30.10.14

ódio desmesurado

Não percebo, nem tento perceber, ódios desmesurados, raivas gigantes e antipatias enormes. Sobretudo quando não existe motivo nenhum para que aconteçam. Não percebo como é que algumas pessoas facilmente se deixam cegar pelo ódio desmesurado que não é mais do que inútil. Além disso, quem tiver o discernimento necessário para avaliar a situação facilmente perceberá que nada ganha em alimentar esse ódio e que o mesmo não tem qualquer impacto na vida de quem é odiado.

O futebol é provavelmente a área onde o ódio alcança uma dimensão incontrolável e onde as pessoas mais depressa perdem a razão e se transformam por completo. Dois acontecimentos recentes provam isso mesmo. Primeiro, foi Christian Tello, jogador espanhol, do Barcelona, e que está emprestado ao Porto, que partilhou no instagram uma imagem de uma das suas novas tatuagens. Porém, esta tem, em destaque, um leão, o seu signo do zodíaco. Dias depois foi Nelson Oliveira, jogador português do Benfica, que partilhou no facebook uma imagem de um almoço a dois, com a namorada, na varanda. Todavia, na imagem vê-se, ao longe, o estádio do Sporting.

Estas duas situações despoletaram o ódio de alguns adeptos do Porto, no primeiro caso, e do Benfica, no segundo. Adeptos que consideram uma ousadia um jogador, que está de passagem por Portugal e que nem sequer é do clube, ter tatuado um simples leão no braço. E outros, que consideram uma afronta partilhar uma imagem onde se vê um estádio de outro clube porque é para ali que a casa está virada. E estes são dois exemplos de ódio desmesurado e sem sentido.

Porque, estes adeptos acabam por ser os mesmos que idolatram jogadores que já foram símbolos de clubes rivais, apenas para dar um exemplo. Enquanto benfiquista, quero lá saber se o Nelson Oliveira tem uma casa (provavelmente até é do clube e não dele) voltada para o estádio do Sporting. O que me pode incomodar (estando a muitos quilómetros do ódio) é que não treine como deve ser e que não renda em campo o que espero dele.

10 comentários:

  1. Há pessoal que claramente não tem uma vida suficientemente preenchida. Caso contrário não teriam espaço para esses ódios e comentários idiotas sobre a vida dos outros...

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  2. É cada disparate...e tão simples de resolver...bastava crescer um bocadinho...

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  3. Olá :)
    Lá no fundo dos nossos seres, todos albergamos uma besta prímeva que gosta do sabor do sangue, da exaltação, do confronto e da violência. Uns têm melhor consciência da sua existência que outros, uns esforçam-se mais por mantê-la domada e contida, enquanto outros procuram alimentá-la, conspurcando, adulterando as mais variadas coisas para esse fim.

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    1. As pessoas não percebem que alimentar o ódio é um processo sem fim. A fome será sempre maior.

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  4. Adorei este último comentário.
    É como dizem que,na altura certa e em determinadas circunstâncias,todos podemos matar.
    É um bom tema,tem muito que se lhe diga.
    Mas a vida é para ser vivida,da melhor maneira que cada um a compreende.
    Sou fã do blogue.Parabéns!

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    1. Acho que é muito certeiro. E as pessoas não percebem que alimentar o ódio só lhe dá mais fome.

      Obrigado pelas palavras.

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  5. Por acaso o leão no braço é o signo dele. Mas e se não fosse? Se fosse apenas um desenho que ele gostou e quis tatuar? As pessoas não têm que morrer nem matar por causa de um desenho na pele..
    E o Oliveira, agora tem que mudar de casa só porque a dele tem vista para o estadio do clube rival?
    Faz-me imensa confusão quando vejo (principalmente no Instagram) alguns jogadores do Sporting (por exemplo) a partilhar fotos com jogadores do Benfica (outro exemplo) e vão lá os comentadores da praxe, dizer que A ou B até deviam ter vergonha de vestir de verde, se depois se dão com a "escumalha". Epa, porque é um moço não pode ser rival, só dentro de campo? Porque é que têm que se odiar todos?

    Sou fã de futebol, sou Sportinguista doente, mas acima de tudo sou uma pessoa com bom senso.

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    1. Sabes bem que adoro uma boa discussão de futebol mas, tal como tu, não percebo esses ódios. Até porque apenas os adeptos é que os vivem.

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