18.3.16

desconhecia esta triste história

Ao longo do tempo de existência do blogue já partilhei diversos textos sobre animais, sobretudo sobre cães, a minha grande paixão. Tive um que me ensinou muito. Sei o que é amar um animal como se fosse da minha família (e era), conheço a dor de o perder, de o ver morrer à minha frente mas em nenhum momento esta dor e o vazio da sua partida conseguem ser mais fortes do que os anos que vivemos juntos e as alegrias que me deu. E posto isto digo que quem nunca teve um animal de estimação não sabe o que perde.

Mas sei também que ter um animal não é para qualquer pessoa. São necessários sacrifícios, é necessária paciência e muito amor. E quando faltam estas coisas é complicado ter um cão. Ter um cão para o deixar dias e dias fechado numa varanda mais vale não ter. Ter um cão para o tratar ao pontapé mais vale não ter. Por mais que algumas pessoas não gostem da comparação, ter um cão é quase o mesmo que ter um filho. Com as devidas distâncias e diferenças temporais o percurso é semelhante. Depois, tratar um cão como um membro da família e como uma pessoa é uma opção de cada um.

Por gostar muito de animais irritam-me os tratamentos dados a alguns animais e as adopções de circunstância. Aquelas que são feitas por capricho em alturas festivas ou para calar um filho que está sempre a dizer que quer ter um cão. Não conhecia a história do Lucas Goya mas ainda bem que a União Zoófila fez questão de a partilhar. Pode ser que assim se consiga dar mais um passo na alteração da mentalidade de muitas pessoas que olham para um animal de estimação como uma camisola que se usa e que se coloca para o lado quando se está farto da mesma. E pior do que isto é a forma como se conduz este processo, não tendo a menor consideração pelo animal.

Ninguém vai adoptar uma criança para dois meses depois ir devolver a mesma porque afinal não era bem aquilo que se pretendia, porque não se tem tempo como se imaginava ter ou porque a vida vai ser um pouco diferente daquilo que se imaginou no momento da adopção. Se não fazem isto com pessoas também não o façam com animais e deixem os animais para as pessoas que realmente desejam e apreciam a sua companhia.

25 comentários:

  1. E no verão a coisa piora.
    Nunca pensei ter um animal dentro de casa.
    Há cinco anos, adoptei uma gatinha, tinha ela um mês de vida, porque a minha sobrinha chateou-me tanto para ter um animal dentro de casa (ela tem um gato, com uma das patas incompletas).
    Gostaria de ter um cão mas como vivo em apartamento e não queria causar transtorno aos inquilinos, na altura decidi pela gata.
    Hoje não passo sem ela e quando vou para fora, dá-me um aperto enorme deixá-la sozinha. Óbvio que vem cá familiares dar-lhe de comer, mas não deixo de me preocupar e saber se ela está bem.

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    1. Até para ser animal é preciso ter sorte no dono. Ainda bem que és assim.

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  2. Também não percebo como é possivel... Felizmente EU confio mais nos animais do que nas pessoas.

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    1. E partir para mentira, colocar a culpa no animal, é de muito baixo nível.

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  3. Sempre fui contra a ideia de ter animais por ter, durante anos não tive, vivo num apartamento e embora viva relativamente bem, preocupava-me com as despesas que um animal acarreta.

    Há uns meses o meu filho que tem 28 anos lá me convenceu adoptar um gato, e por acaso fomos à UZ, fiquei mal impressionada com o atendimento, e o despachar, sendo que todos os gatos que vimos tinham "defeito" ou muitos velho, ou muito novo, isto dito por quem nos atendeu.
    Mas mais tarde vimos numa página do facebook de animais para adoptar, e assim foi, fomos buscar o izzy ainda não tinha 2 meses, hoje não me vejo sem ele, é a minha companhia para tudo, é feliz e faz-nos felizes :)

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    1. É o que digo. Que tem um animal não quer outra coisa :)

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    2. Lol porra, tinham defeito. Sabe que os animais que são abandonados são maltratados, certo? Sabe que por terem "defeito", ou seja, não terem uma patinha, alguma parte do corpo, é por terem sofrido na rua ou nas mãos de más pessoas? A UZ não é uma loja. Os animais não são objetos, não têm de ser escovadinhos, não têm de ser "shiny". E as pessoas que trabalham na UZ não são empregadas de loja, não estão a servi-la... Porra, mas que comentário surreal.

