Desde criança que ir à praia é sinónimo de jogar às raquetes. Sendo que jogar apenas uma ou duas vezes é muito pouco para mim. Gosto de passar largos minutos a jogar antes de dar um mergulho.
Este "vício" nasceu com o meu pai, com quem jogava horas a fio sempre com o objectivo de não deixar a bola cair. Dos nossos jogos recordo algumas frases que o meu pai me dizia. "Agora com convicção", "joga bem" e "vamos superar o nosso melhor" são apenas alguns exemplos.
Agora, dou por mim a jogar e a dizer aquilo que o meu pai me dizia enquanto contabilizo o número de vezes em que a bola bate em cada raquete. Quero sempre mais e melhor.
E o mais giro é reparar que este tipo de palavras são ditas vezes sem conta em cada areal que piso. Em jogos de casais, de pais e filhos, de irmãos ou de amigos. Onde há jogo de raquetes existem as frases que sempre ouvi, que digo e que ouço da boca de todos os "tenistas" de praia.
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31.7.13
deixa a vida me levar
Gosto de frases. De conjuntos de palavras que se misturam na perfeição. Letras que atingem o brilhantismo quando ladeadas pelas letras certas. E isto tudo resulta em frases que muitas vezes dão que pensar. Algumas delas são mesmo transformadas em máximas que passam a acompanhar-me ao longo da vida.
Uma das minhas frases preferidas diz somente isto: "deixa a vida me levar" e é muito utilizada pelos brasileiros. Gosto da simplicidade destas palavras e de tudo aquilo que representam. Porque é assim que a vida deve ser vivida.
Nos dias que correm esta frase tem um significado ainda mais forte. Acho que muitas pessoas deviam pintar estas palavras nas paredes do quarto ou tatuar as mesmas num pulso. E aposto que as suas vidas seriam muito, mas mesmo muito mais felizes. E acima de tudo, descomplicadas.
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Uma das minhas frases preferidas diz somente isto: "deixa a vida me levar" e é muito utilizada pelos brasileiros. Gosto da simplicidade destas palavras e de tudo aquilo que representam. Porque é assim que a vida deve ser vivida.
Nos dias que correm esta frase tem um significado ainda mais forte. Acho que muitas pessoas deviam pintar estas palavras nas paredes do quarto ou tatuar as mesmas num pulso. E aposto que as suas vidas seriam muito, mas mesmo muito mais felizes. E acima de tudo, descomplicadas.
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30.7.13
e os homens?
Ontem dediquei algumas linhas a um comportamento feminino que observei não apenas uma vez mas diversas vezes ao longo de diferentes dias. Apesar de não ser mulher, acho que consigo perceber que aquela mulher não soube ser mulher tendo em conta o espaço onde estava inserida. Tal como uma mulher não precisa de ser homem para perceber quando é que um homem tem comportamentos menos correctos e nada adequados à postura que um determinado ambiente exige.
Aceito que existam homens que gostem do comportamento fácil e vulgar que descrevi. Pessoalmente, detesto. Entendo que dá uma imagem péssima à pessoa. E isto aplica-se a mulheres e a homens. Há um espaço próprio para cada comportamento. Aquilo que gosto de fazer em privado não pode ser feito em qualquer local.
Porém, aquela mulher não representa as mulheres. É apenas um caso isolado que não deve ser adaptado a todas as pessoas. E tudo isto se aplica aos homens. Há um tempo e um espaço para tudo. Saber adaptar aos diferentes ambientes é sinal de inteligência e de saber estar. Esta é a minha opinião.
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Aceito que existam homens que gostem do comportamento fácil e vulgar que descrevi. Pessoalmente, detesto. Entendo que dá uma imagem péssima à pessoa. E isto aplica-se a mulheres e a homens. Há um espaço próprio para cada comportamento. Aquilo que gosto de fazer em privado não pode ser feito em qualquer local.
Porém, aquela mulher não representa as mulheres. É apenas um caso isolado que não deve ser adaptado a todas as pessoas. E tudo isto se aplica aos homens. Há um tempo e um espaço para tudo. Saber adaptar aos diferentes ambientes é sinal de inteligência e de saber estar. Esta é a minha opinião.
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29.7.13
saber ser mulher
Muito mais importante do que as curvas bem delineadas do corpo ou do que um rosto perfeito são as atitudes de uma mulher. Por melhor que seja o corpo e por mais linda que seja a cara, se uma mulher não souber ser mulher deita tudo a perder e consegue deixar de ser interessante em segundos.
Para mim, uma mulher tem de saber estar. Tem de ter a capacidade de adaptar os seus comportamentos ao espaço onde está inserida. Porque a realidade é que estar numa praia deserta ou na piscina de um hotel onde estão diversas famílias e crianças, apenas para dar um exemplo, não é a mesma coisa.
No local deserto, tudo é permitido e aceitável. Pelo simples facto que isso só será observado pelos protagonistas. Eles é que sabem os seus limites. As suas regras ou a ausência das mesmas.
Porém, quando uma mulher decide usar fio dental numa piscina de um hotel familiar mostra que pretende ser o centro das atenções. Sobretudo quando, ao lado do namorado, empina o rabo para que todas as pessoas olhem para si. A imagem fica ainda pior quando decide deitar-se de pernas abertas com uma perna numa espreguiçadeira e outra numa mesa de apoio.
Para mim, a beleza e sensualidade de uma mulher não se medem por atitudes destas mas pela forma de estar adequada aos diferentes ambientes em que está inserida. O contrário serve apenas para dar um ar fácil às mulheres.
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Para mim, uma mulher tem de saber estar. Tem de ter a capacidade de adaptar os seus comportamentos ao espaço onde está inserida. Porque a realidade é que estar numa praia deserta ou na piscina de um hotel onde estão diversas famílias e crianças, apenas para dar um exemplo, não é a mesma coisa.
No local deserto, tudo é permitido e aceitável. Pelo simples facto que isso só será observado pelos protagonistas. Eles é que sabem os seus limites. As suas regras ou a ausência das mesmas.
Porém, quando uma mulher decide usar fio dental numa piscina de um hotel familiar mostra que pretende ser o centro das atenções. Sobretudo quando, ao lado do namorado, empina o rabo para que todas as pessoas olhem para si. A imagem fica ainda pior quando decide deitar-se de pernas abertas com uma perna numa espreguiçadeira e outra numa mesa de apoio.
Para mim, a beleza e sensualidade de uma mulher não se medem por atitudes destas mas pela forma de estar adequada aos diferentes ambientes em que está inserida. O contrário serve apenas para dar um ar fácil às mulheres.
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28.7.13
até à próxima e até já
Até à próxima Algarve. Foi um prazer conhecer-te Vila Monte Resort. Adorei namorar contigo e com Moncarapacho. Foi bom matar saudades de Santa Luzia e da Praia do Barril. O mesmo se aplica às praias de Manta Rota, Vale de Garrão, Ilha da Armona e Praia de Faro. O y.not vai deixar-me a boca a salivar, tal como a picanha do Bem Bom e o peixe grelhado do Capelo. E o que dizer da Casa Pepín em Isla Cristina que ainda vai dar um post.
Mas a viagem não termina aqui. Seguem-se alguns dias em Vila Nova de Milfontes, o meu refúgio predilecto da Costa Vicentina. Até à próxima Algarve. Até já Vila Nova de Milfontes.
Mas a viagem não termina aqui. Seguem-se alguns dias em Vila Nova de Milfontes, o meu refúgio predilecto da Costa Vicentina. Até à próxima Algarve. Até já Vila Nova de Milfontes.
27.7.13
conversa de piscina/mulher sofre
Ela: "Ai!", solta ao entrar na água.
Ele: "Que foi?"
Ela: "A água tem cloro."
Ele: "E então?"
Ela: "Ainda fico com o cabelo verde"
Ele: "Não ficas nada."
Ela: "Tenho o cabelo pintado. Isto pode correr mal."
Voltei a ver a senhora em questão com os seus cabelos em perfeitas condições. Mas, aparentemente, isto de ser mulher e estar de férias é complicado pois o perigo pode vir de qualquer lado. Até da inocente piscina. Será caso para dizer que mulher sofre?
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Ele: "Que foi?"
Ela: "A água tem cloro."
Ele: "E então?"
Ela: "Ainda fico com o cabelo verde"
Ele: "Não ficas nada."
Ela: "Tenho o cabelo pintado. Isto pode correr mal."
Voltei a ver a senhora em questão com os seus cabelos em perfeitas condições. Mas, aparentemente, isto de ser mulher e estar de férias é complicado pois o perigo pode vir de qualquer lado. Até da inocente piscina. Será caso para dizer que mulher sofre?
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26.7.13
a sério? ainda há quem tente?
Acontecia quando tinha seis anos. E ainda acontece, agora que tenho 32. Nas praias, muitos homens entendem que a melhor maneira de meter conversa com uma mulher (ou captar a sua atenção) é atirando-lhe com uma bola, que no plano ideal, deve tocar-lhe ao de leve nas pernas.
E fazem isto depois de passarem meia hora a dar a entender que o vão fazer. Vão ficando cada vez mais perto enquanto um amigo tenta acertar com a bola na ou nas mulheres alvo. Isto sempre acompanhado de olhares fulminantes.
