que as pessoas realmente seriam capazes de rejeitar coisas como casas caras com uma arquitectura que não apreciam, um carro de luxo cuja cor desgostam ou tantas outras coisas de valor elevado mas sem beleza que cative quem diz “nem dado”. E a verdade é que aquilo que nem dado queria certamente seria bem recebido por todas as pessoas. Pelo menos eu recebia. E depois vendia, utilizando o dinheiro para outras coisas a meu gosto.
Acredito que o “nem dado” serve apenas para marcar uma posição em relação ao gosto ou algo semelhante. Porque não acredito que a esmagadora maioria das pessoas recusasse um carro avaliado em centenas de milhares de euros ou, e apenas para dar mais um exemplo, uma casa avaliada em mais de um milhão de euros. Mas tiro o meu chapéu a quem – se é que essas pessoas existem e estou a excluir as pessoas que têm dinheiro para comprar tudo e mais alguma coisa – realmente rejeitava um carro porque é de uma cor de que não gosta ou uma casa porque a arquitectura não é a mais bela das redondezas.
É apenas uma força de expressão: A mim podem-me dar um ferrari amarelo às pintinhas cor de rosa com listas azuis: Eu sabia bem o que lhe fazia!!!! E não era andar com ele, não senhora:)
ResponderEliminarNão o conduzias nem uma vez? :)
EliminarCom essa côr tb não sei se o conduzia à vista de todos...lol. Mas dava uma voltinha num sitio privado hehe ; )
EliminarMata Hari
Nem uma vez? ;)
EliminarEu falo por mim, que tb uso a expressão, e também é um desabafo. Claro que aceitava e vendia ou trocava por algo mais a gosto : ) um exemplo são aqueles mini carros que oferecem no "Preço Certo" ; )
ResponderEliminarMata Hari
Todas as pessoas aceitavam as coisas ;)
EliminarE mulheres tipo "Esfera" que te quisessem pinar? Também não dizias "Nem dado?".
ResponderEliminarMulher Esfera: Não tem ponta por onde se lhe pegue. ;)
O que me fizeste rir. E posso dizer-te que ele também fez piadas desse género ;)
EliminarSempre ouvi dizer que a cavalo dado não se olha o dente...
ResponderEliminarO nem dado deve ser mesmo para marcar uma posição e acredito que usem a expressão para itens de pouco valor.
Gostava de ver quem diria não a um Ferrari amarelo.
Acho que todas as pessoas aceitavam aquilo a que dizem: "nem dado"
EliminarAcho que muitas por orgulho não o fariam, mas é a minha opinião :)
EliminarPor orgulho não queriam um carro de 200 mil euros? Eu fico com eles ;)
EliminarÉ na esmagadora maioria das vezes, uma maneira de expressar que não se gosta mesmo nada. Mas se fosse algo com valor e oferecido, poucos recusariam, mesmo que rapidamente vendessem, pois alguns bens viriam acompanhados de altos impostos, que não haveria como sustentar.
ResponderEliminarMas quem não queria um carro de luxo de borla? Nem que fosse para o vender ;)
EliminarConcordo com o que disseste a certa altura, eu aceitava e vendia.
ResponderEliminarAcho que todos faziam isso.
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