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    3. Ficarias muito surpreendido com a quantidade de crianças adoptadas que são devolvidas... Eu, pessoalmente, tenho pena dessas pessoas que têm uma qualquer incapacidade de afectos.

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    4. @anónimo

      O que percebo das palavras do comentário é que o discurso do "defeito" foi de quem atendeu a pessoa e não de quem deixou o comentário.

      @Elisa
      Cada vez me surpreendo menos :(

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  4. Olá :)

    Conheço muitas histórias, mas esta não conhecia. É que infelizmente são tantas, mas tantas, que é impossível estar a par de todos os animais necessitados, e pior ainda de se ajudar todos.
    Quem me conhece, tanto pessoal como virtualmente, sabe que o nosso cão é das pessoas mais importantes da nossa vida. Não me enganei ao chamá-lo de pessoa. É assim que sinto, sem qualquer desprimor ou desvalorização das pessoas que fazem parte da minha vida, família ou amigos.

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    1. Valorizo muito quem tem esse tipo de relação com um animal :)

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  5. Sou das que não tem um animal de estimação (por várias razões), mas o motivo que me leva a comentar é outro: na verdade, HÁ pessoas que adotam e devolvem as crianças passado algum tempo precisamente pelas razões que apontaste... :-(

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  6. a minha Kitty foi largada à porta de casa da minha mãe com uma irmã,nem sabia beber leite do pires.Passou um carro que levou uma e aquela pobrezinha ficou.Escusado será dizer que no mesmo dia veio para a minha casa e como dizer.....não imagino o dia em que ela me faltar.Estava renitente em trazê-la porque não queria ter mais trabalho,porque era egoísta.Desde leite para gatinhos dado por um biberão,levantar mais cedo para alimentá-la e dar-lhe todo o conforto,temos feito tudo por ela.E vai de férias connosco,era incapaz de a deixar em casa,dias a fio,sozinha.Mesmo vindo alguém dar-lhe de comer,era incapaz.Sempre que passo tempo fora de casa,a primeira coisa que faz quando entramos é,literalmente,mandar-se ao hão e ligar o motor,leia-se,ronronar....Ganhámos uma grande amiga,uma companheira,uma dádiva,numa altura muito difícil da minha vida.E esses retardados,mentecaptos e calhordas que devolvem um animal que não corresponde exactamente ao que esperavam dele,só podem esperar uma certeza da vida:vão acabar os seus dias sozinhos,numa xafarica qualquer,sem ninguém que sequer lhes lave o c_.Pronto,é o que eu acho.

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    1. Quem tem dúvidas sobre ter um animal que leia o teu testemunho :)

      Obrigado!

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  7. Concordo totalmente.. quem tem ou já teve animais, sabem como eles tornam a nossa vida mais completa, mais feliz. E aquele amor incondicional..

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  8. Este caso é qualquer coisa de abominável, o ser humano ( se é que merecem essa designação) ao mais baixo nível. Contudo, e tal como a Vitória refere, já ouvi demasiados comentários negativos em relação aos processos de adopção na UZ, que têm uma política muito rígida nas adopções, que colocam muitos entraves, que complicam os processos... Neste sentido pergunto-me como raio é que estas pessoas conseguem levar dali um animal!!! É urgente criar-se uma lista negra de adoptantes e considero mesmo que os actos de devolução deviam estar incluídos nos maus tratos e serem punidos

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    1. Isto não se faz. Não se vai buscar um animal para o devolver passado algum tempo e culpando o animal pelo sucedido.

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  9. A primeira vez que li essa triste notícia confesso que fiquei com lágrimas nos olhos... Isto não se faz. Os animais ganham afectos por nós. Não imagino a tristeza que está a sentir :( que mundo este :(

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    1. É a sensação de abandono que leva a que provavelmente sinta "culpa" em relação ao abandono :(

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  10. Para mim são membros da família, têm por nós um amor incondicional, custa-me imenso a crueldade infligida a aos animais, sejam eles quais forem, e o abandono ou devolução são crueldade, os humanos são capazes de tudo.

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  11. Quem trata mal animais, também trata mal pessoas... O meu gato foi - sem falsa modéstia - melhor tratado que muitas crianças ou idosos! Por isso sempre digo, prefiro os animais às pessoas. (com honrosas, mas raras, excepções!)

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