Nunca percebi esta abordagem. Talvez porque nunca a tenha visto funcionar na perfeição. Por norma, constato que as mulheres ignoram a bola e ficam fulas quando levam com ela depois de perceberem que alguém lhes fez pontaria.
Por isso, fico admirado que esta estratégia ainda seja utilizada nos areais. E quando vejo alguém tentar, como aconteceu ontem, penso sempre: a sério? Ainda há quem tente?
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E fazem isto depois de passarem meia hora a dar a entender que o vão fazer. Vão ficando cada vez mais perto enquanto um amigo tenta acertar com a bola na ou nas mulheres alvo. Isto sempre acompanhado de olhares fulminantes.
Nunca percebi esta abordagem. Talvez porque nunca a tenha visto funcionar na perfeição. Por norma, constato que as mulheres ignoram a bola e ficam fulas quando levam com ela depois de perceberem que alguém lhes fez pontaria.
Por isso, fico admirado que esta estratégia ainda seja utilizada nos areais. E quando vejo alguém tentar, como aconteceu ontem, penso sempre: a sério? Ainda há quem tente?
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25.7.13
inveja
A inveja é provavelmente o sentimento que mais dificulta o desenvolvimento e evolução de alguém. Inveja-se aquilo que o vizinho do lado tem. Inveja-se a progressão profissional das pessoas da empresa. Inveja-se o sucesso de pessoas que não se conhecem de lado nenhum. Resumindo invejam-se todas as pessoas que conseguiram fazer aquilo que alguém não tem capacidade para alcançar.
Cegas por esta inveja, muitas pessoas caem no ridículo. Dizem coisas sem pés nem cabeça. Fazem figuras patéticas. Acabando por serem vítimas do próprio veneno que carregam consigo. Sem que consigam perceber que a verdadeira anedota são elas.
Infelizmente, esta forma de viver parece não ter fim à vista. Isto porque este tipo de pessoas tendem a rodear-se de outras iguais fazendo com que esta inveja seja transmitida para outras pessoas que possam vir a resultar dessas relações. Sem culpa, muitas crianças vão crescer a acreditar que são as melhores. E que nunca falham pois o sucesso dos outros - seja ele qual for - será sempre justificado com uma teoria qualquer inventada por alguém. Sem que percebam que o verdadeiro motivo do insucesso.
Infelizmente, não há Passos Coelho que resolva isto. Ou Paulo Portas ou mesmo José Seguro. Nem tão pouco a Troika tem poder suficiente para injectar valores na nossa sociedade. Este é um mal que está para durar. E que está tão enraizado na nossa sociedade que começa a ser visto como um normal comportamento padrão.
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Cegas por esta inveja, muitas pessoas caem no ridículo. Dizem coisas sem pés nem cabeça. Fazem figuras patéticas. Acabando por serem vítimas do próprio veneno que carregam consigo. Sem que consigam perceber que a verdadeira anedota são elas.
Infelizmente, esta forma de viver parece não ter fim à vista. Isto porque este tipo de pessoas tendem a rodear-se de outras iguais fazendo com que esta inveja seja transmitida para outras pessoas que possam vir a resultar dessas relações. Sem culpa, muitas crianças vão crescer a acreditar que são as melhores. E que nunca falham pois o sucesso dos outros - seja ele qual for - será sempre justificado com uma teoria qualquer inventada por alguém. Sem que percebam que o verdadeiro motivo do insucesso.
Infelizmente, não há Passos Coelho que resolva isto. Ou Paulo Portas ou mesmo José Seguro. Nem tão pouco a Troika tem poder suficiente para injectar valores na nossa sociedade. Este é um mal que está para durar. E que está tão enraizado na nossa sociedade que começa a ser visto como um normal comportamento padrão.
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24.7.13
são só dois dias
Antes de partir de férias recebi a visita da minha tia que é freira. Pessoa sábia, com uma longa e preenchida história de vida e que muito gosto de ouvir. Algo a que me habituei desde pequeno, sobretudo quando passava alguns dias no local onde está, na Boavista, Porto.
Quando me despedi da minha tia, no passado Domingo, e sabendo que vinha para Sul gozar férias, disse-me: "diverte-te muito. Aproveita que a vida são só dois dias para não se aproveitar." E dou-lhe toda a razão.
A vida é muito curta. Para não se aproveitarem os pequenos momentos. Mas não só. É também curta demais para que se dê uma exagerada atenção a tudo o que é acessório na nossa vida. E estes acessórios tanto podem ser pessoas como muitas outras coisas que dispensam uma atenção excessiva e que somente nos desgastam.
A vida é curta. A nossa viagem é breve. Por isso, aproveitar tudo ao máximo é, sem qualquer sombra de duvida, a melhor opção. O resto... é paisagem.
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Quando me despedi da minha tia, no passado Domingo, e sabendo que vinha para Sul gozar férias, disse-me: "diverte-te muito. Aproveita que a vida são só dois dias para não se aproveitar." E dou-lhe toda a razão.
A vida é muito curta. Para não se aproveitarem os pequenos momentos. Mas não só. É também curta demais para que se dê uma exagerada atenção a tudo o que é acessório na nossa vida. E estes acessórios tanto podem ser pessoas como muitas outras coisas que dispensam uma atenção excessiva e que somente nos desgastam.
A vida é curta. A nossa viagem é breve. Por isso, aproveitar tudo ao máximo é, sem qualquer sombra de duvida, a melhor opção. O resto... é paisagem.
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23.7.13
giro giro é...
Comemorar dez anos de namoro no dia em que os meus pais festejam 41 de casados (e 44 de relação). Parabéns. O melhor exemplo para tudo na vida. Amo vocês e brindo a vocês nesta noite especial.
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amor x10
Vi-te pela primeira vez há mais de dez anos. Na
altura andava na universidade e uma amiga em comum achou que poderíamos ser perfeitos
um para o outro. E lá te convenceu a ir à faculdade. Sem que eu soubesse que esse
era o motivo da tua visita. Recordo-me do local onde te vi pela primeira vez.
No corredor em frente às salas junto ao parque de estacionamento. Lembro-me de
ficar maravilhado contigo. E de fazer algo que raramente faço. Depois de
passares por mim, contei alguns segundos para me voltar para trás sem que tu
percebesses que te observava.
Depois dessa visita, existiram outras. Até que
consegui o teu número de telefone. Até que te consegui convencer a sair comigo.
E lá fomos nós à expo. Eu, que na altura era fã dos meus sapatos de vela e
camisas (ainda não percebo como me achaste piada. Tu a manequim recém chegada de Milão que estava habituada a estar rodeada de homens belos e de corpos definindos). Nunca me irei esquecer dos
momentos passados no banco junto ao rio e de te ter explicado o motivo pelo
qual todos aqueles bancos são pintados às riscas (algo que ainda faço quando
passamos por lá). Não me esqueço também de que fomos ao cinema ver o Dare
Devil. Gostei do filme mas confesso que preferi muito mais o teu toque e a
quantidade de beijos que te roubei. Foi aquilo que considerei um dia perfeito.
Mas assumo que sempre senti que não era a nossa hora e que o nosso namoro não
ia começar ali. Que aquilo era o primeiro episódio de uma história com muito para contar.
E estava certo. Despedi-me de ti na estação de
metro com a sensação de que não eras minha. E assim foi. Contra aquilo que mais
queria, tu achaste ser melhor seguir outro caminho. Lutei contra isso. Até
ficar sem forças. Até sentir que tinha dado tudo de mim para te conquistar.
Fiquei triste. Muito triste e segui a minha vida. Até que o telefone voltou a
tocar. Até que as nossas conversas voltaram a ser uma constante. Até que nos
aproximámos. Mais do que esperava. Palavra puxa palavra e voltei a convidar-te.
Para um encontro nada romântico. Serias a minha companhia durante as largas
horas de espera para efectuar mais uma reclamação junto da segurança social que
não me pagava o subsídio de desemprego há largos meses.
Lá nos encontrámos no Areeiro. E não me esqueço
da tua chegada. Até porque toda a gente olhava para ti, mulher vistosa. Eu
babava e corava pois sabia que vinhas na minha direcção. E deste-me sorte.
Chegaste. Fui ao multibanco e tinha recebido o dinheiro em dívida. Reclamação
esquecida e lá fomos nós ao cafezinho onde era habitual ir. Pedi uma torrada em
pão de forma e uma meia de leite de máquina. Tu, tímida, nada quiseste comer.
Por mais que insistisse contigo. O que não era romântico transformou-se em algo
bastante romântico. Um passeio. E largos minutos à conversa no nosso banco do
nosso jardim. Sim, será sempre o nosso jardim e o nosso banco. Até que chegou o momento de te
roubar um beijo. Algo que fiz. E nesse instante, senti que eras minha. Que já
não me fugias. (Apesar de me teres perguntado se éramos namorados a partir
daquele dia.)
Esse dia foi há dez anos. Parece que foi ontem
mas foi há uma década. Porém, nada mudou. Apenas o tempo avançou. Trazendo
coisas muito boas. Outras menos positivas. Algumas lutas complicadas. Mas
muitos mas mesmo muitos momentos fantásticos a dois. Podia destacar momentos
muito bonitos mas prefiro recordar-te um que mostra aquilo que entendo ser para
ti. De certeza que te recordas do dia em que a jogar futebol levei uma
cotovelada que me rasgou o lábio superior. Que me obrigou a levar mais de dez
pontos na boca depois de horas de espera no hospital. Nesse dia choraste a meu
lado com medo do meu estado. Tremias. Quase que desmaiaste. E quiseste ficar em
casa dos meus pais. Para dormir a meu lado. No dia seguinte levei-te a casa e
choraste durante o caminho. E, para mim, isso é um belo exemplo do teu amor.
