28.10.14

destino. yay or nay?

Faço parte do grupo de pessoas que acredita no destino. E vejo algumas circunstâncias da vida como sendo algo inuletável. E isso não me assusta. Não me apoquenta a ideia de que não tenho total controlo sobre a minha vida. O que é diferente de acreditar também que sou uma mera personagem de um jogo, criado por alguém ou por alguma entidade. Simplesmente, acredito e aceito que muitas coisas têm hora marcada. E que nada podemos fazer para que sejam alteradas. Por outro lado, acredito que as pessoas, pelo menos na sua maioria, que não acreditam no destino ficam assustadas perante a possibilidade de não terem total controlo da sua vida. Estes dois pontos de vista dão origem a conversas muito interessantes e nas quais gosto de participar.

E muitas das conversas têm uma questão como ponto central. Se existe um destino, um fado para todos nós, não interessa o que fazemos da nossa vida porque estamos destinados a algo. E isto é a base para uma série de divagações. Acredito que a forma como respondemos a esta questão explica a forma como encaramos a vida e aquilo que aqui andamos a fazer. Como referi, sou dos que acreditam no destino. Mas não ao ponto de achar que vai resolver tudo por mim, em todos os momentos da minha vida.

Li algures que o destino pode ser visto como um mapa de uma viagem. E isso faz todo o sentido para mim. Quando vou para algum trabalho e deparo-me com uma morada que não conheço, recorro ao ViaMichelin para ficar a conhecer as direcções ou então coloco a morada num GPS. Mas isto não chega. Ou melhor, não me explica tudo. Sei onde quero ir e sei o caminho a seguir mas desconheço por completo como será a viagem. Vai ser rápida? Vai existir algum imprevisto que me obriga a procurar alternativas para chegar ao local que desejo? São perguntas que só vão ter resposta durante o meu percurso e a opção em cada imprevisto depende de mim.

E o mesmo pode ser aplicado ao amor. Se alguém gostar muito de alguém com quem não tem uma grande relação, poderá chegar um qualquer momento em que estão apenas os dois. Eu vejo este momento como o destino dessas duas pessoas. Mas não será o destino que as irá fazer falar. Não será o destino que irá pautar o desenrolar do momento em que estão juntos pela primeira vez. Isso vai depender daquelas duas pessoas e da forma como vão lidar com o cenário com que se deparam.

E se isto se aplica a uma viagem e ao amor, aplica-se a praticamente tudo na vida. O destino leva-nos até determinado ponto. A partir daí, dependemos apenas de nós e das nossas opções. Por isso, neste sentido acredito no destino. Acredito que me leva até determinado ponto. E que a partir daí dependo apenas de mim. Além disso, não me assusta não ter o total controlo sobre a minha vida. Aliás, se o tivesse, isso seria uma grande seca. O que me assusta é a eventualidade de falhar num determinado momento chave. Mas isso é outra conversa.

26 comentários:

  1. Destino ou livre arbítrio, trago essa pergunta comigo desde que me conheço por gente e ainda não encontrei a resposta:)

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    1. Mas que opinião tens, por exemplo, neste momento? :)

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    2. Neste momento sinto-me um joguete nas mãos do tal destino e ao contrário de ti assusta-me muito não ter controle sobre quase nada do que tem acontecido na minha vida, porque tenho 2 filhas que não têm culpa de nada e que tenho consciencia que sabem o medo que sinto do futuro, não por mim, mas por elas...

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    3. És uma excelente mãe e não podem ter melhor segurança do que essa.

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  2. És capaz de ter razão. Uma coisa é certa: é preciso não ter medo de agarrar as oportunidades.
    Podemos pensar "será que vou conseguir?", "será que vai ser muito difícil?", "será que vão gostar de mim?"... O que não podemos é deixar que estas dúvidas nos parem. Se a oportunidade surge, há que agarrá-la antes que fuja!

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    1. Não podemos pensar que o destino resolve tudo mas gosto de acreditar que nos leva até aos sítios certos. Depois depende de nós, sem medos.

