o medo não venceu (nem poderá vencer)

Depois de assassinarem parte da redacção, os assassinos anunciaram a morte de Charlie Hebdo. Mas vangloriaram-se de uma coisa que não conseguem fazer. Porque na quarta-feira vai estar nas bancas um milhão de exemplares da próxima edição do semanário satírico. “Vamos continuar, decidimos sair na próxima semana. Todos concordámos com isso. Vamos fazer o jornal em nossa casa, vamos desenrascar-nos”, disse, em lágrimas, Patrick Pelloux, um dos cronistas da publicação.

“O jornal vai continuar porque eles não ganharam. Charb, Cabu, Wolinski, Bernard Maris, Honoré, Elsa, Tignous, Mustapha, o guarda que foi abatido… não morreram em vão”, acrescentou. “Charb [director] dizia sempre que o jornal deve sair custe o que custar”, concluiu. Esta ideia foi reforçada pelo chefe de redacção, Gérard Biard. Entre os sobreviventes encontram-se muitos desenhadores importantes, como o caso de Luz, que fez o desenho que motivou o atentado de 2011 e ainda Riss, Riad Sattouf, Willem, Catherine Meurisse e ‘Coco’.

Acredito que esta decisão tenha sido bastante dolorosa mas acredito também que foi fácil de tomar. E é também a mais lógica. E a principal que derrota o ataque bárbaro que roubou a vida a mais de uma dezena de pessoas. O medo não pode vencer. E essa mensagem é transmitida com a continuação imediata do Charlie Hebdo. Obrigado a todos por não deixarem o medo vencer. #jesuischarlie