Porque é fácil sorrir e dizer coisas bonitas quando tudo está bem.
Depois de todos estes dias, continuo a amar-te loucamente
como o menino dos sapatos de vela que ficou apaixonado por ti. Cada beijo teu é
como se fosse o primeiro. Fico nervoso sem saber como será o beijo. Fico com um
nó no estômago. Cada vez que te despes à minha frente é como se fosse a
primeira vez. Fico a admirar-te. E à tua beleza física que me atrai. Cada programa
a dois é vivido com a intensidade do primeiro e o medo de que possa ser o último.
E sinto isto, todos os dias, há mais de dez anos.
Hoje é o nosso dia. Melhor, o teu dia. Porque
és tu quem dá sentido a tudo isto. A magia é tua. O encanto é teu. A beleza é
tua. É tudo teu. Eu continuo a ser o puto dos sapatos de vela. Só que já não os
uso. Mas, por dentro, sou aquele menino que se apaixonou por ti e que vive para
te fazer feliz. Obrigado por tudo. Não tenho palavras para te agradecer aquilo que me tens feito viver e sentir ao longo dos tempos. Sei que é pouco.
Que é escasso e insuficiente. Mas amo-te. Muito!
22.7.13
eterna criança
Percebes que serás uma eterna criança quando és convidado para o primeiro aniversário das Lego Friends e dás por ti a brincar com as peças e bonecos tanto ou mais do que a tua sobrinha, o motivo da tua presença na festa.
Se ainda existirem dúvidas, quando sais da festa, que teve lugar no lindo Hotel da Estrela, em Lisboa, com quase trinta mini figuras Lego que foste encontrando no evento e só te apetece brincar com elas, voltas a perceber que serás uma eterna criança.
É por coisas destas, e tantas outras, que tenho a certeza de que serei uma eterna criança num corpo de adulto. E espero nunca perder esta importante parte de mim que me ajuda a equilibrar muitas coisas menos positivas.
21.7.13
que dia é hoje?
Gosto de acordar baralhado. Sem saber onde estou. Desconhecendo as horas que são. Que dia é. Se é dia de trabalho. Se é fim-de-semana. Se são férias. Se estou atrasado. Ou a horas. Para o que quer que seja.
Gosto destas sensações porque são sinal de que a noite foi bem dormida. Que descansei. Significa que o corpo e a mente conseguiram desprender-se de um qualquer problema que me possa apoquentar. E que o dia não será passado com dor de cabeça ou má disposição. Gosto de noites assim.
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Gosto destas sensações porque são sinal de que a noite foi bem dormida. Que descansei. Significa que o corpo e a mente conseguiram desprender-se de um qualquer problema que me possa apoquentar. E que o dia não será passado com dor de cabeça ou má disposição. Gosto de noites assim.
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19.7.13
ik ga op vakantie
Ik ga op vakantie. Ou, em bom
português, vou de férias. Há muitos anos que não me lembro de ter
quinze dias de férias neste mês mas este ano teve de ser assim. Que
o bom tempo me acompanhe pelo Algarve, pelo Alentejo e (espero eu)
por Espanha. Quem quiser acompanhar as férias de perto poderá
fazê-lo através da minha conta no instagram (@homemsemblogue) sendo
que também vão haver textos por aqui. Durante os próximos dias,
vai ser mais ou menos isto. Tot nu, ou seja, até já.
adeus
Adeus é provavelmente a palavra que
mais odeio e uma daquelas que menos uso na minha vida. De acordo com
a minha maneira de ser é fria demais para ser usada numa despedida
entre duas pessoas que têm uma ligação que vai para lá do normal.
Como tal, mais facilmente digo até já e até logo. Mesmo que esteja
a falar com pessoas que sei que não voltarei a ver num futuro
próximo.
Se digo adeus a alguém que me é
especial é pelo simples facto de que estou zangado com essa pessoa.
Há quem chame nomes. Ou ofenda. Eu uso o adeus como defesa e também
como arma de arremesso. Discreta mas eficaz para os meus propósitos
numa qualquer argumentação mais acalorada. Isto porque acaba por
travar quem está do outro lado. Impedindo males maiores.
Esta relação que mantenho desde tenra
idade com a palavra adeus é uma herança dos meus pais. Ao longo dos
meus 32 anos de vida nunca ouvi um adeus das suas bocas. Nem um. Foi
sempre um até logo. Ou até já. E confesso que é uma das heranças
que mais orgulho tenho em carregar. E que tento passar ao maior
número de pessoas possível.
18.7.13
tenho um blogue
Como já aqui referi por diversas
vezes, poucas são as pessoas que me conhecem que sabem que sou o
autor deste espaço. Quase ninguém sabe que sou a pessoa que escreve
estes textos. Que se expõe. E que mostra mais de si. Hoje, ao
almoço, decidi abrir o jogo com um amigo de longa data. Os blogues
vieram à conversa e acabei por assumir que este é meu.
“Sabes. Também tenho um blogue. Chama-se homem sem blogue”, disse.
“Já tinha ouvido falar. Mas nunca pensei que fosse teu”, respondeu.
Gosto tanto disto. De saber que amigos passam por aqui sem me associarem a este espaço. Gosto mesmo muito. E hoje já tive duas boas surpresas pois além de contar a um amigo fiquei a saber que uma amiga também sabe que este espaço é meu.
“Sabes. Também tenho um blogue. Chama-se homem sem blogue”, disse.
“Já tinha ouvido falar. Mas nunca pensei que fosse teu”, respondeu.
Gosto tanto disto. De saber que amigos passam por aqui sem me associarem a este espaço. Gosto mesmo muito. E hoje já tive duas boas surpresas pois além de contar a um amigo fiquei a saber que uma amiga também sabe que este espaço é meu.
amigos. amantes. ou nada.
Amigos. Amantes. Ou nada. Basicamente é
isto. Só se pode escolher uma destas opções. Que não se misturam.
Que não existem em perfeição na mesma relação, excepto enquanto
dura um romance. Tentar viver no meio disto tudo é travar uma
batalha que, mais cedo ou mais tarde, será perdida. Por ambos os
intervenientes. E com o tal nada como desfecho final de uma qualquer
história de amor.
Amantes que deixam de o ser, nunca vão
ser amigos. Se o conseguirem ser, provavelmente nunca foram amantes.
Se a paixão foi intensa, impossibilita uma amizade normal entre
ambos. Haverá sempre situações dolorosas. Alturas em que um não
pode olhar para a cara do outro. Em que se vão afastar. Até que a
distância é tão grande que nunca mais existe contacto entre ambos.
Excepto os cumprimentos de circunstância quando se cruzam.
Depois existem os amigos que entendem
ser amantes. Pessoas que mantêm relações de amizade há muitos
anos. E que num determinado momento decidem envolver-se. Naquilo que
consideram ser uma noite de sexo casual. Sem ciumes dizem. É só
sexo. Nada vai mudar entre nós. Garantem. Até que descobrem que o
mundo está cheio dos tais ciúmes que eles julgavam não existirem.
Tal como está repleto de mudanças que juravam não fazer. Até que
deixam de ser amantes. E são incapazes de voltar a manter a relação
de amizade que sempre tiveram. Restando-lhes o tal nada. O vazio.
Amigos. Amantes. Ou nada. Não duvido
disto. Não tento lutar contra isto. Porque não acredito no espaço
entre ambos. Não concebo o somos amigos depois de termos sido
amantes. Não acredito no somos amigos que vamos brincar aos amantes
durante uma noite sem que nada mude entre nós. Acredito sim num mar
de mentiras e ilusões que tentam manter em pé relações que estão
nesta encruzilhada.
17.7.13
nove bons exemplos
Gosto de bons exemplos. Aprecio
sobremaneira que sejam surpreendentes e inesperados. Que tenham
origem em quem menos se espera. E outras coisas mais. Além disso, e
apesar de não existir uma obrigação implícita, fico satisfeito
quando os bons exemplos partem de quem os deveria dar. Sempre que
possível. E aqui refiro-me a uma qualquer figura pública
internacional. Ou, como neste caso que chega da Noruega, a princesas e
príncipes.
Defensores dos animais, a princesa
Mette-Marit e o marido, o príncipe Haakon decidiram partilhar com o
mundo o nascimento das nove crias de Milly Kakao, a cadela da família
real norueguesa. O casal, na companhia dos três filhos – Marius
Borg Hoiby, Ingrid Alexandra e Sverre Magnus – aproveitou este
facto para efectuar uma sessão fotográfica que é disponibilizada,
de forma gratuita, para todo o mundo. Ou seja, o nascimento dos cães
foi o mote para as novas fotos oficiais da família.
Como acontece em tantas outras família reais, a
sessão fotográfica poderia ter sido feita num qualquer jardim de
um qualquer palácio. Isso serviria para ser notícia em todo o
mundo. Felizmente, na minha opinião, a família real norueguesa
aproveitou a situação para passar uma mensagem ao mundo, dando não
um mas nove bons exemplos. Mostrando que vale a pena ter animais de
estimação. Que é possível viver momentos felizes ao lado dos
mesmos, que acabam por pertencer à família. “Eu penso que se
chama amor”, disse a princesa. E muito bem.
