Três amigos meus, todos pais e curiosamente, todos pais de meninas, falavam sobre sexo. Mais especificamente, sobre o dever (ou não) dos pais em abordar as diferentes temáticas que envolvem o sexo com os seus filhos. Um dos meus amigos defendia que é uma obrigação que cabe aos pais. São eles que devem abordar este tema, que é tabu para muitas pessoas, de modo a que os filhos estejam a par de tudo o que envolve o sexo. Algo com que concordo.
Os outros dois tinham opiniões opostas. “Falar com a minha filha sobre sexo? Não!”, disseram os dois. “Isso fica para a mãe”, defendeu um deles. “Hoje em dia, com o acesso à Internet, os miúdos sabem tudo. Sabem mais do que pensamos”, acrescentou o outro. Ou seja, dos três, apenas um – o que tem a filha mais nova - mostrou disponibilidade para falar de sexo com a filha. Os outros dois aproveitaram todas as desculpas possíveis para fugir ao tema. Neste caso, concordo com o que defende que é uma obrigação dos pais. Devem ser eles a tomar a iniciativa de falar com os filhos.
Se um pai abordar a temática do sexo com o filho(a), conquista a sua confiança nesta área. E assim, mais depressa o filho(a) recorre a si para uma qualquer dúvida em vez de recorrer aos amigos ou ao google. Sobretudo porque estas duas opções servem apenas para criar a ilusão de que se sabe algo. Muitas vezes, os miúdos que dão conselhos aos amigos sobre sexo não têm a experiência que garantem ter. Já para não falar da total ausência de conhecimento. Quanto ao google, é certo que a informação está lá mas também é um facto que consegue ser muito difusa. Além disso, não acredito que existam tarefas dos pais e das mães, em relação aos filhos. Neste caso, acho que é uma obrigação de ambos e que deve até ser feita em conjunto.
Os anos vão passando mas a ideia que tenho é que o sexo continua a ser um tema tabu. Em conversas de adultos e sobretudo nas conversas entre pais e filhos. E continuam a aparecer miúdas de 14 anos grávidas. E jovens casais que são pais nessa idade. Os tais que sabiam tudo através das conversas com os amigos ou através do tal acesso à Internet. E custa-me encontrar pais, pouco mais velhos do que eu, que acreditam não ser a sua obrigação debater tudo o que diz respeito ao sexo com os filhos.
Eu acredito veementemente que os pais (independentemente de ser o pai ou a mãe) DEVEM abordar o assunto sexo com os filhos. Faço este comentário porque apontaste que um dos teus amigos referiu que os miudos hoje têm a net e sabem muito... Pois, é verdade. Mas sabem o que lhes convém. E na net há muita desinformação. É como tu muito bem acrescentas: depois, esses tais que sabem muito e que andam aí desorientados, aparecem grávidas/aparecem em casa a dizer que são pais e depois todos levam as mãos à cabeça. A orientação parental é fundamental. Eu pretendo abordar esse assunto com o meu filho e o pai dele também demonstra essa intenção. O que é excelente. Estamos os dois de acordo! ;-)
ResponderEliminarAcho que os pais devem tomar a iniciativa. Como dizes, a orientação parental é muito importante para evitar a tal desorientação que referes. Fico feliz por vocês :)
EliminarOs meus pais nunca falaram de sexo comigo e se agora viessem falar seria tão estranho que iria sentir-me um pouco constrangida. Em casa do meu namorado é completamente o oposto fala-se de sexo abertamente sem qualquer tabu (são pais não só de um rapaz, mas também de uma rapariga). Quando tiver filhos não quero ser como os meus pais, quero falar disso abertamente de forma a que os meus filhos percebam que se tiverem alguma dúvida ou alguma questão podem recorrer a mim em vez de recorrerem ao google ou a algum amigo.
ResponderEliminarAcho que fazes muito bem. Isso revela confiança e leva a que um filho recorra aos pais quando tem dúvidas.
EliminarTudo, debatido abertamente, quer pelo pai, como pela mãe, imprescindível pois um vê as coisas de uma forma e outro de outra, completando-se e dando a possibilidade à filha/ filho de adquirir um conhecimento mais completo. De preferência não esperar que cheguem as perguntas, anteciparmo-nos faz com que entendam que não há que ter receios de perguntar da próxima vez que for preciso.
