Nas manhãs da m80, a propósito da rubrica de Nuno Markl, falou-se do casamento. Bárbara Guevara, uma das animadoras da manhã, acabou por afirmar que o matrimónio é uma tragédia. E baseou o seu ponto de vista na ausência de eternidade no mesmo. Ou seja, o casamento irá sempre acabar. Por exemplo, por algo que motive uma separação, ou pela morte de uma das pessoas. Dizia Bárbara Guevara que o casamento está destinado a ser uma tragédia. Ao que Nuno Markl acrescentou, e com base no mesmo modo de pensar, que a vida também é assim. Porque também acaba.
Se olhar para esta perspectiva tenho de a aplicar a praticamente tudo na vida. Porque quase tudo, ou mesmo tudo, tem um fim. Se pensasse assim, não teria começado a jogar futebol com doze anos porque já era certo que um dia teria de deixar de jogar. E isto pode ser aplicado a tudo pois poucas coisas/pessoas alcançam a eternidade. E mesmo essa, por mais que todos concordem com ela agora, ninguém a pode garantir. Não é certo que fulano, beltrano ou sicrano nunca sejam esquecidos. Não é garantido que a obra deste ou daquele seja sempre recuperada por alguém. Ninguém pode garantir que este ou aquele e que isto ou aquilo será eterno.
Se as pessoas viverem com a ideia de que o casamento ou a vida são uma tragédia vão abdicar de tantas coisas boas. Que nada dura para sempre é uma certeza com que todas as pessoas vivem. Estar sempre a pensar nisso é desperdiçar tempo que poderia ser ocupado com tantas outras coisas. Por isso é que prefiro viver com a ideia de que o casamento será eterno enquanto tiver que ser. Que a vida será eterna enquanto tiver que ser. E que tudo aquilo que é bom é eterno enquanto dura. E essa eternidade chega para que a sensação seja muito melhor do que o sabor do medo da certeza da tragédia.
Verdade, não vale a pena pensarmos dessa forma, temos é de viver cada dia ao máximo.
ResponderEliminarSe formos pensar nada fazemos.
Eliminar"Que seja bom enquanto durar"
ResponderEliminarÉ isso mesmo.
EliminarGostei do texto. Concordo que as pessoas que acreditam não devem abdicar.
ResponderEliminarO tema é muito discutível.
Eu não sou casada, nunca fui nem nunca serei ... porque sou contra o casamento.
Ana
Tudo é discutível ;)
EliminarSeres contra o casamento não te impede de ter uma visão tão ou mais válida do que as outras pessoas.
Concordo com o teu texto, do princípio ao fim. Faz-me lembrar as pessoas que dizem que não querem ter animais de estimação, porque um dia vão morrer e elas vão sofrer muito. Não sabem o que perdem...
ResponderEliminarNão sabem mesmo. Por pior que seja o momento final, a viagem faz com que valha a pena.
EliminarSe formos a pensar nas possíveis tragédias de cada uma das nossas atitudes, não fazíamos nada na vida. Eu acredito no casamento. Como não, se estou prestes a fazer 50 anos de casamento. Graças a Deus, e ao amor que nos une, muito felizes. Dificilmente um não ficará sozinho um dia qualquer. Mas esse facto nunca apagará da memória, a alegria, a felicidade, até a cumplicidade dos 50 ou 60 anos que ficaram para trás.
ResponderEliminarUm abraço
Não diria melhor. E é isso que é de realçar. Um momento doloroso não apaga tantos outros tão especiais.
EliminarAbraço
Ora pois, tendo em conta o fim que é certo vale sempre a pena passar pela experiência! Enriquece! Seja na vida, como no casamento, ou em tantas outras coisas!
ResponderEliminarÉ isso mesmo!
EliminarExistem tragédias que são casamentos, isso sim.
ResponderEliminarTambém é verdade.
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