É certo que os príncipes podem dar-se
ao luxo de ter diversos animais de estimação. É um facto que
provavelmente alguém irá ajudar a cuidar e alimentar os mesmos. Não
esqueço isso. Mas é igualmente verdade que podiam ter ocultado este
nascimento do mundo. Ninguém os iria criticar por isso. Porém,
acredito que a divulgação destas imagens irá ter um grande impacto junto das famílias, criando nas mesmas o forte desejo de ter um animal de
estimação e fazendo com que as vidas de milhares de animais sejam
salvas. E só por isso, já valeu a pena este bom exemplo.
hoje é o meu dia
Diz que hoje é o dia do Bruno. Ou
seja, o meu. “Bruno é nome e apelido de família de origem
germânica. Nas línguas latinas provém de Brunus, forma latinizada
de um nome germânico composto pela raiz brun-, que pode significar
brunido (polido, com lustro) e também moreno, também presente nas
palavras braun (em alemão) e brown (em inglês). O nome "Bruno"
é muito frequente em Itália, onde já se documenta desde o século
8”, pode ler-se no site da Rádio Comercial (Obrigado pela dica Ana
Pimenta).
Vamos lá a factos. Polido. Do ponto de
vista da educação, delicadeza e cortesia, gosto de acreditar que
sim. Ser de origem germânica é algo que acaba por ser comum na
minha família, como é o caso da minha avó paterna. Moreno. Sem
dúvida. Nesse aspecto, este nome assenta-me como uma luva. Porém,
não deixa de ser curioso que quase ninguém me trate por Bruno. A
maior parte das pessoas opta pelo apelido, pensando que se trata de
uma alcunha. Seja como for, é o meu dia. Parabéns a mim. E a todos
os Brunos deste mundo. Brindemos a nós. Tchin tchin!
acatar ordens
Nunca tive problemas em acatar ordens.
Em primeiro lugar, sei o meu lugar. Depois, por mais que discorde
delas e explique o meu ponto de vista, respeito que a decisão
seja sempre da pessoa que ocupa o lugar mais alto da hierarquia. E
isto não me incomoda. Minimamente. Gosto é de ter essas mesmas
ordens registadas em algum sítio. De modo a que mais tarde, a culpa
não me seja atribuída. Isto, quando as coisas correm mal.
Sou assim no trabalho. É para fazer
isto. Faz-se. Digo que ficava melhor de outra forma. Chamam-me tonto.
Respeito e faço o que me foi ordenado em primeira instância. Claro
que retiro desta equação casos de coisas com as quais discordo por
completo e onde recuso ter o meu nome por achar que será bastante
prejudicial, em diversas áreas, para mim.
Também sou assim no futebol. Quem
manda é o treinador. Por mais que possa discordar da táctica. Da
escolha dos jogadores. Da estratégia de jogo e da leitura da equipa
adversária. Existe um líder que, sendo bom ou mau, não deve ser
desrespeitado. A solução passa por falar de forma correcta na
altura indicada. Até lá, cumprem-se as ordens.
E aplico este modo de ser à minha vida
pessoal. Quando me dizem para fazer algo, faço. Se querem algo de
uma determinada maneira, é o que têm. “Não quero mais isto”,
dizem. O isto acaba. “Não faças mais isto.” E eu não faço mas
aquilo. “Esquece isto e aquilo.” E eu esqueço o que me foi dito
para esquecer. Sendo certo que não me podem ser imputadas culpas por
algo que me disseram para fazer. Sobretudo quando o preço a pagar pode ter um custo elevado.
passatempo dá vida ao b. com a lego (vencedores)
Com algum atraso – as minhas sinceras
desculpas por isso – revelo agora o nome dos três vencedores do
passatempo onde eram desafiados a dar vida ao boneco da Lego que me
acompanha diariamente. Peço aos vencedores que me enviem um email
(homemsemblogue@gmail.com) com a morada onde desejam receber o prémio. Obrigado a todos os que
participaram. Aqui ficam os textos vencedores.
Ana Castanheiro
“B. não sabe nadar Era uma vez o B.
Podia ser B de Bernardo ou de Barnabé ou B de Bob. Tal significado
não é conhecido por ninguém, nem mesmo pelos seus amigos mais
próximos. B não fala sobre o assunto, não que o incomode, ele
apenas prefere ficar na penumbra. E é esse mistério, em torno do
seu verdadeiro nome, que o torna um jovem ainda mais atraente. Não
admira portanto que a E rapidamente se tenha apaixonado por ele, uma
criatura tão enigmática mas, ao mesmo tempo, extremamente
divertida. A E (aqui não há segredo: E de Eva) não resistiu e
ficou-lhe pelo beicinho, como o povo gosta de dizer.
No dia em que a E perde a vergonha,
convida-o para irem até à praia. Praia das Maçãs foi o local
escolhido, por ela claro, que também tinha dado o primeiro passo.
Durante o passeio, nem um minuto de constrangimento se sentiu. Era só
brincadeiras, corridas até à beira-mar, pequenos mergulhos e gelado
de morango. E mimos, muitos mimos. Nada a fazer contra a chama que se
acendia entre o B e a E, os sorrisos e os olhos reluzentes estavam à
vista. Já como Sol a pôr-se, ambos decidiram ir explorar um pequeno
riacho que, nascendo a montante daquela praia, vinha ali mesmo
desaguar, no seu mar salgado. O riacho apresentava uma profundidade
modesta e o B e a E facilmente o transpuseram e pisaram a areia
molhada do lado de lá, uma porção de terra isolada. O B, revelando
o seu mais belo lado romântico, desvia os cabelos castanhos da E da
sua face e beija-a suavemente. E, como que esquecendo os seus olhos
nos dela, pronuncia devagar: ‘Sinto que poderia ficar aqui nesta
ilha para sempre. Contigo.
O tempo parou, naquele pedaço de terra
clandestina, para o recente casal. Mas o relógio, esse, não parou
de tiquetaquear e, quando deram por si, não tinham forma de voltar.
O riacho tinha duplicado, com o subir da maré, e não seria seguro
atreverem-se contra aquela corrente; a opção restante seria escalar
a parede de escarpa rochosa ao seu lado, maior do que um prédio de
três andares. Depois de uma noite fria, tiveram de ser resgatados
por um helicóptero salva-vidas e quando todo o romantismo parecia
desfeito, B confessa ao ouvido de E: ‘Agora, em vez da ilha
pequenina lá em baixo, temos o mundo inteiro.”
Ricardo Aires
“O b. é um pequeno boneco. Mas o seu
tamanho não impede que os sonhos sejam grandes. Enormes. Gigantes. E
o mundo está cheio de histórias e estórias de pessoas pequenas em
tamanho mas grandes em talento. Como o b. sempre sonhou ser jogador
de futebol, o seu modelo a seguir é Messi. Tal como ele, pequeno no
tamanho. Tal como ele, gigante no talento. Assim deseja o pequeno b.
Esta admiração leva o pequeno b. a
pensar em como seria o seu encontro com o astro Argentino. O que lhe
diria. Se é que lhe conseguia dizer alguma coisa. É certo que iria
pedir-lhe um autógrafo. E também uma camisola. Para a sua colecção
de camisolas de jogadores de futebol. Depois, não ia resistir a
soltar a sua bola para trocar uns toques com o seu grande ídolo
desportivo. Se ainda houvesse tempo, seria agradável um jantar com
ele. Num restaurante qualquer. Isso não importava.
Se os sonhos forem possíveis, este
seria o dia perfeito na vida do b. Ou será na minha vida? Serei eu a
sonhar com isto? Ou será o b.? Ok. Vamos os dois e não se fala mais
nisso.”
Cristina Gonçalves
“O desafio é criar um episódio que
seja um dia na vida do b. boneco que te acompanha há largos meses.
Um desafio interessante. Bem sei que o b. não passa de um boneco.
Mas seria tão bom que um aquilo que desejo para um dia na vida do b.
fosse na realidade um dia normal na vida de todas as pessoas.
Gostava que todas as pessoas tivessem o
sorriso do b. A sua simplicidade. Boa-disposição e trato fácil.
Parece complicado. Mas será tão complicado que isto seja a
realidade de todas as pessoas e não apenas de um simpático boneco
da Lego que teve a sorte de ter como pai um rapaz que lhe dá vida de
forma tão animada.
Desculpa. Não vou dar vida ao b. Vou
desejar que o b. dê vida às pessoas. A começar pelas que passam os
olhos pelo teu blogue. E que essas alastrem o seu espírito a todas
as outras que conhecem. Haverá melhor do que isso?”
to do list #1 barba e festivais de verão
Não sei precisar o motivo mas sempre
associei os festivais de Verão – principalmente aqueles que se
realizam afastados das grandes cidades – a barbas fartas. Se me
perguntarem qual é a primeira imagem que tenho quando penso num
desses festivais, respondo: “boa música, barba farta e cerveja na
mão.” No que aos pelos faciais diz respeito, talvez tenha esta
ideia por ser algo mais descontraído, que em tudo se identifica com
o propósito dos festivais de Verão e com férias.
