Acredito que qualquer jornalista procure notícias daquelas que mudam algo, que colocam um País a debater determinado tempo e que acabam por se transformar em diversas notícias. Acredito também que existam jornalistas que desejem fazer jornalismo de investigação, algo praticamente inexistente em Portugal. Haverá também, mas num número menor, jornalistas que ambicionam cobrir uma guerra (e não me refiro aqueles que ficam na varanda de um hotel de luxo a fingir que estão no meio do campo de batalha). No meu caso, e além de tudo isto, existe algo que me dá um especial prazer.
Refiro-me às entrevistas. Que para mim são um jogo de sedução entre entrevistado e entrevistador. Especialmente quando não se conhecem e será aquela entrevista que irá marcar a relação futura entre ambos. Quando digo que é um jogo de sedução refiro-me à conquista que tem de ser feita. E esse é o grande desafio do entrevistador. Tem de saber guiar a conversa de modo a chegar ao destino que deseja. E este percurso vive de muitas curvas, dependendo da complexidade do entrevistado. E isto é mágico. O jogo de sedução para chegar ao destino é das coisas de que mais gosto no jornalismo.
As pessoas, na sua generalidade, apreciam as entrevistas de Daniel Oliveira. E isto é um bom exemplo. Não é qualquer jornalista que faz muitas daquelas perguntas. E não se podem fazer assim sem mais nem menos. Lá está, é preciso seduzir. E esta sedução acaba por conquistar os entrevistados que ainda não sonham sequer ser convidados para uma entrevista. Conseguir isto com algumas pessoas já é muito bom. E para mim é uma das coisas mais apaixonantes do jornalismo. É das melhores coisas que se podem fazer. E por mais simples que aparente ser, uma boa entrevista vai muito além de procurar informações sobre a pessoa que se vai entrevistar.
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