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  3. É que se o destino fosse tudo isso que dizem que é, significaria que somos só marionetas sem vontade própria. Prefiro acreditar em escolhas...mesmo que sejam erradas tantas vezes.

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    1. Por isso é que defendo que acredito no destino como uma espécie de ajuda até determinado momento.

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  4. Eu gosto de acreditar no Destino. Antes não me dava para isso, mas após uma sucessão de acontecimentos assim para o duvidoso, passei a ver isso com outros olhos. Nomeadamente no que ao Amor diz respeito.

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    1. Acho que muitas pessoas passam pelo mesmo do que tu.

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    2. Eu acho que o Destino nos dá uma certa desresponsabilização nos acontecimentos que, de certa forma, nos alivia em muitas alturas da nossa vida. Atribuímos um bocadinho a "culpa" ao gajo e ficamos safos, digamos. E depois há outras situações em que acreditamos nele porque, simplesmente, é a única explicação que encontramos.

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    3. Eu não vejo as coisas desse modo porque não atribuo tudo ao destino. Apenas parte das coisas.

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  5. O que te fez acreditar no destino? Ou acreditas só por acreditar?

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    1. Sempre acreditei. Mas existem vários acontecimentos da minha vida que provam que estava certo ao acreditar no destino.

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  6. Eu também faço parte das pessoas que acredita no destino! :)
    Abraço

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  7. No destino ainda não sei se acredito... Nunca me dediquei muito tempo sobre essa matéria.... No entanto, acredito que as pessoas que passam pela nossa vida, têm alguma 'mensagem' para nós... Alguma coisa as fez passar por aqui, pela nossa vida. As coisas podem ter um 'propósito' de acontecer... Mas também não acredito naquela célebre frase: cada um tem o que merece.....

    (acho que já misturei muitos assuntos e acabei por não dar uma resposta directa ao que foi perguntado eheheh)

    Dou por mim a utilizar a frase 'foi o destino', em alguma situações... No entanto creio que não acredito nesse destino que penso que falas :)

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    1. Também acredito que ninguém se cruza connosco por mero acaso.

      Gostos destas divagações ;)

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  8. Já fui mais "yay".
    Não sou "nay".

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    1. de-pen-de
      há alturas na vida em que sou "yay all the way"

      por estes dias ando em fase meio descrente... por isso (agora e por enquanto, espero que isto, entretanto, mude) já fui mais "yay"

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    2. Há-de mudar. Quando menos esperares ;)

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  9. Acredito no destino ... acredito que há um caminho definido... mas também acredito que nesse caminho existem muitas derivações... e que por isso mesmo vais fazendo o destino à medida que escolhes derivar...ou não!

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  10. Eu, pelo contrário, não acredito no destino. Acredito que todas as nossas ações, conscientes e inconscientes nos levam ao momento seguinte, influenciando a vida dos outros e claro que as ações dos outros também influenciam o nosso caminho.
    Achei curioso ter referido que não se preocupa por não ter controlo total sobre a sua vida, mas que acredita que a maioria dos que não acreditam no destino ficam assutadas com essa ideia.
    A dificuldade em lidar com o facto de que não podemos nem conseguimos controlar tudo tem a ver com a personalidade e experiências que se tem, e não com a crença no destino ou no livre arbítrio.
    Agora também faço uma questão: acreditar no destino não dará uma certa segurança, do tipo: "não podia ter feito nada, pois já estava destinado a acontecer."?
    Helena

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    1. Eu não acredito nisso porque acho que o destino não é resposta a tudo. Mas, para aquelas pessoas que acham que controlam tudo, podem ser colocadas algumas questões: controlam os seus empregos ou são controlados por alguém? Quem faz um empréstimo a um banco para pagar uma casa, controla o empréstimo ou é controlado pelo banco? Por isso é que não me incomoda o controlo. Prefiro aproveitar a vida do que pensar se estou a comandar tudo ou a ser comandado em alguns momentos.

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