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6.12.18

querem saber como é ter um cão? é assim... (preparem-se para as lágrimas)

Tive um cão durante 14 anos. E por mais estranho que isto possa soar a outras pessoas, olhava para o Óscar como um irmão. Foram momentos muito bons ao longo de vários anos que, com o passar do tempo, acabaram por se sobrepor à dor da sua morte, momento que presenciei de perto ao transporta-lo para o veterinário.

Quem nunca teve um cão poderá não perceber a minha forma de sentir. E a verdade é que existem muitas pessoas que perguntam "como é ter um cão". Melhor do que tentar explicar, partilho um vídeo que vi hoje na página de Facebook de um amigo. Provavelmente, vão chorar a ver o vídeo até ao fim. Mas é impossível colocar em palavras tudo aquilo que aparece neste vídeo. Porque ter um cão é mesmo assim.

3.7.17

ser fêmea não é nada fácil

Em tempos - ainda no ano passado - apareceu uma cadela abandonada no meu local de trabalho. Dia após dia lá estava no parque de estacionamento da empresa. Criei empatia com a cadela - que baptizei de Jane Doe, sendo que também lhe chamam Matilde - e desde então que a alimento. O encanto pela cadela alastrou-se a outras pessoas e arranjou-se uma grande casa para ela. Opção que preferi mil vezes quando comparado com a entregar a um canil.

Desde então que a Jane é alimentada. Até já se pagou a uma veterinária para ir fazer uma visita à Jane. Que neste momento está desparasitada e vacinada (e chipada, creio). A Jane passou a ser de todos nós. É uma mascote da empresa. Até que um dia apareceu um cão que não largava a Jane. Não tenho jeito para acertar nos cinco números e nas duas estrelas do Euromilhões, mas rapidamente percebi que a minha amiga estava prenha. Na altura do parto, a Jane enfiou-se num sítio onde sabia que ninguém conseguiria mexer nos filhotes.

E assim foi. Agora, (mais ou menos) um mês depois, os filhotes da Jane - dois cães e uma cadela - já andam à solta no parque de estacionamento. Já se metem com todas as pessoas, que também os adoptaram, tal como aconteceu com a mãe. A diferença é que o objectivo é que alguém fique com os pequeninos. Porque podem ter uma vida muito melhor do que têm ali. Mas até para nascer é preciso ter sorte.

Diversas pessoas revelaram interesse em adoptar os animais, mas ficaram-se pelas palavras. Agora parece ser de vez. Os dois meninos já têm interessados e em breve vão para as suas famílias (de confiança). Sobra a menina. Que é um amor, que é a única castanha e que só quer brincadeira e mimos. É caso para dizer que ser fêmea não é nada fácil. Porque as pessoas tendem a querer os meninos. Dão-lhes prioridade.

Nesse sentido, publico este texto. Caso alguém (adopção responsável) esteja interessado em adoptar a filha da Jane, poderá enviar-me um email ou mensagem pelo facebook do blogue. Posso dar mais informações e até podemos combinar uma visita para conhecerem a ninhada. Acrescento que o porte será grande. Obrigado desde já pela ajuda. Vamos ajudar a menina a encontrar uma família. Uma que lhe dê ainda mais amor do que todos nós damos no nosso trabalho.

18.5.17

a decisão de mandar abater um cão

Ao longo da minha vida tive um cão. Na realidade foram dois. Mas quanto tive o primeiro era muito pequeno. E o tempo que esteve connosco foi pouco para que ficassem grandes memórias. Com o Óscar tudo foi diferente. Foram muitos anos a viver com ele. Acompanhou-me no crescimento e no processo em que passei de adolescente a homem. E dele me “despedi” quando fui viver com a minha mulher.

Não quero discutir a forma como cada pessoa ama um animal. Eu amava o Oscar como se fosse um irmão. As pessoas não têm de ser todas como eu. Nem tenho de seguir as ideias das pessoas que não concordam com esta forma de amar. Nem isso importa. Ao longo dos seus anos de vida o Óscar pregou alguns sustos. Até porque tinha ataques epilépticos com alguma frequência. Mesmo medicado. Mas os sustos nunca foram muito intensos. Ou seja, nunca vivi com o receio de olhar para o meu irmãozinho num estado de vida que me deixasse sem saber o que fazer.

