antes e depois. como as coisas mudam

Combinei almoçar com um amigo de longa data. Uma pessoa que conheço desde os meus 14/15 anos. Pessoa essa que hoje é bastante conhecida e que faz delirar um vasto leque de fãs. Refiro-me a Pedro Teixeira, que além do seu trabalho mais visível, é também o autor (em parceria com Tiago Froufe) do blogue Bons Rapazes. Para muitas pessoas, trata-se de uma figura pública mas, para mim, será sempre o puto que jogou futebol comigo.

Quando estou com o Teixeira nunca me lembro de que é “famoso”, independentemente de fazer algumas perguntas sobre a sua carreira. Para mim será sempre um dos maiores “malucos” com quem partilhei o balneário. Nestes momentos lembro-me sempre das coisas que passámos juntos, como é o caso de ter ficado retido num balneário à espera de escolta policial por sua causa ou de uma noite, em que festejámos o título de campeões, de bastantes loucuras no saudoso (não sei se ainda funciona nos mesmos moldes) Moinho da Praia, uma gigantesca discoteca no Samouco.

Nessa altura, ninguém olhava para nós, apesar de algumas vezes pensar se as pessoas que estiveram na discoteca naquela noite o reconheceram na televisão. Eu não imaginava que ia seguir esta área. E acredito que o puto não pensasse ser actor. Atrevo-me a dizer que queríamos ser, como tantos outros rapazes, jogadores de futebol. Os tempos passaram. Ninguém continua a olhar para mim. Nesse aspecto, nada mudou na minha vida. Mas, todas as pessoas olham para ele.

Hoje, ao almoçar com ele e nos tempos em que estivemos juntos deu para sentir que as pessoas olham. Observam. Comentam. Algo que considero normal na vida de uma figura pública. Como não é uma rotina minha, estranho a sensação porque para mim estou a almoçar com um amigo como outro qualquer. Quando a ficha cai, é divertido perceber aquilo que éramos e os caminhos que as nossas vidas levaram e que acabam por se cruzar num registo diferente do anterior.

E nestes momentos, fico sempre a pensar no mesmo: será que aquele grupo que estava na discoteca naquela noite se recorda dele? E desmancho-me em gargalhadas a pensar nas eventuais reacções.