Num passado não muito distante criou-se uma onda de indignação após o bárbaro atentado terrorista à sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo que roubou a vida a doze pessoas. Na altura surgiu a hashtag #jesuischarlie com quase todas as pessoas a defenderem a liberdade de expressão. Defendendo também que o humor não tem limites. Provavelmente já ninguém se recorda do jornal mas partilho aqui uma capa muito recente.
“Bem-vindos migrantes!”, é o título. Depois destaca-se uma caricatura de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos cuja foto morto correu mundo. “Tão perto do objectivo”, lê-se perto da imagem. Existe ainda um cartaz alusivo ao McDonald´s com a mensagem: “Promoção! Dois menus infantis pelo preço de um”. Esta capa está a colocar a publicação novamente nas bocas do mundo.
Já se iniciou um debate. De um lado estão os que acusam o jornal de racismo e de gozar com os curdos. Por outro lado, há quem defenda que se trata de uma alusão à forma como a Europa está a lidar com a situação dos refugiados. Existe ainda a teoria de que se trata de uma capa falsa.
Caso a capa seja mesmo real, levantam-se diversas questões. A maior delas: somos ou não charlie? E defendemos sempre a liberdade de expressão ou apenas quando nos dá jeito por algum motivo ou associação?
Eu acho que isto é uma crítica à forma como a Europa lida com o drama dos migrantes.
ResponderEliminarMas, supondo que não seja, apesar de não gostar, defendo que têm o direito de publicar. Quem não gosta, não compra. É assim que se mostra indignação.
Acho que a capa pode ser lida de diversas maneiras e essa é uma delas. Acho que são fiéis à forma como lidam com os assuntos. Não se pode aceitar as "críticas" ao profeta e achar que aqui foram longe demais.
EliminarQuando lhes dá jeito.
ResponderEliminarPara muitas pessoas é.
EliminarPara mim é a forma como a Europa está a lidar com a situação dos refugiados, mas é a forma como interpreto
ResponderEliminarÉ uma leitura que me parece adequada.
EliminarJulgo que a capa é um homem num sofá vermelho com um refugiado a fazer de "mesa"
ResponderEliminarhttp://charliehebdo.fr/
Eu também vi essa capa mas esta está a ser notícia um pouco por todo o mundo.
EliminarGozar com quem?
ResponderEliminarSe há gozação/crítica, é à Europa.
Só que tantos europeus como árabes parecem ser demasiado burros (se calhar propositadamente) para o perceber.
(isto não quer dizer que os cartoons tenham graça... que não têm. Mas isso é uma questão de gosto. Não chorei por ver o miúdo na areia, mas também não consigo fazer humor com isso.)
Acho que é uma linha editorial e nesse sentido eles são fiéis ao que fazem. Depois, há quem goste e que deteste. Mas é possível olhar para a capa e retirar diversas leituras da mesma.
EliminarO direito à liberdade de expressão é inquestionável, o que não me impede de dizer que me parece uma capa que não me agrada minimamente.
ResponderEliminarAinda bem que percebes as diferenças.
EliminarA ser verdade, a capa está um bocado mórbida...
ResponderEliminarSim, têm direito de a publicar... independentemente de qual a mensagem que tentam passar...
Quem não gostar, não compra...
É isso mesmo!
EliminarSe for verdade, acho esta capa uma vergonha, uma clara forma de publicidade gratuita...Eu se fosse o Burger King ou KFC tambem iria ficar profundamente chateado!!!
ResponderEliminarJá tinha saudades desse teu humor.
EliminarAbraço
Eu acho muito bonita a liberdade de expressão mas não concordo que tudo possa ou deva ser publicado. Bom senso é o que falta por aì fora. Eu não fui nem sou Charlie. Se eu,cidadã não posso sair por aí a insultar quem me apetece (ou melhor,posso mas posso ir presa por insultos e difamação) porque raio os jornais ou este tipo de pasquim o pode fazer? "Só porque pode" .... pois, mas nao devia poder. Passou-se muito depressa do não posso dizer nada para o tenho direito a dizer tudo.
ResponderEliminarQt a esta capa, verdadeira ou não continua a ser de mau gosto e mostra a leviandade de como se trata a morte de uma criança. Merecia mais respeito.
Gostariam se fosse o vosso filho?
Mata Hari
Colocas diversas questões e todas são válidas. E acredita que os jornais e revistas lidam com mais processos judiciais do que as pessoas imaginam. E esse é o preço a pagar de uma linha editorial mais arriscada.
EliminarHá quem defenda que hoje em dia há a solidariedade do momento, isto porque as pessoas só apoiam A ou B no momento em que toda a gente o faz, depois esquecem-se, e neste caso acho que é isso que acontece.
ResponderEliminarA liberdade de expressão dá pano para mangas.
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