O Óscar ficou estranho numa altura em que os meus pais não estavam em casa e em que eu e a minha irmã tínhamos a missão de tomar conta dele. Isto porque nunca passou uma noite sozinho em casa. A minha irmã ligou-me porque tinha visto sangue em casa dos meus pais. Fui imediatamente para lá. Não gostei do que vi e fomos com ele para a veterinária. A meio do caminho parecia ter morrido. Sem saber o que fazer, dei por mim a abanar o Óscar. E a chamar por ele com todas as minhas forças. Vi que estava vivo e cheguei ao veterinário.

Foi imediatamente levado para dentro. A veterinária veio dizer que estava fraco. Mas deu a entender que tudo ficaria bem. Até que vem ter connosco e diz que ele não deve durar muito e que podíamos ir ter com ele. Assim foi e o Óscar morreu perto de mim. Mentia se dissesse que a dor acabou naquele momento. Não há um dia em que não me lembre dele. Em que não pense nele. E nos momentos que vivemos. A dor não desaparece. Muda apenas de formato. De intensidade. Mas nada disto, desta dor, faz com que me arrependa de ter tido um cão. Isso não faz sentido para mim.

Recordo este episódio porque num passado recente, duas pessoas que me são próximas tiveram que tomar a decisão de mandar (ou não) abater os seus cães. Decisão que felizmente nunca tive de tomar. É “fácil” estar do outro lado da barricada. Dizer coisas como “se está a sofrer e se já não vive em condições é melhor tomar essa decisão”. Mas não sou capaz de me colocar no lugar dessas pessoas. De dar o ok a uma decisão que seria incapaz de tomar.

Não consigo imaginar a dor de escolher o momento em que o nosso amigo deixa de viver. Por mais sentido que isso faça. Mesmo sabendo que já não se levanta, que não come e/ou muitas outras coisas. É uma decisão que seria incapaz de tomar. Ao saber destas duas histórias fico agradecido por não ter vivido algo semelhante. Agradeço que o infeliz adeus do Óscar tenha sido rápido, sem o prolongar de uma dor que ninguém deve viver.

1.5.17

arte? sensualidade? as duas coisas? ou nada disto?

Cruzei-me com estas fotos na internet. E ainda não consegui perceber se é algo sensual. Se é algo artístico. Se será arte. Se será uma mistura de tudo isto. Ou se será outra coisa qualquer. Mas aceito palpites...





30.4.17

os maus dos pitbulls e dos rottweilers

Sempre que existe uma notícia que tem associada um cão de uma raça considerada potencialmente perigosa surge no imediato uma colagem entre cães e donos. Quero com isto dizer que facilmente se passa a ideia de que os cães, como é o caso dos pitbulls e dos rottweilers, são todos maus. Não há um que se aproveite. E o melhor é mesmo abater todos. Não existem triagem. É tudo para matar!

Discordo por completo deste modo de pensar. Porque os cães não são todos maus. E a culpa não está nos animais mas nos donos. E por mais dramática que possa ser uma notícia sou incapaz de olhar para a mesma como sendo solucionada pelo abate do animal. Até porque estas notícias tem quase todas como protagonistas animais que, infelizmente, não têm os melhores donos. E os animais não devem ser abatidos apenas porque não tiveram sorte no dono que lhes calhou.

No meu prédio vivia um pitbull. E dou este exemplo porque me é próximo. Nunca vi o cão ser mau para ninguém. Aliás, sempre que passava por ele vinha ter comigo, dentro do terraço onde vivia, de modo a que lhe pudesse fazer festinhas. E era comum ver aquele cão a querer festinhas das pessoas que por ali passavam, quer fossem do prédio ou não. As únicas vezes que ouvia o cão ladrar era quando ficava a avistar gatos que por ali andavam ou em noites de maior confusão na rua. Mas sem ser violento. Simplesmente ladrava.

