1.7.13

sou movido por ti

Gosto de ter dinheiro no banco. Mas não vivo a pensar nisso. Nem é isso que me move. Gosto de conduzir um bom carro. Mas basta-me que seja seguro. E confortável. Não vivo a pensar no dia em que irei comprar um topo de gama. Gosto de viver numa casa boa. Mas fico feliz que tenha um quarto, uma casa-de-banho, uma cozinha e uma sala. Não corro atrás de uma casa no condomínio mais badalado de Lisboa. Gosto de andar bem vestido. Gosto muito de roupa, calçado e acessórios. Mas não trabalho para gastar o dinheiro todo nas marcas mais caras do mercado.

Também não vou mentir. Prefiro ter dinheiro do que não ter. Prefiro ter o meu carro do que andar de transportes (digo isto porque o meu trajecto diário é quase impossível de realizar de transportes públicos. Se trabalhasse em Lisboa andava certamente de transportes). Prefiro viver num simpático T2 com vista para o rio e para Lisboa do que viver num T0 sem “janelas.” Tal como prefiro comprar roupa ocasionalmente do que vestir sempre o mesmo.

Mas nada disto me move. Se tiver menos dinheiro. Corto em algumas coisas. Se não tiver dinheiro para combustível ou se não tiver carro terei de me descolar de outra forma qualquer. Se não conseguir pagar a renda da casa onde vivo, irei viver para uma mais em conta. Tal como se não tiver dinheiro para roupa, não compro nada. Simples! E nada disto me incomoda verdadeiramente. É certo que luto para que o amanhã seja melhor do que hoje. Vivo a pensar numa evolução de vida que pode muito bem passar pelas coisas que referi. Por um carro melhor do que o anterior. Por uma casa melhor do que aquela em que vivo. Por mais euros no banco. E por aí fora.


Mas nada disto me move. Aquilo que me move é o amor. A falta de ar que ele provoca. O aperto que sinto por dentro. Os nós no estômago que causa. A força que me dá. O ânimo que produz. A alegria que origina. O poder que tem de me fazer sentir o homem mais especial do mundo. Até as discussões e ciúmes que motiva. Isto sim. É algo que me move. E no dia em que acordar e não sentir nada disto irei ficar triste. Irei sentir-me um zombie. Apenas mais um na multidão. Mesmo que tenha muito dinheiro no banco. Mesmo que esteja ao volante de um topo de gama. Mesmo que acorde num quarto de um apartamento de luxo. E mesmo que esteja vestido com a marca xpto dos pés à cabeça.  

32 comentários:

  1. Adoro! Identifico-me imenso neste texto! Parabéns! (:

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  2. Gostei muito Bruno, é verdade ! assino por baixo, é muito mais importante ser do que ter..e não há nada como o amor, amar e ser amado...beijos

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  3. Nice! Vi o teu post do face, e como estava com a imagem do instagram - pensei - ele move-se em função do insta? Bom, li o post e vejo que não. Gostei do que li, como costumo gostar. E aproveito para lançar uma dúvida que me tem assolado, e que poderia dissipar-se caso o post fosse sobre o que eu pensei, que se prende com o agora mundo instagram. Não se torna "stress" (no sentido de eufórico) a correria em que se pode cair - quer para o blogger, quer para quem o segue - sobre seguir um post no blog, com comentários no face ou no instagram que não fazem match (match = todos consolidados num só sitio) ? Seguir opiniões, temas, post, ou outros que podem ser "postados" num dos sítios e não em outros, e vice versa. Não sou nada da escrita, sou de números, por isso espero ter conseguido passar o tema e desculpem qualquer gralha/erro. Se te apetecer escrever sobre isso, tendências, a tua percepção, força nisso. Abraço

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    1. Olá, tudo bem?

      Obrigado pelo teu comentário. Não sei se percebi bem mas acho que te referes às diferentes plataformas que se usam. No meu caso, blogue, facebook e instagram. No meu caso, tento colar o blogue com o facebook correndo o risco de ser um pouco monótono. Tento fugir disso com algumas coisas diferentes, para que não seja uma cópia do blogue. No caso do instagram, é um espaço para as minhas fotos sobre tudo e sobre nada. Espero não chegar a ser cansativo mas é um risco que corro.

      Espero ter respondido às tuas dúvidas.

      Abraço

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  4. Nem mais!
    A lucidez é uma coisa que me anima e comove.
    Parabéns!
    http://raquelmarkblog.blogspot.pt/

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  5. E assim é que deve ser!
    Pelo menos, para mim, é assim!

    Beijinho e boa semana!

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  6. Costumo dizer que o dinheiro não dá felicidade, mas acrescenta. Sem amor, não acrescenta nada. Não há nada como disfrutar de alguns prazeres da vida (sendo que alguns implicam dinheiro) com as pessoas que amamos.

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    1. Compreendo o que dizes mas para mim o amor é muito mais importante.

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  7. Awesome!! SEntia saudades destes textos com que me identifico bastante :)

    Abraço

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  8. Faço minhas as tuas palavras! e é sempre tão bom ler assim uma declaração de amor

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    1. Não sei viver sem amor. Não imagino a minha vida sem amor.

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  9. Adorei este texto, toda a gente devia ser assim...mas infelizmente o dinheiro muda as pessoas e move muita gente!

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  10. Nada como o amor para nos fazer sentir especiais...

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  11. Nem sei que dizer porque adorei o texto.
    Fiquei presa a ler uma realidade. Sem amor não somos nada. Com Amor vencemos tudo, excepto na falta de saúde que é outro bem precioso.

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    1. Sim. A saúde é uma área onde o dinheiro poderá fazer muita diferença.

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  12. Será por isso que se diz que o amor move montanhas? ;)

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  13. O AMOR em sentido lato alimenta o Mundo.
    Identifiquei-me com o teu texto.Pode-se morar numa "casa qualquer" e se houver Amor haverá felicidade e força para ultrapassar as dificuldades, caso contrário por mais que o dinheiro abunde, transforma-se num "lugar qualquer". Acredito que o Mundo tem de caminhar para uma conjugação de sentimentos em que o AMOR é a mola real senão auto- destrói-se.

    O AMOR onde a amizade é umaforma de amor,move montanhas.
    Boa semana! :)

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    1. Muito bem dito. É isso mesmo :)

      Boa semana. Cheia de sorrisos.

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  14. Já não vinha cá há algum tempo, mas adorei este post.
    Beijinhos, vizinho.

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  15. Chamo a isso ter Sentido de Amor.

    Um beijinho,

    Bia*

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