Perto da minha casa existe um parque de estacionamento, de uma considerável dimensão, que raramente está ocupado por carros. Há quem o utilize para brincar com os filhos ou para brincar com os cães, por exemplo. Ontem, ao chegar a casa, deparei-me com algo diferente. Nesse local estava um grupo de indianos. Eram todos adultos e tinham feito do parque de estacionamento um campo de críquete. Com tábuas improvisaram tacos e recorriam a uma bola de ténis para jogar.
Eram adultos mas pareciam um grupo de putos. Corriam pelo alcatrão, sorriam com os falhanços de quem tinha o taco e notava-se que para eles era como se estivessem num verdadeiro campo relvado. Queriam era divertir-se e encontraram ali, naquele pedaço de alcatrão, o local ideal para o fazer, provavelmente depois de um dia de trabalho. Ao olhar para eles, recordei os tempos em que joguei futebol e basebol no meio da rua e em espaços muito mais apertados do que aquele.
Apeteceu-me parar o carro e fazer aquilo que era normal fazer quando era puto. Nessa altura, apesar de, em alguns casos, não se combinar nada com ninguém, vestia-se a roupa do futebol e aparecia-se no campo, onde estava sempre alguém. “Há lugar para mais um?”, perguntava-se. E havia sempre espaço para essa pessoa. Quis ir pedir para jogar mas cedo desisti porque, ao contrário deles, não tenho qualquer cultura de críquete. Rapidamente transformava aquilo num jogo de basebol e era corrido em minutos.
Gosto de pessoas assim. Gosto de adultos que não se esquecem de ser crianças. Que não hesitam e que jogam críquete no meio da rua em vez de pensar “somos velhos para estar a brincar na rua”. Pessoas que fazem aquilo que realmente lhes apetece, independentemente da opinião dos outros. Gosto de acreditar que somos todos crianças. A diferença está naqueles que se esforçam para esconder que o são, ao contrário dos que não têm qualquer problema em passar uma “vergonha” (aos olhos dos outros) ao mostrar que apesar da idade adulta ainda são umas verdadeiras crianças.
Este texto podia ter sido escrito por mim! Concordo plenamente!
ResponderEliminarHá ainda os "pseudo-adultos" que agem como pré-adolescentes...
É verdade. Também existe essa categoria :)
Eliminaroh pah! Que delícia!!!
ResponderEliminarAdorava poder ter estado só a assistir, só isso é uma alegria :)
E sabe tão bem ver essa transparência em pessoas 'crescidas'!!!
Foi bom de ver por vários motivos. A começar porque não é muito comum encontrar pessoas a jogar críquete.
EliminarEstarás tu a referires-te às batalhas campais que ainda hoje travamos as 3 em cima da cama?! Ou à apanhada que jogamos 2 contra uma para a "matar" de cócegas?!...ou se calhar refereste às vezes em que vamos para o parque jogar à bola, ou meter uns cestos...sabes...estou-me a poupar:)))) quero ver se ainda guardo energias para brincar assim com as minhas netas:))
ResponderEliminarJinhoooooossss Bruninho e um fim de semana da criança cheio de sol (jinhos especial para a tua sobrinha!)
Aposto que vais ter energias para dar e vender :)
EliminarEste dia, mais do que da minha sobrinha, vai ser da minha mãe, que faz anos.
Beijos e bom fim-de-semana
Boa!!!!! Jinhooooossss muitos para ela então também:))) e Parabéns, mas dá-lhe só no dia sim?! 'Gradecida!
EliminarCombinado. Assim foi :)
Eliminarbeijos
Excelente, e acho que devias ter ido... eles ajudavam-te no criquete.
ResponderEliminarBelos tempos em que, na praia, fazíamos jogos de basebol (sem sabermos jogar). Era tudo tão natural, divertido, simples...e muito mais fazíamos.
Sabe bem recordar estes momentos e sim, todos devemos ser crianças e não ter vergonha de o mostrar.
Beijinho
Um dos jogos de que mais tenho saudades é do futebol humano. O que me divertia com isso. E jogar às cinco pedras que quase ninguém sabe o que é.
Eliminarbeijos
Tão bom. :) :) Que nunca deixemos de ser crianças. :)
ResponderEliminarbeijinho
Espero bem que não :)
EliminarEu que lido com crianças todos os dias, os meus filhos e os meus alunos, posso dizer que adoro acompanhá-los nas suas brincadeiras. Sabe tão bem esquecer por uns momentos de que somos adultos e aproveitar esses instantes de inocência.
ResponderEliminarhttp://thelusofrenchie.blogspot.pt
São momentos que nos fazem sentir vivos, não é?
EliminarExatamente...mem que seja só por instantes, temos o poder de uma máquina do tempo...voltamos ao passado. :)
EliminarOlá Bruno,
ResponderEliminarGosto de cá vir de vez em quando, embora nunca antes tenha comentado.
Só não percebo como há tanta gente na blogosfera que tem os seus empregos e que, no seu horário de trabalho, está constantemente nas redes sociais (nos seus blogues, a comentar no dos outros, instagrams, facebooks, etc).
Olá. Obrigado pelas tuas palavras.
EliminarA pergunta que fazes depende de caso para caso e de profissão para profissão. Posso responder apenas por mim. Trabalho o dia inteiro à frente do computador. Não faço pausas para fumar, não tenho o hábito de ir para a máquina do café conversar nem outras coisas. Os momentos livres que tenho, uso para o blogue. Mas o trabalho é sempre a prioridade e ele é que manda em mim e gere o meu tempo.
Por isso, cada pessoa saberá de si e da sua gestão e qual o melhor momento para estar na internet. Mas também existe quem vá à internet durante o horário de expediente apenas para ver que fulano está nas redes sociais de que falas. Ou seja, usam o seu tempo para controlar outros.
Hoje consegui divertir-me como uma criança fui ao parque com a minha sobrinha que tem apenas dois anos e andei no escorrega ao mesmo tempo que ela (ela ainda é pequenina para andar sozinha) eheheheh
ResponderEliminarTão mas tão bom :)
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