Este exemplo não se aplica a todos os cães. Tal como aqueles que mordem não servem de bitola para todos os outros. Cada caso é um caso e é assim que as coisas devem ser analisadas. Existem regras que têm de ser cumpridas por donos de animais de determinadas raças. E este deve ser um ponto de partida. E não o abate dos cães como solução para tudo. Matar um animal não resolve a falta de jeito de algumas pessoas para terem um animal de estimação. Castigar, de forma justa, um dono que não cumpre as regras a que está sujeito é capaz de ser uma solução mais interessante.

De resto, gostava que as pessoas que facilmente são a favor da morte de um animal (e não tenho qualquer problema com isto) tivessem o mesmo empenho em outras situações que estão erradas na nossa sociedade e que passam por muitos outros crimes e situações injustas. Não sou ninguém para defender qual o tipo de lutas que merecem o empenho das pessoas. Mas, e peço desculpa pelo desabafo, fico triste e desiludido com a falta de empenho em determinados casos e a facilidade com que se julgam outros.

3.2.17

os radares são como as vacas

As estradas têm cada vez mais radares. Pelos aquelas que percorro no percurso casa-trabalho-casa. Devo cruzar-me com, mais ou menos, dez radares diariamente. Todos identificados. Alguns colocados em locais onde é mais fácil ser multado mas todos assinalados de modo a que os condutores não se possam queixar.

Olho para estes radares como as vacas. Existem vacas que estão cercadas por vedações eléctricas. E que costumam apanhar alguns choques. Poucos. Quando isso acontece os donos desligam as vedações, que por norma são muito mais baixas do que as outras. Fenómeno com o qual me deparei numa viagem aos Açores. E na altura explicaram-me que o choque faz com que não se voltem a aproximar das vedações.

Associo este fenómeno aos radares. Porque acho que os condutores também só aprendem com “choques”, leia-se multas. Não sei se os radares já estão todos em funcionamento. Não sei se vão estar. Mas o medo da multa, associado à pontuação da carta, leva a que as pessoas moderem a velocidade da condução. Que passem a respeitar aquilo que ignoravam antes de uma multa.

3.1.17

os cães são inteligentes (azar de quem não gosta deles)

Gosto de animais. E adoro cães. Para os quais olho como seres bastante inteligentes. Muito mais do que algumas pessoas com as quais me cruzo ocasionalmente. Do ponto de vista científico não sei se os cães são inteligentes ou não. E a verdade é que isso não me interessa. Gosto de pensar que são. E mal de quem não gosta deles. Isso não é um problema meu.

Quando voltei ao trabalho, no dia 2, parei o carro no parque da empresa e deparei-me com uma cadela. Grande mas muito meiga. Que se meteu comigo. Quando tinha a minha atenção parecia chamar por mim. Dava a entender que queria que a seguisse. E assim foi. Enquanto caminhava acreditava que acabaria por deparar-me com uma ninhada.

Algo que não aconteceu. Fui guiado por ela até a uma zona onde lhe devem deixar comida. Era esse o aspecto daquele local. Nesse momento fiquei com a ideia de que a cadela tinha fome. Infelizmente não tinha nada para lhe dar e acabei por abandonar o local. E não me voltei a deparar com a cadela, tanto à hora de almoço como quando saí do trabalho. Até que hoje de manhã foi mais do mesmo.

Lá chamou por mim até ao mesmo local. Sempre muito meiga. E hoje aproveitei a hora de almoço para lhe comprar comida. Quando cheguei deparei-me com ela naquele que deve ser o local onde dorme. Dei-lhe duas embalagens de comida húmida que devorou em minutos. Tinha tanta fome que lambeu, umas duas vezes, cada uma das embalagens. Não gastei um euro e acredito ter ajudado a saciar a fome daquele pobre animal que parece viver aqui por perto.