ResponderEliminar...so far, so good:)
jinhoooooosssss
Tens uma visão igual à do meu amigo que defende que se deve falar. É mesmo esse o caminho a seguir.
EliminarBeijos :)
Fazia umas ligeiras alterações na tua última frase...
ResponderEliminarE custa-me encontrar pais que acreditam não ser a sua obrigação debater tudo o que diz respeito aos seus filhos...
Sim, o tudo fica muito melhor. Mas acredito que boa parte dos temas vão sendo debatidos. Alguns são mais incómodos, o que é pena.
EliminarEnquanto filha, sempre dispensei bem essas conversas. Também não sou exemplo para ninguém mas se sentir que os meus possíveis futuros filhos estão à vontade para discutir esse assunto comigo fá-lo-ei sem pudores.
ResponderEliminarMais do que achar que um filho está à vontade, acho que os pais devem demonstrar essa intenção e não esperar que seja o filho a tomar a iniciativa.
EliminarOlá :)
ResponderEliminarUm dos pontos em que considero que os meus pais se portaram excepcionalmente bem, foi na abertura que tiveram para comigo, inclusive para falar de sexo. Nesse aspecto, foram pessoas muito "à frente", o que me deixa cheia de orgulho.
Da parte do meu pai, o foco da conversa incidia invariavelmente na contracepção. Dizia-me, de forma clara, que sabia perfeitamente como são hoje os tempos, que não vivia num mundo de fantasia onde as pessoas se casam virgens, e que por isso era fundamental que o sexo feminino tivesse poder sobre a sua sexualidade, tendo o conhecimento necessário para fundamentar as melhores opções. Ele tinha a perfeita noção que educar com claridade e abertura, era das formas mais eficientes de "proteger" e preparar a sua filha. Assim foi o meu pai para mim, e ainda bem.
Honestamente faz-me confusão que existam pais, da nossa geração, com minhocas na cabeça em relação a este tema. Os tabus pagam-se caro.
Ainda bem que existem pais como os teus. E estás muito certa quando defendes que existem tabus que saem muito caros a muita gente.
EliminarEu também acho que tanto o pai como a mãe devem debater com os filhos tudo o que se relacione com sexo, embora por vezes possa não ser fácil, especialmente quando se tem em conta valores do campo moral. Para mim dizer que as pessoas têm direito ao desejo e prazer sexual colide com o pensamento de ter uma jovem de 14 anos ( que não é o caso) e dizer-lhe que ela tem esse mesmo direito. Iria ser muito complicado de gerir.
ResponderEliminarA gestão, que acredito não ser fácil, depende de cada família. Mas acredito que ignorar não faz com que o sexo deixe de existir.
EliminarConcordo contigo. E não, não tenho filhos. Mas acho que é uma dever de pai e mãe falarem, sem tabus, de tudo com os filhos. E isso inclui, naturalmente, falar-se de sexo. Mas de outras coisas também. Acredito que não seja fácil. Mas, a bem de se evitarem confusões, informações incorrectas e outras coisas que tais... acho que os pais têm esse papel fundamental na formação e esclarecimento dos filhos.
ResponderEliminarA gestão e as conversas dependem da relação de cada família. A sensibilidade de abordar o tema vai depender da relação mas os tabus devem ser derrubados.
EliminarEmbora concorde no geral contigo, tenho que discordar num ponto: não é por falta de informação que as jovens engravidam. Mesmo que os pais não informem, a escola já transmite imensa informação, pois também aqui existe a preocupação que é preciso alertar e conciencializar para um facto tão importante como sejam as relações mal protegidas e propensas à propagação das DST (doenças sexualmente transmissíveis) e a gravidez não desejada. O que acontece é que muitos vivem num plano irreal e até cor-de-rosa. Existem adolescentes que sonham ter um filho do rapaz que amam, viverem felizes para sempre and so on. Existem rapazes que pensam que ter um rapaz irá mostrar virilidade e respeito. Não digo de uma forma consciente, mas no plano imaginário isso acontece.É incrivel como a sociedade parece estar a regredir.
