Há uns tempos estava a ver um jogo de futebol na televisão. Creio que era do campeonato russo mas não sei precisar. Num determinado momento falaram de um jogador específico. E disseram a sua idade. O comentador salientou que tinha trinta anos. E dei por mim a pensar na idade desse jogador. “Tem trinta anos? Não sabia que era da minha idade”, é o melhor resumo que posso fazer do que pensei. Até que percebi que não era da minha idade. Porque na realidade tenho 33 anos e em Maio irei somar mais um.
Lembrei-me disto hoje porque ao almoço falou-se da idade. Exceptuando uma pessoa, os que estavam à mesa já passaram a barreira dos trinta. Uns mais perto dos quarenta, outros menos mas todos com mais de trinta. E uma das pessoas dizia que nos imaginava a todos mais novos. Que pensava em nós como pessoas com pouco mais de vinte anos. Que não se recordava das nossas verdadeiras idades.
Estou longe de me considerar “velho” mas também raramente me lembro de que tenho 33 anos. Vejo-me como um puto. E isto não tem nada a ver com a aparência física. Refiro-me mesmo ao estado de espírito. Porque a verdadeira idade é esse estado de espírito. E não uma data que consta num qualquer documento de identificação. As pessoas definem a sua idade com a forma como estão na vida. E a forma como encaro a minha vida leva a que não perca tempo com os anos que passam por mim. Parece que parei algures no tempo.
E noto isto também noutras pessoas. De segunda a sexta-feira tenho a companhia de uma mulher no ginásio que faz os mesmos treinos do que eu. Mulher essa que já passou há algum tempo a barreira dos cinquenta anos. Se não me engano até está mais perto dos sessenta. E que todos os dias está às sete da manhã no ginásio. Faz o circuito que faço e as aulas de cycle. Por exemplo ainda hoje, fez os mesmos oito tabatas que também fiz. Pode não fazer com a mesma intensidade do que eu nem com os mesmo pesos (em alguns casos) mas faz. E nunca desiste, ao contrário de outras pessoas bem mais novas do que ela.
Envelhecer antes daquilo que o nosso corpo dita fisicamente é uma opção. Acredito nisso. E recuso-me a desistir do que quer que seja ou a ver-me como alguém sem pedalada para isto ou para aquilo por causa da idade. O que não implica que me sinta na obrigação de competir, no que quer que seja, com jovens de vinte anos apenas pelo prazer de lhes mostrar que sou melhor do que eles. A competição é apenas comigo. E manter-me jovem será sempre a opção certa.
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii este ano faço 40, queres que te diga, MODESTAMENTE eheheheh não me importo, sinto me com eles, mentalmente sei mais, aprendi mais, tolero mais, fisicamente, podes me dar já aqui chibatadas, porque precisava dessas 8 tabatas seja lá o que isso for. Mas sinto me bem como estou. Neste momento só posso dizer, venha os 40 as caipirinhas e vamos festejar, estou viva. Adelaide
ResponderEliminarEm cada tabata fazes um exercício oito vezes durante vinte segundos e com intensidade máxima. Descansas poucos segundos entre cada série. É isto vezes oito. Ias gostar. No jantar deu para ver que és uma pessoa de espírito jovem.
EliminarPenso exatamente da mesma forma. O meu pai ensinou-me que a idade está :"Ai dentro", ao mesmo tempo que aponta para a cabeça. É mesmo! Vou ter 38 no final do mês, olho para trás e sinto que aproveitei todos os dias da minha vida ao máximo. Sou uma jovem quase quarentona, tenho o speed que muitos jovens não têm. Acho que talvez a única coisa que mudou em mim ao longo dos anos foi o sentido de responsabilidade, desde que fui mãe. Comecei a ponderar mais o que faço, porque os nossos filhos dependem de nós, pais.
ResponderEliminarhttp://thelusofrenchie.blogspot.pt
Espero que nunca mudes :)
EliminarIncrível. Podes não acreditar, mas ainda ontem, em conversa com uma grande amiga, debatido me com essa realidade.
ResponderEliminarPor momentos entrei em pânico, com medo da velhice da doença e da morte. Achando que estou aqui à tão pouco tempo, mas já perto dos 30 e com tanto por realizar...
Nunca viverei em função disso, claro.
A vida é curta e eu sou uma miúda com síndrome Peter pan.
Não gosto de pensar na morte. Mas, cada vez que sou "obrigado" a pensar nela prefiro pensar em aproveitar o tempo enquanto estou vivo.
Eliminar"E manter-me jovem será sempre a opção certa."
ResponderEliminarÉ isso mesmo e força com essa tua atitude de "puto".
(sabes que eu convivo com mulheres mais novas que eu cerca de 10 a 15 anos e elas dizem que adoram sair comigo porque não tenho a mentalidade das cotas com quem convivemos no dia a dia).
E por que falaste na senhora cinquentenária ou sexagenária, que faz os mesmo exercícios que tu, quando tiveres um tempinho, clica aqui , mo meu outro canto.
Beijinho
http://cantinhodacasa.blogs.sapo.pt/ela-sabe-o-que-faz-821909
Vou espreitar ;)
Eliminarnota-se aqui no blog que deves realmente ter uma mentalidade jovem e aberta, mas também muitos textos já revelão uma maturidade que aos 20 raramente existe.
ResponderEliminarMuito obrigado pelas tuas palavras. É bom ler isso. Muito obrigado.
EliminarEu não podia concordar mais, a idade é apenas um número num papel, nada mais. O importante é que nos sintamos bem connosco próprios, e isso, não tem idade.
ResponderEliminarNós fazemos a nossa idade.
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