Tudo isto para dizer que a forma como a cadela decidiu comunicar comigo foi sinal de inteligência. Pelo menos é nisso que acredito. O que não faz com que defenda que todas as pessoas devem pensar de igual modo. Quem acha que os animais não são nada de extraordinário não sabe o que perde.

1.10.16

feliz dia do animal











Um trabalho extraordinário do fotógrafo alemão Christian Vieler que decidiu captar o momento em que os fiéis amigos de quatro patas apanham um biscoito.

27.4.16

era mesmo caso para dizer: "simba? que se f*** que era só um cão"

Se não estou em erro este é o terceiro texto que dedico a Simba, o Leão da Rodésia que foi morto a tiro por um vizinho, no ano passado. Em relação ao que já escrevi pouco posso acrescentar e quem por aqui passa sabe o que sinto em relação aos animais, sobretudo em relação aos cães, que são a minha paixão. No último texto congratulei-me pelo início do julgamento daquele que era o presumível autor do crime. Agora escrevo para contar que o homem foi condenado pela morte de Simba.

De forma resumida, o homem que assassinou Simba foi condenado a pagar 4000 euros de indemnização aos donos do animal. O juiz entendeu que o autor dos disparos agiu deliberadamente mesmo com este a dizer que a intenção dos disparos era afugentar o cão. Fica também proibido de usar uma arma durante o período de um ano. Por outro lado, Diogo Castiço, dono de Simba foi condenado a uma multa de 2100 euros por crime de ameaça agravada e cinco crimes de injúria por ter chamado assassino ao autor dos disparos. E tudo isto provoca em mim um misto de sensações.

Primeiro fico feliz por este caso (que dará esperança a tantos Simbas) não ter caído em saco roto. Felizmente o caso foi levado até ao fim, houve julgamento e uma condenação por maus tratos a animais. Isto é algo que me deixa esperança para o futuro e para tantos casos semelhantes que passam impunes. Mas tudo isto sabe a muito pouco. É certo que haverá muita gente a considerar que pagar 4000 euros é uma “pequena” fortuna quando se trata da morte de um cão. Mas qualquer pessoa que tenha um cão saberá que 4000 euros não são suficientes para “comprar” a ausência de um dos nossos. E que me desculpem os mais sensíveis mas é a mesma coisa que imaginarem se aquele valor compra a companhia de quem mais gostam e da qual ficam privados devido a um crime cometido por outra pessoa. Com isto não estou a querer dizer que a multa deveria ser maior. Talvez o melhor fosse até outro tipo de castigo. E melhor ainda seria que o tribunal não considerasse um cão como um objecto.

Por outro lado é completamente absurdo que uma pessoa seja condenada a pagar quatro mil euros por ter ficado provado que foi um assassino e que outra seja condenada a pagar 2100 por chamar assassino a quem realmente o é (de acordo com o tribunal). Será que são 1900 euros que separam um assassino de quem tem coragem de o dizer, quando está certo do que diz? Quem é que no lugar de Diogo Castiço não chamaria assassino ao homem que fez os disparos?

Estou feliz por saber que uma pessoa que maltratou um animal foi condenada. Estou triste por saber que o dono do animal foi condenado. E bastante desiludido pelo facto de o tribunal olhar para um cão como um objecto. Misturando isto tudo quero acreditar que é apenas um pequeno passo de bebé dado na direcção correcta. E quero deixar aqui o meu agradecimento ao Diogo Castiço por não ter desistido e por não desistir. Tenho a certeza de que o Simba agradece, tal como tenho a certeza de que todos os Simbas vão acabar por se sentir um pouco mais protegidos tal como tantos donos de tantos outros Simbas vão finalmente perceber que vale a pena lutar por algo tão simples e importante como justiça.

16.4.16

mais um passo nas redes sociais

Existem diversos fenómenos associados às redes sociais. Um deles passa pela quantidade de pessoas que dão “vida” a contas dedicadas a animais de estimação. É o cão X que tem uma página de Facebook e uma conta de Instagram. É o gato Y ou o periquito Z. Cada vez mais as pessoas criam contas para os animais de estimação. E se fosse o próprio animal a gerir a sua conta?