Como não tenho por hábito deixar
crescer muito a barba, nunca estive num evento destes com a imagem
(completa) que tenho em mente. Mas isso vai mudar. E já nesta
semana. Pois estou prestes a ir para o Super Bock Super Rock com a
maior barba que a minha cara alguma vez conheceu. Por isso, ir a um
festival de Verão com uma farta barba é algo que posso riscar da
minha to do list.
16.7.13
verdade ou mito #23
Diversos estudos dão conta de que várias
pessoas são capazes de recuar numa relação se o primeiro beijo for mau. Isto
será verdade e o primeiro beijo é o indicador ideal do aproximar entre duas
pessoas? Ou será mito, pois é possível ter uma segunda oportunidade para causar
uma boa primeira impressão? O poder de um mau beijo. Verdade ou mito?
a minha relação com a fia
A Feira Internacional do Artesanato, que decorre
anualmente na FIL, em Lisboa, é provavelmente a única feira a que faço questão
de ir sempre. Adoro as horas passadas naqueles pavilhões naquilo que considero
ser uma viagem à volta do mundo, bastando para isso uns pequenos passos.
Gosto do aspecto de feira e mercado que me faz
recordar o labirinto de lojas que é a medina de Tunes, na Tunísia. Aprecio o
regatear de preços. A simpatia dos vendedores, desejosos de mais um bom
negócio. E não escondo que também me delicio com as sandes de leitão e as gigantescas
sandes de presunto e queijo que só costumo comer ali.
E esta feira tem dado vida a boa parte da minha
casa. Foi lá que comprei o John Doe. A sua mulher, Jane Doe. Duas lanternas e
muitos outros artefactos que adornam o meu cantinho. Este ano não foi excepção
e nem a mobilidade reduzida me tirou a vontade de ir em busca de algo mais.
As escolhas deste ano passaram por uma Chicha,
uma pulseira e ainda mais um amuleto. Como tenho feito, vou quase sempre no
final do evento, o que permite comprar os artigos a melhores preços pois o
objectivo de quem vende passa por escoar material. E este é o principal
conselho que dou a quem compra artigos em eventos deste género. E não tenham
receio de regatear preços.
um dia
Um dia. Pegar na chave do carro. Meter-te lá
dentro. Sem te dizer nada. Apenas uma mala com a nossa roupa. Depósito cheio.
Meia dúzia de cd´s com boa música. Conduzir. Sem mapa. Sem direcções. Sem
destino. Sem rumo. Será até onde a estrada nos quiser levar. Iremos para onde o
sol nos guiar. Para onde a música nos mandar.
Um dia. Vendar-te os olhos. Meter-te no carro.
Conduzir até ao aeroporto. Guiar-te até ao mapa das partidas. Pedir para
apontares para o mesmo. Comprar dois bilhetes para o destino que escolheste
aleatoriamente. Levar-te até ao avião. Partir à aventura.
Um dia. Acordar cedo. Ir ao cinema à primeira
sessão. Comprar dois bilhetes. Ver um filme. Quando acabar entrar sorrateiramente
noutra sala. Quando o segundo filme acabar, entrar de forma sorrateira noutra
sala. Fazer isto um número de vezes sem conta na esperança de ser apanhado por
alguém. Inventar uma desculpa para o sucedido. E rir. Muito.
Um dia. Entrar numa loja de música. Colocar os
headphones. Escolher a música perfeita. Cantar até que a voz nos doa. Em voz
alta. Muito alto. E em bom som. E dançar. Sem preocupar com as pessoas que nos observam. Um
dia. Isto tudo. E muito mais. Ainda não será hoje. Mas vai acontecer. Quando? Um
dia…
15.7.13
verão. calor. sexo. e muito mais
Verão. Calor. Sexo. Romance. Desejo. Paixão. Sensualidade. Luxúria. Lascívia. Erotismo. Vontade de dançar. De tocar. De ser tocado. De desejar. De ser desejado. Esquecer o mundo. Os problemas. A crise. A vida. Viajar até ao paraíso. Dar a volta ao mundo sem sair do sítio. Sentir especial. Único. Isto tudo. E muitos mais sentimentos e sensações. Numa simples música. Her Favorite Song.
mr. nice guy
Isto de andar de muletas provoca um misto de reacções nas pessoas. As crianças olham para mim com um ar de quem imagina que terei de passar a minha vida inteira de meia branca. No polo oposto, boa parte das pessoas mais velhas olham para mim como um inválido, chegando mesmo a fazer comentários pouco simpáticos sobre a situação.
Porém, a maior parte das pessoas trata-me como um mr. nice guy. Preocupam-se comigo. Querem saber o que aconteceu. Mesmo que nunca me falem num dia normal. Parece que as muletas atraem o melhor que existe na maior parte das pessoas. Já que tenho que andar de muletas. Que isso traga à superfície aquilo que de melhor existe nas pessoas.
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Porém, a maior parte das pessoas trata-me como um mr. nice guy. Preocupam-se comigo. Querem saber o que aconteceu. Mesmo que nunca me falem num dia normal. Parece que as muletas atraem o melhor que existe na maior parte das pessoas. Já que tenho que andar de muletas. Que isso traga à superfície aquilo que de melhor existe nas pessoas.
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isto do ser prioritário
Há mais de dez anos que não andava de muletas. E, sempre que andei foi pelo mesmo motivo. Entorses. Numa das últimas vezes que fui obrigado a movimentar-me assim ainda não tinha carta e deslocava-me para os tratamentos de transportes públicos. E, nunca fui de exigir um lugar para me sentar. Sempre deixei isso ao critério das pessoas que querem, ou não, ceder o seu lugar.
Porém, e devido à mobilidade limitada, uso as filas prioritárias, para o que quer que seja. Fiz isso no passado e voltei a fazer neste fim-de-semana quando fui à Feira Internacional de Artesanato. Para comprar o bilhete, coloquei-me na fila prioritária. À minha frente tinha mais de dez pessoas sem qualquer prioridade. Não exigi passar à frente de ninguém. Mantive-me na fila.
Até que estou a chegar à frente. E aparece um funcionário acompanhado de uma família prioritária. E quem é que ele escolhe para ceder prioridade na fila? Eu! "Vai ter que deixar passar", disse-me. Limitei-me a sorrir apesar de incrédulo.
Não está em causa deixar passar aquela família. Deixei. Como deixava passar as que fossem necessárias. O que está em causa é que fui obrigado a ceder passagem quando a única pessoa prioritária daquela fila - até chegar aquela família - era eu.
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Porém, e devido à mobilidade limitada, uso as filas prioritárias, para o que quer que seja. Fiz isso no passado e voltei a fazer neste fim-de-semana quando fui à Feira Internacional de Artesanato. Para comprar o bilhete, coloquei-me na fila prioritária. À minha frente tinha mais de dez pessoas sem qualquer prioridade. Não exigi passar à frente de ninguém. Mantive-me na fila.
Até que estou a chegar à frente. E aparece um funcionário acompanhado de uma família prioritária. E quem é que ele escolhe para ceder prioridade na fila? Eu! "Vai ter que deixar passar", disse-me. Limitei-me a sorrir apesar de incrédulo.
Não está em causa deixar passar aquela família. Deixei. Como deixava passar as que fossem necessárias. O que está em causa é que fui obrigado a ceder passagem quando a única pessoa prioritária daquela fila - até chegar aquela família - era eu.
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14.7.13
vantagem de passear com um homem de muletas
Um passeio numa feira de artesanato, que costumava demorar cerca de uma hora, passa a ser feito em duas e meia. Sem pressas. Com todo o tempo do mundo para prestar atenção aos detalhes dos diferentes stands.
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13.7.13
meia branca da raquete
Nunca fui de usar meias brancas. Mas, já que o ortopedista disse que tenho de usar uma durante uma semana ou quinze dias, tomei a liberdade de personalizar a meia feita pelo dr. Welcome back meia branca da raquete.
olha que te aleijas
Joguei futebol durante muito tempo. Nos últimos anos, a modalidade foi praticada em paralelo com a minha carreira profissional. Por isso, habituei-me a ouvir: "Já não és nenhum miúdo. Ainda te aleijas e tens de trabalhar." Estas palavras são proferidas por pessoas próximas de mim, como é o caso da minha mãe e da minha mulher, que não conseguem esconder o receio que têm de que me aleije.
Nessa altura respondo sempre que as pessoas aleijam-se quando isso tem de acontecer. Quer seja a praticar desporto, a andar na rua, a sair do carro ou noutro movimento qualquer. E a prova disso é que não fazia uma entorse, a jogar futebol, há muitos anos e fiz uma, que me vai obrigar a andar de muletas, a dançar ao som de música pimba com a minha sobrinha.
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12.7.13
o melhor raio x da minha vida
Acabo de fazer aquele que considero ser o melhor raio x dos meus 32 anos de vida. Não está relacionado com a beleza da técnica de raio x. Nem com outro dado semelhante. Mas com o facto da senhora ter tentado pegar em mim como se eu fosse um saco de batatas para me mover. Algo que, obviamente não conseguiu. Mas valeu pelo esforço e pelo sorriso que me roubou.
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basicamente é isto
começou assim, com um pezinho de dança
de manhã foi isto
pit stop na farmácia
like a boss com o inchaço a crescer
não podiam faltar estes
e, quase de certeza que vai acabar aqui
isto hoje não vai correr bem
Noite de diversão com a sobrinha. Brincadeiras. Voltas em carrosséis. E dança. Muita dança ao som de um concerto de música pimba. Na última música torço o pé direito. Conheço-me bem. Sei que não é uma simples torção. É uma entorse.
