Com algum atraso – as minhas sinceras
desculpas por isso – revelo agora o nome dos três vencedores do
passatempo onde eram desafiados a dar vida ao boneco da Lego que me
acompanha diariamente. Peço aos vencedores que me enviem um email
(homemsemblogue@gmail.com) com a morada onde desejam receber o prémio. Obrigado a todos os que
participaram. Aqui ficam os textos vencedores.
Ana Castanheiro
“B. não sabe nadar Era uma vez o B.
Podia ser B de Bernardo ou de Barnabé ou B de Bob. Tal significado
não é conhecido por ninguém, nem mesmo pelos seus amigos mais
próximos. B não fala sobre o assunto, não que o incomode, ele
apenas prefere ficar na penumbra. E é esse mistério, em torno do
seu verdadeiro nome, que o torna um jovem ainda mais atraente. Não
admira portanto que a E rapidamente se tenha apaixonado por ele, uma
criatura tão enigmática mas, ao mesmo tempo, extremamente
divertida. A E (aqui não há segredo: E de Eva) não resistiu e
ficou-lhe pelo beicinho, como o povo gosta de dizer.
No dia em que a E perde a vergonha,
convida-o para irem até à praia. Praia das Maçãs foi o local
escolhido, por ela claro, que também tinha dado o primeiro passo.
Durante o passeio, nem um minuto de constrangimento se sentiu. Era só
brincadeiras, corridas até à beira-mar, pequenos mergulhos e gelado
de morango. E mimos, muitos mimos. Nada a fazer contra a chama que se
acendia entre o B e a E, os sorrisos e os olhos reluzentes estavam à
vista. Já como Sol a pôr-se, ambos decidiram ir explorar um pequeno
riacho que, nascendo a montante daquela praia, vinha ali mesmo
desaguar, no seu mar salgado. O riacho apresentava uma profundidade
modesta e o B e a E facilmente o transpuseram e pisaram a areia
molhada do lado de lá, uma porção de terra isolada. O B, revelando
o seu mais belo lado romântico, desvia os cabelos castanhos da E da
sua face e beija-a suavemente. E, como que esquecendo os seus olhos
nos dela, pronuncia devagar: ‘Sinto que poderia ficar aqui nesta
ilha para sempre. Contigo.
O tempo parou, naquele pedaço de terra
clandestina, para o recente casal. Mas o relógio, esse, não parou
de tiquetaquear e, quando deram por si, não tinham forma de voltar.
O riacho tinha duplicado, com o subir da maré, e não seria seguro
atreverem-se contra aquela corrente; a opção restante seria escalar
a parede de escarpa rochosa ao seu lado, maior do que um prédio de
três andares. Depois de uma noite fria, tiveram de ser resgatados
por um helicóptero salva-vidas e quando todo o romantismo parecia
desfeito, B confessa ao ouvido de E: ‘Agora, em vez da ilha
pequenina lá em baixo, temos o mundo inteiro.”
Ricardo Aires
“O b. é um pequeno boneco. Mas o seu
tamanho não impede que os sonhos sejam grandes. Enormes. Gigantes. E
o mundo está cheio de histórias e estórias de pessoas pequenas em
tamanho mas grandes em talento. Como o b. sempre sonhou ser jogador
de futebol, o seu modelo a seguir é Messi. Tal como ele, pequeno no
tamanho. Tal como ele, gigante no talento. Assim deseja o pequeno b.
Esta admiração leva o pequeno b. a
pensar em como seria o seu encontro com o astro Argentino. O que lhe
diria. Se é que lhe conseguia dizer alguma coisa. É certo que iria
pedir-lhe um autógrafo. E também uma camisola. Para a sua colecção
de camisolas de jogadores de futebol. Depois, não ia resistir a
soltar a sua bola para trocar uns toques com o seu grande ídolo
desportivo. Se ainda houvesse tempo, seria agradável um jantar com
ele. Num restaurante qualquer. Isso não importava.
Se os sonhos forem possíveis, este
seria o dia perfeito na vida do b. Ou será na minha vida? Serei eu a
sonhar com isto? Ou será o b.? Ok. Vamos os dois e não se fala mais
nisso.”
Cristina Gonçalves
“O desafio é criar um episódio que
seja um dia na vida do b. boneco que te acompanha há largos meses.
Um desafio interessante. Bem sei que o b. não passa de um boneco.
Mas seria tão bom que um aquilo que desejo para um dia na vida do b.
fosse na realidade um dia normal na vida de todas as pessoas.
Gostava que todas as pessoas tivessem o
sorriso do b. A sua simplicidade. Boa-disposição e trato fácil.
Parece complicado. Mas será tão complicado que isto seja a
realidade de todas as pessoas e não apenas de um simpático boneco
da Lego que teve a sorte de ter como pai um rapaz que lhe dá vida de
forma tão animada.
Desculpa. Não vou dar vida ao b. Vou
desejar que o b. dê vida às pessoas. A começar pelas que passam os
olhos pelo teu blogue. E que essas alastrem o seu espírito a todas
as outras que conhecem. Haverá melhor do que isso?”
Tenho a dizer que gostei de todos os textos vencedores, mas em particular o da Cristina Gonçalves que simplesmente adorei. Simples mas que tocou no meu coraçao ( tou a ficar sensivel porra xD )
ResponderEliminarPara a próxima conto com a tua participação :)
EliminarTambém gostei muito de todos os textos. Parabéns aos vencedores!
ResponderEliminarConcorre da próxima vez :)
EliminarGostei mais do texto da Ana Castanheiro, viva a vida ao b romântico...
ResponderEliminarP.S agora não temos apenas um, mas três bs...rrsrsrr
Medo ;p
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