Gosto de crianças. Adoro a autenticidade de cada palavra e de cada gesto. Aprecio a forma simples como encaram cada momento, longe da formatação que transforma os adultos em algo que não são. Tenho ainda um especial encanto pela forma determinada que cada criança tem de revelar que está sempre certa, apesar de estar redondamente enganada.
Ontem, enquanto fazia compras no Continente cruzei-me com duas meninas. Que deveriam ser irmãs. No momento em que nos cruzamos, diz a mais nova para a mais velha: “Sabes o que está aqui escrito?”, apontando para um autocolante que estava num dos corredores do hipermercado. “Vou ler o que está aqui”, acrescentou, perante o silêncio da irmã.
“Vi-o-le-ta”, disse enquanto apontava para as letras, com uma certeza absoluta em relação ao que estava a ler naquele autocolante, de grandes dimensões, colado no pavimento. A irmã não esboçou nenhuma reacção. Já eu, comecei a rir-me. Porque, na realidade, aquilo que estava escrito no autocolante era “Outono/Inverno” e dizia respeito a roupa que nada tinha a ver com Violeta.
Este momento transportou-me, de imediato, para o filme Miúdos e Graúdos 2. Mais especificamente para o momento (que pode ser visto aqui) em que o filho de dois personagens dá resposta a algumas equações e soletra algumas palavras, tudo de forma errada, enquanto a mãe prefere fingir que está certo para não destruir a sua confiança e enquanto o pai brinca, dizendo que não vão gastar muito dinheiro com estudos.
Tal como tu também adoro crianças, não fosse eu professora do 1º ciclo... E pérolas como a que descreveste oiço diariamente na sala de aula! Se eu tivesse tempo e paciência poderia escrever um livro com aquilo que tenho ouvido da boca das crianças que por mim já passaram! Ainda o ano passado, num 1º ano de escolaridade, depois de já terem aprendido as vogais e as consoantes P e T, houve um menino que disse, muito feliz, que já podíamos escrever "puta"... No meu intímo, fartei-me de rir, mas dei-lhe razão... ele estava mesmo certo! Outro episódio engraçado foi quando procuravamos oralmente palavras que tivessem o som do ditongo "ei"... Por entre muitos braços no ar foram surgindo as palavras feira, falei, dei... "paneleiro", "gay"....
ResponderEliminarEnfim, quem lida diariamente com crianças tem sempre motivos para sorrir!
Cá em casa também acontece... perante uma garrafa Super Bock a minha filha que ainda não está na escola, leu: cer-ve-ja :)
As crianças protagonizam momentos deliciosos ;)
EliminarHummm.... seguro que aí ou algures no ambiente que as rodeava, não estava uma imagem da violeta? ;) lol As crianças são incriveis! Mantenho a minha opinião que o ser humano tem a inteligência no máximo quando nasce e a vai perdendo e adaptando ao que lhe vão ensinando (muitas vezes desiludindo) à media que cresce!! :P lol
ResponderEliminarBeijocas
Era na zona da roupa. A única associação podia ser a cor do autocolante. Não mais do que isso ;)
EliminarBeijos