Parece mentira mas é uma realidade. Pelo menos para os cães. E até acaba por ter mais piada do que ser o dono a colocar as imagens online. Existe um produto que se chama The Posting Tail. Trata-se de um colete equipado com sensores, câmara e GPS. Os sensores conseguem distinguir um habitual abanar de cauda de um movimento motivado por um estado de felicidade. Sempre é detectado movimento por felicidade é tirada automaticamente uma foto que é também automaticamente partilhada na conta da rede social do cão.

Este colete pretende também ensinar aos donos aquilo de que o seu melhor amigo mais gosta. As imagens não vão ser ao estilo selfie. Na imagem irá ver-se sempre parte do corpo do cão e aquilo que está a ver. Mais importante do que alimentar uma rede social é perceber os locais onde o animal se sente mais feliz e aquilo que lhe causa maior felicidade. É possível saber mais sobre o produto neste vídeo.

18.3.16

desconhecia esta triste história

Ao longo do tempo de existência do blogue já partilhei diversos textos sobre animais, sobretudo sobre cães, a minha grande paixão. Tive um que me ensinou muito. Sei o que é amar um animal como se fosse da minha família (e era), conheço a dor de o perder, de o ver morrer à minha frente mas em nenhum momento esta dor e o vazio da sua partida conseguem ser mais fortes do que os anos que vivemos juntos e as alegrias que me deu. E posto isto digo que quem nunca teve um animal de estimação não sabe o que perde.

Mas sei também que ter um animal não é para qualquer pessoa. São necessários sacrifícios, é necessária paciência e muito amor. E quando faltam estas coisas é complicado ter um cão. Ter um cão para o deixar dias e dias fechado numa varanda mais vale não ter. Ter um cão para o tratar ao pontapé mais vale não ter. Por mais que algumas pessoas não gostem da comparação, ter um cão é quase o mesmo que ter um filho. Com as devidas distâncias e diferenças temporais o percurso é semelhante. Depois, tratar um cão como um membro da família e como uma pessoa é uma opção de cada um.

Por gostar muito de animais irritam-me os tratamentos dados a alguns animais e as adopções de circunstância. Aquelas que são feitas por capricho em alturas festivas ou para calar um filho que está sempre a dizer que quer ter um cão. Não conhecia a história do Lucas Goya mas ainda bem que a União Zoófila fez questão de a partilhar. Pode ser que assim se consiga dar mais um passo na alteração da mentalidade de muitas pessoas que olham para um animal de estimação como uma camisola que se usa e que se coloca para o lado quando se está farto da mesma. E pior do que isto é a forma como se conduz este processo, não tendo a menor consideração pelo animal.

Ninguém vai adoptar uma criança para dois meses depois ir devolver a mesma porque afinal não era bem aquilo que se pretendia, porque não se tem tempo como se imaginava ter ou porque a vida vai ser um pouco diferente daquilo que se imaginou no momento da adopção. Se não fazem isto com pessoas também não o façam com animais e deixem os animais para as pessoas que realmente desejam e apreciam a sua companhia.

és um(a) dono(a) de gatos paranóico(a)?





















Retirado daqui

25.1.16

simba? que se f***, é só um cão

“Volta e meia os animais de estimação, mais especificamente os cães, são notícia. Infelizmente, na maioria dos casos só se dá destaque a um cão quando este morde/ataca alguém. Faz-se desse animal o maior mal que existe no mundo. Depois, quando um cão salva alguém, consegue algum destaque mas nunca o mesmo daqueles que morderam alguém e que meio mundo deseja que sejam abatidos. Depois, e infelizmente, surgem notícias em que os cães são as vítimas de maus tratos por parte de energúmenos. Mas, mesmo estes, só conseguem ser notícia depois de conquistar as redes sociais. Algo que aconteceu com Simba.