Chego a casa com o tornozelo inchado. Gelo e um comprimido para ajudarem a noite a passar. Acordo. Pé no chão e mal consigo andar. No pior dia da semana. Naquele que não dá mesmo para faltar ao trabalho. Neste momento mentalizo-me para conduzir assim.
Pior. Arrasto-me até à cozinha. Olho para o aquário. Um dos dois peixes está morto. O sardinha está no fundo do aquário. Imóvel. Esqueço o tornozelo e sou consumido pela tristeza de perder um amigo de vários anos.
Arrasto-me para a casa-de-banho. Tomo um duche. E dou um jeito ao pescoço. Que me limita ainda mais os movimentos, fazendo de mim um robocop coxo. Palpita-me que isto hoje não vai correr nada bem. E fechar-me em casa não é possível. Mas eu queria.
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11.7.13
pessoas
Pessoas. O mundo está cheio delas. Não reparamos na sua grande maioria. Mesmo que passem a centímetros de nós. Mesmo que tenham rotinas semelhantes às nossas. Outras, conhecemos de vista. Quer seja da rua. Da televisão. Ou de outro sítio qualquer. Algumas, atraem a nossa atenção. Outras, são o nosso foco de interesse. Mesmo que não reparem em nós. Mesmo que não saibam que existimos.
Pessoas. Da maior parte delas não esperamos nada. Até porque nem notamos na sua presença. Os feitos de outras passam-nos ao lado porque são indiferentes para nós. De uma pequena parte delas esperamos o mundo. Este e o outro. Queremos que sejam heróis cheios de poderes que resolvem tudo. Que dão ordem ao nosso caos interior. E até nos esquecemos de que são simples humanos como nós.
Pessoas. O mundo é feito delas. Com as suas qualidades e defeitos. Há dias em que amamos essas pessoas. Há dias em que não podemos com elas. Foi assim ontem. É assim hoje. Tal como será amanhã. E sempre.
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Pessoas. Da maior parte delas não esperamos nada. Até porque nem notamos na sua presença. Os feitos de outras passam-nos ao lado porque são indiferentes para nós. De uma pequena parte delas esperamos o mundo. Este e o outro. Queremos que sejam heróis cheios de poderes que resolvem tudo. Que dão ordem ao nosso caos interior. E até nos esquecemos de que são simples humanos como nós.
Pessoas. O mundo é feito delas. Com as suas qualidades e defeitos. Há dias em que amamos essas pessoas. Há dias em que não podemos com elas. Foi assim ontem. É assim hoje. Tal como será amanhã. E sempre.
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cenas com volante e pedais #2
É certo que os condutores são todos
iguais. É igualmente verdade que todos têm direito a andar na
estrada. Mas isto não quer dizer que as pessoas optem por andar na
faixa da esquerda (entre três possíveis) a 50 quilómetros por
hora, com o vidro aberto e com o braço de fora. Pior. Que achem que
estão bem e que o resto dos condutores é que estão mal, reagindo
de forma negativa a quem tenta dizer que estão na faixa errada. Ou
será que a faixa da esquerda é a nova faixa da direita?
mais rápida do que uma bala. mais afiada do que uma faca
Com o passar dos anos aprendi (muitas
vezes à custa de erros) que existe algo muito mais rápido do que
uma bala. E muito mais afiado do que uma faca. Além da velocidade e
destreza de corte, é algo muito mais doloroso do que o impacto de
uma bala do calibre mais temido ou mesmo do que qualquer uma das
ferramentas da mala de um qualquer serial killer ao estilo de Dexter.
E refiro-me às palavras.
Assim que saem da boca não há volta a
dar. Assim que são proferidas em voz alta nunca mais regressam ao
silêncio. E por mais que as pessoas digam que sim, a verdade é que
nunca caem no esquecimento. E mesmo que se diga que está tudo bem,
algures no futuro irá existir uma discussão. E, nesse momento, é
um dado adquirido que virá à conversa algo do género: “não te
lembras do que disseste? É que eu não me esqueci.”
Tal como na grande maioria das coisas,
as palavras negativas são aquelas que mais marcam as pessoas. E, no
calor do momento, não existe nada mais fácil do que dizer a maior
barbaridade do mundo. Mesmo que não se sinta. É uma defesa humana.
Ao sentir perigo ataca-se em jeito de defesa. O pior é que, em
muitos casos, essa defesa acaba por ser o ataque mais mortífero que
existe.
Já vi relações acabarem com base em
palavras proferidas. Já vi amigos deixarem de falar por causa de
palavras. Já vi conhecidos distanciarem-se por causa de palavras. E
já vi pessoas ficarem amigas depois de uma luta física. Depois de
trocarem uns valentes murros e pontapés. Algo que ajuda a demonstrar
a força das palavras.
Por isso é que aprendi a esperar um ou
dois segundos antes de "cuspir" uma série de palavras que vão ter um
peso forte demais para alguém suportar. Domei a minha língua. De
modo a que só ataque quando essa é a única solução possível no
momento. Além disso, aprendi ainda a usar uma postura correcta para
as palavras. É que juntar palavras duras a uma postura de guerreiro
é uma combinação explosiva. E desde que faço isto que os meus
dias são muito melhores. Sobretudo ganha quem me é mais próximo, ou seja, as pessoas mais fáceis de magoar.
amor para a vida
Acredito que existem relações sentimentais que são para a vida. Relações que são tão fortes que nada nem ninguém as consegue destruir. Nenhuma distância será demasiado grande. Nenhum mal será demasiado forte. E nenhum obstáculo será inultrapassável. São amores fortes demais para serem destruídos.
Eu vivo uma relação destas. Com formigas. Que não me deixam em paz desde que saí da casa dos meus pais. Na primeira casa onde vivi, elas decidiram apoderar-se do terraço. Nessa altura, a solução passou por quatro lagartixas "amestradas" que se apoderaram do terraço fazendo com que fossem os únicos bichos no mesmo.
Quando troquei o rés-do-chão pelo último andar de um prédio pensei que a minha relação com as formigas tinha chegado ao fim. Até que ontem, ao chegar a casa, deparo-me com uma invasão das minhas amigas. Sem lagartixas para me defender, restou-me a artilharia pesada.
Ao estilo de William Wallace, e munido de uma lata de Dum Dum, travei uma batalha com elas. O combate foi intenso e acabei por vencer. Mas palpita-me que não terá sido o último encontro entre nós. Porque existem relações que são para a vida. Não é, formigas?
10.7.13
coisas destinadas a acontecer e uma vergonha
Dia de futebol. Onde? Numa prisão. E há coisas que parecem destinadas a acontecer. Talvez pelo ambiente envolvente. Digo isto porque o jogo acabou com um pequeno motim provocado por alguns jogadores.
Como se isto não bastasse, ainda passei uma vergonha. No balneário fui o último a sair. Quando os meus colegas saíram disse: "não me deixem aqui fechado!" Quem é que ouviu isto? A senhora polícia que toma conta do campo. Que sorriu perante o meu receio de passar a noite fora de casa. E assim acaba um dia.
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alguém sabe onde é esta festa?
“Ui! Apalparam-me o bumbum. Neste
baile das mulheres não há respeito nenhum”, são as primeiras
palavras que José Malhoa canta no dueto com a filha: Baile das
Mulheres (girl power). Ao fundo, ouve-se a voz de Ana Malhoa, que
diz, de forma bastante sensual... “girl power.” “Ai! Elas
encostam-se a mim. Neste baile das mulheres, todo o homem canta
assim: ratatatatatata rututututututu. Não há respeito nenhum. Não
há respeito nenhum. Apalparam-me o bumbum”, prossegue o cantor.
“Hoje é noite de balada e eu cá vou nesse bailão. Onde a mulher
é que manda e só ela põe a mão. Nessa festa vale tudo. A rainha é
a mulher. Solteiro, casado ou viúvo, todos cantam com prazer”,
acrescenta José Malhoa.
muita areia para o meu camião
Acredito que os jogos de sedução que
levam a que duas pessoas se interessem uma pela outra não estão
divididos por compartimentos. Categorias estas que são dividias por
aspecto físico, nível social, financeiro e por aí fora. Não nego
que existem estes grupos. Mas, aos meus olhos, a sedução é comum a
todos. E uma pessoa que tenha um emprego simples e modesto poderá
perfeitamente arrebatar o coração de alguém com uma fortuna
incalculável. Apenas para dar um exemplo.
Por isso, nunca liguei ao chavão:
“é muita areia para o meu camião.” Já me aconteceu estar com
amigos que acham piada a uma mulher. Quanto noto isso, incentivo que
o meu amigo tente uma aproximação a essa pessoa. “Achas? É muita
areia para o meu camião”, é o que normalmente ouço como
resposta. E acho esta desculpa algo sem qualquer lógica. Provavelmente um escudo para a falta de confiança em dar o primeiro passo.
Para mim, todas as pessoas são areia
para todos os camiões. O que importa é a atitude. A confiança. E
aquilo que se vai dizer numa abordagem inicial. É também importante
esquecer as aparentes diferenças que estão a bloquear a
aproximação. Tal como considero um erro que algumas pessoas assumam
papéis de quem não são numa abordagem inicial com o objectivo de impressionar. Naturalidade.