ResponderEliminarCompreendo o que dizes mas acredito que os pais são a base para que se evitem esses problemas. Para que uma menina de 14 anos perceba o que vai mudar na sua vida ao ser mãe com essa idade, por exemplo. Em alguns casos parece mesmo que regredimos.
EliminarNão podia estar mais de acordo consigo. Um pai que delega na mãe a informação sobre sexo aos filhos (neste caso o problema parece-me ser ainda mais sexista porque os seus amigos são pais de meninas) não foi no seu tempo devidamente esclarecido sobre o tema e vai continuar no mesmo erro. Além de terem uma atitude retrógrado leva-me a pensar que não devem perceber nada do assunto
ResponderEliminarLeila, prefiro que me trates por tu, pode ser?
EliminarAcho errado que um pai delegue o que quer que seja apenas na mãe. Neste caso, tendo em conta que conheço as pessoas, acredito que sentem vergonha de abordar o tema com as filhas. Não se sentes aptos para entrar nesse domínio. E deviam alterar a forma de pensar.
A minha pequena experiência:
ResponderEliminar1º- Nunca me passou pela cabeça tal questão até ao dia em que fui confrontada.
2º- A abertura dos pais começa muito antes dessas curiosidades surgirem aos nossos filhos.
A partilha começa logo na fase dos porquês!
3º- Sermos frontais mas com inteligência.
Exp: Quando a minha filha tinha quatro anos, estávamos as duas na casa de banho, pedi-lhe que me chegasse um penso higiénico que se encontrava no móvel; E o que aconteceu? A garota perguntou-me: Ó mãe porque é que o teu pipi tem uma ferida? E eu respondi-lhe: Tu agora ainda és pequenina mas quando fores maior vai-te acontecer como a mim. Nós mulheres fabricamos dentro do nosso corpo, todos os meses, um ovinho e esse ovinho tem que sair do nosso corpo para dar lugar ao próximo ovinho.
Uns meses á frente estou eu em uma situação semelhante e a pregunta dela foi a seguinte; Ó mãe foi o teu ovinho que rebentou?
Quando era pequena, e lembro-me bem, ficava tão frustrada quando fazia certas perguntas e não me respondiam. Eu bem insistia mas na volta levava uma de redondo; Porra lá está ela!
Sabe Deus como eu sofria com isso!
Agora que sou mãe vou deixar um filho meu sem resposta! Mas é que nem pensar nisso!
As minhas portas estão sempre abertas mas com inteligência!
PS: O meu filho tem doze anos e sinto que ele não tem preconceitos em falar comigo em relação a nada.
(modéstia á parte, ele dizer que eu sou a melhor mãe do mundo!)
Ainda bem que existem pais assim. Sem pudores de abordar, da forma mais adequada, temas que não deixam de ser reais apenas porque muitos optam por não falar deles.
EliminarPai e mãe responsáveis nessa tarefa nem sempre fácil...pessoalmente tenho sempre mantido um diálogo aberto com os meus filhotes a P. de 10 anos e o F. de 8. tenho falado sempre ao nível das suas idades mas tenho também já respondido a perguntas que fazem por ouvir na escola e que pessoalmente gostaria de falar mais à frente...No entanto se o tema surge de fora temos de o acolher e explicar nós da forma mais adequada...até aqui tem funcionado bem !
ResponderEliminarBjs
Maria
Assim é que é. E tenho a certeza de que estarás à altura de qualquer conversa.
EliminarBeijos
Para mim não faz sentido haver esse genero de tabus em casa, porque fui criada e educada na maior abertura possivel. Cá em casa sempre se falou de tudo e agradeço imenso aos meus pais por terem tido sempre esta atitude connosco.
ResponderEliminarAcho que os filhos que passam pelo mesmo do que tu acabam por estar gratos.
EliminarHá a Internet, as doenças e as gravidezes. Os pais devem ter sexo em frente aos filhos desde cedo para o sexo ficar na esfera familiar até eles serem independentes e responsáveis.
ResponderEliminarO sexo deve ser falado e explicado aos filhos como preparação para uma realidade que será sempre a deles.
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