Para quem não conhece a história de Simba, trata-se de um Leão da Rodésia, que alegadamente terá sido assassinado com tiros de caçadeira por um vizinho que é caçador profissional. Andreia Mira, a dona de Simba, ouviu dois tiros de caçadeira e o ganir de um cão. Por precaução chamou Simba que acabou por aparecer ensanguentado, acabando por morrer nos seus braços. Esta história foi partilhada nas redes sociais por Diogo, marido de Andreia e a história tornou-se viral fazendo de Simba um símbolo da luta contra os maus-tratos a animais pois os donos estão dispostos a tudo para que seja feita justiça e nem as ameaças de morte de que foram alvo os irá travar.

Quando surgem histórias infelizes como esta surgem sempre (e em grande número) comentários de pessoas indignadas. Mas não estão indignadas com a morte do animal. Revoltam-se com o tempo de antena que é dado a um cão. “Simba? Que se f***, é só um cão”, é uma boa forma de resumir o modo de pensar destas pessoas. Pessoas essas que defendem que existem problemas muito maiores por resolver. Este modo de pensar faz com que estas pessoas vejam os maus-tratos a um animal de estimação como algo completamente banal e inferior.

Quem já teve um cão, e eu tive um durante 14 anos, sabe que não é apenas um cão. É um membro da família. E não é tratado como inferior apenas porque ladra. É tratado como mais um. É um dos nossos. Sofre-se tanto quando está doente como acontece com outro qualquer familiar. Planeiam-se férias a contar com ele. Dizer que é um membro da família é a melhor forma de resumir tudo. E quem já teve um cão saberá o bem que sabe chegar a casa e ser recebido com a maior alegria do mundo. Alegria essa que é pura e despida de interesses pois nada pedem em troca. Sei o que aquele casal está a sentir porque apesar de o meu cão não ter sido abatido, morreu nos “meus” braços. E sei o vazio que senti e que ainda sinto. Sei aquilo por que os meus pais passaram. Sei o que é entrar numa casa e ficar sempre à espera que ele apareça sabendo que isso não irá acontecer.

Quem nunca teve um cão e acha que não passa disso mesmo, de um cão, experimente ter um. Caso tenham coragem para isso. E predisposição para um amor como provavelmente nunca tiveram nas suas vidas. Ou percam algum tempo a ler relatos, como é o caso deste casal, de pessoas cujas vidas mudaram no dia em que decidiram ter um cão. Como foi o caso de Luís Franco-Bastos que já explicou isso mesmo nas redes sociais. O talentoso humorista é um bom exemplo daquilo que um cão adoptado, neste caso Balotelli, pode fazer por uma pessoa.

Quanto às pessoas que defendem que a morte de Simba não merece destaque porque existem problemas maiores. É um facto que existem problemas maiores. Mas isso não retira importância ao facto de um animal de estimação ter sido abatido com tiros de caçadeira. Não significa que se ignore o problema e que se olhe para o lado aceitando esta barbaridade como algo normal. E isto aplica-se a este caso como a todos os problemas considerados menores. E o problema nunca vão ser os problemas menores. O problema mais grave passa pelas mentalidades menores. Essas é que lixam isto tudo.”

Escrevi este texto no dia 24 de Março do ano passado (aqui). Hoje sorri ao saber que já está a decorrer, no Tribunal de Idanha-a-Nova, o julgamento do autor dos tiros que pode enfrentar uma pena de prisão que pode ir até dois anos e multa de 240 dias. Que a morte deste animal não tenha sido em vão. E que o julgamento não passe despercebido nas notícias e nas redes sociais.

13.1.16

solteiros com gatos: são de fugir ou não?

Já ouvi as mais diferentes teorias sobre pessoas solteiras que têm gatos. E quase todas sobre homens. E muitas das teorias defendem que são homens de quem as mulheres devem fugir. Que são eternos solteiros. Que são pessoas excessivamente ligadas às mães. Que são pessoas que se isolam do mundo. Que adoram “acumular” gatos em casa. Entre muitas outras coisas que aparentemente funcionam com alertas para que se fuja de uma relação com um solteiro assim. Apesar destas teorias apontarem sobretudo ao sexo masculino existe também quem as aplique a elas. Resumindo, pessoas solteiras com gatos são de fugir. É isto que muitas teorias defendem.

