só agora? porquê?

O final de época do Benfica foi marcado por vários factores. Títulos perdidos nos últimos minutos. Sonhos transformados em pesadelos. Uma péssima exibição na final da Taça de Portugal, que representava a última esperança para os adeptos e sócios (onde me incluo) de ganhar algo apesar de nunca apagar a desilusão. E, o pior de tudo, o episódio protagonizado por Oscar Cardozo e Jorge Jesus no final desse encontro. Na altura, defendi que o prazo do treinador tinha expirado naquele jogo. Mantenho essa opinião e os lenços brancos no jogo de apresentação são a prova de que os benfiquistas já não perdoam nada ao treinador português.

Pior do que o incidente, foi a forma como o clube tratou do mesmo. Tratando Cardozo – um dos activos mais valiosos do clube – como um marginal sem qualquer história no clube. É certo que nenhum jogador está acima de uma instituição. Nunca estará. Mas há formas diferentes de lidar com casos destes. Esta indefinição foi má para o jogador mas acima de tudo para o clube, para o treinador e para os restantes jogadores do plantel. Agora, Cardozo falou ao canal do clube para pedir desculpa e ser reintegrado no plantel.

Não seria mais fácil e adequado ter feito isto logo no dia a seguir ao jogo. Cardozo pedia desculpas a todos. Dizia tratar-se de um acto irreflectido que não seria repetido. E depois ia de férias. Com um processo disciplinar e até com o clube a desejar vender um dos seus melhores jogadores. Desta forma evitavam-se novelas que não ajudam ninguém. E o clube não via o jogador ser desvalorizado com o ocorrido. E mais importante do que tudo, o clube não via a sua imagem e organização colocada em causa.