Confiança. Saber estar. E saber falar. Estes são, para mim, os
ingredientes fundamentais para a aproximação.
Depois, é tudo uma questão de timing.
De estar no sítio certo na hora exacta. Para mim, nada impede que um
astro de Hollywood se apaixone por uma menina que trabalhe numa loja
de um centro comercial português. Ou um anjo da Victoria´s Secret
por um ardina lusitano. Tudo é possível. Eu acredito. No dia em que
deixar de acreditar nisto é porque já não acredito no amor.
hoje vais ser minha
Vou conhecer-te hoje. Ao final do dia
mas quando a temperatura ainda estiver acima dos 30º graus. Confesso
que estou nervoso com o nosso encontro. Remexe-me o estômago, que
vai ficar às voltas até lá. Aliás, dizem que isto é bom sinal.
Mas, não me chega conhecer-te. Vais ter que ser minha. E vou fazer
tudo o que estiver ao meu alcance para te seduzir. Para fazer com que
me desejes ainda mais do que te desejo.
Para começar, irei olhar-te de alto a
baixo. De ponta a ponta. Não irás sentir-te observada porque
prometo ser discreto. E se prometo discrição, garanto igualmente
que te irei tocar. Sem qualquer pudor ou vergonha. Irei faze-lo para
descobrir os teus melhores atributos e ainda as tuas fraquezas, na
esperança de não encontrar nenhuma. O toque será suave. Bem ao de
leve. Com os olhos fechados imaginando que te arrepias ao sentir os
meus dedos. Na minha mente irá nascer a ideia de que desejas que te
toque mais. E mais. E ainda mais. Algo que irei fazer.
Também te vou querer cheirar. Como
gosto de te cheirar. Não é um fetiche. Nada disso. É apenas uma
forma de te distinguir de todas as outras com quem já estive. No
meio de tantas parecenças, agarro-me ao que te pode distinguir das
restantes. Aquilo que te confere algo único. Se fores como imagino,
serás marota. Sei que me irás tocar em sítios ousados. Algo que
certamente irá acontecer. E que acabarei por levar partes de ti
comigo para casa. A tua forma de fazer com que não te esqueça. E que queira estar contigo novamente.
Não te conheço. Irei estar contigo
hoje pela primeira vez. Mas tinha saudades tuas. Que saudades de uma
bela futebolada ao final da tarde. Hoje é dia de campo novo. De
relva nova. Que o dia passe depressa!
9.7.13
verdade ou mito #22
Uma das grandes questões em torno do
sexo. Só os homens é que vêem pornografia. As mulheres não! Isto
será mesmo verdade? Ou seja, o mundo da pornografia é algo que apenas seduz
os homens. Ou será mito? Pois na realidade uma em cada três
mulheres assume ter por hábito ver pornografia, quer seja por
curiosidade, para aprender novas posições, para comparar o parceiro
a outros homens ou mesmo para explorar fantasias sexuais não
praticadas na sua vida? Pornografia vista por mulheres. Verdade ou
mito?
ele está a olhar para ti? a culpa é da ciência
A ciência tem coisas fantásticas. Uma
das últimas é dar motivos a um homem para olhar para uma mulher.
Parece que os homens estão geneticamente programados para olharem
para mulheres. Esta descoberta vem dar uma nova dimensão à temática
dos homens que observam mulheres. A partir de agora, quando uma
mulher questionar um homem, perguntando se este olhava para si,
poderá ouvir como resposta: “Sim. Mas não é por mal. A culpa é
da ciência. Estou geneticamente programado para olhar para si.”
Quando um homem for apanhado a olhar para outra mulher, poderá
igualmente culpar a ciência. “Não fiz por mal. É a ciência”,
usará em sua defesa. E estes são apenas dois de muitos exemplos.
Apesar de não duvidar destes dados,
será que não se aplica o mesmo às mulheres? Será que elas não estão
programadas para olharem para os homens? Acredito que sim. A
diferença, para mim, é que nós, os homens, fomos programados com a
versão beta do programa “observação do sexo oposto.” Uma versão
básica cheia de defeitos por corrigir. Por sua vez, elas foram
programas com a versão deluxe do programa “observação do sexo oposto” que já contempla actualizações nos módulos subtileza,
discrição e arte de saber observar sem babar.
perder peso a comer chocolate
Muitas pessoas vivem uma relação
complicada com o chocolate. Tanto o adoram e acham irresistível (no
momento em que o comem) como o detestam e desprezam (no momento em
que sobem para a balança). Como a maior parte dos alimentos, o
chocolate deve ser ingerido de forma moderada. E a verdade é que o
consumo moderado de chocolate até pode ajudar a perder peso. Mas não
só. Além de contribuir para uma alimentação saudável, o
chocolate ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o humor. Recebi um
press release – que chegou ao meu email profissional - da achoc
(uma associação sem fins lucrativos que congrega os produtores de
chocolate e de outros produtos a partir do cacau) onde são dadas
algumas dicas para comer chocolate sem que isso dê início a uma
dura batalha com a balança lá de casa. Como considero a informação
útil, decidi partilhar as dicas no blogue.
Uma dose diária moderada, dependendo
do tipo de vida e de actividade de cada pessoa, pode ser uma barra
pequena de chocolate ou um bombom até quarenta gramas. Depois, o
chocolate deve ser comido na hora certa. Especialistas aconselham que
seja comido em jejum pois vai reduzir o apetite ao longo do dia, em
resultado do triptofano, uma substância presente no cacau. Outra
opção passa por comer o chocolate como sobremesa. Evita que a
pessoa engorde, por concentrar componentes (feniletilamina e
aciletanolamina) que agem no cérebro bloqueando os receptores que
despertam a vontade de comer doces. O chocolate também pode ser
comido ao lanche. Aqui, o truque é
misturar o chocolate com um iogurte ou com uma salada de frutas.
Sozinho, não vai saciar a fome e existe o risco de se
devorar uma tablete inteira.
Quanto ao chocolate, o preto é uma
aposta segura. De todos, é considerado o mais amigável pois
concentra uma quantidade surpreendente de fenólicos, antioxidantes
que reforçam a imunidade e protegem o coração. O sabor intenso
também é um aspecto positivo. Permanece mais tempo na boca e faz
com que seja mais fácil ficar satisfeito com a dose recomendada. E
assim se mantém uma alimentação saudável sem ter que esquecer o
chocolate. E por falar disso... acho que vou comer a dose diária
recomendada que fiquei com esse desejo.
a vida é uma soma de momentos
Para mim a vida não é mais do que uma
soma de momentos. Uns sequenciais. Outros sem qualquer ponto de
ligação. Uns ligados ao coração. Outros à saúde. Ao trabalho.
Aos amigos e por aí fora numa área que abrange tudo o que existe na
nossa vida. Um dos poucos pontos em comum que encontro entre a
maioria deles é o facto de não serem controlados por nós. Por mais
que as pessoas achem que controlam tudo e mais alguma coisa.
Considero que esses momentos têm um
timing para acontecer. E que, quando esse timing não é aproveitado
pelo(s) protagonista(s) perde-se uma oportunidade que não volta
mais. Por mais que as pessoas pensem que podem criar artificialmente
um cópia daquele momento que deixaram fugir por medo, receio ou
outra justificação qualquer. Qualquer cenário fabricado tende a
correr mal e a ser um desastre. Pelo menos aos meus olhos.
E já tive problemas ao tentar explicar
isto a algumas pessoas. Que não percebem que eu defenda que tudo tem
um momento para acontecer e que é bastante fácil que uma pessoa
perca interesse por outra (apenas para dar um exemplo) ao sentir que
o momento dos dois passou e que deixou de fazer sentido insistir em algo.
Ao sentir que a partir desse instante será tudo fabricado e irreal.
Será como se fosse um guião a ser escrito. Passam a ser duas
pessoas a querer controlar algo que não quiseram viver no momento
adequado. Destinado, se preferirem e acreditarem em destino.
Volto a dizer. Para mim a vida é feita
de momentos. E só existem duas opções. Viver os mesmos com
intensidade máxima ou fechar os olhos quando aparecem à nossa
frente. E qualquer uma das opções, mas sobretudo a segunda, é um
ponto sem retorno. Quando se fecha os olhos não há volta a dar. Por
mais que se acredite que é possível recriar um momento passado e
ignorado.
8.7.13
elas. naturalidade vs produção excessivamente elaborada (take dois)
Neste texto falei de dois tipos de
beleza e postura de uma mulher. De uma lado, a menina natural. Que do
meu ponto de vista cativa muito mais do que a outra, a mulher com uma
produção excessivamente elaborada. Quando escrevi o texto dei conta
do meu ponto de vista, algo que faço sempre nas palavras que
transcrevo para o blogue. Os comentários foram mais do que muitos.
Diversificados. Na generalidade, o texto foi visto como uma espécie
de utopia. E eu não percebo porquê...
Será que as mulheres conhecem todas
homens do mesmo tipo? Que apreciam apenas o corte de cabelo, os
saltos altos e a maquilhagem que cobre o rosto, em muitos casos dando
um ar artificial ao mesmo? Ou será que as mulheres acreditam que
todos os homens procuram apenas um pacote exterior e não a mulher
que está para lá do papel de embrulho composto por roupa,
maquilhagem e acessórios?