Depois existe o oposto. Existem as teorias que defendem que homens solteiros com gatos são de agarrar e manter. Aliás, ao que parece diz que existe uma nova tendência. Diz que as mulheres não resistem a um homem atraente que seja dono de um gato. Que na realidade não existem motivos para fugir destas pessoas. Posto isto, afinal em que é que ficamos? Pessoas solteiras com gatos são de fugir ou não? Existe alguma lógica nestas teorias?

4.8.15

só pode existir algo errado com esta gente


"Consegui uma girafa velha lindíssima. Que animal maravilhoso! O que senti depois de a matar é algo que nunca esquecerei", diz Sabrina Corgatelli a caçadora que incendiou as redes sociais. Só pode existir algo errado com alguém que diz isto com prazer e orgulho. E uma grande sede de protagonismo também.

1.8.15

o prazer e o orgulho de matar um animal

A morte do célebre leão Cecil tem feito correr muita tinta. Sobretudo desde que se descobriu a identidade do assassino, um dentista norte-americano de nome Walter Palmer. Sabe-se agora que este homem, de 50 anos, pagou 45 mil euros para matar um leão e que se defendeu afirmando desconhecer que se tratava de Cecil, um símbolo do Zimbabwe. Sabe-se também que tem um longo historial de morte de animais selvagens que vão de ursos a leopardos, passando ainda por rinocerontes, entre muitos outros animais. Algo que se descobre facilmente na internet pois existem fotos que ilustram as conquistas deste homem. Walter Palmer até já foi a tribunal por causa das suas mortes.

"Lamento profundamente que uma actividade que adoro e pratico de forma responsável (...) tenha resultado na morte deste leão", diz o dentista em sua defesa. O mal não está em matar Cecil. O mal está em matar animais destes. E ainda por cima assumir que se trata de algo que adora. Trata-se de uma pessoa que não gosta de dar tiros. Se assim fosse podia juntar umas latas ou disparar para outros objectos, parados ou em movimento. Não se trata de matar a fome. Se assim fosse, a escolha passaria por outros animas. Não se trata de sobrevivência. Porque nenhum animal o atacou. Trata-se, e isso é que é assustador, do prazer de matar.

Agora pede-se a cabeça de Walter Palmer. Há quem deseje a sua morte da forma mais horrorosa possível. Neste domínio espero sinceramente que a Justiça seja posta em prática. De resto, espero que a infeliz morte de Cecil transforme este tipo de actividade num debate mundial. E que as pessoas percebam que matar pela diversão de matar não é (ou não deve ser) um orgulho para ninguém. Nem um sinal de coragem (quanto muito o oposto). Quem quiser saber mais sobre este tema polémico - e quem quiser/puder ajudar as pessoas que, por exemplo, controlavam os movimentos do leão Cecil - pode visitar este site.

26.6.15

homem indignado com proibição de espancar mulheres

Zeinsbrein é residente numa aldeia portuguesa onde existe a tradição de espancar mulheres e está indignado com a polémica relacionada com a divulgação do vídeo onde aparece uma mulher a ser espancada durante as últimas festas da terra. "É ridículo", explica Zeinsbrein em declarações exclusivas ao homem sem blogue. 

Com 80 anos, Zeinsbrein garante que desde sempre que existe esta tradição associada às festas Toma Lá Qué Prá Aprenderes e que "há três ou quatro anos que é (usada) a mesma mulher". De acordo com o que revelou ao homem sem blogue, é um homem da terra que tem diversas mulheres que oferece uma para este ritual. 

Zeinsbrein reconhece que nesta festa a mulher "levou um pouco mais de porrada", acrescentando que "o dono veio buscá-la, tratou-a e está bem". "Está aí bem bonita, podem vir ver. Já cá veio a Guarda e já a viu", garante. "Quase que já nem tem nódoas negras", prossegue com indignação.

