12.1.16

fiquei desiludida contigo

Ontem presenciei o momento em que duas adolescentes tiveram a oportunidade de conhecer uma figura pública masculina que pelo que percebi admiravam. Era notória essa admiração ou encanto por alguém que teriam a oportunidade de conhecer pessoalmente. Depois disso acontecer passaram por mim já sem a alegria anterior ao momento em que lidaram com a pessoa em questão. “Fiquei desiludida com ele”, dizia uma à outra.

Este episódio fez-me recordar aqueles momentos em que muitas pessoas dizem coisas como “não sei como é que ele foi capaz de deixar aquela mulher” ou “ela deve ser mesmo tonta para acabar a relação com aquele homem”, duas frases muito populares que muitas pessoas associam a figuras públicas que não conhecem. Ou de quem apenas conhecem a imagem pública que lhes chega a casa através da televisão, apenas para dar um exemplo.

A desilusão que aquelas duas adolescentes sentiram, e que tantas outras pessoas sentem quando lidam com uma figura pública, é da responsabilidade das próprias pessoas. Numa fase inicial existe um encanto. Que tem quase sempre como ponto inicial a imagem da pessoa. Ou porque a figura pública é gira, ou porque o famoso é bonito e tem um corpo escultural ou ainda porque tem uma presença assídua na televisão num registo que as pessoas admiram.

Isto faz com que apenas se imaginem maravilhas sobre essa pessoa. Ninguém imagina uma figura pública que admira como alguém com defeitos. É tudo perfeito. Ninguém imaginar uma figura pública com mau feitio, a gritar com outros ou com uma grande dose de teimosia. Tal como ninguém imagina que seja possível existir um dia mau em que se dá uma resposta menos simpática. Nada disto existe. É da perfeição para cima. Aquelas pessoas são os homens e as mulheres de sonho. São aquela pessoa com que muitos sonham para ter uma relação para a vida. E quando assim é só existe o que é bom.

Perante isto, e quando existe a possibilidade de conhecer o lado real de alguém, é muito fácil ficar desiludido com uma figura pública. E esta nem tem de fazer nada de extraordinário para causar essa desilusão. Basicamente, aquilo que acontece é que as pessoas ficam a perceber que é uma pessoa igual a tantas outras. Com a diferença de ter uma profissão mediática. Por isso, quando ouço coisas como “não sei como é que y foi capaz de deixar x” respondo sempre que uma coisa é a ideia que temos da pessoa, outra completamente diferente é (con)viver com essa pessoa. No final do dia, e no domínio das qualidades e defeitos, as pessoas são todas iguais.

6 comentários:

  1. Olá :)

    Só para dizer que não há ser humano à face deste planeta que possa competir com uma fantasia.

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  2. A minha opinião sobre figuras públicas mudou (tinha-os todos no patamar da irrealidade) quando me comecei a deparar com eles. Iguais, humanos, alguns deles até mais sensíveis, tamanha a exposição que são alvos.

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  3. Como estudei a área artística conheci vários atores, e são pessoas como nós, nada mais do que isso, muita gente é que cria essa ilusão nas suas cabeças.

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