Jantares com amigos. Mesa cheia. Boas
conversas. Boa comida. Bom vinho. Algo que resulta em horas de
diversão e animado convívio. À mesma velocidade que os minutos
passam, os copos vão ficando mais vazios. Tal como as garrafas. Nos
pratos, a comida que todos dividem vai diminuindo. Ao mesmo ritmo das
animadas conversas e gargalhas vai escasseando a comida. Até que o
prato fica apenas com um pedaço de comida. Para o qual todos olhos de
forma discreta enquanto tentam adivinhar quem o irá comer.
Este último pedaço é aquele a que se
chama pedaço da vergonha. “Está tudo com vergonha?”, ouve-se à
mesa. “Ninguém apaga a luz?”, dizem outros. Este processo pode
durar largos minutos. Durante os quais se usam argumentos para
empurrar o tal pedaço para o prato de alguém. Para o do mais
tímido, que comeu menos. Ou para o do mais garganeiro, que nunca diz
não a mais um pedaço de comida. É certo que é um pedaço que
todos podem comer. Mas, por uma questão de educação, todos
oferecem esse bocado de comida a alguém como se fosse fisicamente
impossível ingerir aquela porção de um qualquer alimento.
O cenário que descrevi não existe
quando está alguém à mesa que come o último pedaço de comida sem
dó nem piedade. Sem fazer perguntas. Quando isto acontece, os minutos que se seguem são
passados de forma diferente com a maior parte das pessoas que estão
à mesa a deitarem olhares fulminantes para aquele que não teve
vergonha de comer um pedaço de comida que ia ser empurrado de prato
em prato durante minutos a fio. Este, por sua vez, chega a sentir-se
tão mal como se tivesse acabado de cometer o maior erro do mundo.
Porque será que todos oferecem o
último pedaço de comida aos outros mas quase ninguém gosta que
esse mesmo pedaço seja comido sem que decorra este processo do agora
como eu ou agora comes tu?
Confesso que para mim nunca foi problema... sinceramente sei que acontece, mas nunca me identifiquei com tal. Pelo menos quando há à vontade entre familiares ou amigos come-se até se fartar ainda que seja até ao último bocado. Ponto. Não se come por favor ou não se deixa de comer por favor. Pelo menos é isso que eu acho e é isso que eu faço :x
ResponderEliminarAinda bem que és assim :)
EliminarNa minha família não há cá esse problema. Quem se chega à frente, come e pronto. Entre amigos, também me faz confusão tais cerimónias - quem tem vontade que coma ou então, divide-se o último pedaço por todos, o que origina algumas gargalhadas, tal é a quantidade insignificante que resulta a cada um.
ResponderEliminarDevíamos gozar mais os momentos, ao invés de nos preocuparmos tanto com aquilo que os outros pensam.
Gosto dessa forma de pensar :)
EliminarChamem o cão e o assunto fica arrumado! Se o cão não aparece, alguém vai começar a ladrar. :D:D
ResponderEliminarO meu irmão mais velho perguntava "Ninguém quer mais, POIS NÃO?" As pessoas viam-se obrigadas a dizer que não e ele ficava todo contente ahahah
ResponderEliminarQuando estou à vontade, uso exatamente o mesmo sistema que o irmão da Carolina... e também fico toda contente! :-)
EliminarAntes não era assim, agora não estou para me chatear. Também não levo a mal se outra pessoa fizer o mesmo.
Já deves ter percebido que eu não tenho vergonha nenhuma, por isso, entre amigos, família, essas coisas não existem, quem for lá primeiro, BINGO! e depois quando os jantares e os convívios já são uma constante, já existe aquela espécime, que tem a fama e o proveito.
ResponderEliminarVês, hoje consegui dar três!...respostas, claro. ;)
Assim é que é :)
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