As festas Toma Lá Qué Prá Aprenderes são organizadas pelos mais jovens que ainda mantêm ligação com esta aldeia "onde existem meia dúzia de homens mais velhos que espancam mulheres", como disse Zeinsbrein que teme que se acabe com a tradição e que fiquem "cada vez mais abandonados".

Isto é uma brincadeira em torno desta notícia.

a queima do gato

Ao que parece existe uma suposta tradição nas festas de S. João, em Vila Flor, Bragança, que simplesmente é algo estúpido, bárbaro e lamentável. A tradição (ou ritual) consiste na morte, ou tentativa, lenta e dolorosa de um gato que é colocado dentro de uma peça de barro que, por sua vez, está no topo de um poste com vários metros de altura. O poste é colocado a arder e o gato acaba por cair em chamas. Tudo isto para gáudio das pessoas que assistem a este triste ritual. 

Eu não quero acabar com A Queima do Gato. Sugiro uma ligeira alteração à mesma. Em vez do gato pode colocar-se numa peça de barro uma pessoa que retire prazer deste ritual. Ou um familiar da mesma. Além disso, em vez de um gato arranja-se umas dezenas deles para a plateia. E até se oferecem iPhones aos mesmos para que possam filmar A Queima do Estúpido. E depois partilha-se o vídeo numa qualquer rede social felina onde se podem ouvir coisas como "miau miau miau", que traduzido é algo como "Agora é que ele cai", entre outras coisas como gargalhadas. 

Por norma sou a favor das tradições mas isto é algo ridículo, estúpido, cruel e bárbaro. Isto não tem qualquer lógica. Não faz qualquer sentido. É a crueldade e estupidez no seu estado mais puro. 

PS - Recuso partilhar o vídeo (que facilmente se encontra na net) porque acho que ninguém merece ver e ouvir o sofrimento do gato que corre em chamas. É excessivamente cruel. 

17.6.15

depois dos caracóis a polémica continua com a "escandalosa"

Recentemente surgiu uma polémica motivada por um grupo activista que deu início a uma campanha que defendia os caracóis ao mesmo tempo que promovia o veganismo. Essa campanha (sobre a qual falei aqui) destacava-se por uma fotografia de um caracol e uma folha onde se podia ler "gostava de ser cozido vivo? Ele também não". Aquela campanha não me chocou. Apesar de respeitar, deu-me para rir por considerar que está muito próxima do fanatismo. 

Agora volta a ser notícia uma campanha para promover o veganismo. Ao contrário daquela feita com caracóis, esta já consegue chocar. Ou não fosse da autoria da PETA. Bryan Adams fotografou Zahia Dehar, uma designer que é conhecida em França como "a escandalosa", para a nova campanha da organização de defesa dos direitos dos animais. A fotografia destaca-se pela nudez de Zahia Dehar. 


"Todos os animais são feitos dos mesmos pedaços", é o título da imagem onde Zahia Dehar está marcada tal como as vacas, e outros animais, que estão nos talhos.  "peito, coxa e pernil" são apenas algumas das partes marcadas na designer de moda franco-argelina. "Tenha coração. Torne-se vegetariano", é o toque final da imagem. 

Por mais que me digam que são "iguais", não consigo olhar para a campanha dos caracóis com o mesmo olhar com que analiso esta. A outra deu-me para rir. Esta dá que pensar. Sobretudo pelo choque de ver uma mulher comparada com uma imagem de uma vaca exposta num qualquer talho. Esta é um campanha pensada com pés e cabeça e desenvolvida de modo a ser falada pelo choque e impacto que vai ter sem que seja ridicularizada. E estas, seja em que área for, são as melhores campanhas. 

Acredito que não exista uma única pessoa que tenha deixado de comer caracóis devido à campanha que foi notícia. Mas já não me atrevo a dizer o mesmo desta. Acredito que esta imagem tem poder mais do que suficiente para levar muitas pessoas a questionar aquilo que comem e a querer saber todo o processo que culmina com um naco de carne no prato. E este é o melhor elogio que posso fazer a esta campanha da PETA.