Se achasse que o texto não passava de
uma fantasia, seria o primeiro a dizer isso mesmo. Mas não. Para mim
é real. E porque eu sou o rapaz que mais depressa olha para a menina
de all star e jeans do que olha para a mulher com saltos altos e
maquilhagem xpto. Para mim, a primeira é mais interessante. Logo à
partida, porque é uma entre poucas. Enquanto as outras são, em
muitos casos, apenas mais uma num grupo de cinquenta todas iguais. Mulheres
essas, que muitas vezes até se vestem de forma igual, parecendo um
grupo de crianças do colégio que vão para a praia todas iguais
para serem de fácil identificação.
Depois, vem a parte da beleza física.
Muitas pessoas disseram que a segunda terá uma beleza que atrai
mais. Porquê? É a maquilhagem que define a beleza? A beleza não
pode passar por um grupo de comportamentos adoptados? Pelo sorriso?
Pelo olhar? Ou mesmo somente pela naturalidade? Será que a mulher
excessivamente produzida será sempre assim quando dormir com um
homem? Não tira os saltos? Não remove a maquilhagem? Não se despe?
Ou fará tudo isto às escuras de modo a que o homem nunca a conheça
como verdadeiramente é?
Outro pormenor que passou quase
despercebido. Eu falei em naturalidade. Não falei em desleixo. Tal
como falei em produção excessivamente elaborada e não em mulher
que tem cuidado com o seu visual. Uma mulher pode perfeitamente usar
maquilhagem, saltos e manter um ar natural. Tal como pode ter all
star e jeans e ter um ar artificial. A linha que separa tudo isto é
bastante ténue. Mas perceptível para qualquer mulher que se
preocupe consigo em vez de ter em mente agradar ao marido, ao
namorado ou ao grupo de amigas com quem compete pelo título de
mulher das mulheres.
Chamem-me louco. Utópico. Digam que
vivo num mundo diferente. Que seja. Mas, para mim, ainda bem que
existem mulheres naturais. Com jeans, all star e que se preocupam com
a vida e não em parecer iguais a outras cinquenta que estão no
mesmo espaço. Eu irei continuar a destacar essas. Irei continuar a
ser adepto da naturalidade. Daquela que rouba o ar a uma pessoa. Mesmo
que digam que isso não existe. E mesmo que jurem a pés juntos que todos
os homens gostam é da mulher produzida, maquilhada e dos saltos altos.
questões com água e areia #3
Num destes dias estava pela praia
quando um grupo decidiu ficar bem perto do local onde estava. Este
grupo era composto por dois jovens casais e pela mãe de uma das
meninas. Até aqui tudo bem. Até ao momento em que a mãe decide
fazer topless perto do namorado da filha. Aliás, das três era a
única que estava sem parte de cima do biquíni. Considero-me um
rapaz liberal e de mente aberta mas fiquei a pensar: isto será uma
situação bastante constrangedora para sogra e genro, daquelas que
motivam largos minutos de silêncio ou algo perfeitamente normal sem
motivo para qualquer embaraço?
os três b´s
Quando vou às compras gosto de aplicar
a regra dos três b´s. Gosto que aquilo que vou comprar seja bom,
bonito e barato. E aplico esta regra sobretudo à roupa. Ontem entrei
em diversas lojas à procura das melhores promoções. O objectivo
era comprar uns calções de ganga. Porém, como é hábito acontecer
comigo, rapidamente desviei os meus olhos para a nova colecção. Na
Bershka, acabei por encontrar os calções que queria (sem ser em promoção) e não saí
de lá sem levar duas tshirts que me chamaram à atenção. Uma pela
simplicidade. E outra por um detalhe que adorei. Que são dois
alfinetes a fazerem de piercings. Só não trouxe mais porque já não
tinham o meu tamanho.
Existem muitas pessoas que questionam a
qualidade deste tipo de peças de roupa. Pessoalmente, nada tenho
contra. Até porque tenho tshirts de lojas destas que me duram há
muitos anos como se fossem novas. É certo que tenho outras que pouco
tempo duram. Mas, do meu ponto de vista, isto tanto pode acontecer
com uma tshirt de cinco euros como com uma de cinquenta. Para mim, não interessa se a peça de
roupa é da marca x ou y. Aquilo que importa é que goste e que me
sinta bem com essa peça vestida. Quanto mais barata for... melhor.
vinte minutos chegam
Somos um dos poucos países do mundo
que tem três jornais diários desportivos. Por exemplo, em
Inglaterra (um dos melhores campeonatos do mundo) não existe nenhum.
Mas, as curiosidades sobre comunicação não ficam por aqui. Isto
porque temos noticiários excessivamente longos. Vinte ou trinta
minutos são o tempo ideal para um serviço noticioso. Não é uma opinião minha. Existem estudos que o comprovam. Porém, em
Portugal, os telejornais arrastam-se muito mais tempo do que isso.
Isto faz com que existam muitas
notícias que de interessante ou lógico têm muito pouco. Ao longo
dos últimos dias vi notícias que davam conta de que com o calor vão
mais pessoas para as praias e também para as esplanadas. Isto é o
mesmo que dizer que quando chove existem mais pessoas a usar chapéu
de chuva ou que quando as temperaturas estão muito baixas as pessoas
têm tendência para se aquecer. Isto é apenas encher chouriços.
Além disso, repetem-se notícias que
já deram nos cinco serviços noticiosos anteriores. Infelizmente,
são as audiências que mandam e ditam regras. No meu caso, isto
afasta-me das notícias. Prefiro saber o que se passa em Portugal e
no mundo num dos canais informativos ou mesmo online.
7.7.13
calor. esplanadas. mais calor
Aquele que era o Verão mais frio dos últimos anos passou a ter temperaturas acima dos quarenta graus. O calor é insuportável. O único refúgio é a praia. E a água. Ao final do dia pensa-se em esplanadas. E em petiscos. É impossível resistir. E vai-se uma vez. E outra. E mais uma. Nessa altura faço contas ao dinheiro que gasto em petiscos. E lembro-me que posso fazer tudo isso em casa, gastando muito menos dinheiro. É verdade que não é a mesma coisa... é muito melhor!
6.7.13
questões com água e areia #2
Porque será que, quando na praia, algumas mulheres só se preocupam com o biquini fio dental e com o penteado, esquecendo coisas básicas como depilar os pelos nas axilas, nas virilhas ou em ambas as zonas?
Enviado do meu iPhone
5.7.13
elas. naturalidade vs produção excessivamente elaborada
Ela está em casa. Acabou de tomar um
duche para se refrescar das altas temperaturas. Quase insuportáveis.
Nua, deambula pelo quarto. Na cabeça um único pensamento. O local
onde vai. Aquele bar da moda que tem o melhor sunset da cidade. Ela
pensa no bar. Nas pessoas que costumam lá estar. E, no seguimento
destes dois pensamentos, na roupa que vai usar. Ao escolher a
indumentária, tem como objectivo ser notada por todos assim que
entrar no bar.
Escolhe os sapatos de saltos altos mais
caros que alguma vez comprou. Escolhe a saia da marca xpto que também
foi muito dispendiosa. E segue este linha de pensamento nas restantes
peças de roupa e acessórios. Já está atrasada mas é incapaz de
sair de casa sem se maquilhar. Algo em que abusa sem ter essa
percepção. O mesmo pode ser dito em relação ao perfume.
Resumindo, ela não se veste nem arranja para se sentir bem mas para
ser notada.
A poucos quilómetros de distância
existe outra mulher. Que curiosamente também vai ao mesmo bar. Que
acabou de sair do trabalho. E que foi a correr até casa para tomar
um duche rápido. Nua, não deambula pelo quarto. Não tem tempo para
isso porque os amigos estão à sua espera. Como tal, pega nos jeans
que até nem lhe ficam justos ao corpo (bem feito por sinal). Pega
num top que andava por ali na cadeira do quarto. E calça os ténis
velhos de que tanto gosta e que são confortáveis. Não há tempo para maquilhagens nem sequer para secar o cabelo.
A primeira a chegar ao bar foi aquela
que mais se produziu. Entrou e ninguém olhou para si. Não foi o
centro das atenções. Nenhum homem fitou os olhos no seu corpo ou
rosto. Os únicos que olham para si são os amigos. E com má cara
pois atrasou-se cerca de duas horas em relação ao combinado. Depois
chega a outra. A simples, descontraída e natural. Assim que entra,
boa parte dos homens sente-se atraído pela sua beleza. Mas não só.
A naturalidade que revela escasseia nos dias que correm. E isso
confere-lhe maior interesse em relação a boa parte das mulheres que
estão por ali.
O ambiente na mesa da primeira é
pesado. Na da segunda é de amena cavaqueira. Chegou a horas. A tempo
de ainda participar na primeira rodada de bebidas. A primeira está
triste. A segunda está alegre. Ninguém revela interesse pela
primeira. A segunda tem um grupo de fãs no bar. A primeira não percebe
o que está errado. A segunda nem nota que está a ser o centro das
atenções. A primeira preocupou-se demais com aquilo que é
supérfluo. A segunda deu mais importância às pessoas. A diferença
entre a naturalidade e a produção demasiadamente elaborada pode ser
ténue na percepção de algumas pessoas. Mas fará sempre a
diferença.
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