o bernardo silva não passa de um desgraçadinho

Saiu a lista dos finalistas para o prémio The Best. Cristiano Ronaldo está lá, como deveria. Messi também. E aos dois craques mundiais juntam-se mais oito jogadores. Quando fiquei a saber quem eram os nomeados, estranhei a ausência de Bernardo Silva. Que considero ser uma das maiores injustiças/anedotas dos últimos tempos.

Bernardo Silva fez uma época brilhante. Ao ponto de Pep Guardiola, seu treinador no Manchester City, defender que foi o jogador mais importante da equipa e que merecia ter vencido o prémio de melhor jogador do campeonato. O português foi preponderante para todas as conquistas domésticas do clube. Que foi o primeiro na história do futebol inglês a ganhar todas as provas nacionais numa época.

A isto junta-se a importância que tem na equipa de todos nós, que conquistou a Liga das Nações. Está na lista dos melhores médios do mundo, mas parece que isto não chega. E talvez não venha mesmo a chegar. Porque Bernardo Silva está longe de ser igual aos jogadores da actualidade. É craque com a bola nos pés. Joga bem em todas as posições, em todas as equipas e mesmo quando não tem os melhores dias, corre que se farta. Mas acaba aqui.

Bernardo Silva não tem 1,90 m. Não tem o corpo tatuado. Não está cheio de músculos. Não passa a vida a aparecer em anúncios. Não tem namoradas mediáticas. Não é um mega fenómeno nas redes sociais. E está muito longe de ser polémico. Coisas muito valorizadas nos dias que correm. Bernardo Silva é “apenas” um puto que se preocupa em jogar futebol. Que é inteligente. Que sabe dizer duas frases seguidas em condições. Que tem uma postura discreta.

E no futebol actual isto é ser um coitadinho, um desgraçadinho. É pena que um jogador brilhante, ao nível do que poucos conseguem alcançar, passe despercebido a quem tem de analisar estas coisas. A quem escolhe os jogadores que estão no lote dos melhores. Tenho a secreta esperança de que seja feita justiça na Bola de Ouro. E que o português esteja na lista dos 10 melhores do mundo.