Nasci em 1981. Como tal, faço parte de uma geração que cresceu a ver desenhos animados que passavam pelas aventuras de El Kabong, Tom e Jerry, Bip Bip e o seu inimigo Coyote e também Beavis and Butt-Head, apenas para dar alguns exemplos. Faço também parte do grupo de crianças que gostavam de ver alguns combates de wrestling, sobretudo devido ao Hulk Hogan. Estes exemplos que referi têm em comum uma certa dose de violência misturada com algum humor, excepto no caso da luta.
Dos exemplos que mencionei, existe um que se destaca dos restantes. E, mais uma vez, tenho de referir a actual WWE. E está separada por ser a única que, quando eram emitidos vídeos de alguns lutadores, passava o aviso “não tente isto em casa” alertando que aqueles combates eram protagonizados por lutadores profissionais, que tinham formação para aquelas acrobacias. De resto, não existia um único aviso a alertar para que não se reproduzisse aquilo que se estava a ver.
Além disso, não tenho presente na memória uma única conversa dos meus pais a alertar-me para os perigos de reproduzir aquilo que via, quer fosse no wrestling, ou nos desenhos animados, onde em cada um dos episódios, aconteciam as coisas mais estapafúrdias aos personagens. Nem me recordo de nenhum episódio com algum amigo que se tenha magoado a tentar reproduzir algo que via num desenho animado ou noutro programa qualquer. Existia uma noção de realidade onde não constavam as coisas que se viam em programas e que tinha bem presente o senso comum.
Agora, vivemos numa época em que a estupidificação é assustadora. Por exemplo, o aviso da WWE já é mais extenso. “Não tentem isto em casa, na escola ou noutro sítio qualquer”, é o alerta. Existe uma necessidade de explicar detalhadamente algo que deveria ser facilmente entendido no momento em que se vê um programa. A isto juntam-se diversas histórias de pessoas, em muitos casos, adolescentes, que se magoam a reproduzir coisas que observam na televisão. Ou pessoas que até cometem crimes com base em séries que acompanham e que imitam.
E esta estupidificação, e ausência de senso comum, leva a que os alertas para que não se reproduza aquilo que se vê na televisão sejam cada vez em maior número e que sejam aplicadas até à exaustão. Pelo simples facto de que o tal embrutecimento dá origem a processos judiciais tão parvos como quem tenta reproduzir, sem sucesso, aquilo que vê, achando que a culpa é do programa que não alerta para os perigos da reprodução dos seus conteúdos, por mais parvos que sejam. Quando penso nisto acabo sempre a pensar que ter nascido em 1981 é um motivo de orgulho.
É uma grande verdade. Também sou de 1981 e digo que esses eram belos tempos! Foi uma óptima década para crescer, sinceramente!
ResponderEliminarE o Scooby, não vias?
Abraço
Foi uma época realmente maravilhosa.Claro que via. E muitos mais!
EliminarAbraço
Sou da opinião de que esse embrutecimento a que te referes, essa total falta de bom senso, se deve em grande parte ao alheamento dos pais. Ao não darem atenção aos filhos e simplesmente deixarem-nos em frente à tv horas a fio, ou deixando-os fazer o que querem sem os acompanhar, explicar, comentar, ensinar desde pequenos... leva a isso. Ficam perdidos. Deseducados.
ResponderEliminarNão sei se o alheamento explica tudo. Acho é que as pessoas estão menos inteligentes e, por outro lado mais espertas. Com isto quero dizer que aproveita-se tudo para tentar enriquecer à custa da estupidez, com processos que podem render muitos milhões. É o mesmo que eu processar a Red Bull porque depois de beber uma lata, saltei do segundo andar e não tinha asas para voar, apesar da bebida garantir que me dava asas.
EliminarAcho que é um misto de tudo.
E não é que concordo totalmente consigo, já tinha falado sobre isso, quando reparo nesses alertas, penso, a mim não precisavam de dizer isso, embora criança era suficientemente capaz de distinguir ficção de realidade, então na chamada era da informação em vez de termos mais competências estamos a ficar e a criar mais burrinhos?
ResponderEliminarPodes tratar-me por tu.
EliminarAcredito nessa burrice aliada aos espertos que tentam ganhar dinheiro com a burrice. Mas é um facto que existe uma maior burrice.
Sinto que as novas gerações estão cada vez mais estúpidas e mais "formatadas". Todos parecem umas ovelhas. O que um faz, os outros também têm que fazer...
ResponderEliminarAcho que tens toda a razão.
Eliminar:) assim como ter nascido uns aninhos antes!
ResponderEliminarExiste ali uma margem boa ;)
EliminarDei por mim no outro dia a pensar como poderia fazer para impedir que sejam carregados determinados vídeos no youtube, mas a realidade da legislação é cruel, simplesmente não consigo :(
ResponderEliminarComo é possível o youtube permitir a livre visualização de cenas de tentativas de quase morte [provocarem paragens cardíacas] em crianças de 10 e 12 anos?!? CHOCANTE e ASSUSTADOR!!!
E não me venham com demagogias sobre controlo parental, porque por exemplo, numa biblioteca existe livre trânsito a esse canal!
O que dizes é verdade. Existe algo complicado de controlar. Mas, pior do que isso é, para mim, uma criança de dez/doze anos não perceber que não deve imitar o que vê num vídeo. E isto leva a muitas outras questões.
EliminarSou de '79. Acho que não preciso dizer mais nada.... :)))
ResponderEliminarBoa colheita :)
EliminarOlá :)
ResponderEliminarTambém sou de 79. Lembro-me que os programas, (geralmente tipo formato de "apanhados" de origem norte americana), que iniciavam com esse tipo de aviso "não tente isto em casa" eram raros. Acima de tudo geravam comentários tipo "pffff, e é preciso avisar?! Bolas, que as pessoas por lá devem ser mesmo estúpidas."
É triste ver que a estupidificação é uma consequência da globalização.
Oi :)
EliminarÉ triste perceber que a estupidificação é cada vez maior.
Se tu que és de 1981 achas assustador, imagina eu que sou de uma colheita anterior!
ResponderEliminarSim, vivemos na época da estupidificação e uns certos media contribuem para tal - vide TVI e o indescritível reality-show cujo nome recuso referir!
Não se pode negar que os media contribuem para isso. Praticamente a todos os níveis.
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